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O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência — PIBID

CAPÍTULO 1 OS DIFERENTES ESPAÇOS DE FORMAÇÃO DOCENTE NOS

1.1 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA

1.1.3 O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência — PIBID

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência tem como base legal a Lei 9.394/1996, a Lei 12.796/2013 e o Decreto 7.219/2010.

As políticas nacionais para formação inicial e continuada de professores da Educação Básica instituídas a partir da LDBEN 9.394/1996 vêm instituindo programas que se colocam com a finalidade de organizar e potencializar a formação inicial e continuada dos profissionais do Magistério para a Educação Básica. Nesse contexto, está expressa a preocupação em promover a integração entre Instituições de Ensino Superior e Educação Básica. Uma das medidas mais recentes foi a criação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência — PIBID.

O PIBIB é considerado, na legislação que o regula, uma possibilidade de aproximação da teoria que predomina nos cursos de licenciatura com a prática futura em sala de aula, nas redes públicas de ensino.

Dessa forma, espera-se que os alunos antecipem sua aproximação com a prática docente, vivenciando diversidade de experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar, sob a supervisão de professores experientes, que já atuam no local em que essas atividades estejam sendo desenvolvidas, bem como de professores de instituições públicas de ensino superior.

A legislação que regula oPBID também aponta a necessidade premente de aproximar as secretarias estaduais e municipais de educação, bem como, as Instituições de Ensino Superior, a favor da melhoria do ensino nas escolas públicas de Educação Básica.

Atentando para esse objetivo, o programa prevê suporte ao estágio nas escolas públicas para licenciandos que, quando graduados, se comprometam com o

exercício do magistério na rede pública. O objetivo é antecipar o vínculo entre os futuros docentes e as salas de aula da Educação Básica.

Entre as propostas do PIBID, encontra-se também o incentivo à carreira do magistério nas áreas da Educação Básica com maior carência de professores com formação específica.

Dentre as instituições que podem fazer parte do programa, estão instituições federais e estaduais de ensino superior, institutos federais de educação, ciência e tecnologia com cursos de licenciatura que apresentem avaliação satisfatória no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) e IES particulares que atendam aos critérios do programa. Os estabelecimentos devem ter firmado convênio ou acordo de cooperação com as redes de Educação Básica pública dos municípios e dos estados, prevendo a participação dos bolsistas do PIBID em atividades nas escolas públicas.

A Portaria CAPES 096, de 18 de julho de 2013, traz o atual regulamento do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência — PIBID12. Quanto às disposições gerais, o programa tem como função fomentar a iniciação à docência para aperfeiçoamento da formação de docentes em nível superior e melhoria da qualidade da Educação Básica pública brasileira.

Nessa perspectiva, o PIBID dá suporte para projetos de Instituições de Ensino Superior, que são desenvolvidos por licenciandos, sob supervisão de professores da educação básica e orientação de professores do ensino superior. Esse apoio consiste no fornecimento de bolsas aos integrantes e repasse de recursos financeiros para custear as atividades.

A legislação, ora em análise, aponta os seguintes objetivos para o PIBID:

I – incentivar a formação de docentes em nível superior para a Educação Básica;

II – contribuir para a valorização do magistério;

III – elevar a qualidade da formação inicial de professores nos cursos de licenciatura, promovendo a integração entre educação superior e educação básica;

IV – inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem;

12 Nova regulamentação chegou a ser aprovada em abril de 2016, mas foi revogada posteriormente, permanecendo o regulamento anterior.

V – incentivar escolas públicas de Educação Básica, mobilizando seus professores como co-formadores [sic] dos futuros docentes e tornando-as protagonistas nos processos de formação inicial para o magistério;

VI – contribuir para a articulação entre teoria e prática necessárias à formação dos docentes, elevando a qualidade das ações acadêmicas nos cursos de licenciatura;

VII – contribuir para que os estudantes de licenciatura se insiram na cultura escolar do magistério, por meio da apropriação e da reflexão sobre instrumentos, saberes e peculiaridades do trabalho docente. (BRASIL, 2010, p. 2)

A Portaria pontua que os projetos do PIBID devem ser compostos por um ou mais subprojetos, definidos pela área de conhecimento da licenciatura, podendo haver projetos interdisciplinares, de modo que se apoia às licenciaturas de áreas relacionadas à educação básica e à gestão educacional. Cada subprojeto deve focar- se em um ou mais níveis da educação básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação Profissional Técnica de Nível Médio). Além disso, cada um dos subprojetos deve conter ao menos cinco estudantes de licenciatura, um coordenador de área e um supervisor.

A seguir, apresenta-se alguns dados nacionais sobre o PIBID. Tais dados constam no relatório da CAPES divulgado em 2014.

TABELA 1 – PIBID 2014: IES, CAMPI, SUBPROJETO E BOLSISTAS POR REGIÃO

Região IES Campi Subprojetos Bolsistas

N 27 95 300 9.103 NE 56 232 780 28.019 CO 21 110 381 8.894 SE 114 243 849 25.381 S 65 174 686 18.850 Total 283 854 2.996 90.247 Fonte: <http://www.capes.gov.br/images/stories/download/bolsas/20150818_DEB-relatorio- de-gestao-vol-1-com-anexos.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2017.

Nesse período, no Paraná, haviam 16 IES participantes, distribuídas em 48

campi, desenvolvendo 218 subprojetos, com um total de 90247 bolsistas.

Nesse mesmo relatório, é possível verificar que a área de matemática é a segunda em número de oferta de bolsistas.

GRÁFICO 1 – PIBID 2014: BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA POR ÁREA (COM MAIS DE 1.000 BOLSAS)

Fonte: <http://www.capes.gov.br/images/stories/download/bolsas/20150818_DEB-relatorio-de-gestao- vol-1-com-anexos.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2017.

Isso reflete o investimento nas áreas em que há maior falta de professores no Brasil, conforme corroborado pelos dados obtidos na mesma fonte e que podem ser verificados no gráfico a seguir.

GRÁFICO 2 – PIBID 2014: NÚMERO DE BOLSISTAS EM ÁREAS ONDE HÁ FALTA DE PROFESSORES

Fonte: <http://www.capes.gov.br/images/stories/download/bolsas/20150818_DEB-relatorio-de-gestao- vol-1-com-anexos.pdf>. Acesso em 24 jan. 2017.

Muito embora não haja relatório com dados atualizados, já se sabe que em 2016, no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), o número de bolsas ativas alcançou o total de 72.057 — 58.055 para alunos de licenciatura, 9.019 para professores da Educação Básica e 4.983 para professores dos cursos de licenciatura.

1.2 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA FORMAÇÃO DE