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O PIBID NA PRODUÇÃO E MANIPULAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO A

6 NAS ENTRELINHAS DAS VIVÊNCIAS NO CONTEXTO DO PIBID

6.3 O PIBID NA PRODUÇÃO E MANIPULAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO A

Este segmento reforça a ideia de estabelecer novas bases de conhecimento para prática docente e esse processo depende, entre outras coisas, da elaboração/utilização de materiais didáticos. Explorar materiais didáticos manipulando-os ou construindo-os, permitiu a produção de atividades em que supervisores e alunos da graduação apreendem de modo efetivo a função do material para trabalhar conceitos matemáticos. Nas colocações dos membros do subprojeto de Matemática é nítida a busca por fazer uso das possibilidades do material didático, fazendo menção ao Laboratório de Ensino de Matemática ao destacar em suas falas os tipos de recursos nele existente.

Existe um grande incentivo para elaboração de sequências didáticas. No entanto, muitas vezes não é a produção do material em si, mas utilização daquele material. Que utilização pode ser feita de um determinado material presente no Laboratório de Ensino de Matemática para estimular o estudo de um determinado conteúdo? (PONTES, 2015)

[...] além da utilização das tecnologias existe um incentivo na utilização de materiais manipulativos, existe também um incentivo na produção de jogos, desses materiais manipulativos. Contudo, o PIBID não se restringe a utilização daquilo que já está pronto, mas pelo contrário, proporciona a oportunidade de você desenvolver o material que vai ser utilizado, jogos e outros tipos de materiais. (AMARANTE, 2016)

[...] uma aula ministrada pelos coordenadores no Laboratório de Ensino de Matemática em que utilizou o Tangran. Foi trabalhado o conteúdo de áreas, semelhança de triângulos utilizando simplesmente o Tangran. (AMARANTE, 2016)

Dessa forma, o licenciando do subprojeto de Matemática tem a oportunidade de estudar as potencialidades e as limitações de materiais didáticos em um ambiente que disponibiliza instrumentos para esse fim, já que tem, por exemplo, acesso amplo ao LEM da UFRN. As próprias reuniões de estudos propiciam espaços para problematizar e (re)significar práticas pedagógicas a partir da inclusão de materiais didáticos. Um exemplo disto é

[...] a realização de oficinas pedagógicas pelos bolsistas, não só na perspectiva de proporcionar momentos aos alunos na construção do conhecimento deles, mas também, na perspectiva da própria vivência pelos bolsistas juntamente com os supervisores e com o grupo do PIBID como um todo. (PONTES, 2015)

Um material exige, então, por parte do professor, uma reflexão teórico- pedagógica, pois, conforme afirma Lorenzato (2009), o material didático pode desempenhar várias funções conforme o objetivo a que se prestam, e, por isso, o professor deve perguntar-se sobre a finalidade do uso daquele material didático: para apresentar um assunto, para motivar o aluno, para facilitar a memorização de resultados ou para facilitar a redescoberta de conceitos pelos alunos. E o PIBID de Matemática levanta questões para serem discutidas, refletidas e dimensionadas, para que possam ocorrer, na futura prática docente, novas reflexões, considerando então o contexto em que o professor atuará.

Uma experiência que o aluno de iniciação à docência do subprojeto de Matemática vivenciou é que

[...] nessa reunião de estudos que conheci o Geogebra e a outros softwares que me auxiliam no ensino de Matemática, até então eu não sabia que existiam esses softwares. A partir desse momento eu consegui visualizar uma possibilidade de tornar a aula mais atraente para o aluno, porque às vezes você utilizando o quadro faz um desenho mal feito e o aluno não consegue compreender. (AMARANTE, 2016)

Segundo Rêgo e Rego (2009), vivenciar variadas experiências de ensino relativas ao mesmo conceito matemático, atribuir significado para aprendizagem, criar situações para que o aluno redescubra padrões regras e relações são características de uma matemática dinâmica. Isso enfatiza a importância de dispor instrumentos e métodos ativos de aprendizagem que realce a autoconstrução do saber. Lembrando-se que mais importante que ter acesso aos materiais é saber utilizá-los corretamente, de acordo com Lorenzato (2009).

Membros do subprojeto de Matemática quando questionados sobre a elaboração de atividades desenvolvidas com caráter formativo, deixam a impressão de que foram fundamentais na formação inicial ou continuada.

Pois é uma prática do que vou ter que realizar futuramente como professor! Dessa maneira, ajuda em futuras ideias de aulas diferentes e atrativas, onde no PIBID comprovamos que tal medida dá resultados positivos!

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Como citado anteriormente, os colaboradores que responderam o questionário online se identificaram conforme a função que desempenhavam no PIBID. Por isso, utilizei esta característica para referenciar as citações correspondentes do questionário, o qual se encontra no Apêndice do trabalho.

Pois ao possuir uma grade não tão voltada para prática a docência e sim mais para o hipotético do que acontece em uma sala de aula, o PIBID acaba por vir como uma grande fonte de ensinamento, onde vivenciamos a vida de um professor e praticamos como ser um, em diferentes séries desde o 6° ano do fundamental ao 3° do ensino médio, vivenciando como é ser professor da rede pública, como aplicar atividades diferentes da de um ensino “clássico”, o que agrada os alunos, como controlar os alunos em sala de aula, tudo o que é importante para um futuro professor. (LICENCIANDO)

Com toda a certeza a elaboração e preparação das atividades nas minhas ações como bolsista do PIBID foram e ainda são importantes na minha formação. Hoje como professora efetiva no ensino básico consigo mediar atividades com mais eficiência, não tenho receio de inovar em sala de aula, me sinto mais capacitada para propor aulas não tradicionais, pois tive preparação para isso durante o tempo que fui bolsista de iniciação à docência. Além disso, o PIBID me mostrou que sempre podemos aprender mais e mais, e para isso precisamos investir na formação continuada, para assim se capacitar ainda mais. (SUPERVISOR)

Estes indícios de que vivências cotidianas no contexto escolar acarretam em processos de planejamentos e aplicação que influenciam em propostas atrativas fazendo uso de recursos vistos durante o tempo que participou do PIBID e internalizando meios de como buscar novos caminhos. Tudo isso, torna-se uma fonte de ensinamento, por vivenciarem o ser professor na prática, conseguindo mediar atividades com maior eficiência e sem o receio de inovar na sala de aula.

As atualizações de estratégias de Ensino da Matemática propondo construção e exploração pedagógica de materiais didáticos com a participação do professor titular e do professor em formação permitem a concretização de propostas teóricas praticáveis no dia a dia de um ensino matemático qualificado e qualificador. Diferentes das que se limita a meros exercícios acadêmicos simulados.