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Objetivos

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1.4.1 Geral

Analisar as relações entre inteligência emocional, capital psicológico e percepção de suporte organizacional em gestores da área de saúde.

1.4.1.1 Específicos

1. Descrever, analisar, interpretar e discutir os escores médios da inteligência emocional;

2. Descrever, analisar, interpretar e discutir os escores médios do capital psicológico; 3. Descrever, analisar, interpretar e discutir os escores médios da percepção de suporte organizacional;

4. Apresentar, interpretar e discutir os índices de correlação entre os escores médios de inteligência emocional, capital psicológico e percepção do suporte organizacional.

2 MÉTODO

O presente estudo pode ser considerado uma pesquisa de natureza transversal, com abordagem quantitativa (HAIR et al., 2005), visto que as variáveis do estudo foram medidas no nível intervalar (SIEGEL, 2006). Nesta seção será descrito o método utilizado na pesquisa, considerando: participantes, instrumentos e procedimentos, aspectos éticos e técnicas de análise de dados.

2.1 Participantes

Participaram deste estudo 123 profissionais com formação na área de saúde e que ocupavam posição como gestor em empresas do segmento de saúde, pública ou privada, escolhidos por conveniência e que após convite para o processo, aceitaram participar dando aceite no Termo de Consentimento Livre e Esclarecida (TCLE), conforme Resolução CNS 196/ 96.

Dos 123 profissionais que participaram do estudo, respondendo ao questionário integralmente, 84 eram do sexo feminino (61,3%). A idade variou entre 24 e 74 anos, com uma média de 38 anos (DP= 10,28). O nível de escolaridade encontrado com maior frequência foi a especialização, com 62,6%, seguido de mestrado com 15,4%, lembrando que ter nível superior na área de saúde era um pré-requisito da amostra. Entre estes profissionais, 88,6% atuavam em empresas privadas, sendo que o tempo médio de atuação em posição de gestão foi de 6,90 anos (DP=6,16) (Tabela 1).

2.2 Instrumento e Procedimentos

No intuito de ampliar o acesso aos profissionais de saúde, foco desta estudo, foi utilizada a ferramenta de pesquisa via web Survey Monkey (mundialmente aplicada para pesquisas institucionais, acadêmicas, corporativas etc). O sistema foi customizado e tanto o TCLE ( termo de consentimento livre e esclarecido) quanto as escalas (MIE, ECP EPSO) foram configurados para serem aplicados eletrônicamente.

Tabela 1: Dados dos participantes (n=123)

Variáveis Níveis f % Média Desvio

Padrão Sexo Masculino 39 31,7 Feminino 84 61,3 Idade de 24 a 35 anos 57 46,7 38,94 10,28 de 36 a 46 anos 35 28,6 de 47 a 55 anos 21 17,2 de 56 a 74 anos 9 7,5 Escolaridade Superior 20 16,3 Especialização 77 62,6 Mestrado 19 15,4 Doutorado 6 4,9 Tipo de Empresa Pública 13 10,6 Privada 109 88,6 Tempo como Gestor de 1 a 9 anos 90 73,10 6,90 6,16 de 10 a 19 anos 30 24,3 de 21 a 40 anos 3 2,4

Na sequência, iniciou-se o trabalho de recrutamento através da rede de contatos profissionais do pesquisador, nas redes sociais voltadas a negócios (Linkedin) e até mesmo da rede social Facebook. Segue texto literal divulgado no recrutamento:

Estou em fase de coleta de dados para minha pesquisa de mestrado e o público é bem específico. O processo é online e o foco são profissionais com formação na área de saúde ( médico, enfermeiro, biólogo, biomédico, famarcêutico etc) e que ocupem posição de gestão, em qualquer nível, em empresas do segmento saúde.

Os gestores cujo perfil atendia aos critérios estipulados e que se disponibilizaram a participar, foram informados via correio eletrônico (e-mail) dos objetivos do estudo, sua finalidade acadêmica, aspectos éticos e quais os procedimentos empregados. Ao confirmarem sua participação, receberam o acesso a pesquisa através do link eletrônico (https://pt.surveymonkey.com/s/saudeEsboriol2012.) no site www.surveymonkey.com.

Os convites, contatos para apresentação do projeto de pesquisa e orientação para participação envolveram em torno de 210 mensagens eletrônicas com profissionais que não somente se disponibilizaram a participar, respondendo ao questionário, mas também contribuíram para divulgação da pesquisa para outros cujo perfil fosse adequado ao processo.

A área de atuação dos participantes centrou-se no segmento saúde em empresas diversas, como: Operadoras de Saúde, Indústria Farmacêutica, Laboratórios de Pesquisa, Universidades, Hospitais, Cooperativas de Trabalho Médico, Clínicas, Orgãos Públicos como Secretaria da Saúde etc.

A primeira tela disponível no sistema apresentou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido onde aqueles que optaram em participar registraram o seu aceite. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e seu respectivo aceite, foram registrados no sistema e vinculados ao IP (internet protocol) do participante, cuja identidade foi preservada. O aceite no TCLE era requisito básico para acesso a próxima etapa da pesquisa, não sendo permitido aqueles que não aceitaram continuar no processo.

Nas telas sequênciais o participante teve acesso as escalas utilizadas neste estudo, onde bastava ele selecionar a resposta escolhida e confirmar para continuar no processo até concluir o questionário auto-aplicável, contendo as seguintes medidas validadas pela comunidade científica:

 Medida de Inteligência Emocional (MIE) – Escala elaborada e validada por Siqueira et al (1999), que avalia cinco habilidades da inteligência emocional através de 59 itens assim distribuídos:

 Autoconsciência - 10 itens, a =0,74, que descrevem ações introspectivas, de reconhecer, avaliar, refletir, nomear e identificar sentimentos. Exemplo de item: ¨Avalio meus sentimentos para compreender o que estou sentindo ¨;  Automotivação –12 itens, a =0,82, que avaliam a facilidade de elaborar planos

para a própria vida, de modo a criar, acreditar, planejar, persistir e manter situações propícias para a concretização de metas futuras e manter-se otimista frente ao futuro. Exemplo de item: ¨Elaboro com entusiasmo um projeto pessoal ¨;  Autocontrole- 10 itens, a =0,84, que verificam a facilidade de administrar os

próprios sentimentos, impulsos, pensamentos e comportamentos. Exemplo de item: ¨Controlo os sentimentos que me perturbam ¨;

 Empatia -14 itens, a =0,87, se refere a facilidade de identificar sentimentos, desejos, intenções, problemas, motivos e interesses dos outros, através da leitura e compreensão dos comportamentos verbais e não verbais. Exemplo de item ¨ Reconheço quando uma pessoa está com problemas¨;

 Sociabilidade – 13 itens, a =0,82, descreve a facilidade de iniciar e preservar amizades, de ser aceito pelas pessoas, de valorizar as relações sociais, de adaptar-se a situações novas, liderar, coordenar e orientar as ações de outras pessoas. Exemplo de item: ¨Converso animadamente com um desconhecido”.

 Escala de Capital Psicológico (ECP) – Essa escala foi construída e validada por Luthans e Avalio (2007) e adaptada para o Brasil por Siqueira, Martins, Souza, Lima, Agapito (2011). A medida contém 12 itens em sua versão reduzida com índice de precisão de 0,83 e respondida em uma escala de cinco pontos (1 = discordo totalmente; 5 = concordo totalmente). Exemplo de item: ¨ Consigo pensar em muitas

formas para alcançar as metas do meu trabalho atual ¨.

 Escala de Percepção de Suporte Organizacional (EPSO) – Esta medida foi originalmente desenvolvida por Eisenberger, Huntington, Hutchison e Sowa (1986) e adaptada e validade para o meio brasileiro por Siqueira (1995). A versão unifatorial reduzida desta escala contém 6 itens. As respostas serão dadas numa escala de 7 pontos: 1= discordo totalmente, 2=discordo moderadamente, 3= discordo levemente, 4= nem concordo nem discordo, 5= concordo levemente, 6= concordo moderadamente e 7= concordo totalmente com um índice de precisão de alpha de Cronbach de 0,86. Exemplo de item ¨Essa empresa realmente preocupa-se com meu bem-estar¨.

 Dados complementares - Ao final do questionário eletrônico após a última afirmativa das escalas, foram acrescentadas algumas questões que objetivaram caracterizar o perfil dos participantes. Estes dados contemplavam itens como: sexo, idade, escolaridade, tipo de empresa (pública ou privada) e tempo na posição como gestor em saúde.

2.3 Aspectos éticos

Esta pesquisa foi submetida ao Sistema Nacional de Ética em Pesquisa (SISNEP), Plataforma Brasil, via internet, no site do Ministério da Saúde. Também foi submetido ao CEP – Comissão de Ética em Pesquisa da UMESP – Universidade Metodista de São Paulo que analisou e aprovou o projeto atendendo ao que determina a legislação vigente e obteve o Parecer Consubstanciado para pesquisa proposta conforme pode ser observado no Anexo C.

2.4 Análise de Dados

Os dados foram analisados por meio do SPSS - Statistical Package for the Social Sciences, em sua versão 19.0, tendo como norteadores para sua execução os objetivos específicos do estudo. As análises incluíram a aplicação de técnicas de estatísticas descritivas, calculando-se médias, desvios padrão, frequências, percentuais, teste de diferença entre médias (teste t de Student) e coeficientes de correlação (r de Pearson) entre variáveis inteligência emocional, capital psicológico e percepção de suporte organizacional.

Uma síntese dos objetivos, hipóteses e técnicas de análises de dados pode ser encontrada no Quadro 13.

Quadro 13: Resumo da análise de dados

Objetivos Técnica de Análise

Descrever, analisar, interpretar e discutir os escores

médios da inteligência emocional; teste t de Student Descrever, analisar, interpretar e discutir os escores

médios do capital psicológico; teste t de Student Descrever, analisar, interpretar e discutir os escores

médios da percepção de suporte organizacional. teste t de Student Apresentar, interpretar e discutir os índices de correlação

entre os escores médios de inteligência emocional,

capital psicológico e percepção do suporte organizacional.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados foram organizados da seguinte forma: primeiro foram apresentados, interpretados e discutidos os escores médios (médias, desvios padrão), os testes de diferença entre médias (t de Student) das dimensões de inteligência emocional, de capital psicológico e de percepção de suporte organizacional e os índices de precisão (α de Cronbach) das medidas. Na sequência foram apresentados os coeficientes de correlação (r de Pearson) entre essas variáveis.

3.1 Análises Descritivas

As médias, desvios padrão, frequências e percentuais foram calculados para todas as variáveis. A aplicação do teste t foi utilizada para verificar se os escores médios de cada variável sob análise se distanciavam significativamente do ponto médio das suas respectivas escalas de resposta contidas nas medidas.

Segundo Dancey e Reidy (2006), o teste t foi criado por William Sealey Gosset em 1908 que o denominou t de Student e é utilizado quando há duas variáveis e se pretende avaliar se existe uma diferença significativa entre as médias das variáveis. Segundo os mesmos autores, uma vez que o valor t for calculado, será possível saber a probablidade de que este valor fosse encontrado por acaso e confirmar, ou não, a hipótese.

A Tabela 2 contém as médias, desvios – padrão, valores das escalas e teste t das variáveis contidas neste estudo.

As análises decorrentes dos resultados demonstrados na Tabela 2, serão apresentadas a seguir em relação aos objetivos e hipótese deste estudo, conforme descrito no Quadro 13, resumo da análise de dados.

Tabela 2: Médias, desvios-padrão e valores das escalas de inteligência emocional, capital psicológico e percepção de suporte organizacional (n=123).

*p<0,05 **p<0,01

As cinco dimensões de inteligência emocional tiveram seus escores médios variando num intervalo de 1 a 4, sem ponto médio o que impediu as análise de comparação de cada escore com este ponto. Observa-se que o maior escore foi o de autoconsciência (média=3,13; DP=0,41). É possível interpretá-lo como a existência de um nível alto condizente a muitas vezes em que o profissional de saúde tem a capacidade de reconhecer e, ao mesmo tempo classificar os próprios sentimentos e em muitas ocasiões manter um estado de atenção ao que sente internamente, sendo, por exemplo capaz de identificar e reconhecer sentimentos de alegria e tristeza, bem como de lidar com suas contrariedades.

O resultado da dimensão sociabilidade (média=2,78; DP=0,35), que obteve a menor média entre as cinco dimensões, indica que os profissionais de saúde poucas vezes compreendem as reações e os sentimentos das outras pessoas e encontram dificuldades em participar de trabalhos de equipe e negociar soluções, quando em situações de conflitos. Os escores apresentados denotam que estes profissionais poucas vezes, ao estar com pessoas novas ao seu convívio social, são capazes de se sentir bem ou deixar a outra pessoa à vontade perto dele.

O escore médio de capital psicológico, que varia num intervalo de 1 a 5 (média= 3,92;DP= 0,53), foi significativamente superior ao ponto médio da escala de resposta (valor = 3; t= 18,95; p<0,01). Tal resultado sugere que os profissionais de

Variáveis Médias Desvio

Padrão Valores da Escala Valores de t Inteligência Emocional Sociabilidade 2,78 0,35 1 a 4 Automotivação 3,04 0,39 1 a 4 Autocontrole 2,86 0,41 1 a 4 Autoconsciência 3,13 0,41 1 a 4 Empatia 2,94 0,25 1 a 4 Capital Psicológico 3,92 0,53 1 a 5 18,95**

saúde apresentam um estado psicológico positivo em relação ao seu trabalho, sentindo-se seguros ao representar sua área de trabalho em reuniões com seus superiores (autoeficácia) e otimista sobre seu futuro profissional (otimismo). Também conseguem aceitar com calma as coisas estressantes do trabalho (resiliência) e superar dificuldades, por já tê-las superado em outras ocasiões (esperança).

O escore médio de percepção de suporte organizacional, que varia num intervalo de 1 a 7 (média= 4,45; DP = 1,51), foi significativamente superior ao ponto médio 4 da escala de respostas (t= 3,33; p<0,01). Em sua relação com a organização, pode-se supor que os participantes sentem que seus esforços são reconhecidos e retribuidos; que existe uma preocupação com seu bem-estar e que caso necessite de apoio obterá resposta positiva

A importância das dimensões relativas a inteligência emocional na vida profissional, vem sendo analisada frequentemente desde os anos 90, sabe-se que a presença de altos escores em IE está correlacionada a melhores relacionamentos no ambiente de trabalho, bem como a melhores avaliações individuais de desempenho (SALOVEY; MAYER, 2008). Neste aspecto, os resultados referentes a inteligência emocional dos profissionais de saúde, sugerem que apesar da presença de habilidades relacionadas à autoconsciência possibilitarem ao profissional melhor relacionamento com os próprios sentimentos, existe uma dificuldade relacionada às demais dimensões que interferem no relacionamento com as outras pessoas, representadas em sociabilidade, empatia e autocontrole.

No entanto, os escores médios para capital psicológico que representam os recursos psicológicos do indivíduo voltados para o mundo do trabalho, ao contrário de inteligência emocional que representa os recursos voltados para a vida pessoal, descrevem o profissional de saúde como confiante em si mesmo para resolver problemas do seu dia a dia e participar produtivamente do processo de gestão. Este resultado é consonante com as conclusões de Luthans, Youssef e Rawsky ( 2011), que relacionam capital psicológico a melhores condições na resolução de problemas e até na capacidade de inovar.

Siqueira e Martins (2012) consideram capital psicológico importante na contribuição para o atingimento dos resultados da organização.Desta forma pode-se

afirmar que os profissionais de saúde tendem a apresentar recursos no tocante a ações que promovem resultados para a empresa, apesar das suas dificuldades nas relações com o outro, o que poderia ser um indicador dos precedentes que o levaram a uma posição de gestão.

Linch, Eisenberger e Armeli (1999) relacionam a capacidade de empreender desempenho extra a percepção de suporte organizacional e consideram que o trabalhador se dedica com mais afinco na medida em que se sente valorizado e apoiado pela organização, de acordo com os resultados apresentados os profissionais de saúde possuem uma percepção positiva do suporte que a organização oferece a eles, confiam que a empresa os ajudará quando necessário, implementará ações que promovam seu bem-estar e melhorias nas condições de trabalho. Esta relação de confiança resulta em melhor desempenho e comprometimento com as metas estabelecidas, fatores fundamentais para profissionais em posição de gestão.

Das 3 variáveis deste estudo, percepção de suporte organizacional foi a que apresentou o maior escore, como pode ser observado nas correlações adiante.

3.2 Correlações

O r de Pearson também foi calculado para verificar os coeficientes de correlação entre as variáveis do estudo. O referido teste mostra a força e a direção do relacionamento linear entre duas variáveis (PALLANT, 2007) e os resultados se encontram na Tabela 3. Estão também indicados nessa Tabela os valores de alfa de Cronbach entre parênteses na diagonal. Tais valores informam o quão uma medida psicológica pode ser considerada precisa. Como pode ser observado, as três medidas apresentaram valores superiores a 0,70, podendo ser consideradas precisas conforme preconizado por Nunnally Jr. (1970), uma referência clássica em psicometria.

Tabela 3: Índices de correlação ( r de Pearson) entre inteligência emocional, capital psicológico e

percepção de suporte organizacional (n=123).

*p<0,05 **p<0,01

Para desenvolver as interpretações pertinentes aos resultados fornecidos pelas correlações (r de Pearson), foram adotados os critérios de interpretação propostos por Bisquerra, Sarriera e Martinez (2004, p. 147), assim estruturados: r = 1, correlação perfeita; 0,80 < r < 1, correlação muito alta; 0,60 < r < 0,80, correlação alta; 0,40 < r < 0,60, correlação moderada; 0,20 < r < 0,40, correlação baixa; 0 < r < 0,20, correlação muito baixa e r = 0 correlação nula. São utilizadas as mesmas interpretações para coeficientes negativos.

Os índices de correlação (r de Pearson) contidos na Tabela 3 entre as variáveis inteligência emocional, capital psicológico e percepção de suporte organizacional demonstram relação significativa (p< 0,01). Os resultados variaram, no que se refere a força das correlações, entre r = 0,21 e r = 0,52, sendo que o maior índice de correlação encontrado foi entre capital psicológico e percepção de suporte organizacional (r = 0,52; p<0,01) e o menor entre autocontrole (IE) e percepção de suporte organizacional (r = 0,21; p<0,01)

Das dimensões de inteligência emocional, sociabilidade apresenta correlação positiva, significativa e baixa com capital psicológico (r = 0,30; p<0,01) e com percepção de suporte organizacional (r = 0,25; p<0,01).

Variáveis 6. Psycap 7. PSO

1.Sociabilidade 0,30** 0,25** 2.Automotivação 0,48** 0,28** 3.Autocontrole 0,24** 0,10 4.Autoconsciência 0,34** 0,21* 5.Empatia 0,12 0,13 6.Capital Psicológico - 0,52**

Automotivação possui correlação positiva, significativa e moderada com capital psicológico (r= 0,48; p<0,01) e correlação positiva, significativa e baixa com percepção de suporte organizacional (r = 0,28; p<0,01). Existe correlação positiva, significativa e baixa entre a variável autocontrole e capital psicológico (r = 0,24; p<0,01).

A correlação entre autoconsciência e capital psicológico foi positiva significativa e baixa (r = 0,34; p<0,01), assim como com a variável percepção de suporte organizacional (r = 0,21; p<0,05). Encontra-se correlação positiva, significativa e moderada entre capital psicológico e percepção de suporte organizacional ( r = 0,52; p<0,01).

Esta constatação implica em afirmar que quanto mais o indivíduo possui autoconsciência, autocontrole, automotivação e sociabilidade (dimensões da inteligência emocional), maior será o nível de seu capital psicológico (autoeficácia, esperança, otimismo e resiliência). Também pode-se afirmar que quanto mais ele apresentar as dimensões de sociablidade, automotivação e autoconsciência, maior será sua percepção do suporte que a organização oferece. Verificou-se ainda que quanto maior o capital psicológico do profissional maior percepção do suporte organizacional ele possui. Por se tratar de resultados de correlações, as interpretações acima apresentadas podem também ser interpretadas na direção inversa.

Na pesquisa bibliográfica realizada não foram identificados estudos anteriores que correlacionassem as presentes variáveis. No entanto, parece evidente, tendo por base os resultados do presente estudo, que pessoas inteligentes emocionalmente e com capital psicológico elevado tendem também a perceber o quanto a organização valoriza suas contribuições e se preocupa com seu bem-estar. Como se trata de resultados de correlação, o reverso também tende a ser verdadeiro.

CONCLUSÕES

Os objetivos específicos deste estudo foram todos atingidos visto que foram descritos, interpretados e discutidos os escores médios de inteligência emocional, capital psicológico e percepção de suporte organizacional, bem como os índices de correlação entre as três variáveis.

Esta pesquisa, embora tenha apresentado resultados restritos a uma investigação quantitativa de escopo descritivo, apresenta para o campo da Psicologia da Saúde uma contribuição de caráter inédito, uma vez que não foi encontrado na revisão da literatura nenhum trabalho anterior que relacionasse os temas aqui investigados. Porém, a sua maior relevância é a oferta de compreensão dos aspectos psicológicos presentes entre os profissionais de saúde em posição de gestão.

Neste sentido, ficou evidenciado que estes profissionais possuem em maior evidência a habilidade da inteligência emocional de autoconciencia, ou seja, são mais hábeis em analisar os seu próprios sentimentos. Por outro lado apresentam limitações na disponibilidade e no estabelecimento das relações pessoais (sociabilidade) tão relevantes no processo de gestão, quer seja pela exigência de relacionar-se com os membros de equipe, quanto com parceiros de negócio.

Se inteligência emocional, que fornece recursos para a vida do indivíduo, não foi um aspecto que se destacou no profissional de saúde, as dimensões relativas a capital psicológico, voltadas para o desempenho no trabalho, demonstraram que este profissional é confiante na sua capacidade de contribuição com os objetivos da empresa, bem como de superar os possíveis obstáculos inerentes a sua atividade laboral. Soma-se a seu capital psicológico a percepção de suporte que a organização possa lhe oferecer, quando necessitar de apoio para sentir-se bem e realizar suas tarefas.

Os profissionais de saúde que ocupam posição de gestão nas empresas do segmento saúde, possuem ferramentas que os habilita no dia a dia da organização voltadas para o atingimento de metas e padrões de desempenho técnico, mas ainda precisam de desenvolvimento nos aspectos comportamentais, especialmente no que tange à relação com o outro.

Como gestores, no papel de líderes das suas equipes, é fundamental que saibam relaciona-ser nos mais diversos níveis, estando preparados, por exemplo para estabelecer de forma agradável contato com pessoas novas, além de serem capazes

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