• Nenhum resultado encontrado

1 ELUCIDAÇÕES ACERCA DOS SUJEITOS PESQUISADOS E CENÁRIO

3.2 OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE

Outra técnica de coleta de dados bastante utilizada nesta pesquisa foi a observação participante. A observação participante é uma técnica de investigação social em que o observador partilha, na medida em que as circunstâncias o

permitam, as atividades, as ocasiões, os interesses e os afetos de um grupo de pessoas ou de uma comunidade.

Trata-se de uma técnica de levantamento de informações que pressupõe convívio, compartilhamento de uma base comum de comunicação e intercâmbio de experiências entre o pesquisador, os sujeitos observados e o contexto dinâmico de relações no qual os sujeitos vivem e que é por todos construído e re-construído a cada momento.

A observação participante supõe a interação entre pesquisador e pesquisado. As informações que o pesquisador obtém e as respostas que são dadas às suas indagações, dependerão, ao final das contas, do seu comportamento e das relações que desenvolve com o grupo estudado. (VALLADARES, 2007).

A técnica possibilita graus diversos de integração no grupo observado e de sistematização dos procedimentos de recolha de informação, de acordo com os objetivos que o investigador estabelece para a investigação, e adequa-se particularmente a fenômenos ou grupos de reduzida dimensão, pouco conhecidos e/ou pouco visíveis, como é o caso, por exemplo, de atividades que uma sociedade define como ilícitas e às quais dificilmente se poderia aceder de outro modo

Para Gil (2005), a observação participante tem sua aplicação associada a uma postura comprometida com a conscientização popular. De acordo com o autor, este tipo de pesquisa vem sendo cada vez mais valorizado por educadores ambientais que veem a necessidade de propostas alternativas da sociedade para solucionar os problemas ambientais.

Assim, utilizamos esta técnica para acompanhar, de maneira individual e/ou coletiva, os 20 sujeitos da pesquisa no ano de 2015, seguindo os pressupostos da pesquisa colaborativa. A observação foi realizada ao menos uma vez por mês, in

loco e seguindo protocolo pré- estabelecido no Apêndice D.

3.3 RELATÓRIOS DE ATIVIDADES E FICHAS DE ACOMPANHAMENTO DAS AÇÕES DOS DOCENTES

Além dos “saberes” e “dizeres” indicados nas entrevistas e dos “fazeres” observados in loco, outros dois instrumentos de coleta de dados foram utilizados: o Relatório de Atividade Docente e a Ficha de análise das ações docente.

Como não era possível acompanhar o dia-a-dia dos professores pesquisados, pediu-se para que eles, sempre que realizassem alguma ação relacionada ao meio ambiente e/ou ao semiárido, redigissem um breve relatório sobre tal (Apêndice E). Estes foram objetos de análises e relacionados com a Ficha de análise das ações docente (Apêndice F). Esta última ficha também foi preenchida quando o pesquisador se encontrava in loco. Ambos os documentos foram preenchidos pelos professores pesquisados durante todo o ano de 2015.

Para um melhor entendimento por parte dos leitores dos procedimentos utilizados na presente pesquisa, elaboramos um esquema gráfico que pode ser observado na Figura 05.

Figura 05 – Esquema dos procedimentos metodológicos utilizados na presente pesquisa.

Fonte: elaborado pelo autor.

A ficha de análise das ações docente tinha como principais objetivos registrar se o docente trabalhou: (1) conteúdos que envolviam temas relacionados ao Meio Ambiente, Educação Ambiental e/ou semiárido; (2) de modo contextualizado com o semiárido; (3) com metodologias e recursos didáticos diversos; (4) numa perspectiva mais tradicional ou crítica de Educação Ambiental; (5) com alguma integração entre sua disciplina e outras.

4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

Após a finalização da pesquisa e consequente organização dos dados obtidos através das entrevistas, observação participante, relatórios e fichas, foi realizada a classificação dos documentos de acordo com um conjunto apropriado de “descritores”. O termo ‘descritores’ é empregado por Megid Neto (1999) como sinônimo de categoria ou indicador e, segundo o autor, esta palavra se refere aos aspectos a serem observados para a descrição, classificação e análise das pesquisas focadas no estudo.

Na ficha de análise das ações docente, os descritores e seus subdescritores podem ser observados no Quadro 02:

Quadro 02 – Descritores e subdescritores utilizados para analisar a prática docente dos professores pesquisados.

Descritor/categoria Subdescritores/subcategorias (exemplos)

Estratégias metodológicas

Aula expositiva, aula de campo, Aula prática, etc.

Recursos didáticos utilizados

Cartazes, Textos, Slides, Data-show, etc.

Tendência de EA abordada

Conservacionista, Pragmática, Crítica.

Nível de integração Disciplinar, Multidisciplinar simples, Multidisciplinar articulada, Interdisciplinar, Transdisciplinar e Transversal.

Contextualização Histórica, Social, Geográfica, Econômica, Política, Religiosa, Cultural, Ambiental.

Fonte: dados da pesquisa.

Estes descritores são específicos para o presente estudo e foram elaborados com base no referencial teórico por nós adotado e no contato prévio com os documentos que compuseram o corpus de nosso estudo, a fim de atender às especificidades do mesmo.

Para “Estratégias metodológicas” e “Recursos didáticos utilizados” não foi necessário realizar inferências. Bastava observar qual/is foi/ram citada/s e assinalar na ficha e ou nos quadros referentes à análise de conteúdo.

Em relação às “Tendência de EA” e “Nível de integração”, a categorização e inferências se deram por meio do referencial teórico adotado. Observou-se o conjunto de elementos presente nos textos e adequava-se à tendência de EA mais condizente do determinado texto.

Já em relação à “Contextualização”, elaboraram-se oito categorias com base na leitura e posterior inferência realizadas nos documentos pela análise de conteúdo. Esta técnica permite a manipulação de mensagens para evidenciar os indicadores que permitam inferir sobre uma outra realidade que não a da mensagem.

Documentos relacionados