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A história é uma metonímia

OBJETIVO DO ESCRITOR

Romance de denúncia- um alerta- um indício de que era preciso cuidar das

crianças do Brasil, que havia meninos abandonados, a própria sorte, que não existia trapiche, só na Bahia-Salvador, mas também em outras cidades havia Pedros, Professores,Joões, Doras- criaturas do mundo e suas dificuldades.

Jorge Amado não registra uma história de violência apenas. Impõe ao leitor uma reflexão.O Brasil que ele registra pulsa. Os meninos capitães existem em outros meninos de ruas nas grandes cidades brasileiras e nos mais longinquos recantos do país:esquecidos, espancados, aleijados, formam um batalhão de seres que não cobram providências para se transformarem em pintores, líderes, humanos, como quaisquer outras criaturas do país.Mostra as brutais diferenças de classe e a má distribuição de renda e os efeitos da a marginalidade-sistema social perverso. Como eram vistos esses menores abandonados? Pseudo-reportagens mostravam- nos como menores abandonados marginalizados que aterrorizavam Salvador.Dessa forma, Jorge Amado narra de forma realista, e descreve o cotidiano de um grupo de menores que para arranjar dinheiro se marginalizam. O romance supervaloriza a humanidade das crianças e ironiza a ganância e o egoísmo das classes dominantes.Ainda no final do romance encontramos os destinos marginalizados de alguns e a sorte de outros, tais como: Sem Perna se mata antes de ser capturado pela polícia, Gato- torna-se malandro de verdade;

Volta Seca torna-se cangaceiro, mata mais de 60 soldados e ao se entregar se

suicida. Professor vai para o Rio de Janeiro ser pintor; Pirulito vira frade; Padre

José Pedro consegue sua paróquia; João Grande se torna marinheiro; Querido de Deus um grande capoeirista, mas não perde as traquinas de malandro. Dora,

personagem do bando que trouxe carinho feminino (papel de mãe e irmã para alguns),ama Pedro Bala e graças a ela que sua vida muda totalmente, pois ao descobrir o amor, que não é só violência, e sim uma entrega afetiva ao próximo) Dora morre com muita febre depois de se entregar a Pedro Bala, que se lembrará dela como uma estrela- momento poético do romance.

Pedro Bala cada vez mais fascinado com as histórias de seu pai sindicalista, deixa de ser líder do bando e passa a ser líder revolucionário comunista.Na época o

comunismo é considerado algo bom.

Tempo - A obra apresenta tempo cronológico demarcado pelos dias, meses, anos e

horas conforme exemplificam os fragmentos: "É aqui também que mora o chefe dos Capitães da Areia, Pedro Bala. Desde cedo foi chamado assim, desde seus 5 anos. Hoje tem 15 anos. Há dez anos que vagabundeia nas ruas da Bahia." O tempo psicológico correspondente às lembranças e recordações constantes na narrativa.No final do romance, as marcas da temporalidade se avolumam. “Depois de terminada a greve” “Anos depois” “ E no dia em que ele fugiu...”

Foco Narrativo

A obra Capitães da Areia é narrada na terceira pessoa,onisciente- sendo o autor, Jorge Amado, também narrador expectador. Ele se comporta, durante todo o desenvolvimento do tema, de maneira indiferente, criando e narrando os acontecimentos sem se envolver diretamente com eles. Capta a intensidade dramática daqueles que habitam o trapiche. A obra Capitães é poética, pois há

transbordamento pela descrição.Descreve com muita luz, som e cor cada acontecimento, cada aspecto de viver dos meninos.

Espaço-

Espaço aberto- cidade onde os meninos estão em todas as partes- conhecem

todos os becos , ruas, morros:

Espaço Fechado- o trapiche- armazém abandonado próximo ao cais.( hoje o

Museu da Arte Moderna em Salvador)

As recorrências temáticas-

Romance típico da literatura urbana- interesse de mostrar o conjunto, a comunidade, o coletivo. Pedro Bala é só um herói- menino. Ele crescerá, tomará vulto e lidará grevista, assim como o pai. O mais gritante é o confronto entre as classes sociais: meninos infratores de um lado e os poderosos de outro (Polícia, Reformatório,Orfanato, Igreja Católica convencional)

A Estrutura do romance-

O livro é dividido em três partes. Antes delas o Prefácio “Cartas Á Redação”-

Artigo inicial denunciador, publicado no Jornal da Tarde de Salvador( não são cartas verdadeiras, mas um pretexto para o início do romance)”Capitães da Areia, que infestam a cidade invadiram á casa do Comendador José Ferreira, apunhalaram o jardineiro e roubaram quantia e um relógio”. Várias cartas são enviadas á redação e se fecha com manchetes elogiosa ao reformatório.” O Reformatório Baiano é uma grande família”.

Em suma, uma sequência de reportagens e depoimentos, explicando que os Capitães da Areia é um grupo de menores abandonados e marginalizados, que aterrorizam Salvador. Os únicos que se relacionam com eles são Padre José Pedro e uma mãe-de-santo, Don'Aninha. O Reformatório é um antro de crueldades, e a polícia os caça como adultos antes de se tornarem um.

A primeira parte em si, "Sob a lua, num velho trapiche abandonado" conta algumas histórias quase independentes sobre alguns dos principais Capitães da Areia (o grupo chegava a quase cem, morando num trapiche abandonado, mas tinha líderes). Pedro Bala, o líder, tinha uma cicatriz no rosto, uma espécie de pai para os garotos, mesmo sendo tão jovem quanto os outros, que depois descobre ser filho de um líder sindical morto durante uma greve; Volta Seca, afilhado de Lampião, que tem ódio das autoridades e o desejo de se tornar cangaceiro;

Professor, que lê e desenha vorazmente, sendo muito talentoso; Gato, que com

seu jeito malandro acaba conquistando uma prostituta, Dalva; Sem- Pernas, o garoto coxo que serve de espião se fingindo de órfão desamparado (e numa das casas que vai é bem acolhido, mas trai a família ainda assim, mesmo sem querer fazê-lo de verdade); João Grande, o "negro bom" como diz Pedro Bala, segundo em comando; Querido- de- Deus, um capoeirista amigo do grupo, que dá

algumas aulas de capoeira para Pedro Bala, João Grande e Gato; e Pirulito, que tem grande fervor religioso.

O apogeu da primeira parte é dividido em quando os meninos se envolvem com

um carrossel mambembe que chegou à cidade, e exercendo sua meninez; e

quando a varíola ataca a cidade, matando um deles, mesmo com Padre José Pedro tentando ajudá-los e se indo contra a lei por isso. Ainda, A aventura de Ogun- Mãe de santo procura os meninos para pedir ajuda que em uma batida da polícia em seu terreiro, os policiais levaram seu santo do altar. Pedro Bala dá um jeito de armar um assalto e ir até a delegacia, é obrigado a ir à sala de detenção e lá coloca o santo debaixo da camisa e o devolve a mãe de santo. Encontramos outra parte

Deus sorri como um negrinho- Pirulito fora a grande conquista de Padre José

Pedro. Quando Bala assumiu os meninos acabou com o sexualismo entre eles, não porque condenasse, mas segundo o padre aquilo era coisa indigna num homem.Pirulito desde que ouvira falar de Deus não praticara mais a violência, nem brigas, mas um dia roubou uma imagem do menino Jesus e a Virgem Maria e correu para o trapiche com Ele encostado ao peito, tal como tinha feito João Grande quando o encontrara na rua e o levava para o armazém..Sua morrera de ataque fulminante no meio da rua e ele com apenas uns meses é levado por João Grande e o D Aninha cuidou dele. Em Família- Sem Pernas simula ser pobre órfão e entra na casa de Dr Raul e D. Ester que perderam o filho único,Augusto, que morrera bem pequeno.Acolhe-o como um filho, levam-no ao cinema, tomam sorvete.Pela 1ª vez tem sensação de família.Dr. Raul viajou e os capitães entram na casa e fazem um rapa.Ele não quis o resultado do furto e chora....Ainda, outro fato importante é

Alastrina, que é o mesmo que varíola (bexiga negra). O 1º a pegar varíola foi

Almiro.Sem Pernas desesperado manda-o embora para que não pegasse nos demais.Resolve entregar Almiro á mãe, uma pobre lavadeira amigada com um agricultor.Almiro morre no lazareto(estabelecimento para controle sanitário).

A segunda parte, "Noite da Grande Paz, da Grande Paz dos teus olhos", surge uma história de amor quando a menina Dora torna-se a primeira "Capitã da Areia", e mesmo que inicialmente os garotos tentem tomá-la á força, ela se torna como mãe e irmã para todos. Filha do bexiguento- Estevão e Margarida morrem no lazareto de recaída do alastrim. Deixa dois órfãos: Dora de 13 para 14 anos e Zé Fuinha com seis anos. Perambulavam pela cidade e foram achados por João Grande e pelo Professor e levados para o trapiche. Dora, mãe- Dora se integra ao grupo e passa a exerce as funções de mãe dos meninos.Professor e Pedro Bala se apaixonam Dora e ela se apaixona por Pedro Bala.Dora, irmã e noiva-Veste calças compridas e se junta ao bando e começa a mostrar serviço.Professor a olhava sempr4e com olhos doces.Reformatório—durante um assalto a uma casa a polícia prende Pedro,Dora e João Grande,Sem Pernas e Gato e estes não revelam nada sobre o bando. Pedro Bala foi levado ao Reformatório e Dora para o orfanato.Sem Pernas assume o bando até Pedro voltar.Sem Pernas manda uma corda a Pedro e este foge do reformatório. Orfanato- Dora ficou um mês no orfanato.Professor, João Grande Gato e Pedro buscam-na e ela ainda está com febre.Noite de

grande- Don Aninha faz uma prece para a febre desaparecer,mas não adianta. Ela

é olhada por todos como mãe , irmã, noiva e amada pelo Professor.Dora, esposa –A febre continua.Dora diz a Pedro Bala que menstruou no orfanato e agora pode ser dele.Eles se amam pela primeira vez na praia e ela morre, marcando o começo do fim para os principais membros do grupo.

A terceira parte "Canção da Bahia, Canção da Liberdade"-Vocações- Professor olha o trapiche como uma moldura sem quadro. vai nos mostrando a desintegração dos líderes.O destino de cada um, como já foi comentado acima Tudo estava vazio.Professor se despede para estudar no Rio.Promete que um dia irá retratar a vida dos meninos: as desigualdades sociais,as barbaridades que fazem contra a pobreza.Pirulito parou de furtar e foi vender jornais e carregar bagagens de viajantes. O Padre José Pedro é chamado pelo arcebispo e ganha sua paróquia e traz Pirulito para estudar.Mais tarde será o Irmão Francisco da Sagrada Família. Canção de amor da Vitalina – Havia na cidade uma solteirona, Joana, rica, feia e nervosa.Tinha 45 anos.Sem Pernas se aproxima dela e diz que é órfão.Ela necessitada de sexo quer brincar um pouco com o menino, mas não cede a ele.Ele com raiva rouba-lhe as jóias e cai fora.Mas mal sabe ela que Sem Pernas a desejou de verdade. Como um trapezista de circo- Pedro Bala, João Grande e Barandão disparam numa corrida e se livram da prisão, no assalto a casa Rui Barbosa.Mas o Sem Pernas corre de um lado para outro , desesperado e se joga de costas no espaço do elevador, como se fosse um trapezista de circo. Terminava assim a vida de quem escolheu a liberdade á prisão .Neste momento, o narrador entra na intimidade da personagem e capta seus pensamentos mais intensos “...nuca fora amado pelo que era, menino abandonado, aleijado e triste.Os ataques ressoam

como clarins de guerra- Acontece uma greve e quando termina o estudante

Alberto continua a freqüentar o trapiche .Gato reaparece bem vestido.Dalva ficou em Ilhéus amigada com um coronel.Pedro Bala passa o comando para Barandão e vai cumprir o destino que seu pai deixou pela metade.Uma pátria e uma família- Pedro Bala, militante,político,proletário está sendo perseguido pela polícia de cinco estados como organizador de greve, dirigente de partidos dos ilegais e perigoso inimigo da ordem estabelecida. Ao ser preso e levado para uma colônia, recebia dos lares pobres o apoio para continuar a luta.

Personagens

Personagens:

Pedro Bala: Negro, mais alto e mais forte do bando. Cabelo crespo e baixo,

músculos rígidos, tem 13 anos. Seu pai, um carroceiro gigantesco, morreu atropelado por um caminhão, quando tentava desviar o cavalo para um lado da rua. Após a morte de seu pai, João Grande não voltou mais ao morro onde morava, pois estava atraído pela cidade da Bahia. Cidade essa que era negra, religiosa, quase tão misteriosa como o verde mar. Com nove anos entrou no Capitães da areia. Época em que o Caboclo ainda era o chefe. Cedo, se fez um dos chefes do grupo e nunca deixou de ser convidado para as reuniões que os maiorais faziam para organizar os furtos. Ele não era chamado para as reuniões porque ele era inteligente e sabia planejar os furtos, mas porque ele era temido, devido a sua força muscular. Se fosse para pensar, até lhe doía a cabeça e os olhos ardiam. Os olhos ardiam também quando viam alguém machucando menores.Então seus músculos ficavam duros e ele estava disposto a qualquer briga. Ele era uma pessoa boa e forte, por isso, quando chegava pequenino cheio de receio para o grupo, ele era escolhido o protetor deles. O chefe dos capitães da areia era amigo de João Grande não por sua força, mas porque Pedro o achava muito bom, até melhor que eles. João Grande aprende capoeira com o Querido-de-Deus junto com Pedro Bala e

Gato. João Grande tem um grande pé, fuma e bebe cachaça. João Grande não sabe ler. João Grande era chamado de Grande pelo professor, admirava o professor. O professor achava João Grande um negro macho de verdade. Dora: Morreu de uma febre muito forte, depois de se tornar esposa de Pedro Bala*. Morreu como uma santa, pois havia sido boa. *Para ele, virara uma estrela. Sem-Pernas: Morrera, jogando-se de um penhasco (elevador), depois de muito correr fugindo da polícia após um roubo. Ele preferira morrer a se entregar.

Professor: Com seu dom de pintar, fora ao "Rio de Janeiro" tentar sucesso. Lá

com os quadros dos Capitães da Areia ficou famoso.

Boa-Vida: Era mais um malandro da cidade, que fazia sambas e cantava pelas

ruas, nas calçadas, nos bares, a "vagabundar".

Querido-de-Deus: Ensinava os meninos a lutar capoeira. Todos no trapiche o

admiravam. Era pescador.

Dalva: Era uma mulher de uns trinta e cinco anos, o corpo forte, rosto cheio de

sensualidade. Gato a desejou imediatamente.

Pirulito: Garoto magro e muito alto, olhos encovados e fundos. Tinha Hábito de

rezar.

Volta-Seca: Mulato sertanejo. Viera da caatinga. Tinha como ídolo o cangaceiro

Lampião.era afilhado deste.

O Gato: Candidato a malandro do bando, era elegante, gostava de se vestir bem.

Tinha um caso com a prostituta, Dalva, que lhe dava dinheiro, por isso, muitas vezes, não dormia no trapiche. Só aparecia ao amanhecer, quando saía com os

outros, para as aventuras do dia.

João-de-Adão: Estivador, negro fortíssimo e antigo grevista, era igualmente

temido e amado em toda a estiva. Através dele, Pedro Bala soube de seu pai. Enredo

Tendo como cenário as ruas e as areias das praias de Salvador, Capitães da Areia trata da vida de crianças sem família que viviam em um velho armazém abandonado no cais do porto. Os motivos que as uniram eram os mais variados: ficaram órfãs, foram abandonadas, ou fugiram dos abusos e maus tratos recebidos

em casa.

Aproximadamente quarenta meninos de todas as cores, entre nove e dezesseis anos, dormiam nas ruínas do velho trapiche. Tinham como líder Pedro Bala, rapaz de quinze anos, loiro, com uma cicatriz no rosto. Generoso e valente, há dez anos vagabundeava pelas ruas de Salvador, conhecendo cada palmo da cidade. Durante o dia, maltrapilhos, sujos e esfomeados, mostravam-se para a sociedade, perambulando pelas ruas, fumando pontas de cigarro, mendigando comida ou praticando pequenos furtos para poder comer. Esse contato precoce com a dura realidade da vida adulta fazia com que se tornassem agressivos e desbocados. Além desses pequenos expedientes, os Capitães da Areia praticavam roubos maiores, o que os tornou conhecidos, temidos e procurados pela polícia, que estava em busca do esconderijo e do chefe dos capitães. Esses meninos se pegos, seriam enviados para o Reformatório de Menores, visto pela sociedade como um estabelecimento modelar para a criança em processo de regeneração, com trabalho, comida ótima e direito a lazer. No entanto, esta não era a opinião dos menores infratores. Sabendo que lá estariam sujeitos a todos os tipos de castigo, preferiam as agruras das ruas e da areia à essa falsa instituição. Um dia, Salvador foi assolada pela epidemia de varíola. Como os pobres não tinham acesso à vacina, muitos morriam, isolados no lazareto. Almiro, o primeiro capitão a ser infectado, ali morreu. Já Boa-Vida teve outra sorte; saiu de lá, andando. Dora e o irmão, Zequinha, perderam os pais durante a epidemia. Ao saber que eram filhos de bexiguentos, o povo fechava-lhes a porta na cara. Não tendo onde ficar, os dois acabaram no trapiche, levados por João Grande e o Professor.

A confusão, causada pela presença de Dora no armazém, foi contornada por Pedro. Os meninos aceitaram-na no grupo e, depois de algum tempo, vestida como um deles, participava de todas as atividades e roubos do bando. Pedro Bala considerava Dora mais que uma irmã; era sua noiva. Ele que não sabia o que era amor, viu-se apaixonado; o que sentia era diferente dos encontros amorosos com

as negrinhas ou prostitutas no areal.

Quando roubavam um palacete de um ricaço na ladeira de São Bento, foram presos. Parte do grupo conseguiu fugir da delegacia, graças à intervenção de Bala que acabou sendo levado para o Reformatório. Ali sofreu muito, mas conseguiu fugir. Em liberdade, preparou-se para libertar Dora. Um mês no Reformatório feminino foi o suficiente para acabar com a alegria e saúde da menina que, ardendo

em febre, se encontrava na enfermaria.

Após renderem a irmã, Pedro, Professor e Volta-Seca fugiram, levando Dora consigo. Infelizmente, não resistindo, ela morreu na manhã seguinte. Don'aninha embrulhou-a em uma toalha de renda branca e Querido-de-Deus levou-a em seu saveiro, jogando-a em alto mar. Pedro Bala, inconsolável e muito triste, chorou com todos a ausência de Dora. Alguns anos se passaram e o destino de cada um do grupo foi tomando rumo. Graças ao apoio de um poeta, o Professor foi para o Rio, e já estava expondo seus quadros. Pirulito, que já não roubava mais, entrara para uma ordem religiosa. Sem-Pernas morreu, quando fugia da polícia. Volta-Seca estava fazendo o que sempre tinha sonhado; aliou-se ao bando de seu padrinho, Lampião, tornando-se um terrível matador de polícia. Gato, perfeito gigolô e vigarista, estava em Ilhéus, trapaceando coronéis. Boa-Vida, tocador de violão e armador de bagunças, pouco aparecia no trapiche. João Grande embarcou como

marinheiro, num navio de carga do Lloyd.

Após o auxílio na greve dos condutores de bonde, o bando Capitães da Areia de Pedro Bala, tornou-se uma "brigada de choque", intervindo em comício, greves e em lutas de classes. Assim como Pirulito, Bala havia encontrado sua vocação. Passando a chefia do bando para Barandão, seguiu para Aracaju, onde iria organizar outra brigada. Anos depois, Pedro Bala, conhecido organizador de greves e perigoso inimigo da ordem estabelecida, é perseguido pela polícia de cinco estados.

Os Capitães da Areia são heróicos, "Robin Hood"s que tiram dos ricos e guardam para si (os pobres). O Comunismo é mostrado como algo bom. No geral, as preocupações sociais dominam, mas os problemas existenciais dos garotos os transforma em personagens únicos e corajosos.

IMPORTANTE....

Capitães da Areia-Jorge Amado

Ficção e realidade

Em 1980, o cineasta Hector Babenco também se inclinou sobre o tema do menor abandonado e realizou o filme Pixote, a lei dos mais fracos.

Entretanto, se a temática á a mesma, no filme ela é elaborada de forma diferente da de Jorge Amado em Capitães de areia. O enredo pode ser resumido da seguinte maneira: o retrato nu e cru da vida de menores abandonados que fogem

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