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1. O PROGRAMA ENSINO MÉDIO INOVADOR / JOVEM DE FUTURO E SUA SUPERVISÃO

1.4 O Programa Ensino Médio Inovador/Jovem de Futuro

O Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI) é uma política pública federal, proposta pelo Ministério da Educação (MEC), que é executada, no âmbito estadual, pelas Secretarias de Educação e suas respectivas escolas. Ele foi criado em 2009 pelo MEC visando fortalecer o acesso e a permanência dos jovens a um Ensino Médio público de qualidade (MEC, 2009).

De acordo com o Documento Orientador do ProEMI, sua principal proposta é promover o redesenho curricular do Ensino Médio, de forma que contemple as exigências da sociedade atual e as expectativas e necessidades dos jovens que frequentam este nível de escolaridade. Dessa forma, propõe uma dinamização do currículo, uma diversidade de práticas pedagógicas e uma ampliação da carga horária dos estudantes na escola (MEC, 2013).

A proposta de redesenho curricular que será desenvolvida é da responsabilidade da escola, devendo ser estruturada em cinco dos oito macrocampos propostos pelo Programa. São eles: Acompanhamento Pedagógico; Iniciação Científica e Pesquisa; Cultura Corporal; Cultura e Artes; Comunicação e uso de Mídias; Cultura Digital; Participação Estudantil e Leitura e Letramento (MEC, 2013).

De acordo com o MEC

os macrocampos se constituem, assim, como um eixo a partir do qual se possibilita a integração curricular com vistas ao enfrentamento e à superação da fragmentação e hierarquização dos saberes. Permite, portanto, a articulação entre formas disciplinares e não disciplinares de organização do conhecimento e favorece a diversificação de arranjos curriculares.

Nos macrocampos a escola deverá indicar os princípios e ações que estará adotando com vistas a produzir maior diálogo e interação entre as áreas do conhecimento e componentes curriculares/disciplinas, os tempos e os espaços com vistas a dar maior organicidade ao conjunto de atividades didático-pedagógicas do ensino médio.

Os princípios e ações deverão ser articulados em torno da proposição do Trabalho, da Ciência, da Cultura e da Tecnologia como dimensões indissociáveis da formação humana e eixo articulador conforme estabelecem as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. (MEC, 2013, p.8).

Dessa forma, a escola tem autonomia para propor o seu redesenho curricular, porém deve adotar os macrocampos obrigatórios (Acompanhamento Pedagógico; Iniciação Científica e Pesquisa; Leitura e Letramento) e escolher mais dois macrocampos optativos.

Para viabilizar suas ações, o Programa prevê a disponibilização de apoio técnico e financeiro às escolas participantes. O apoio técnico é disponibilizado às escolas pelas Secretarias de Educação Estaduais, em forma de supervisão técnica. Os recursos financeiros, por sua vez, advêm do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, que são repassados às escolas por intermédio do Programa Dinheiro Direto na escola (MEC, 2013).

Sobre a parceria com o Instituto Unibanco, o secretário de Educação Básica do MEC, Romeu Caputo, afirma que

a parceria com o Instituto Unibanco representa ‘uma importante experiência para o MEC e para as Secretarias Estaduais de Educação, pois pode se tornar uma referência na relação com outras experiências privadas que busquem contribuir com inovações positivas para a melhoria do Ensino Médio’. (INSTITUTO UNIBANCO, 2013b, p.10).

Os resultados da avaliação de impacto do Projeto Jovem de Futuro, nas escolas da Validação em RS e MG15, habilitaram o JF a ser reconhecido em 2010 como tecnologia educacional do MEC. Em 2011, o Instituto Unibanco e o Ministério da Educação firmaram uma parceria para união do Projeto com a política federal Ensino Médio Inovador, dando origem ao Programa Ensino Médio Inovador/Jovem de Futuro (ProEMI/JF).

De acordo com a apresentação padrão do Programa (2013c), a parceria prevê a universalização do ProEMI/JF para todas as escolas do EM até 2016. De 2012 a 2018, serão atendidas pelo Programa: 610 escolas no Ceará, 445 no Piauí, 561 escolas no Pará, 603 escolas em Goiás e 301 escolas no Mato Grosso do Sul. Totalizando 2.520 escolas do país.

Estarão envolvidos no acompanhamento da execução do Programa, de 2012 a 2018, como funcionários das Secretarias Estaduais da Educação destacados para esta atuação: 112 superintendentes e articuladores no Ceará, 47 supervisores no

15 Os resultados da avaliação de impacto de RS e MG foram obtidos em 2010. Os de SP e RJ

Piauí, 65 supervisores no Pará, 91 supervisores e coordenadores de EM em Goiás e 27 supervisores no Mato Grosso do Sul.

A publicação Ensino Médio Inovador e Jovem de Futuro (2013), explica que o ProEMI/JF

passa a ter dois focos principais: gestão e currículo (...) o programa entende que uma gestão eficiente, qualificada e participativa, somada a um currículo flexível, dinâmico e inovador, criam insumos essenciais para que a escola pública, principalmente na etapa do Ensino Médio, consiga proporcionar um aumento das oportunidades educacionais para os jovens brasileiros. (...) Como política pública nacional, o ProEMI propõe o redesenho curricular do Ensino Médio, focado em uma proposta dinâmica, flexível e compatível com as exigências da sociedade contemporânea. Para isso, precisa contemplar uma ampliação do tempo dos estudantes na escola e uma diversidade de práticas pedagógicas que atendam às expectativas e às necessidades dos jovens.

Para o Jovem de Futuro, uma gestão eficiente, participativa e com foco nos resultados positivos de aprendizagem pode influenciar de maneira decisiva a qualidade da educação oferecida pela escola.

Nessa perspectiva, além de incentivar o redesenho curricular das escolas, com orientação e recursos financeiros direcionados pelo MEC, o ProEMI/JF também busca fortalecer a gestão escolar, com foco na melhoria dos resultados de ensino. (INSTITUTO UNIBANCO, 2013b, p. 10 e 11).

É importante notar as atribuições de cada ator nesta nova parceria.

De acordo com documentos internos do IU, o MEC exerce a coordenação geral do Programa, estabelecendo diretrizes e regulamentações que possibilitam sua realização.

As Secretarias Estaduais de Educação passam a ser responsáveis pela coordenação do ProEMI/JF em seus estados, o que inclui a coordenação dos processos de implementação, execução, monitoramento e avaliação do Programa.

Quanto ao Instituto Unibanco, faz o acompanhamento do ProEMI/JF nos estados, a formação das equipes executoras16 e gestores escolares em Gestão Escolar para Resultados e nas Metodologias Jovem de Futuro, disponibiliza material didático e também o acesso à Plataforma Jovem de Futuro de gestão de projetos. Disponibiliza, ainda, Gestores Locais para atuar junto à coordenação do ProEMI/JF nos estados, os quais desempenham um papel de articulação e assessoria entre o IU e as Secretarias de Educação.

16 A equipe executora é composta pelo coordenador estadual do ProEMI/JF, os supervisores do

programa e os Técnicos de Apoio à Gestão, todos funcionários das Secretarias Estaduais da Educação.

Para acompanhamento do ProEMI/JF por cada um dos parceiros, foi definida uma Sistemática de Acompanhamento, conforme ilustrado na figura 2.

Bimestral

N3 - Reuniões com Gr N3 - Reuniões com Grupos de Supervisores

N2 - Reuniões com Grupos de Escolas (GEs)

N4 - Reunião Preparatória para Comitê Estadual Trimestral

N1 - Visitas Técnicas nas Escolas

N5 – Comitê Estadual Trimestral

Mensal Mensal Semestral N6 - Comitê Nacional

Figura 2: Sistemática de Acompanhamento

Fonte: INSTITUTO UNIBANCO - 2013a.

De acordo com o Manual de Supervisão do ProEMI/JF (versão preliminar),

os dois primeiros níveis (N) envolvem as atividades supervisoras diretamente relacionadas às escolas: Visitas Técnicas nas Escolas (N1), Reuniões de Grupos de Escolas da Supervisão (N2) e Reuniões com Grupos de Supervisores (N3) (INSTITUTO UNIBANCO, 2013a).

Observa-se, na figura 2, que para cada tipo de acompanhamento há uma periodicidade proposta: visitas técnicas nas escolas, mensalmente, pelos supervisores17; reuniões com grupos de escolas, bimestralmente, pelos supervisores; reunião da Coordenação do ProEMI/JF no estado com o grupo de supervisores do Programa, mensalmente; reunião preparatória para Comitê Estadual, trimestralmente; comitê estadual, trimestralmente; e comitê nacional, semestralmente (INSTITUTO UNIBANCO, 2013a).

As questões mais relevantes identificadas nos três primeiros níveis de acompanhamento, tanto em termos de conquistas quanto de desafios, irão subsidiar

17 É importante notar que no estado do Ceará a função supervisora tem outra nomenclatura, lá o

os três níveis seguintes (N4, N5 e N6), para tomada de decisões e providências no âmbito estadual e federal (INSTITUTO UNIBANCO, 2013a).

No próximo tópico será possível conhecer detalhadamente a metodologia de supervisão proposta pelo Jovem de Futuro, bem como as diretrizes e estratégias adotadas para realização desta função.