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CAPÍTULO IV A POLÍTICA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DOS

4.2 O Percurso Metodológico

4.5.3. O que pensam os professores sobre a formação continuada

Quadro 13-Reflexões dos Professores entrevistados sobre a Formação Continuada

ESCOLA A

EDUCADOR 1 EDUCADOR 2 EDUCADOR 3

IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA

Diante do público que está em constante mudança – a juventude – precisamos nos atualizar sobre metodologias

Importante para o desenvolvimento didático- pedagógico dos professores, mas desde que seja uma

A formação continuada é importante porque paramos para refletir um pouco sobre o nosso fazer pedagógico e diante

A formação continuada ofertada para os professores da rede estadual de Pernambuco parece buscar apenas atender ao que é preconizado na legislação para o cumprimento legal. Os aspectos pedagógicos, a reflexão mais detalhada sobre a prática, a construção de novos conhecimentos baseados nos conhecimentos prévios dos professores não ocorre de forma significativa e relevante para a mudança de práticas pedagógicas. Desse modo, a formação continuada ofertada pelo Estado de Pernambuco não promove mudanças significativas na prática docente, na avaliação dos alunos e na proposição de atividades pedagógicas diferenciadas. Vale salientar ainda, que as condições materiais ofertadas ao professor dificultam o desenvolvimento de atividades diferenciadas. Assim, entendemos que os professores de todas as áreas precisam de momentos de formação e reflexão sobre a sua prática, com formadores de suas áreas que dominem os conteúdos específicos e possuam conhecimentos consolidados sobre a didática da área da formação ofertada. Os professores de um modo geral, não retornam muito estimulados das formações ofertadas. Eles atribuem a falta de “novidade”. Desse modo, sinto dificuldades em avaliar uma formação que possa ser relevante ou significativa para os professores das áreas de Língua Portuguesa e Matemática. As formações contribuem para preparar o professor para o preenchimento dos conteúdos no sistema, que representa uma exigência institucional. Assim, a formação dessas duas áreas ocorre com um objetivo específico: formar para preencher os conteúdos, formar para atender as exigências das avaliações externas (SAEB, SAEPE), formar para cumprir a legislação... quando deveria formar para: a melhoria da prática pedagógica docente, para o desenvolvimento de aulas que possam promover aprendizagem significativas...

A resistência constitui-se, assim, em um conjunto de práticas que assumem um caráter de oposição, de negação, de rejeição por parte dos dominados, numa tentativa de barrar a dominação e de não perder sua identidade cultural.

que se adaptem à realidade dos estudantes.

relação de troca de experiência entre formador e formandos.

da teoria relacionamos à prática. Então, retornamos o nosso fazer com uma reflexão mais crítica.

PERCEPÇÃO SOBRE AS FORMAÇÕES QUE OCORRERAM EM 2011-2014

Tratavam de elaborar aulas mais atrativas ao público do ensino médio, para diminuir a evasão. Foram feitas na GRE e outras na Escola (as formações da escola foram mais significativas, pois discutimos entre os colegas as dificuldades e avanços enfrentados na nossa área.

Classificou e identificou uma série de ações que foram implantadas desde o primeiro mandato do governador Eduardo Campos, com propostas de incentivo à tecnologia e a robótica por parte de técnicos que foram contratados para treinar professores.

“Foram experiências esporádicas (ilhas de excelência). Não houve um acompanhamento desses investimentos tecnológicos. Também não há tempo pedagógico para o desenvolvimento dessas novas práticas contemporâneas”.

Todas as formações que ocorreram na escola foram significativas e trouxeram elementos para discussão da nossa realidade. Sou professor de história e gosto sempre de refletir sobre o nosso tempo, portanto, a oportunidade de debates e reflexões com outros professores é sempre um exercício de conscientização.

SUGESTÕES DE TEMÁTICAS PARA FORMAÇÃO CONTINUADA NO ENSINO MÉDIO

Deveriam levar em conta a realidade da escola e as condições materiais de trabalho. Apresentam propostas de conteúdos que não são usados pelos estudantes, gostaria que trouxessem coisas mais práticas.

Relacionar o conteúdo matemático com a ciência, contemporânea, utilizando a parte teórica da matemática (que não pode ser desprezada) com as novas tecnologias que são produzidas com a teoria matemática. No Brasil, separa- se a teoria da prática, pois o professor não tem formação bem delineada e isso gera um vazio.

Deveriam propor mais discussões sobre a sociologia e a filosofia, pois embasam melhor o pensar crítico do ser humano. Os jovens precisam ser conscientizados diante de tantas barbaridades que são apresentadas como verdades.

CONTRIBUIÇÃO DAS FORMAÇÕES CONTINUADAS PARA O EXERCÍCIO DA DOCÊNCIA NO ENSINO MÉDIO

As formações como um todo, não foram satisfatórias. Deveriam ser mais práticas, visando o aprendizado real do estudante. As metas do Idepe/Ideb são muito além do que conseguimos alcançar com os alunos em sala de aula. Na medida do possível, tento puxar ao máximo ao que as metas exigem. A realidade me apresenta outra situação, o que

Há um problema que fica preso ao pensamento ideológico, não existe uma diferenciação do que é uma formação continuada para o desenvolvimento docente e por outro lado, a tentativa de aproximar a prática docente para a realidade discente. Sugiro para a formação docente na área de exatas o tripé: professor dominar os

Não identifico muitas contribuições, porque a área de humanas ficou relegada e quase não houve formação continuada. Apenas algumas discussões a nível de problemas pontuais da escola. Não há uma política de formação segura e sistemática para os professores de uma maneira geral.

faço é tentar usar os métodos que ensinamos, adequando-os à realidade do aluno.

conteúdos matemáticos e isso demanda leituras e estudos, domínio de novas tecnologias (softwares, livros digitais, internet), e saber fazer a ponte entre metodologias, didática e pedagogia.

PROFESSORES DA ESCOLA B

EDUCADOR 4 EDUCADOR 5 EDUCADOR 6

IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA

É de muita importância porque na formação continuada são discutidas questões que norteiam a dinâmica do Ensino Médio e hoje nós temos que dar conta de preparar os estudantes para o Enem, Prova Brasil e o SAEPE.

Acho importantíssima a formação continuada, mas infelizmente, não temos uma sequência, uma constância nas formações. Tiveram algumas sobre Direitos Humanos, onde discutimos o Caderno de Direitos Humanos, mas os nossos encontros são mais discussões de ordem e disciplina ou problemas comportamentais de alunos. A formação é importante porque seria um acompanhamento sempre do fazer do professor. Deveria ser algo bem organizado com estudos sérios sobre a realidade da escola e da aprendizagem dos alunos.

PERCEPÇÃO SOBRE AS FORMAÇÕES QUE OCORRERAM EM 2011-2014

Na minha área, não aconteceram muitas formações, apenas alguns encontros sobre Direitos humanos e Educação ambiental e aconteceu com mais ênfase foi o Sismédio que discutiu várias questões sobre o universo do ensino médio.

Não me lembro de muitas formações especificamente. Sei que ocorreram algumas reuniões para os professores de Matemática e de Língua Portuguesa e pra gente, pouca coisa houve.

Participei de umas reuniões sobre o ensino de EJA e sobre trabalhar com sequências didáticas, projetos. Geralmente, no início do ano letivo vamos todos para GRE e lá tem uma palestra de abertura. Na escola participei do Sismédio.

SUGESTÕES DE TEMÁTICAS PARA FORMAÇÃO CONTINUADA NO ENSINO MÉDIO

Gostaria que discutissem sobre a juventude, questões éticas, cultura e construção de projetos para serem trabalhados por toda escola.

Seria interessante trazerem para a formação continuada a discussão sobre a história, a geografia, sociologia e filosofia. Acho que está faltando isso nas nossas escolas. Temas que todos possam refletir sobre a vida e as relações humanas.

Acho que seria bom que trabalhássemos metodologias próprias para o ensino médio, próximas das questões do Enem. Os alunos saem muito despreparados ainda.

CONTRIBUIÇÃO DAS FORMAÇÕES CONTINUADAS PARA O EXERCÍCIO DA DOCÊNCIA NO ENSINO MÉDIO

Acredito que o professor nunca para de aprender e de buscar outros caminhos que ajudem na sua prática pedagógica. A formação continuada é uma das formas de continuar caminhando na construção de

A formação continuada contribui para que nós, professores tenhamos mais um pouco de tempo, infelizmente, para estudarmos. A nossa jornada é árdua e diante de tantas tarefas sobra

Como as formações continuadas, hoje em dia, visam o aluno ter bom resultado e nós professores temos que nos virar nos trinta para que eles passem. A formação continuada deixa

novos conhecimentos. pouquíssimo tempo para fazer algum curso. Na formação oferecida pela rede estadual, penso que é um momento ímpar para estudarmos e aprendermos.

muito a desejar para o professor que é um ser humano pensante. Deveria sim, investir mais nos professores com bons cursos. Ai sim, a educação melhoria.

Fonte: Elaborado pela autora (2015)

Algumas reflexões a partir das falas dos professores:

Percebemos nas considerações dos professores algumas aproximações e também algumas desarticulações entre elas:

Importância da Formação Continuada – visão de formação como preparação

para exames e avaliações externas, no entanto, outros professores apresentam uma concepção de formação continuada para uma perspectiva de formação humana, próxima de valores éticos e permanentes, ou seja, em alguns momentos a formação é percebida realmente com a finalidade de aproximar para o foco da preparação dos professores em alcançar as metas e em outros momentos, outros sujeitos criticam esse modelo defendendo uma formação como reflexão da prática, análise entre teoria e prática e que esta deve ser constante (permanente). Freire (2013, p. 16) faz uma reflexão sobre a questão da formação quando diz: “É nesse sentido que reinsisto em que formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas...”. Muitos professores criticam esse tipo modelo de formação voltado para preparar os professores em torno das avaliações externas e se indignam diante do que está posto. São aqueles e aquelas que como Freire (2013, p.16) se colocam como ele na certeza de acreditar que “Em tempo algum pude ser um observador ‘acinzentadamente’ imparcial, o que, porém, jamais me afastou de uma posição rigorosamente ética.

Percepção dos professores sobre as Formações Continuadas da rede estadual de Pernambuco no período 2011-2014

Percebemos na fala dos professores, principalmente, daqueles que não ministram os componentes curriculares que não são cobrados pelas avaliações externas, uma insatisfação. Há um entendimento de que houveram poucas iniciativas de formação e as que aconteceram não foram significativas. Para alguns professores, as discussões realizadas na escola são importantes e fazem diferença, uma vez que acreditam ser um momento de troca de experiências.

O ponto chave da formação, para alguns, percebemos que é a categoria freireana

reflexão. Onde podemos pensar uma reflexão sobre a prática a partir da consciência de que

somos seres em constantes mudanças e, portanto, sempre inacabáveis, e é por isso, que aprendemos constantemente. Essa é uma das premissas à formação permanente com base freireana.

A formação é chamada de continuada numa busca de construção de saberes próprios da prática docente, num entanto, no caso de Pernambuco, a formação não está sendo colocada como uma política de formação continuada, mas como uma política de valorização das matrizes e referenciais das avaliações em Língua Portuguesa e Matemática.

E os docentes vêm sentindo a necessidade de uma formação mais ampla e de valorização do humano. Freire (2013, p. 46) nos fala que:

A formação continuada precisa ser garantida como momento de reflexão e unidade entre teoria e prática para que, no exercício da profissão docente, haja a relação entre ensino e pesquisa. O professor não ser apenas um mero reprodutor e sim um intelectual que pensa e analisa a sua prática em constante movimento.

É interessante o que observamos na fala dos professores, pois quase todos sugeriram temáticas com foco nas áreas de humanas como: filosofia, sociologia, história e geografia. Também, apresentaram propostas para se trabalhar com questões éticas, culturais e reflexão sobre os acontecimentos da sociedade, além da busca pela conscientização.

Esses professores partem de uma visão voltada para o campo da formação humana integral, analisando as questões atuais da juventude e da escola em suas especificidades. Diferentemente, das propostas de competição e individualismo tão presentes nas empresas privadas e que hoje estão adentrando nas escolas pelo viés do empreendedorismo, carro chefe das escolas técnicas pernambucanas.

Nenhuma formação docente verdadeira pode fazer-se alheada, de um lado, do exercício da criticidade que implica a promoção da curiosidade ingênua à curiosidade epistemológica, do outro, sem o reconhecimento do valor das emoções, da sensibilidade, da afetividade, da intuição ou adivinhação. Conhecer não é, de fato, adivinhar, mas tem algo que ver, de vez em quando, com adivinhar, com intuir. O importante, não resta dúvida, é não pararmos satisfeitos ao nível das intuições, mas submetê-las à análise metodicamente rigorosa de nossa curiosidade epistemológica.

Percebemos, então, uma conscientização, por parte da maioria dos professores, pois refletem sobre o seu fazer e sobre os problemas atuais. Sobre a conscientização podemos nos embasar no que afirma Freire (2013, p. 54):

Com essas considerações, embasadas numa reflexão crítica, os professores não se identificam e não se sentem contemplados com as formações atuais propostas pela rede estadual de Pernambuco, focadas apenas nos resultados, numa lógica mercadológica, ou seja, a educação é a mercadoria que está sendo banalizada diante de uma necessidade de reduzi-la a conhecimentos mínimos, focados a partir de índices de desempenho das avaliações. Então, a avaliação em si, passa a ser o mais importante.

Contribuições das formações continuadas para o exercício da docência no Ensino Médio

Para analisar esse eixo, temos muitos elementos das falas dos professores que impulsionam uma reflexão sobre as formações continuadas no contexto de Pernambuco. Observamos em alguns trechos, que a formação foi uma oportunidade de aprendizagem, dentre os poucos momentos para estudo. Nesse ponto, há uma avaliação positiva do pressuposto da oferta, no entanto, a maioria dos professores, das outras áreas que não são de Matemática e de Língua portuguesa, pensam que as formações foram insuficientes e insatisfatórias, do ponto de vista da oferta e da qualidade. Porém, esses mesmos sujeitos que analisam negativamente o que lhes foi ofertado como formação continuada, compreendem a necessidade das formações para o exercício da docência no ensino médio.

Apontam, ainda, a falta de uma política de formação continuada de forma sistemática e da falta de investimento nos professores através de cursos que sejam oferecidos pela rede estadual.

Percebem-se com uma falta de tempo para o estudo, diante das demandas da profissão docente da educação básica, mas compreendem que o professor é um ser humano, portanto, pensante e consciente da sua existência.

[...] a conscientização é exigência humana, é um dos caminhos para a posta em prática da curiosidade epistemológica. Em lugar de estranha, a conscientização é natural ao ser que, inacabado, se sabe inacabado. A questão substantiva não está por isso no puro inacabamento ou na pura inconclusão. A inconclusão, repito, faz parte da natureza do fenômeno vital.

Podemos partir da afirmação de Freire (2013, p. 113) para analisarmos as propostas de formação empregadas sem vinculação com uma formação humana:

Percebemos os anseios por uma proposta de formação continuada mais voltada para as questões de formação do ser, tanto dos professores, como dos alunos, analisando as questões próprias das juventudes e de como interagir melhor com essa etapa do desenvolvimento humano. Numa formação presa a parâmetros padronizados de avaliação e resultados esperados dos estudantes, os professores se sentem pressionados e perdem a sua autonomia necessária ao ato de educar e de criar alternativas construídas na relação reflexão-ação-reflexão. Ao que Freire vai chamar de práxis, movimento necessário ao fazer político-pedagógico. Freire (2013, p. 113-114) ainda nos alerta quanto ao papel que as avaliações assumem no ato pedagógico:

Com a contribuição da reflexão de Freire sobre as avaliações, podemos situar o sistema educacional de Pernambuco, que vem utilizando como marca de uma modernização da gestão na educação, a gestão por resultados. Prática embasada, fortemente, em índices que são apresentados como representativos da qualidade educacional pernambucana.

Os professores, gestores e educadores de apoio, já denunciam essa prática como distante das reais necessidades presentes no fazer pedagógico de cada escola e de cada sujeito desse processo.

A desconsideração total pela formação integral do ser humano e a sua redução a puro treino fortalecem a maneira autoritária de falar de cima para baixo. Nesse caso, falar a, que na perspectiva democrática é um possível momento do falar com, nem sequer é ensaiado. A desconsideração total pela formação integral do ser humano, a sua redução a puro treino fortalecem a maneira autoritária de falar de cima para baixo, a que falta, por isso mesmo, a intenção de sua democratização no falar com.

Os sistemas de avaliação pedagógica de alunos e de professores vêm se assumindo cada vez mais com discursos verticais, de cima para baixo, mas insistindo em passar por democrático. A questão que se coloca a nós, enquanto professores e alunos críticos e amorosos da liberdade, não é, naturalmente, ficar contra a avaliação, de resto necessária, mas resistir aos métodos silenciadores com que ela vem sendo às vezes realizada. A questão que se coloca a nós é lutar em favor da compreensão e da prática da avaliação enquanto instrumento de apreciação do quefazer de sujeitos críticos a serviço, por isso mesmo, da libertação e não da domesticação. Avaliação em que se estimule o falar a como caminho do falar com.

Com os elementos coletados das falas dos profissionais sobre a formação continuada de professores para o ensino médio, pudemos elencar algumas categorias que para esses profissionais apresentam-se como fundantes, mas que ainda não estão presentes nas próprias formações oferecidas pela educação do estado de Pernambuco: (autonomia, identidade profissional, formação permanente, diálogo, projeto coletivo de escola, reflexão crítica sobre a prática, conscientização e unidade teoria-prática).

Compreendemos a partir das falas dos profissionais que não há na educação do estado de Pernambuco, nem mesmo uma formação que se diga continuada, pois percebem falta de articulação e sistemática nas formações que lhes são ofertadas.

Com base nessas categorias apresentadas como importantes pelos professores, pensamos em elaborar um esquema conceitual para representar os anseios dos profissionais entrevistados:

Figura 10- Esquema conceitual a partir da fala dos profissionais entrevistados

Percebemos que essas categorias são contraditórias em relação à proposta de formação continuada que é oferecida pela rede estadual de Pernambuco, onde os sujeitos compreendem que não há diálogo e respeito à fala e conhecimento do outro.

O governo do estado de Pernambuco apresenta formações prontas e verticalizadas, onde não são respeitadas os interesses e experiências dos profissionais da escola. Mesmo que nos documentos haja um discurso de participação, observamos apenas ações situadas em consultas esporádicas e de representatividade mínima da categoria de professores.

Os professores fazem críticas a esse modelo de formação continuada que não apresenta uma construção verdadeira da identidade profissional dos professores e de valorização dos seus conhecimentos construídos ao longo do exercício da docência.

Alegam, em suas falas, um sentimento de indignação, um exercício de conscientização do pensar e fazer, contra uma formação desvinculada de um projeto coletivo e representativo da cultura da escola.

Por fim, analisam que não se percebem profissionais autônomos, pois suas práticas, comumente, deverão estar vinculadas aos pactos e índices de desempenho dos estudantes nas avaliações externas, além de uma proposta curricular estreita, relacionada ao aumento de padrões nos componentes curriculares monitorados e avaliados externamente.

Esses profissionais ainda se encontram lutando por uma formação continuada que discuta sobre as suas experiências e o seu cotidiano escolar. Percebem que a formação docente empregada nos moldes do modelo gerencialista, jamais vai estar a serviço dos anseios dos estudantes e dos profissionais da educação, porque ela apenas se vale de resultados a serem publicizados por gestões com o intuito de legitimar uma concepção que já vem sendo utilizada e valorizada na iniciativa privada empresarial.

Sendo assim, a formação permanente, com base nos pressupostos freireanos, não se articula e não encontra espaço onde não há o diálogo, a conscientização, o respeito à diversidade, à problematização das questões cotidianas, tampouco na relação teoria-prática.