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No documento UM COMPUTADOR POR ALUNO: (páginas 44-49)

PARTE 1 – TECNologIA E EDUCAção: ExPERIêNCIAS NACIoNAIS

4. o ProInfo

3. Computadores nas escolas brasileiras

A proposta de disseminar computadores portáteis de baixo custo nas escolas, com vistas a melhorar a qualidade do ensino e incluir digitalmente, levou o governo brasileiro a uma experiência com esses equipamentos em escolas brasileiras. A testagem recebeu a adesão da OLPC, da Intel e da Encore, com distribuição de seus respectivos protótipos. Sobre essa experiência falaremos detalha-damente na segunda parte deste trabalho.

O esforço governamental com o paradigma Um para Um do UCA não ocorre de forma isolada. Para entender o contexto em que a me-dida se insere, vale destacar a experiência recente com a dissemina-ção da informática nas escolas públicas – apenas no âmbito do go-verno federal – e as condições de acesso ao computador e à Internet pelos estudantes e professores brasileiros.

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Há algum tempo, o governo federal começou a desenhar políticas públicas para a disseminação de tecnologias digitais com fins peda-gógicos. No início do anos 80, com o Projeto Educom, e a partir de 1997, com o lançamento do Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo), implementado pelo Ministério da Educação (MEC), políticas públicas com este intuito foram se conformando. A estratégia utilizada pelo ProInfo é a distribuição de laboratórios de informática com dez computadores para as escolas públicas de ensino fundamental e médio. Como não havia recursos para distribuir equipamentos para todas, o corte inicialmente utilizado

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foi de escolas com mais de 250 alunos. A fim de apoiar a implan-tação descentralizada do programa, foi realizada a capaciimplan-tação de multiplicadores, técnicos e alunos-monitores, bem como estrutu-rada uma rede – a princípio bastante reduzida – de suporte técnico e pedagógico por meio dos Núcleos de Tecnologia Educacional, os NTEs, espalhados pelo País.

A despeito de iniciativas como essa, o Estado brasileiro tem avan-çado de forma mais lenta do que a esperada na disseminação de tecnologias digitais no sistema público de ensino, especialmente no que tange ao acesso à Internet.

Em avaliação do cumprimento das metas do Plano Nacional de Edu-cação (PNE), Gomes (2006) destaca que, entre 2001 e 2005, ampliou-se de 19% para 32% o percentual de escolas públicas de ensino fun-damental com computadores, e de 6% para 15% aquelas com acesso à Internet. No ensino médio, nesse mesmo período, caminhou-se mais celeremente para a universalização preconizada no PNE: o per-centual de escolas com computadores subiu de 75% para 89% e de 30% para 58% o acesso à rede mundial (Tabelas 1 e 2).

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Tabela 1 – Infra-estrutura tecnológica nas escolas públicas de Ensino Fundamental. Brasil e Grandes Regiões – 2001 e 2005

Unidade

geográfica/ano escolasTotal Laboratório informática computadoresMicro- Internet

no de escolas % n o de escolas % n o de escolas % 2001 Brasil 159.228 8.531 5,36 31.024 19,48 9.667 6,07 Norte 24.018 285 1,19 1.657 6,9 91 0,38 Nordeste 77.852 1.024 1,32 3.850 4,95 492 0,63 Sudeste 30.740 4.683 15,23 13.914 45,26 7.727 25,14 Sul 19.242 2.056 10,68 8.889 46,2 985 5,12 Centro-Oeste 7.376 483 6,55 2.714 36,8 372 5,04 2005 Brasil 143.631 16.792 11,69 45.472 31,66 21.217 14,77 Norte 22.443 787 3,51 3.131 13,95 871 3,88 Nordeste 68.372 2.460 3,6 8.592 12,57 2.851 4,17 Sudeste 29.692 8.595 28,95 18.308 61,66 11.715 39,46 Sul 16.594 3.819 23,01 11.173 67,33 4.274 25,76 Centro-Oeste 6.530 1.131 17,32 4.268 65,36 1.506 23,06

Extraído de: “Educação a Distância, Tecnologias Educacionais e o Plano Nacional de Educação: elemen-tos para uma avaliação das metas” em www.camara.gov.br/Internet/publicacoes/ estnottec/tema11.

Fonte: MEC/Inep. Edudata Brasil. Elaboração: Consultoria Legislativa CD.

As estatísticas apresentadas pelo Ministério da Educação eviden-ciam, ademais, a desigualdade regional na cobertura e no acesso dos alunos das redes públicas de ensino ao computador e à rede mundial de computadores. Além disso, se tomarmos apenas as escolas com mais de dez computadores, o cenário tecnológico ganha contornos mais opacos. Temos que, entre 2001 e 2005, a rede pública alterou sua

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cobertura, de 3% para 7% no ensino fundamental e de 24% para 35% no ensino médio, conforme dados do Censo Escolar 2005.

Tabela 2 – Infra-estrutura tecnológica nas escolas públicas de Ensino Médio. Brasil e Grandes Regiões – 2001 e 2005

Unidade

geográfica/ano escolasTotal Laboratório informática computadoresMicro- Internet

no de escolas % n o de escolas % n o de escolas % 2001 Brasil 14.832 5.696 38,4 11.139 75,1 4.506 30,38 Norte 1.216 178 14,64 717 58,96 67 5,51 Nordeste 4.070 722 17,74 1.819 44,69 350 8,6 Sudeste 5.906 3.324 56,28 5.326 90,18 3.406 57,67 Sul 2.418 1.289 53,31 2.380 98,43 522 21,59 Centro-Oeste 1.222 183 14,98 897 73,4 161 13,18 2005 Brasil 16.570 8.398 50,68 14.780 89,2 9.673 58,38 Norte 1.383 437 31,6 1.051 75,99 463 33,48 Nordeste 4.396 1.424 32,39 3.325 75,64 1.745 39,7 Sudeste 6.779 4.526 66,77 6.476 95,53 5.022 74,08 Sul 2.690 1.559 57,96 2.661 98,92 1.834 68,18 Centro-Oeste 1.322 452 34,19 1.267 95,84 609 46,07

Extraído de: “Educação a Distância, Tecnologias Educacionais e o Plano Nacional de Educação: elementos para uma avaliação das metas” em www.camara.gov.br/Internet/publicacoes/ estnottec/

tema11

Fonte: MEC/Inep. Edudata Brasil. Elaboração: Consultoria Legislativa CD.

O estudo registra que, segundo o MEC22, até o ano 2001, o ProIn-fo havia adquirido 91 mil computadores, mas havia 659 mil computadores instalados nas unidades da rede pública de ensino 22www.mec.gov.br/seed. ver ProInfo/Sistema de Gestão Tecnológica.

51 em 2005 – 244 mil a mais que em 2001. Considerando que não

houve aquisições federais entre 2001 e 2003, há que se reconhecer o esforço de estados e municípios brasileiros na provisão de equi-pamentos e conectividade para seus sistemas de ensino.

Depois de uma forte desaceleração, o ProInfo voltou a receber in-vestimentos e as responsabilidades dos entes federativos foram re-organizadas23. Nos últimos três anos (2004-2006), foram comprados quase cem mil computadores24. A meta é universalizar os laborató-rios de informática em todas as escolas públicas até 2010, inclusive as rurais. A carência de energia elétrica em estabelecimentos esco-lares localizadas em zona rural deverá ser resolvida pelo programa Luz para Todos.

Em 2007, a previsão era que os alunos de todas as escolas públicas de ensino médio tivessem acesso a computadores. Em seguida, a meta é atender a todas as escolas do ensino fundamental, rurais e urba-nas. Anualmente, planeja-se comprar cerca de trinta mil laboratórios até a conclusão do processo de informatização das escolas. Preten-de-se também oferecer conectividade por intermédio do Programa Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac) e das redes de fibra ótica de empresas de energia elétrica, da Petrobras, entre outras.

A disponibilidade de acesso à Internet parece ser um fator relevante nos resultados alcançados com computadores nas escolas, conforme estudo de Biondi e Felicio (2007), que procurou identificar variáveis 23ver Decreto nº 6.300, de 12 de dezembro de 2007.

No documento UM COMPUTADOR POR ALUNO: (páginas 44-49)