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1 INTRODUÇÃO

2.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

2.2.2 T ÉCNICAS DE P ROGRAMAÇÃO

2.2.2.5 O Gráfico de Gantt

Criado em 1918 pelo Engenheiro Industrial Henry Gantt, caracterizado por um gráfico de barras horizontais, atualmente é comumente conhecido como cronograma (QUEZADO, 1999).

Segundo Silva (2001), as vantagens de utilização da técnica estão ligadas ao seu fácil entendimento, por ser caracterizada por uma metodologia simples que consiste em definir o

conjunto de tarefas, suas durações e datas de início e término, representando estas informações graficamente em uma escala de tempo.

Atualmente é utilizada, principalmente em softwares de gerenciamento, para representar graficamente a programação de um projeto, cujo cálculo foi previamente baseado em uma rede de precedências, por possuir uma apresentação mais natural, de mais fácil entendimento.

2.3 PROGRAMAÇÃO DE RECURSOS

Autores apontam a ineficiência ou a total ausência de processos de programação de recursos como responsável por muitos dos problemas relacionados à dilatação dos prazos de execução de empreendimentos, ao desperdício de insumos e baixa produtividade dos operários, fatores que motivam custos adicionais à produção (CARVALHO, 1998; CARVALHO, BERNARDES e FORMOSO, 1998).

El-Rayes e Moselhi (2001) colocam que a programação adequada de recursos pode conduzir a uma redução significativa dos custos e das durações de um empreendimento, especialmente em construções com características repetitivas, tais como prédios altos, projetos habitacionais e rodovias.

PICCHI (1993) acrescenta que a programação de recursos pode ser observada como o maior potencial de melhoria dos processos gerenciais na construção civil, tendo em vista sua influência na qualidade do produto final, prazos e produtividade das obras.

2.3.1CARACTERIZAÇÃO DOS RECURSOS

Recursos são caracterizados como elementos necessários à execução das atividades de um projeto. Tradicionalmente, os recursos podem ser divididos em quatro principais categorias: humano, material, equipamento e financeiro (LÓPEZ, BARCIA e GAUTHIER, 1996).

2.3.1.1 Recursos de Produção

Ao observar a literatura, particularmente na que se refere aos estudos dedicados à resolução de problemas de restrição e nivelamento de recursos, é possível verificar a tendência da nomenclatura recurso ser aferida às categorias de equipamentos e humana (EL- RAYES e MOSELHI, 1998; FANIRAM , LOVE e LI, 1999; HIYASSAT, 2001). Bastos (1988 apud Carvalho, 1998) explica que estes recursos são diferenciados por estarem vinculados diretamente aos processos produtivos, inclusive responsáveis pelos níveis de produtividade.

No que se refere aos recursos materiais, Carvalho (1998) justifica o fato de sua programação não ser executada juntamente a dos recursos humanos e equipamentos ao relatar que as decisões quanto ao gerenciamento de materiais são consideradas quando da realização do planejamento no nível estratégico.

No presente estudo o termo recurso, quando citado apenas desta forma, deve ser entendido como recurso de produção, que corresponde às equipes e aos equipamentos vinculados à execução dos serviços.

2.3.1.2 Recursos Financeiros

Os recursos financeiros se caracterizam como os custos vinculados à execução das atividades que configuram o projeto. Martins (2000 apud Knolseisen 2003) define custo como sendo um gasto relativo a um bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Representa o valor da soma dos insumos (mão de obra, materiais e equipamentos) necessários a realização de um serviço, constituindo o valor monetário pago pelos insumos.

O supracitado autor classifica os custos, de acordo com a facilidade de alocação aos produtos, em custos diretos e custos indiretos. Os primeiros são caracterizados como custos que podem ser diretamente apropriados ao produto, basta haver uma medida de consumo. Os indiretos são aqueles em que se faz necessário um fator de rateio para a apropriação, apresentado dificuldade para serem atribuídos aos produtos ou às atividades produtivas.

2.3.2ALOCAÇÃO DE RECURSOS

Os tempos de início e de término das atividades de um projeto, resultantes da aplicação de técnicas de programação, implicam em perfis de utilização do recurso ao longo do período de execução do projeto. Alocar um recurso a uma determinada atividade significa vinculá-lo a esta durante o período de tempo necessário a sua realização, onde se deve assegurar que o consumo não seja maior que a disponibilidade do recurso (ICHIHARA, 1998).

Limmer (1997) coloca que o propósito de se efetuar a alocação de determinado recurso é averiguar em que quantidade e em qual período este será necessário durante a execução do empreendimento.

Li (1996) explica que a forma ideal de alocação de recursos em um projeto se baseia em um consumo constante de insumos por unidade de tempo, resultando em uma curva recurso/tempo paralela ao eixo do tempo. Todavia, o que ocorre verdadeiramente é que, após fixada a duração total do projeto, os gerentes procuram alocar os recursos tão uniformemente quanto possível.

No que se refere às quantidades e períodos de uso dos recursos na construção civil, Casarotto et al. (1996) explica que é possível verificar três fases dentro de um ciclo de vida de um projeto: (a) fase de crescimento na utilização, que coincide com o início da obra; (b) fase de utilização plena dos recursos; (c) fase de desmobilização, onde é perceptível o decréscimo na utilização, referente à finalização da obra.

Ao término do processo de alocação de recursos ao projeto é possível verificar dois resultados distintos: (a) Observa-se que os recursos existem em quantidade suficiente, ou ilimitadas, para atender a demanda, não caracterizando, desta forma, estes como fatores limitantes ao desenvolvimento do projeto; (b) Existe disponibilidade inferior ao necessário em um ou mais períodos do projeto, o que torna estes recursos fatores restritivos quanto à programação das atividades a que estão vinculados (ICHIHARA, 1998; SENOUCI e ADELI, 2001).

O primeiro caso caracteriza o problema de nivelamento de recursos, onde busca-se principalmente averiguar os níveis de flutuação no emprego dos insumos. O segundo caracteriza o problema de superlocação de recursos, comum a projetos com restrições de disponibilidade de recursos.

2.3.3NIVELAMENTO DE RECURSOS

O problema do nivelamento de recursos surge quando estes existem em quantidade suficiente à realização do projeto e o empreendimento possui uma data específica de término, porém é desejado ou necessário reduzir a variação nos padrões de utilização dos recursos ao longo da duração do projeto (MODER et al., 1983 apud LÓPEZ, 1995)

Senouci e Adeli (2001) colocam que a existência de flutuações no padrão de uso dos recursos trabalho acarreta a necessidade de aplicação de períodos de contratação curtos, normalmente problemáticos. Os autores descrevem o processo de nivelamento como a principal solução para o problema de flutuação, tendo em vista que seu objetivo principal é que a programação proporcione requisições de insumos tão uniformes quanto possível, ou apresentem uma forma particular adequada à utilização contínua dos recursos.

Moselhi e El-Rayes (1993) explicam que o conceito da continuidade diz respeito à otimização do uso dos recursos e que o planejamento e a programação de um empreendimento só podem ser considerados eficientes se proporcionam a continuidade do trabalho das equipes ligadas à produção, particularmente em projetos repetitivos.

Ashley (1980 apud El-Rayes e Moselhi, 2001) robustece a afirmação acima ao citar que a manutenção da continuidade do trabalho conduz a maximização dos efeitos da curva de aprendizagem e minimização dos períodos inativos das equipes.

A partir das supracitadas afirmações, é possível perceber que o processo de nivelamento está intimamente ligado ao conceito de otimização na utilização dos recursos disponíveis ao projeto. Desta forma, diversos estudos têm sido desenvolvidos com o intuito de ou minimizar os custos ou a duração dos projetos, principalmente os com características repetitivas (El-Rayes e Moselhi, 2001).

Parte destas pesquisas se dedicou a desenvolver métodos de programação dinâmicas que objetivavam atingir a formação ótima das equipes de produção (Russel e Caselton, 1988) Outros estudos produziram modelos para solucionar os problemas de alocação e nivelamentos de recursos baseados em algoritmos genéticos, buscando principalmente minimizar a diferença entre a disponibilidade e o uso de recursos no projeto (Chan, Chua e Kannan, 1996; Hegazy; 1999).

Adeli e Karin (1997) aduziram uma formulação matemática que objetiva a minimização dos custos do empreendimento, conveniente tanto aos projetos repetitivos quanto aos não-repetitivos. Mattila e Abraham (1998) desenvolveram também uma formulação matemática, esta adequada à execução do nivelamento de recursos em projetos lineares. Senouci e Adeli (2001) apresentaram um modelo matemático para a programação de recursos, considerando os conceitos de nivelamento e restrição, a partir da abordagem de características do projeto relacionadas às relações de precedência, múltiplas estratégias para o emprego de equipes e a relação custo/duração.

Procedimentos heurísticos foram também desenvolvidos nas últimas décadas com a intenção de solucionar os problemas relacionados ao nivelamento de recursos. Estes objetivam atingir um histograma de utilização de recursos nivelado, através do deslocamento das atividades não críticas que estejam compartilhando recursos com outras para períodos de execução posteriores, respeitando seus limites de folga (Harris, 1990). López (1995) propõe um modelo heurístico que incorpora características que permitem solucionar os problemas de restrição de recursos, ao mesmo tempo em que proporciona o nivelamento destes.

Ichihara (1998) argumenta que as técnicas de programação baseadas em redes de precedências, bem como os métodos de programação lineares, não possuem originalmente mecanismos para resolver problemas complexos relacionados à alocação e ao nivelamento de recursos, e embora ao longo dos últimos anos tenham sido desenvolvidos diversos

procedimentos auxiliares, estes não apresentam a eficiência necessária, uma vez que normalmente se aplicam apenas a pequenos problemas e são de difícil aplicação efetiva na prática das construções.

2.3.4RESTRIÇÃO DE RECURSOS

O problema de restrição de recursos é característico de projetos sujeitos a limitações no montante de recursos disponíveis a sua realização. Sob esta condição, o procedimento ideal é elaborar um sequenciamento que satisfaça a demanda das atividades que concorrem pelo mesmo recurso, buscando minimizar as alterações no caminho crítico do projeto, por ser esta uma ação que ampliará a extensão do projeto. Em suma, a solução para este problema é buscar uma programação viável, quanto à disponibilidade de recursos, que minimize a duração do projeto, tendo em vista que este tipo de problema pode ocasionar o deslocamento tanto das atividades críticas quanto das não críticas dentro do período de execução do empreendimento (LÓPEZ, 1995; SENOUCI e ADELI, 2001).

Dentre os obstáculos com os quais os gerentes de projeto encontram ao se deparar com esta classe de projetos, talvez o maior seja a inadequação das técnicas baseadas em redes de precedências, como o CPM e o PERT, em resolver problemas de restrição de recursos. Estas técnicas assumem disponibilidade ilimitada de recursos, situação não verdadeira na maioria das situações práticas e são ineficazes em realizar conjuntamente o planejamento das atividades e dos recursos (QUEZADO, 1999; LU e LI, 2003).

Laufer e Tucker (1987) acrescentam que devido ao fato do CPM não priorizar a demanda de recursos pelas atividades, é comum a criação de planos inviáveis, uma vez que os recursos necessários a sua implementação podem exceder sua disponibilidade. Hegazy et al.

(2000) acrescenta que a programação de projetos baseada no CPM, por assumir quantidade ilimitada de recursos, freqüentemente resulta em uma duração virtualmente curta.

Não obstante, o método da Linha de Balanço, cujo emprego na construção civil tem por objetivo solucionar os problemas relacionados à programação de projetos repetitivos, apresenta dificuldades em analisar estes tipos de projetos quando expostos a restrições de recursos. Além disso, soluções de programação ótimas geralmente não podem ser garantidas com o emprego da LOB (LEU e HWANG, 2001).

A partir das deficiências demonstradas pelas técnicas convencionais em realizar a programação das atividades do projeto simultaneamente com uma adequada análise quanto à demanda destas por recursos, inúmeros autores realizaram pesquisas com intuito de desenvolver métodos capazes de solucionar os problemas vinculados a projetos com restrição de recursos, dentre os mais recentes podem-se citar Chan, Chua e Kannan (1996), Ichihara (1998), Senouci e Adeli (2001), Leu e Hwang (2001) e Lu e Li (2003).

Estudos concebidos com este objetivo, impreterivelmente provêm de uma conceituação rebuscada e resultam em ferramentas cuja utilização não se caracteriza propriamente como prática frente a situações corriqueiras. Além disso, poucos consideram simultaneamente fatores de restrição e nivelamento, ambos essenciais a uma eficiente programação de recursos.

2.4 ANÁLISES DE PERFORMANCE

Segundo Novais (2000), para se alcançar um bom gerenciamento, é necessário o estabelecimento de medidas que representem a performance do processo, baseadas na comparação entre o planejado e o executado. Tais medidas devem ser estabelecidas com intuito de certificar que tudo está sendo realizado da maneira correta.

Tibiriçá (1988 apud Oliveira, 1998) explica que medir desempenho consiste em avaliar a relação entre o comportamento planejado e o realizado, cuja aplicação propicia uma base racional e objetiva para avaliação das partes constituintes e sistemas construtivos.

No presente estudo, a análise da performance do projeto apresenta um caráter de apoio à tomada de decisão durante o processo de controle, baseado em procedimentos de retroalimentação dos dados de andamento do projeto.

Esta abordagem foi apresentada por Lantelme (1994), onde o processo de controle é responsável pela melhoria constante dos resultados, cabendo à retroalimentação de dados a função de comparar os resultados reais com os padrões e metas preestabelecidas, com objetivo de aperfeiçoar o desempenho do processo.

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