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CAPITULO II MATERIAL E MÉTODO

POTENCIAL PARA COMERCIALIZAÇÃO

5.3. O programa educativo implantado para a capacitação sobre manejo de espécies vegetais

5.3.1. Oficinas para o manejo das espécies

As oficinas realizadas abordavam especificamente sobre as espécies selecionadas para o trabalho, porém ampliavam para o manejo dos componentes e produtos que se pretende obter. Oficina um - Manejo da artemísia (Ambrosia

artemisiifolia L.) (Figura 45), oficina dois manejo da fava-bolacha (Vatairea

guianensis Aubl.) oficina três - manejo da bacaba (Oenocarpus bacaba Mart.), da castanha-da-amazônia (Berthollletia excelsa Bonpl.) e andiroba (Carapa procera D.C.).

a) Foram 16 horas de oficina sobre a artemísia, ampliando para as plantas que têm as folhas como alvo da exploração, totalizando os participantes do Cai N Água e no Bom Intento; estavam presentes 48 pessoas.

b) Foram 16 horas de oficina sobre fava-bolacha, também ampliando para as plantas que têm as cascas do fuste como alvo da exploração (Figura 45), totalizando os participantes do Cai N Água e no Bom Intento; estavam presentes 18 pessoas c) Foram 16 horas de oficina sobre os óleos obtidos de modo manual da castanha-da-

amazônia, bacaba e andiroba totalizando os participantes do Cai N Água e no Bom Intento; estavam presentes 15 pessoas.

A oficina um (Figura 45) tratou sobre o manejo da artemísia. Nessa oficina, inicialmente tratou-se sobre a geração de negócios a partir de plantas, a seguir abordou- se especificamente sobre a artemísia, os nomes comuns atribuídos a essa planta e pelos quais é conhecida, também foi explicado sobre as propriedades da planta, o ciclo de vida dela e o manejo para coleta, secagem e armazenamento com atividade prática em campo.

A oficina dois (Figura 46) foi para treinar o manejo na retirada da casca da fava - bolacha para a comercialização. Foi tratado sobre os nomes comuns atribuídos a essa planta e pelos quais é conhecida, apresentou-se a propriedade, a utilização dos frutos dessa espécie e como utilizá-los, também foi explicado sobre o ciclo de vida dela e o manejo para coleta, secagem e armazenamento com atividade prática em campo.

Na oficina três, o assunto foi a utilização da castanha-da-amazônia, da bacaba e da andiroba com a finalidade do beneficiamento das espécies para a produção do óleo.

Figura 45 Prática de campo da oficina sobre artemísia (Ambrosia

artemisiifolia L.)

Figura 46 Prática de campo da oficina da retirada da casca da fava-bolacha (Vatairea guianensis Aubl.)

Sobre a castanha-da-amazônia foi tratado que ela pode gerar renda de diferentes maneiras, é preciso a seleção dos frutos por tamanho e estado, a partir disso pode ser definido se será o fruto a ser comercializado como alimento ou transformado em óleo, as sobras servem para ração animal. Especificamente sobre a castanha também foi falado dos possíveis problemas como o perigo da "aflatoxina"5.

Nas oficinas das plantas bacaba e andiroba foram enfatizados somente a retirada do óleo dos frutos, apresentou-se as propriedades das plantas, também foi explicado sobre o ciclo de vida e o manejo para coleta, utilização e armazenamento dessa espécie, fazendo atividade prática em campo.

Esta oficina contou com a participação de uma senhora da comunidade que já pratica e comercializa a retirada do óleo de andiroba. Essa senhora fez um relato de experiência sobre isso e explicou todo o processo e mostrou o local onde processa o óleo. Também foi observado que as sementes de andiroba podem ser perdidas por serem consumidas pelo gado.

No programa de capacitação, que foi elaborado às comunidades de Bom Intento e Cai N Água, foi utilizado como estratégia o conhecimento sobre a cultura, o modo e o estilo de viver das comunidades, procurando alcançar os critérios de sustentabilidade.

O objetivo da elaboração do programa como parte da capacitação oferecida nas comunidades consistiu em disponibilizar informações, experimentações concretas de manuseio das plantas e introdução nas comunidades de novos enfoques para utilização das plantas, tendo como técnica privilegiada a oficina (Figura 47).

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Atividades

Tema Conteúdo Objetivos

Debate Aplicação Espécie selecionada. Aspectos gerais sobre a planta. Propriedades da planta. Possíveis produtos obtidos a partir da planta. Expor sobre o ciclo de vida e reprodução do vegetal. Explicar as características fitoquímicas da planta e seus efeitos. Apresentar alternativas de produtos obtidos a partir dos componentes das plantas. Ouvir a opinião dos participantes sobre o que está sendo tratado. Refletir sobre os conhecimentos assimilados. Saber quais as idéias de como pode ser operacionalizado por cada um dos participantes. Praticar no campo a forma de coleta, a forma de secagem e a forma de armazenamento. Despertar para o uso da planta no cotidiano das pessoas.

As informações sobre as espécies pelas comunidades no que tange aos nomes populares locais utilizados, parte da planta que é utilizada, os usos, produtos gerados pela planta, como é feita a coleta, ocorrência mês/lugar das plantas artemísia, fava- bolacha, castanha-da-amazônia, bacaba e andiroba apresentados no capítulo Potencial econômico das espécies vegetais disponíveis nas comunidades (Páginas 107 116) também constituem-se em resultados preliminares do trabalho. Essa iniciativa em levantar as informações como processo de capacitação possibilitou às comunidades uma valorização sobre seus conhecimentos dos aspectos etnobotânicos das espécies selecionadas.

Na disseminação de conhecimentos e informações a um grupo de famílias sobre os aspectos botânicos e de manejo de espécies vegetais, as freqüências das famílias foi registrada como um mecanismo de acompanhamento para averiguar a participação.

Na tabela 1 apresenta-se a freqüência dos moradores nas oficinas realizadas para o manejo das espécies.

Tabela 1 - Participações dos comunitários nas oficinas de manejo das espécies

Oficina 1 Oficina 2 Oficina 3 Média das participações

Cai N' Água 37 07 06 16,7

Bom Intento 12 11 10 11,0