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O que são na realidade as AEC?

A Escola a Tempo Inteiro

3. O que são na realidade as AEC?

As Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC‟s) no 1º Ciclo do Ensino Básico são, há já quatro anos, uma realidade em quase todas as escolas do país4, se bem que, como reconhece o próprio Ministério da Educação, ainda em 2007/2008 havia pelo menos 10% das escolas onde o projecto não podia ser implementado. Para além de assumirem um papel preponderante ao nível do desenvolvimento precoce de competências nesta faixa etária e proporcionarem a todos os alunos, o contacto com áreas de conhecimento que nem sempre são acessíveis a todos, estas asseguram, em paralelo, o prolongamento de horário nas escolas do 1º ciclo, indo assim, e fundamentalmente, ao encontro das necessidades dos pais e encarregados de educação.

As AEC são actividades de enriquecimento curricular que têm como objectivo último complementar o currículo de cada aluno, desenvolvendo capacidades e competências geradoras de saberes diversos e enriquecedores de cada indivíduo.

A programação destas actividades, bem como o acompanhamento, supervisão pedagógica e avaliação das mesmas, competem aos professores titulares de turma.

4 Embora tenha sido perpassada pelos responsáveis pelo Ministério da Educação a ideia de que a implementação das AECs tinha sido feita em todas as escolas do país, é agora o próprio M.E, quem através do site www.min-edu.pt/, e no portal Escola a tempo Inteiro, diapositivo 1 quem afirma que "o principal obstáculo à escola a tempo inteiro tem sido o funcionamento das escolas em regime de desdobramento de horário. Em 2005, cerca de 50% das escolas não tinham condições para funcionar a

A Escola a Tempo Inteiro - Contextos Intrínsecos

FPCE-UP- Dissertação de Mestrado Página 47

Uma vez que as AEC‟s só poderão adquirir real valor formativo se realizadas não só em complemento da EEFM curricular, mas também em plena articulação com esta, é factor determinante para o sucesso de tais actividades que seja efectiva uma articulação entre o professor das AEC‟s e o professor titular no planeamento, execução e avaliação das mesmas.

Igualmente fundamental é a denominada articulação vertical, ao nível da gestão curricular. Numa perspectiva de reflexão/acção, de análise crítica das orientações programáticas, a selecção dos conteúdos, bem como as metodologias a utilizar, devem ser feitas em articulação com os professores delegados de disciplina do 2º ciclo, visando um sucesso real e efectivo

O projecto educativo do agrupamento deve assumir, com absoluta clareza, a realização das AEC‟s, perspectivando o seu desenvolvimento de forma integrada.

Cabe, pois, aos agrupamentos a definição de um plano de actividades de enriquecimento curricular que tem de incluir obrigatoriamente o Apoio ao Estudo e o Inglês, actividades de frequência facultativa mas de oferta obrigatória no 1.º ciclo, após as 15h30

A primeira, Apoio ao Estudo, com uma duração semanal não inferior a 90 minutos, destina-se a:

● Realização de trabalhos de casa

● Consolidação das aprendizagens, devendo os alunos beneficiar dos recursos existentes na escola (material didáctico e tecnológico), bem como de apoio e acompanhamento por parte dos professores do agrupamento.

No que concerne ao ensino do Inglês, pretende-se, em primeiro lugar, desenvolver uma estratégia de generalização progressiva do ensino da língua estrangeira, descentralizada, flexível e consistente, tendo em conta que o Inglês, assumindo um papel importante na promoção de igualdade de oportunidades perante o sistema educativo, é essencial para a construção de uma consciência plurilingue e pluricultural, bem como um elemento

fundamental de cidadania, enquanto desenvolvimento precoce de 5competências, no quadro da crescente mobilidade de pessoas no espaço da União Europeia.

Esta actividade tem como objectivos:

● Estimular os participantes para o uso da língua inglesa.

● Desenvolver a oralidade e a audição num ambiente didáctico e divertido, com o intuito de fazer dos alunos utilizadores competentes e confiantes da língua

● Adquirir de competências

● Fomentar o interesse pela aprendizagem deste idioma ao longo da vida

● Aumentar, em termos de futuro, a competitividade dos trabalhadores e da economia portuguesa.

Além destas duas actividades obrigatórias, o Ministério da Educação (ME) definiu ainda as normas para a generalização do ensino da Música e da actividade Física e Desportiva, que incluem as respectivas orientações programáticas e o perfil dos profissionais a afectar, bem como o tempo de duração semanal e a comparticipação financeira a atribuir por aluno.

Podem ainda ser inseridas no plano actividades que incidam nos domínios artístico, tecnológico e das tecnologias da informação e da comunicação, de ligação da escola com o meio, de solidariedade e de voluntariado e, ainda, da dimensão europeia da educação.

Estas actividades visam o desenvolvimento global das crianças, proporcionando o desenvolvimento das suas capacidades individuais, facilitando todo o processo de aprendizagem, relação e comunicação, transmitindo-lhe mais confiança, mais segurança e uma maior capacidade de intervenção nas actividades de grupo.

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FPCE-UP- Dissertação de Mestrado Página 49

Neste momento as actividades que as escolas mais disponibilizam são o Inglês, Apoio ao Estudo e Actividades Físicas e Desportivas o ensino da Música

Os documentos produzidos no sentido de orientar os programas das AEC apenas se reportam às áreas acima enunciadas e partilham como linha transversal as Competências essenciais veiculadas no Currículo Nacional do Ensino Básico. Dos três documentos podem-se destacar alguns pontos comuns:

 O contributo destas actividades para um desenvolvimento integral das crianças;

 A consideração destas actividades enquanto oportunidades para todas as crianças, reconhecendo que todas detêm capacidades para integrar as AEC, apesar de em ritmos e através de estratégias diferenciadas, reconhecendo a importância de tomar em consideração os seus interesses, os seus gostos, as suas experiências e os seus conhecimentos anteriores, e de uma forma geral, o seu envolvimento activo, inclusive na própria reflexão sobre as estratégias de aprendizagem, promovendo, deste modo, aprendizagens significativas;

 O estimulo e a valorização do conhecimento e do respeito por outras culturas (e línguas), em contraste com o conhecimento da identidade e património cultural português;

 A importância da ligação das AEC com outras áreas do saber, ainda que remetendo por vezes para a dimensão interdisciplinar e outras vezes para a dimensão transdisciplinar;

 O incentivo ao envolvimento dos pais e da comunidade educativa local (e não só), através, nomeadamente, de actividades “projecto” ou finais;

 O alargamento do campo das experiências e do quadro de referências dos alunos, através da própria diversificação das situações de aprendizagem;

 O desenvolvimento de competências como a criatividade e a imaginação, assegurando, relativamente (uns mais do que outros) a dimensão lúdica;

 A referência a uma avaliação formativa, contínua e reguladora de aprendizagens.

Aos educadores titulares de grupo e aos professores titulares de turma compete zelar pela supervisão pedagógica e acompanhamento da execução das actividades de enriquecimento curricular no 1º ciclo do ensino básico, supervisão realizada no âmbito da componente não lectiva de estabelecimento, com os objectivos:

a) Programação das actividades;

b) Acompanhamento das actividades através de reuniões com os respectivos

dinamizadores;

c) Avaliação da sua realização;

d) Realização das actividades de apoio ao estudo;

e) Reuniões com os encarregados de educação, nos termos legais

4. Leituras críticas acerca do projecto da «Escola a