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4. Apresentação do trabalho de intervenção/investigação

4.1. Apresentação das atividades desenvolvidas

4.1.2. Oficina de TIC

A orientação desta oficina teve origem nos seguintes objetivos específicos:  Promover o envelhecimento ativo;

 Combater a infoexclusão;

 Adquirir conhecimentos básicos sobre as TIC;  Incrementar o uso das novas tecnologias;  Desenvolver competências cognitivas e sociais;

 Manter/aperfeiçoar as capacidades de motricidade fina;  Fomentar a autonomia pessoal e social;

 Dotar os indivíduos de ferramentas digitais uteis no seu dia-a-dia.

Descrição

Num mundo em constante transformação, o mundo digital evolui muito rapidamente, tornando a necessidade de um acompanhamento pontual às novas tecnologias, evitando desta forma que, os nossos saberes se tornem obsoletos. É também uma evidência que a maior parte dos adultos/idosos são infoexcluídos. Assim sendo, esta oficina procurou dotar os participantes de ferramentas digitais que os ajudem no seu dia-a-dia. Neste seguimento, as atividades desenvolvidas nesta oficina não se centraram unicamente no uso do computador e/ou tablet, mas também, no uso do telemóvel e máquina fotográfica. Esta oficina teve lugar uma vez por semana, com sessões de duração média de 75 minutos. Contámos com cerca de 17 elementos o que obrigou à formação de dois grupos, o primeiro com 9 elementos e o segundo com 8. Para a sua realização estabelecemos parceria com uma associação localizada numa vila próxima, que para além de nos disponibilizar o espaço e os computadores, fazia o transporte dos elementos do segundo grupo.

Esta oficina teve início nos princípios de novembro, onde estiveram presentes 14 elementos dos 17 inscritos. Nesta sessão, com recurso à técnica da balança, cada elemento apresentou-se, respondendo à questão: ”O que sou capaz de fazer e o que preciso de saber?”. No final, depois de

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analisar todas as respostas e tendo em conta a questão do transporte dividiu-se o grupo em dois. De apontar que ao longo das sessões desistiram 3 elementos que foram imediatamente substituídos, uma vez que esta oficina era muito solicitada. Estas desistências, de um deles deveu-se a razões familiares enquanto os outros dois, sentiram grandes dificuldades já que não tinham computador em casa.

Quanto às atividades desenvolvidas, iniciamos com uma breve abordagem aos conceitos básicos de informática, internet, motores de busca e pesquisa. Posteriormente criamos um endereço de e-mail, a partir do qual seguiam algumas informações e o material de apoio (Apêndice 11).

Foi uma constante durante as sessões proporcionar sempre um acompanhamento individualizado e de acordo com as necessidades sentidas. Foi também nossa preocupação, abordar ferramentas uteis para cada indivíduo, propiciando a sua autonomização. A título de exemplo, o tema “Envelhecimento ativo” foi trabalhado de forma diferente entre eles, ou seja, aqueles que possuíam parcos conhecimentos informáticos, digitaram um texto sobre o tema em Word, os que tinham dificuldades em pesquisas na Internet e já revelavam algum conhecimento no Office, construíram uma apresentação em PowerPoint, recorrendo à Internet e às ferramentas “copiar/colar”, já os que apresentavam um nível de conhecimentos mais avançado e, como uma das principais dificuldades era a de descodificação/interpretação de algumas mensagens de alerta em inglês que surgiam, trabalharam o mesmo tema, fazendo traduções da definição do envelhecimento ativo de inglês para português e de português para francês.

Conhecedoras da importância da Internet para resolver pequenas questões do dia-a-dia, insistimos na exploração de dois sites, o das Finanças, onde aprenderam a validar as suas faturas e consultar a página de acesso ao imposto único de circulação (IUC), o imposto rendimento singular (IRS), entre outros. O outro site foi o do Serviço Nacional de Saúde – Área do Cidadão para a marcação consultas médicas on-line e renovação de medicação. Ainda com base na Internet e, no seu poder de comunicação, criamos uma senha no Skype e aqueles que já tinham aderido ao Facebook, foram apoiados na exploração de todas as suas potencialidades.

De referenciar que, a comunicação por Skype e Facebook foi a atividade em que estiveram mais motivados e participativos, estabelecendo boa interação e interajuda. Criar álbuns fotográficos e pequenos vídeos foram também atividades onde se denotou um grande interesse.

O facto de alguns elementos possuírem computadores e/ou tablet permitiu um apoio contínuo e adaptado a cada sistema operativo e, durante as sessões aproveitavam para tirar dúvidas sobre a manutenção dos computadores (instalação e atualização de programas e interpretação de mensagens de alerta do sistema operativo).

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Como exposto anteriormente, e tendo em conta que o computador não é o único meio de comunicação usado, vários elementos demonstraram interesse em conhecer/aperfeiçoar o manuseamento de outros equipamentos, tais como, tablet, telemóvel e máquina fotográfica digital. Por fim, importa fazer referência a algumas atividades desenvolvidas:

 Conceitos básicos Informática;

 Internet, motores de busca e pesquisa;  Cuidados básicos na internet, net etiqueta;

 Criação e manuseamento redes sociais (e-mail, Spype, Facebook);  Exploração das ferramentas do Office;

 Digitação de textos;

 Digitação poemas e músicas;

 Criação apresentações (Movie-maker e PowerPoint);  Criação álbum fotográfico;

 Tradução de documentos;

 Acesso portal das Finanças – validação de faturas, IUC, IRS;  Marcação consultas médicas on-line;

 Importação fotos de telemóvel/camara fotográfica para computador;  Instalação/desinstalação e atualização de programas;

 Criação convites e de certificados de participação;  Retirar legendas para filmes on-line;

 Mapas on-line e GPS.

Estas atividades foram centradas nos seguintes temas.  Envelhecimento ativo;

 Alimentação saudável – roda dos alimentos;  Carnaval;

 Direitos do homem;

 Adaptação da teça “O capuchinho vermelho”;  Doenças cardiovasculares;

 MOOC;

 Santos populares;  Cantares ao desafio;  Dia da Poesia.

61 Avaliação

Esta oficina, foi desenvolvida em 30 sessões, com uma média de participantes de 15,8 adultos/ idosos por sessão. Para procedermos à avaliação contínua desta oficina, e similarmente como fizemos com as restantes avaliações nesta oficina, o inquérito por questionário aplicado foi online. Este inquérito por questionário contemplava 5 questões (Apêndice 2). Quando questionados se gostavam de participar na oficina e se consideravam a estrutura das atividades adequada, todos os inquiridos, os 17 elementos, responderam afirmativamente. Quanto à utilidade dos conteúdos abordados, mais uma vez, todos responderam afirmativamente, o que comprova alguns depoimentos recolhidos ao longo das sessões, tais como, “o que aprendi, já foi útil, precisava de enviar um documento e consegui anexar o ficheiro” (AP), “o meu irmão já está fora há tanto tempo, ontem fiz uma chamada pelo Facebook” (RM), “como estava nestas aulas, no Natal ofereceram-me este “tablet”, agora falo com a minha filha todos os dias” (JA). Estes testemunhos, atestam de igual modo, as respostas positivas à pergunta, as atividades realizadas contribuíram para o aumento da aprendizagem, apesar, das dificuldades sentidas por alguns elementos retratadas em desabafos como, “já me disse como fazer, mas já não sei, (…) precisamos de insistir muitas vezes na mesma coisa para entrar” (RL), “temos que repetir, fazer os trabalhos de casa, treinar” (Q), “tem de insistir, não entra logo à primeira, quando está aqui parece fácil” (RR), “já pensei em desistir, com a minha idade não aprendo tão facilmente, perde muito tempo comigo, como sou o mais velho tenho mais dificuldades, estou sempre a chamar, já não vou lá” (JA). A última questão pretendia apurar a importância desta oficina como contributo de um envelhecimento ativo, a que os inquiridos responderam afirmativamente.