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4.1 LISTA DE VERIFICAÇÃO

4.1.3 Obra C

A terceira obra analisada encontrava-se no dia da visita, na fase de execução da concretagem da laje. Como as demais obras analisadas, o primeiro requisito exigido pela NR 18, o qual é em relação a comunicação prévia à DRT não foi realizado.

As condições encontradas no canteiro em relação às áreas de vivência são inexistentes. Como na primeira obra, não há instalações sanitárias, vestiários, e um local adequado para as refeições dos trabalhadores, neste último item, como nas obras analisadas anteriormente, no momento em que os trabalhadores param suas atividades para realizar um lanche, o local utilizado é dentro da própria obra ou em frente ao depósito, sentados sobre tijolos ou outro material que execute as mesmas funções.

Em relação ao item da lista de verificação sobre o fornecimento de água potável para os trabalhadores em bebedouros, este item não estava aplicado no canteiro, mas ocorre o fornecimento de água para o consumo em uma térmica, a qual ficava armazenada no depósito, sendo que todos os dias em que ocorre atividades na obra, esta térmica é levada por algum funcionário encarregado.

Para as atividades em carpintaria, somente alguns itens eram cumpridos no canteiro. Apenas dois trabalhadores possuíam conhecimento para realizar os serviços com a serra circular, sendo estes o mestre de obras e um pedreiro. A serra circular não possui a carcaça do motor aterrada, e também não havia um local próprio para os serviços de carpintaria, não possuindo assim um piso nivelado e resistente, contrariando algumas disposições contidas na NR 18, como a necessidade de ser aterrada eletricamente a carcaça do motor (BRASIL, 2018). Em relação à coifa protetora do disco e cutelo divisor, a serra circular utilizada na obra

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possuía estes dois itens, mas não possuía um coletor de serragem. O disco utilizado na serra circular apresentava-se em boas condições para o trabalho, não possuindo assim dentes quebrados, trincas ou empenamentos. Não havia uma placa de sinalização de segurança junto a serra circular que indicasse os EPI necessários para a execução da atividade.

Como ocorre na primeira obra analisada, o local utilizado para os serviços de corte e dobra de aço era em uma bancada fixada no fechamento de madeira do depósito, não possuindo uma cobertura para proteção dos trabalhadores, nem piso nivelado, como é possível de observar na Figura 19.

Figura 19 - Local destinado aos serviços de dobra do aço

Fonte: Autoria Própria (2019)

A Figura 19 mostra o local utilizado pelos trabalhadores para realizar a dobra do aço para montagem das armaduras. No local havia apenas duas superfícies para realizar a dobra, os demais materiais utilizados na obra acabavam sendo depositados no espaço de circulação dos serviços de dobragem do aço, como as treliças utilizadas na laje e ao lado do depósito o local destinado a armazenagem das tábuas de madeira.

Esse local não estava em conformidade com a NR 18, pois a norma determina que o local onde ocorra esse tipo de atividade deve possuir uma cobertura que proteja os trabalhadores tanto das intempéries como a queda de algum material, ter lâmpadas para a iluminação e estas devem estar protegidas, para que não ocorra o impacto de algum material ou durante o manuseio dos vergalhões (BRASIL, 2018).

A obra não apresentava rampas para a transposição de níveis, porém estas não eram necessárias devido a mesma não ter desníveis em relação ao terreno. Já quando analisado a escada de mão, esta se encontrava em precária situação, contrariando a maior parte os princípios de segurança exigidos pela norma. A madeira que segundo a NR 18 (BRASIL, 2018) não deve ter nós e rachaduras, e se apresentar em boa qualidade, na escada em questão, não se encontrava em boas condições, conforme Figura 20. Além de possuir uma grande variação do espaçamento entre os degraus.

Figura 20 - Escada de mão

Fonte: Autoria Própria (2019)

Analisando a Figura 20, além da madeira utilizada não ser de boa qualidade, a escada não ultrapassava em 1,00 m o pavimento superior, os espaçamentos entre os degraus não eram uniformes, algumas distâncias eram superiores a 30 cm, que é o máximo permitido pela norma (BRASIL, 2018), e outras eram menores que 25 cm. Outro erro encontrado na escada de mão, é que esta possuía emendas para poder alcançar a altura necessária para vencer o vão, o que apresenta um grave risco para ocorrer um acidente, pois essas emendas podem se romper no momento da passagem de um trabalhador, levado-o à queda. A escada se encontrava ainda simplesmente apoiada na estrutura, descumprindo outro requisito da norma, e representando mais um risco para os trabalhadores, pois a escada por estar

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simplesmente apoiada na estrutura e não ultrapassar em 1,00 m a laje, pode escorregar e levar à queda algum trabalhador.

Outro item que estava ausente no canteiro era a proteção contra quedas de altura. No dia da visita estava sendo executada concretagem da laje, um serviço que gera riscos de queda aos trabalhadores por estarem trabalhando em altura, e não havia nenhum guarda corpo na periferia da laje, conforme a Figura 21. As aberturas existentes na laje não possuiam fechamento provisório, nem contavam com guarda corpo.

Figura 21 - Trabalho em altura

Fonte: Autoria Própria (2019)

Ainda como no caso da Obra A, além de não haver uma proteção coletiva para impedir a queda dos trabalhadores, os mesmos não estavam usando EPI, observando a Figura 21, é possível perceber que os trabalhadores não utilizam luvas, capacetes, ou qualquer outro EPI.

Em relação ao uso de EPI, nenhum dos trabalhadores, no dia da visita, estava utilizando qualquer equipamento além da botina. Sendo assim não ocorreu neste canteiro a aplicação dos itens referentes ao uso do EPI estabelecidos pela norma. Representando a total falta de cuidado dos trabalhadores com a própria segurança.

As máquinas e equipamentos que eram utilizados na obra somente eram operados por trabalhadores que possuíam conhecimento em relação ao manuseio e funcionamento do equipamento, e todas as partes móveis dos motores, transmissões ou partes perigosas estavam protegidas.

Em relação ao armazenamento e a estocagem dos materiais, os insumos que não devem ser armazenados em áreas externas estavam armazenados dentro do

depósito, a madeira possuía um local próprio para o armazenamento, como observado na Figura 19, cumprindo assim alguns requisitos da NR 18. Já os tijolos estavam sobre palets. A pedra britada e a areia estavam depositadas diretamente no solo do terreno ou no calçamento, e não em um piso que não permita que o material fique em contato direto com o solo, como determina a NR 18 (BRASIL, 2018).

No canteiro de obras não havia um extintor de incêndio nem trabalhadores treinados para o combate ao fogo, não atendendo assim outra exigência da NR 18, a qual determina a obrigatoriedade de se ter medidas eficazes para a prevenção e o combate de incêndios no canteiro de obras, também deve existir no canteiro, pessoas treinadas para o correto manuseio do extintor para o primeiro combate ao fogo. (BRASIL, 2018).

Não existia neste canteiro de obras a preocupação com sinalização de segurança, a qual tem por objetivo segundo a NR 18 (BRASIL, 2018), alertar quanto ao risco de queda e a obrigatoriedade da utilização dos EPI, advertir quanto aos perigos de acionamento ou contato acidental das partes móveis dos equipamentos. Também não havia tapumes isolando a obra.

Em relação a ordem e limpeza do canteiro de obras, todos os insumos utilizados para a construção da residência se encontravam em frente ao canteiro, e os materiais estavam misturados com partes de entulhos. Essa localização acabava dificultando a saída dos trabalhadores em caso de emergência, conforme a Figura 22.

Figura 22 - Organização e limpeza do canteiro

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Apesar de parte dos entulhos estarem junto com os mateirais, a grande parte destes possuía um local especifico para serem depositados, em sacos, para posterior destinação adequada, conforme Figura 23.

Figura 23 - Armazenamento dos entulhos

Fonte: Autoria Própria (2019)

O saco com os entulhos estava localizado juntamente com os demais materias que eram utilizados na obra, como é possível perceber na Figura 23.

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