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CAPÍTULO II – ESTUDO EMPÍRICO

2- Processo de Intervenção

2.1 Objetivos e Plano de Intervenção

O programa da disciplina de Área de Expressões do Curso de Técnico de Apoio Psicossocial foi concebido de modo a que os alunos desenvolvam competências sociais como a criatividade, a autonomia, a capacidade de negociação, entre outras. Por esses motivos, o programa propõe que se adotem metodologias diversificadas, entre as quais, o trabalho de projeto quer como forma de trabalhar as competências específicas das suas unidades modulares, quer como forma de criar pontes com outras disciplinas, nomeadamente com a disciplina de Animação Sociocultural. Citando os autores

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“A pedagogia de projecto que a área de expressões preconiza procura atribuir novos papéis aos educandos com uma grande autonomia uma vez que lhes é dada a oportunidade de conduzir o seu próprio processo de aprendizagem contando com o apoio dos orientadores” (Silva, Roque & Vieira, 2008, p. 2).

Na mesma linha de pensamento, acrescentam ainda os autores:

“os professores da área de expressões passam a ser guias e orientadores num contexto onde se valoriza a troca de experiências e partilha de saberes, enriquecendo as possibilidades de concretização de projectos com dinamismo e propondo momentos de paragem e reflexão para ajudar a estabelecer a unidade e procura de continuidade.” (Silva, Roque & Vieira, 2008, p. 2).

Para a resolução deste problema organizou-se um projeto de intervenção no qual se procurou articular o processo criativo com o método de resolução de roblemas através do trabalho de projeto, na criação de um projeto de Educação Artística.

2.1.1 Objetivos da Intervenção

De acordo com o programa da disciplina, a educação e a formação profissionais indicam o “amadurecimento dos alunos”, tentando promover ao longo do curso o “seu desenvolvimento pessoal e social”, que se traduz no desenvolvimento das seguintes competências:

 “Demonstrar a descoberta de si próprio a nível psicológico, nas suas potencialidades e limitações, e especificadamente na sua capacidade empática;

 Aprender o domínio de si próprio, privilegiando uma atuação ponderada e uma atitude de autocrítica permanente;

 Fomentar a adaptação às diferenças inter-individuais, situacionais e socioculturais;

 Disponibilizar a criatividade ao serviço da resolução de problemas e da tomada de decisão;

 Consolidar competências de comunicação e de relacionamento interpessoal;

 Demonstrar curiosidade científica e interesse pelos problemas, valores e património cultural da humanidade;

 Aprender a ser, desenvolvendo a sua autonomia, auto estima e confiança;

 Aprender a fazer, promovendo a sua criatividade e perseverança;

 Saber agir com método, aprendendo a planificar de forma organizada;

 Saber analisar as situações de forma crítica;

 Saber integrar-se em diferentes contextos, interagindo com diferentes grupos alvo;

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Ao analisarmos o perfil de desempenho proposto pela Direção Geral de Formação Vocacional e as competências preconizadas pelo programa da disciplina, verificamos que a criatividade é uma característica fundamental para que os jovens, ao terminarem o seu curso, consigam dar resposta às várias solicitações com que se vão deparar.

Neste sentido, com base nas questões já formuladas e nos objetivos do projeto referidos na introdução, os objetivos específicos da intervenção são:

1. Promover o desenvolvimento da Criatividade. 2. Promover o desenvolvimento da Autonomia. 3. Promover a integração das áreas:

a) Expressão Plástica; b) Cenografia;

c) Cinema.

2.1.2 Plano de Intervenção

Numa primeira fase foi pedido à Direção da Escola, aos alunos envolvidos ou aos encarregados de educação, no caso dos alunos menores de idade, o seu consentimento informado, garantido o anonimato e a confidencialidade dos dados fornecidos.

De seguida, e porque trabalhamos em codocência com o professor da Área de Expressão Dramática, estabelecemos uma abordagem junto deste professor, no sentido de apresentar o projeto de investigação a ser desenvolvido, procurando a sua disponibilidade e colaboração. O docente manifestou de imediato a sua total disponibilidade e interesse em participar, tendo sido acordado o modo de abordar as diferentes aprendizagens.

Como já referimos, o programa da disciplina defende o modelo interdisciplinar na área de expressões (dramática, corporal, musical e plástica), pelo que todas as planificações foram efetuadas em conjunto com o professor da Área de Expressão Dramática.

Procedeu-se à planificação da intervenção a efetuar.

Selecionámos e planificámos os exercícios de agilização do pensamento criativo a desenvolver, com base nos seguintes critérios:

- Utilização de técnicas diversificadas de desenvolvimento do potencial criativo; - Utilização de técnicas que possam ser utilizadas em diferentes contextos e não apenas em sala de aula;

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- Utilização de técnicas com diferentes graus de dificuldade.

Quisemos, desta forma, possibilitar aos nossos alunos, o uso de algumas técnicas e experiências que lhes proporcionassem novas situações de aprendizagem, tal como defende Martins (2009):

“a criatividade é uma característica pessoal que nasce de uma nova combinação de situações de aprendizagem. A criatividade desempenha assim um papel importante devendo ser exercitada e desenvolvida” (p. 226).

Da análise realizada à entrevista de grupo, concluímos que os alunos, maioritariamente, preferiam que o tempo de duração de cada módulo fosse maior, levando isso em linha de conta e porque pretendemos “criar as condições propícias ao desenvolvimento da criatividade” (Martins, 2004, p. 306), propusemos aos alunos a realização de um só projeto que abarcasse as aprendizagens preconizadas nos módulos ainda em falta.

Planificámos os módulos por lecionar tendo, portando, por base a análise do programa e os desejos manifestados pelos alunos, procurando criar neles, em simultâneo, um sentimento de corresponsabilização e autonomia.

Em seguida encontram-se os planos da intervenção pedagógica referentes, respetivamente, ao desenvolvimento do potencial criativo e ao desenvolvimento do projeto propriamente dito.

No próximo quadro apresentam-se objetivos, atividades, formas de avaliação e recursos materiais para a intervenção pedagógica relativa ao desenvolvimento do potencial criativo.

Quadro 4 - Plano da Intervenção Pedagógica (desenvolvimento da criatividade)

Objetivos Atividades Formas de

avaliação Recursos/ Materiais - Desenvolver a criatividade através da agilização do pensamento criativo.

• Apresentação de um PowerPoint sobre Criatividade:

- Conceito;

- Processo Criativo;

- Técnicas de agilização do pensamento criativo. • Debate sobre o tema.

• Realização de exercícios de agilização do pensamento criativo:

- Flexibilidade “Ensinar o que é um piano a uma criança extraterrestre”;

- Palavras Indutoras “Improvisação de textos a partir de palavras”;

- Mapa Mental “História a partir do tema «3 PS5»

Observação dos alunos em contexto de sala de aula (grelhas de observação - anexo 9). Apresentação dos trabalhos, (grelhas de registo anexo 10). Análise dos exercícios PowerPoint sobre Criatividade. Alguns materiais disponíveis em sala de aula de auxílio à concretizaçã o dos projetos.

56 alterando o tempo e o espaço”. • Apresentação oral dos trabalhos.

- Brainstorming “Criação e dramatização de uma história a partir do tema «Sete»”.

realizados pelos alunos (grelhas de avaliação (anexo 11).

No quadro seguinte apresentam-se objetivos, atividades, formas de avaliação e recursos materiais para a intervenção pedagógica relativa ao desenvolvimento do projeto propriamente dito.

Este projeto abarca os objetivos contemplados no programa dos módulos por lecionar: módulo nº 11 – Projeto de Animação, módulo nº 13 – Projeto de Intervenção e módulo nº 15 – Projeto de Animação de Rua. Ainda que os nomes dos módulos possam pressupor a existência de um projeto para cada um deles, os alunos decidiram criar um só projeto, como já referido.

Quadro 5 - Plano da Intervenção Pedagógica (criação de um projeto de Educação Artística)

Objetivos Atividades Avaliação Recursos/

Materiais  Colaborar na criação de projetos inovadores e multidisciplinares  Colaborar na Criação e produção de um espetáculo.  Recriar formas de comunicação.

 Aplicar técnicas em arte ligadas ao aspeto criativo no processo de planificação da atividade pedagógica.  Revelar criatividade.  Construir cenários, adereços e figurinos.  Reconhecer o valor da expressão plástica nas artes.

 Caracterizar o conceito de improvisação.

 Revelar autonomia na execução dos trabalhos

Realização, em grande grupo, de um

Brainstorming.

Discussão das ideias para construção de um projeto.

Trabalho de projeto. Criação da estrutura de todo o projeto e

distribuição dos alunos por grupos de trabalho. Criação do projeto individual de cada grupo de acordo com os temas selecionados.

Realização de cenários, adereços e figurinos de acordo com o projeto.

Observação dos alunos em contexto de sala de aula (grelhas de observação) . Grelhas de avaliação do trabalho final: - análise da produção dos alunos; - análise da forma de apresentação dos trabalhos. Papel de cenário Lápis, borracha, etc. Tecidos; Tintas; Papéis decorativos; Revistas; Cartões; Cola; Materiais diversos. Alguns materiais disponíveis em sala de aula de auxílio à concretização dos projetos. Máquina fotográfica e de filmar.