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O que outros setores da sociedade têm feito?

Partindo de uma nova visão da sociedade perante os problemas ambientais cada vez mais alarmantes, empresas colocaram-se prontamente à disposição de formas alternativas de gestão. Sendo pioneiras na implantação de projetos voltados para a conscientização ambiental, buscam, cada vez mais, soluções criativas para diminuir o desperdício, controlar o lixo produzido e investir em programas e parceiros inovadores que envolvam ações ecologicamente corretas.

Atualmente, a responsabilidade ambiental deve levar em conta todos os aspectos da operação, tratando de: eliminar impactos ambientais no conjunto da cadeia de negócios, desenvolver produtos e serviços que ajudem os consumidores a diminuir o próprio dano ecológico, melhorar a qualidade de vida das pessoas e incentivar padrões sensatos de consumo5 .

Portanto, as empresas procuram desenvolver projetos que, além de reduzir seus próprios danos ao meio ambiente, gerem uma nova forma de pensar a educação ambiental, englobando outros setores da sociedade.

Sabendo de seu forte poder de influência sob os consumidores, essas instituições estabelecem metas que interfiram diretamente na mudança de atitude de cada indivíduo, – e cada empresa - pensando em um contexto mais amplo, onde a participação de cada um é essencial para o sucesso do grupo, ou seja, da comunidade.

Nesse sentido, podemos dizer que a participação do poder público, por meio de investimentos em projetos sérios voltados para uma reeducação ambiental, é essencial. Além disso, estes projetos devem possuir estratégias mais coerentes e abrangentes, pois grandes desafios globais, como a devastação da natureza, não podem ser resolvidos individualmente, por mais bem-intencionados que sejam6.

Assim, para que as ações de uma empresa tenham mesmo um resultado positivo e consigam alterar significativamente seus próprios padrões de consumo e de seus clientes, é preciso que haja coerência nas relações estabelecidas interna e externamente, ou seja, é preciso ter muita cautela no momento de estabelecer

5 Trecho baseado na matéria escrita porCynthia Rosenburg e Eduardo Ferraz, publicada na Revista

Época Negócios, Edição: Sua empresa é verde? São Paulo: Globo, Nº 2, Abril 2007. p.44-61

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Trecho baseado na matéria escrita por John Elkington – fundador e empreendedor-chefe da Sustainability – publicada na mesma edição da revista. p.79

parcerias. Uma empresa ambientalmente correta fará pouca diferença para o planeta se as outras companhias com que ela faz negócio adotarem práticas irresponsáveis7.

A administração baseada no molde taylorista, não se encaixa nesta nova forma de gestão ambiental, já que cada etapa do processo de produção deve ser cuidadosamente analisada para que cause os menores danos possíveis ao meio ambiente e produza a menor quantidade de resíduos. Os resultados não são buscados a qualquer custo, mas com o menor custo possível para o planeta.

Portanto, os resultados deixam de ser o centro do processo e as etapas ganham enorme importância.

Além disso, com os danos ambientais em evidência numa escala global, os próprios consumidores, mais informados e conscientes, começam a adotar posturas de cobrança quanto às formas de produção das instituições e os impactos ambientais gerados por elas.

Atualmente, como em nenhuma outra época, as empresas estão extremamente expostas às críticas da sociedade, cada vez mais informada sobre as questões ambientais e mais preocupada sobre a maneira como estas empresas se relacionam com as comunidades afetadas pelo negócio8 .

Dessa maneira, percebe-se que há uma relação dialética entre as empresas e a comunidade, já que os indivíduos são influenciados pelas ações empresariais voltadas para a diminuição dos padrões de consumo, ao mesmo tempo em que as empresas são pressionadas pela comunidade para realizarem seu trabalho da maneira mais sustentável possível.

Entretanto, há exceções: empresas utilizam-se da boa imagem que os consumidores têm em relação a projetos voltados para a preservação do planeta e agem de maneira antiética, investindo em ações superficiais, importando-se apenas com o lucro que estas geram, sem criar formas de reduzir efetivamente as emissões de gás carbônico em suas operações9.

gastos, em segundo lugar porque sistemas de reciclagem diminuem os custos e geram lucro, em terceiro lugar porque a empresa é respeitada pelos consumidores e pela sociedade em geral, o que atrai mais clientes, e em quarto lugar - e o mais importante - porque a preservação do planeta é fundamental para a preservação da

vida aqui existente.

No entanto, a idéia de lucro, neste caso, não está vinculada ao ideal neoliberalista, no qual os recursos naturais são utilizados de forma ilimitada, pensando-se apenas no retorno monetário imediato. Está, portanto, vinculada a uma nova maneira de se encarar o capitalismo, sendo que o lucro não é dispensado, mas o processo por meio do qual é gerado deve ser rigorosamente analisado para que haja um equilíbrio saudável entre produção, recursos naturais e formas de consumo. Não podemos continuar destruindo tudo o que sustenta nosso estilo de vida, pois desenvolvemos padrões ilimitados de consumo baseados em recursos naturais limitados, que já correm grandes riscos de chegar ao fim.

Apoiando-se nas empresas, que possuem tecnologia e capital suficiente, devemos investir cada vez mais na criação de soluções originais e eficientes para acabarmos com a destruição da natureza e combatermos a mudança climática. Constata-se, assim, que para superarmos os sérios problemas ambientais que têm surgido com intensidade cada vez maior, devemos unir os diversos setores da sociedade, contanto com a contribuição de cada um deles, já que ações isoladas são louváveis, mas não tem força suficiente para alcançar seus objetivos em escala global – o que necessitaria do comprometimento do Estado e da Nação para acontecer.

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