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A c har ge ness e mo mento, pas s a a s er o ex pos iç ão ex pli c ita de uma v is ã o d e mundo. Nes s e s entido ela ex p res s a a pos tura polític a do a utor. Mas nos mos tr a ta mbé m a pos iç ão do mes mo e m r elaç ão ao c on fl ito étnic o.

Por é m não a penas s ua po s iç ão pesso al , o tex to v is ual te m c omo obje tiv o c onv enc er o leitor pol itic a mente, bus c a des per tar a atenç ão par a o gen eral e s ua pos tur a opor tunis ta, mas s em ter u ma intenç ão c ons c iente nos mos tr a c omo o s ens o c omu m v ia os c on fl itos r ac iais em Cuba.

E m n os s a opin ião o autor us a c omo r ec u rs o de c onv enc imento não d is c utir dire ta me nte a ques tão étnic a, c om o objetiv o de des per tar no obs erv ador a s impati a por s eu pos ic i onamento polític o.

Bus c a-s e s eduzir o obs erv ad or e nes se s entido, ex pr es s a na ques tão r ac ial, aquilo que er a o s ens o c omu m da s oc ieda de c ubana do per íodo: O negr o v is to c omo e le mento ac ess ór io n a s oc iedade, s eus c arac teres fís ic os c omo mar c a d e primi tiv is mo, s ua inc apac idade de ex pr es s ão, a c ons tr uç ão de u ma per s pec tiv a

es tétic a n egativ a da n egri tu de, enfim, os tr aç os de tudo o que a s oc ie dade c ubana não q ueri a.

As s i m, é que entende mos es s a image m c omo ex pre ss ão da c ultur a, da polític a e das r elaç ões inter étnic as e m 1912 na s oc i edade c ubana.

Es tr anhamente O r ti z n unc a s e refer iu a rev olta dos “ independientes d e c olor ” em s ua obr a, s ua pr eoc upaç ã o c om a c ultur a dos negr os e c om s ua inc lus ão na naç ão, não lev ou em c onta ess e c onflito. Or tiz es tuda apenas os co nflitos r ac iais do per íodo c olonia l, c omo s e ess es c onflitos nã o fos s em u ma r eali dade e m 1912, gera ndo, e m nos s a op inião, u m e nc obr i mento d a mar ginali zaç ão e da dis c ri minaç ão q ue os negr os v iv iam e m Cuba.

E m 1913 Or ti z lanç a a s bas es d e s eu c onc eito de tra nsc ultur aç ão, a id éia de que as c u lturas em Cuba ter ia m s ofr ido u m pr oc ess o de tr âns ito, em que os neg ros c ontrib uíram p ara for ma r a c ultur a n ac ional, dando for ma a c ubanidade , O rtiz ape nas s e es quec eu de dizer do po der de s íntes e das armas e dos mac hetes , da v iolênc ia que mar c ou o mo mento da rev olta dos “ Independi entes de Color ” , que e m 1912 a el ite br an c a c ubana mos tr ou aos negr os s eu lugar de s ub ordi naç ão na s oc iedade c ub ana.

Nes s e s entido a s muda nç as de pos ic io namento teó ric o de Or tiz, v er ific ad as a par tir de Entr e c ubanos ... c ontr ibuem par a a c r iaç ão de u ma nov a i déia de c uba nidade, onde os negr os c uba no s er a m ins er idos , ai nda que de for ma s ubo rdin ada.

O s entido da c har ge s ó pode s er en te ndido s e analis armos a mes ma c o mo ex pres s ão das ide ologias difund idas e c r iadas p ela elite c ubana br anc a, s obr e a ques tão r ac ial.

Nos s o objetiv o ao an alis á - la foi o de tentar v er ificar c omo a elite i mpôs u ma per s pec tiv a de a nalis e r elativ a a ques tão rac ial s obr e a soc iedad e c ubana . Pa ra a par tir dis s o poder mos entender c omo o c onflito influ i u s obr e a muda n ç a de pos ic i onamento teór ic o de Or tiz. Nes s e s entido, nos par ec e que Or tiz bus c a integr ar os negr os à identidade nac io nal n um mo mento e m que s ua par tic ipaç ão polític a er a r ec haç ada. Por tanto a ún ic a integr aç ão pos s ív el, s endo por c ons eqüênc ia a que Or ti z pr o punh a, er a os negr os c o mo ele men to s ubor dinado da s oc iedade c uba na .

A par ti r de los n egro s es c lav os (19 16) Or ti z deix a rá de lado as v is ões biol ogís tic as e , c ada v ez ma is , s u a obr a ganhar á c ar ac ter ís tic as es s enc ial mente c ultur alis tas , s ua pr eoc upaç ã o pas s a a s er os as pec tos c ultur ais do afro c ubano, s e m c onfer ir c ar ac ter ís tic as atáv ic as a s eu fazer c ultur al.

Confor me analis ou CABR ERA ( 2002, p. 152) a pr opos ta de identidade de O r ti z v is av a r es po nder a in te nc ionalida de de pri v ilegiar a d iferen ç a a par tir da etnia e não d o c onc eito de r aç a , objetiv ando fec har as poss ibili dades par a nov as tentativ a s de autonomia por par te dos negr os c uban os e mar ginal i z ar os imigr antes negr os v ind os do Car ibe. Ass im, s eu o bjetiv o imed i ato par ec e s er c r iar uma c oe s ão s oc ia l que mini mi zas s e os c onflitos . De ac or do c om C ABRE RA ( 2002. p. 152) .

La ident idad nac iona l c omo la etn ia, y podr iamos

añadir la r a za, s on c ons tr ucc ion es c uy a fina l idad

en el c as o de la pr imer a e s la c ohes ión de un país

por méd io de la nar rac ión de s u cultur a y s u

his tor ia y en el c as o de la s egunda (y pudiéra mos

añadir , la ter c er a) la nar r ac ión a par tir de la

mar g ina lid ad de la h is to ria y de la c ultur a de

aque los que s o n exc lu idos de la nar r ativ a de la

pr imer a.

Nes s e s enti do o dis c urs o c ons tr uído po r Or tiz, enc obr ir á as nar ra tiv as dos gr upos s ubalter nos , s e u s ilenc io s obr e os ac ontec i mentos de 19 12 denunc ia s eu afã de negar a autonomia polític a e c ul tu ral qu e os negr os c uba nos busc av am c o ns eguir .

Por é m, Cuba er a ainda “ um país par a o home m br anc o” c omo h av ia dito um v ia jante que v is i tou a ilha e m 1905 .9

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Sydney Broks: “some impressions of Cuba” citado por HERNANDEZ, Rafael. 1912 notas sobre raza y desigualdad. In: Catauro- revista cubana de antropología, año 4, vol. 6. p. 97.

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