• Nenhum resultado encontrado

LEGENDA MAPA 2:

RRelação das Famílias

Relação das Famílias

Descrição Descrição

34 Família de Maria Teresa dos Santos 53

35 Família de Maria Teresa dos Santos 54 Família de Maria Rosa do Nascimento Souza

36 Família de Maria Teresa dos Santos 23 Família de João Boinho

37 Família de Maria Teresa dos Santos 24 Família de João Boinho

38 Família de Maria Batista 25 Família de João Boinho

39 Família de Maria Batista 26 Família de João Boinho

40 Família de Maria Batista 28 Família de João Boinho

41 Família de Maria Batista 29 Família de João Boinho

44 Família de Maria Rosa do Nascimento Souza 30 Família de João Boinho 45 Família de Maria Rosa do Nascimento Souza 55 Família de João Boinho 46 Família de Maria Rosa do Nascimento Souza 31 Família de João Boinho 47 Família de Maria Rosa do Nascimento Souza 32 Família de João Boinho 48 Família de Maria Rosa do Nascimento Souza 33 Família de João Boinho 49 Família de Maria Rosa do Nascimento Souza 42 Família de João Boinho 50 Família de Maria Rosa do Nascimento Souza 57 Família de Maria Rosa 51 Família de Maria Rosa do Nascimento Souza 58 Família de Maria Rosa 52 Família de Maria Rosa do Nascimento Souza 82 Família Antônia Bispo dos Santos

53 Família de Maria Rosa do Nascimento Souza

Locais de residência de Antiga Ocupação

Descrição

69 Tabuleirinho

67 Prensa Velha

70 Mata da Chica

74 Mata de Garapu

75 Lagoa dos Cágados

76 Andreza

71 Entrada do Sítio dos Caboclo

78 Ponto Extremo Lateral da Fazenda Graú, Boa Vista, Coqueirinho e Pau Ferro

77 Grota da Lagoa Preta

79 Entrada para Bodes, Sítio dos Caboclos, Boa Vista e Malhada

80 Entrada Sítio dos Caboclos

73 Lagoa dos Gansos

68 Sítio dos Caboclos

72 Mucatuaçu

73 Barra do Mucatuaçu

3.1 As disputas atuais entre os quilombolas

Os conceitos de propriedade, dentro da região do Conde, tiveram aplicabilidades locais muito particulares. Com a lei de terras do século XIX, as famílias foram confinadas em pequenos lotes, ou expulsas. Ademais, como vimos, proprietários privados ficaram dentro de territórios considerados indígenas; desta maneira, as famílias tinham que pagar renda em produtos ou trabalhar gratuitamente nas propriedades alheias. Um segundo aspecto foi a divisão de duas áreas em Conde denominada pelo Estado: Gurugi I e Gurugi II. Em 1979, houve conflito fundiário na fazenda Gurugi, porque o proprietário começou a destruir roçado para plantar cana (CF. MONTEIRO E GARCIA,2010, p.153). A solução do Estado, após o conflito na década de 1980, foi a criação de do assentamentos rurais Gurugi I e Paratibe III. Já na área Gurugi II, inicialmente o motivo do conflito era expulsão de moradores para o desenvolvimento da pecuária, sendo que, na década de 1990, o interesse imobiliário e o excessivo arrendamento de lotes pelos proprietários fizeram que as famílias se mobilizassem. Monteiro e Garcia descrevem Gurugi II como um local onde abriga, em demasia, famílias de municípios vizinhos, a Barra de Gramame e Gurugi II foram assentamentos criados para tentar resolver problemas de ordem de interesse imobiliário. Entretanto, em Mura et al (Cf. 2010,p.64), vemos que muitos hectares das ex-fazenda ficaram como terrenos devolutos ou ainda aberto à especulação imobiliária. Monteiro e Garcia (2010), em seu artigo, também atestam que os problemas territoriais das áreas são diferentes. Enquanto em Gurugi I não há espaço para comportar o crescimento de famílias, Gurugi II sofre com pressões de ordem imobiliária. Em 2006, muitas famílias, com intenção de neutralizar as pressões imobiliárias, mobilizaram-se politicamente e lutaram pelo reconhecimento de quilombo e, assim, surge demanda em outra região chamada Ipiranga (que ficava em Gurugi I. Esta é constituída por uma família extensa, e a política que governo queria aplicar era a favor de um território único, comunal e contínuo, sendo que foi recusada, tanto em Ipiranga, quanto em Gurugi II. Ainda em 2006, tivemos então terras para famílias quilombolas e terras de assentados. Montero e Garcia postulam hipóteses políticas para esta relativização de projetos territoriais, destaco:

`` Os moradores de Gurugi II temiam a nova situação cujo território seria coletivo, uma vez que já haviam lutado, tanto pela posse da terra com os proprietários legais como também para que os títulos individuais dos lotes fossem concedidos.

Tinham o receio também de perder os programas governamentais concedidos aos assentamentos, já que, com a territorialização quilombola, correriam o risco de não mais serem beneficiados com esses programas(...)Em Gurugi I, existe uma preocupação com a preservação do seu território, como também uma inquietação com a falta de programas sociais para o local, uma vez que, com a emancipação do assentamento, as famílias não têm mais direito às políticas públicas destinadas às áreas de assentamento. Outra preocupação é a falta de moradia digna para as novas famílias que foram surgindo. Muitas estão morando em casas de taipa, aglomerando-se nas partes do território Gurugi que foi loteado e vendido pelos donos legais, antes da desapropriação e outra parte não foi incluída nas áreas de assentamentos, ficando a terra para os proprietários que, posteriormente, a venderam em.áreas de sítio dos pais. Há também a problemática da falta de terra para a reprodução das novas gerações.`` (IDEM,2010, PP.166 e 167.)

Mesmo com essas explicações, creio que podemos aprofundar as justificativas apresentadas pelas autoras. No âmbito da agricultura, a população que possui título de assentados costuma pegar mão de obra de pessoas que não têm título de assentado, mas que vivem próximo da região e que pretendem tirar o título (comprar). Entretanto, para aceitação da pessoa, é necessário, em reuniões dos assentados, que o candidato tenha boas referencias da comunidade. Em campo, eu escutei histórias que as pessoas de Gurugi I eram difíceis de fazer isso, e que eram contra a chegada de novos moradores (``moradores de fora``). Assim entrando em conflito com as famílias de Ipiranga que, não obstante habitar o mesmo território, têm familiares que conseguiram lotes ou casaram-se com pessoas de lotes diferenciados. Exemplo empírico é o caso de Marcos (Ipiranga) que é casado com Helena (Guaxinduba), mas que têm familiares com lotes no assentamento Barra de Gramame, e vivem neles. Entretanto somente a sobrinha de dona Helena trabalha no roçado de Ipiranga. Conclusivamente, Gurugi I, com problemas de espaço de reprodução, inclusive as áreas de sítio ocupadas por habitações (Cf. IDEM,2010,p.167), considera as atitudes dos assentamentos de Gurugi II ``desleal``. Ainda, neste aspecto, os moradores de Gurugi I fecharam-se para a maior parte aos demais moradores, contudo esse tipo de tensão provou alterações profundas no cotidiano das famílias. Destaco o exemplo de nicho mercadológico com Gurugi I. O chefe de família que acompanhei na pesquisa costuma vender mel entre a família de Gurugi I (por ensinar apicultura a uma família), portanto não trato Gurugi I como comunidade isolada das outras, por questões pessoais, mas também por fortes questões de ordem formal, assim com respaldo na organização social da região.

FOTO 4: FAMILIA NUCLEAR TABAJARA TRABALHANDO COM FAMILIA

Documentos relacionados