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O TEXTO DESCRITIVO

No documento Língua portuguesa (páginas 50-55)

O texto descritivo é um retrato escrito que se vale de adjetivos e comparações, com a finalidade de criar uma imagem quase real de pessoas, lugares, seres ou ob- jetos. Quando desejamos fazer uma exposição circunstanciada feita pela palavra falada ou escrita recorremos à descrição.

Sendo um tipo de texto, a descrição tem a característica de auxiliar na cons- trução de textos de outra natureza que são os narrativos e os expositivos. Dessa forma podemos dizer que nunca haverá um texto puramente descritivo, exceto nos manuais e textos instrucionais, pois, a descrição está inserida em textos narrativos, expositivos e dissertativos, uma vez que, todo ser animado ou inanimado pode possuir características gerais e/ou específicas.

Normalmente a descrição funciona como pano de fundo, pois costuma de- talhar e situar a ação, os personagens no texto narrativo; comenta e justifica a argumentação, no texto dissertativo. Existem alguns tipos de textos que requerem uma descrição objetiva, com o intuito de mostrar uma imagem do objeto bastante próxima da realidade. Por isso, precisam da linguagem científica, como no caso dos textos não-literários onde a descrição é objetiva: manual de uso de aparelhos, folheto de propaganda de computador, entre outros. Um exemplo é um folheto de propaganda de computador apresentado na figura 19:

Figura 19 – Propaganda

LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO|Língua Portuguesa · 51

Um texto descritivo tem a estrutura apresentada na fi gura 20. Figura 20 – Estrutura de um texto descritivo

Fonte: Autor, adaptado por NTE, 2017

a) A descrição e o texto expositivo: uma das principais características desse texto

está no fornecer informações sobre as características da casa de alguém que usa o computador como ferramenta de seu dia, para que os leitores que não são YouTubers consigam formar uma imagem visual do que está sendo descrito. Leia os textos conforme o quadro 21, 22 e 23:

Quadro 21 – A Minha Casa de You Tuber

DESCRIÇÃO EM DESCRIÇÃO DE Texto expositivo Texto narrativo Pessoas Lugares Seres Objetos

Três passos para a descrição: 1. Introdução: o que se pretende descrever; 2. Desenvolvimento: caracterização da descrição; 3. Conclusão: finalização da caracterização. Física e Psicológica

Na minha casa de sonho, não só posso fazer vídeos como também conviver com os meus amigos e família. A minha casa não ia ser só minha, ia também partilhá-la com dois amigos meus, o Duarte F e o João M.

No primeiro andar (não, não é o rés-do-chão) haveria os meus dois quar- tos e a minha casa de banho. O meu primeiro quarto iria ter um roupeiro elétrico, com imensas t-shirts costumizadas do meu canal de YouTube, uma king size bed, uma televisão Samsung curved tv e um sítio para eu carregar o meu telemóvel e o meu tablet sem ter de usar fi chas.

O meu quarto de jogar e de editar vídeos teria uma secretária curva no canto do quarto, com um ecran triplo, umas colunas para ouvir música enquanto edito vídeos, uma PS4, uma Wiiu, um computador de jogos, um computador de pesquisa, um computador com um disco rígido gigante, um servidor e um programa de edição de vídeos.

Fonte: EduBlogs. Disponível em: http://cadescrita.edublogs.org/category/escrita/texto- -descritivo/

Esse tipo de descrição, com recurso expositivo, aparece sempre que desejamos apresentar algo que imaginamos ser conhecido dos nossos leitores. Dessa forma, a função da descrição é informar sobre as características do que está sendo apre- sentado. Veja o próximo texto conforme apresentado pelo quadro 22:

Quadro 22 – O lugar e o tempo

Podemos observar nesse texto que o autor faz no primeiro parágrafo, um comentário de modo geral, mas que no segundo parágrafo faz referência ao lugar de uma forma global (janelas, portas...) enquanto que no terceiro traz um detalhamento ao leitor (móveis), para somente no fi nal falar da atmosfera do lugar descrito.

b) A descrição e o texto narrativo: quando o autor escreve uma narrativa natural-

mente ele vincula a ela traços descritivos, presentes nos personagens, no lugar e no cenário. A descrição, por sua vez, faz parte da narrativa da história e é incluída a ela sem percepção do leitor. Observe o texto a seguir conforme o quadro 23:

Ao entrar na sala daquele casarão antigo, tem-se, de início, uma desagra- dável sensação de abandono e de uma certa tristeza.

As paredes, já quase sem cor devido à ação do tempo, as duas janelas fe- chadas, com suas venezianas carcomidas, situadas na parede oposta à porta, também velha, davam a quem lá chegava a impressão de estar adentrando um museu abandonado. O chão já sem brilho e o teto no qual havia um lus- tre luxuoso, mas empoeirado e com poucas lâmpadas em funcionamento, confi rmavam a impressão inicial. Sentia-se também no ar o odor dos tapetes embolorados.

Da porta, avistavam–se logo à frente alguns móveis em estilo colonial, muito antigos, mas belíssimos – verdadeiras raridades. No centro da sala, uma mesa de cor marrom sobre um tapete persa de rara beleza. Mais perto da porta, uma poltrona revestida por um tecido amarelo fl orido e, como os outros móveis, empoeirada. Nas paredes, quadros de paisagens e retratos da- queles que algum dia habitaram o que deveria ter sido uma casa esplendorosa. Em toda a sala parava uma atmosfera de desolação, de decadência, de enve- lhecimento, que causavam em quem a contemplava uma sensação de nostalgia. Fonte: Blog da Redação. Disponível em: http://oblogderedacao.blogspot.com.br/2012/07/ descricao-iii.html

LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO|Língua Portuguesa · 53

Ao entrar na sala daquele casarão antigo, tem-se, de início, uma desagradável sensação de abandono e de uma certa tristeza.

As paredes, já quase sem cor devido à ação do tempo, as duas janelas fe- chadas, com suas venezianas carcomidas, situadas na parede oposta à porta, também velha, davam a quem lá chegava a impressão de estar adentrando um museu abandonado. O chão já sem brilho e o teto no qual havia um lus- tre luxuoso, mas empoeirado e com poucas lâmpadas em funcionamento, confi rmavam a impressão inicial. Sentia-se também no ar o odor dos tapetes embolorados.

Da porta, avistavam-se logo à frente alguns móveis em estilo colonial, muito antigos, mas belíssimos - verdadeiras raridades. No centro da sala, uma mesa de cor marrom sobre um tapete persa de rara beleza. Mais perto da porta, uma poltrona revestida por um tecido amarelo fl orido e, como os outros móveis, empoeirada. Nas paredes, quadros de paisagens e retratos daqueles que algum dia habitaram o que deveria ter sido uma casa esplendorosa.

Em toda a sala pairava uma atmosfera de desolação, de decadência, de envelhecimento, que causavam em quem a contemplava uma sensação de nostalgia.

Fonte: Blog Piquiri. Disponível em: https://piquiri.blogspot.com.br/2007/02/descrio-de-am- bientes_03.html

Considerações finais do capítulo

Nesta unidade, procuramos organizar uma análise de textos narrativos, expositivos e descritivos, com o intuito de mostrar as particularidades existentes em cada um, para que nessa análise todos vocês pudessem se sentir imersos nas diversidades e intenções explícitas e implícitas das três tipologias textuais abordadas na unidade. Procuramos expor as possibilidades de compreensão existentes em cada uma das tipologias, uma vez que a sociedade está centrada na compreensão e análise escrita de textos e acaba por exigir de cada um o domínio crescente da linguagem. Apresentamos, em cada tipologia, diversos textos que nos permitiram distingui- -los, compreender a mensagem presente em cada estilo e nos forneceu subsídios

necessários para elaborarmos esquemas mentais de sentido.

Na unidade que segue, serão abordados outros estilos textuais que se relacionam entre si, mas que possuem significado de sentido diferente, devido ao contexto de criação.

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TIPOS DE TEXTO: JORNALÍSTICO,

No documento Língua portuguesa (páginas 50-55)