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3. CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE INDUSTRIAL DA CIRES

3.6. F ONTES DE E MISSÃO

Emissões Atmosféricas

O número de fontes pontuais de emissão de poluentes para a atmosfera, gerados na instalação localizada no CQE, é contabilizado em 21 (FF1 a FF21), conforme a tabela 5. No entanto, as fontes pontuais FF3 e FF4 foram agregadas, passando apenas a uma única fonte, tendo sido também, implementado um scrubber a jusante (a juntar ao ciclone já existente), de modo a tornar o tratamento de fim-de-linha, dos efluentes gasosos, mais eficiente. As chaminés instaladas apresentam secção circular, não apresentam pontos angulosos no seu contorno nem dispositivos de topo, que diminuem a dispersão vertical ascendente dos gases, e a variação do diâmetro da secção deve ser contínua e lenta, principalmente na proximidade da saída dos efluentes. Cada chaminé apresenta pontos de amostragem, com orifício normalizado, de acordo com a Norma Portuguesa NP 2167:1992. Relativamente à altura das chaminés, estas são calculadas com o disposto no Decreto-Lei nº 78/2004, de 3 de Abril, e na Portaria nº 263/2005, de 17 de Março, rectificada pela Declaração de Rectificação nº 38/2005, de 16 de Maio, com especial atenção para a natureza qualitativa e quantitativa dos efluente emitidos, os respectivos caudais mássicos, os processos associados a cada fonte e também pela proximidade, ou não, de obstáculos físicos na sua envolvente. Assim, a altura total das chaminés presentes na instalação localizada no CQE é a apresentada na tabela 5.

Tabela 5 – Identificação das fontes de emissão pontual para a atmosfera Código da

Fonte

Potência Térmica (MWt)

Área de Actividade Altura Total

Chaminé (m) Observações

FF1 -

PVC-S

Secagem II 24 Ciclone

FF2 - Secagem II 24 Ciclone

FF3(1) - Secagem III 20 Ciclone + Scrubber

FF4(1) - Secagem IV 20 Ciclone + Scrubber

FF5 - Secagem V 26 Ciclone + Scrubber

FF6 - Secagem V 20 Ciclone

FF7 - Secagem VI 26 Ciclone + Scrubber

FF8 - Secagem VI 20 Ciclone

FF9 - Secagem VII 26 Ciclone + Scrubber

FF10 - Secagem VII 20 Ciclone

FF11 -

PVC-E

Secagem 20 Filtro de Mangas

FF12 - Secagem - Ventilador de

transporte 18 Filtro de Mangas

FF13 - Secagem - Ventilador de

moinho 18 Filtro de Mangas

FF14 - Secagem - Ventilador de

moinho 18 Filtro de Mangas

FF15 - Unidade criogénica de tratamento de

efluentes 15

Unidade criogénica para recuperação de VCM por

condensação

FF16 -

Exaustão do tanque de neutralização de efluentes gerados no tratamneto de água

bruta

9 Scrubber

FF17 4,5 Caldeira alimentada a fuelóleo para

produção de vapor 16,5 -

FF18 9 Caldeira alimentada a fuelóleo para

produção de vapor 16,5 -

FF19 9 Caldeira alimentada a gás natural para

produção de vapor 15 -

FF20 12 Caldeira alimentada a gás natural para

produção de vapor 15 -

FF21 13,5(2) + 13(3)

Caldeira de recuperação de calor alimentada a gás natural ou fuelóleo(4) para

produção de vapor

33,3 -

(1)

Junção das fontes FF3 e FF4 em fonte única.

(2)

Potência térmica afecta ao motor da unidade de co-geração.

(3)

Potência térmica afecta à caldeira de recuperação de calor na unidade de co-geração.

(4)

Em funcionamento normal da instalação, a caldeira de pós-combustão da unidade de co-geração utiliza gás natural.

Águas Residuais e Pluviais

Após o pré-tratamento realizado, as águas residuais industriais são enviadas para a rede de drenagem final de efluentes (pontos de descarga ED1 e ED2). Os efluentes com origem na zona da instalação afecta à produção de electricidade e vapor são encaminhados para o ponto ED2 (caudal máximo de descarga de 1 m3/h), enquanto os restantes efluentes industriais são conduzidos para o ponto ED1 (caudal máximo de descarga de 120 m3/h). Como já foi dito anteriormente, os efluentes domésticos são recolhidos através de uma rede de drenagem separativa, mas igualmente encaminhados para a mesma rede de drenagem final. Esta rede de drenagem final é finalmente encaminhada para um único ponto de descarga (EDfinal), localizado nos colectores geridos pela CME, que por sua vez são encaminhados para os colectores do sistema SIMRIA, com autorização prévia pela Autorização de Ligação e Descarga de Efluentes emitida pela CME, onde passam por tratamento secundário (biológico) na ETAR Norte, sendo finalmente descarregados no mar através do exutor submarino de S. Jacinto. Os efluentes com origem no processo de tratamento de água bruta, e que são encaminhados para o decantador de lamas férricas, são descarregados na Ribeira da Sardinha, contígua à instalação, através do ponto de descarga EH2. As águas pluviais, após decantação, são encaminhadas para a Ribeira do Brejo, através do ponto de descarga EH1.

Relativamente à IPR, os efluentes domésticos, após tratamento, são enviados directamente para a Ria de Aveiro, através do ponto de descarga EH3. Uma vez que o sistema SIMRIA abrange igualmente a área da IPR, os efluentes irão passar a ser conduzidos para esse sistema, cessando as descargas nesse ponto (EH3) para o meio hídrico. As águas pluviais e as águas relativas à rede de água de combate a incêndios são enviadas directamente para a Ria de Aveiro, através dos pontos de descarga EP1 e EP2, sendo que as águas contaminadas geradas são tratadas como resíduos.

Resíduos

Conforme o disposto no Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, alterado pelo Decreto- Lei nº 73/2011, de 17 de Junho, relativo ao regime geral de gestão de resíduos, a instalação encaminha os resíduos gerados no processo de produção, incluindo os resíduos da área administrativa equiparados a resíduos urbanos, para operadores legalizados para o efeito, sendo privilegiadas as operações de reciclagem ou outras formas de valorização. De acordo com o previsto no nº 3 do artigo 7º do Decreto-Lei nº 178/2006, e por forma a promover a sua valorização, a CIRES procede à separação dos resíduos na sua origem. Ainda de acordo com o referido documento legal, a CIRES, encontra-se inscrita no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER), efectuando o preenchimento dos mapas de registo referente aos resíduos produzidos na instalação, até 31 de Março do ano seguinte a que se reportam os dados, conforme a Portaria nº 320/2007.

O transporte de resíduos só pode ser realizado pelas entidades definidas no nº 2 da Portaria nº 335/97, de 16 de Maio, e nas condições aí estabelecidas, tais como a utilização de guias de acompanhamento dos resíduos. O transporte de resíduos classificados como mercadorias perigosas obedece ao Regulamento de Transporte de Mercadorias Perigosas por Estrada (RPE), aprovado pelo Decreto-Lei nº 170-A/2007, de 4 de Maio, alterado pelo Decreto-Lei nº 63-A/2008. No que se refere ao transporte de óleos usados, a CIRES cumpre com o disposto no Decreto-Lei nº 153/2003, de 11 de Julho, relativo à gestão de óleos novos e óleos usados, onde é assumido como principal objectivo, a prevenção da produção, em quantidade e nocividade, desse resíduo, e pela Portaria nº 1028/92, de 5 de Novembro, onde são estabelecidas as normas de segurança e identificação fixadas para esse fim. No transporte de resíduos para fora do território nacional, este é efectuado segundo o disposto no Decreto-Lei nº 296/95, de 17 de Novembro, relativo ao transporte de resíduos transfronteiriço, e pelo Regulamento nº 1013/2006, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de Junho, e suas alterações.

As lamas férricas geradas no processo de tratamento de água bruta industrial, classificadas como resíduo não perigoso e com o código LER 19.09.02, passam por um processo de valorização agrícola, segundo o disposto no Decreto-Lei nº118/2006, de 21de Junho, que estabelece o regime de utilização de lamas de depuração em solos agrícolas provenientes de estações de tratamento de águas residuais domésticas, urbanas, de actividades agro-pecuárias, fossas sépticas e outras composições similares, e que transpõem para a ordem jurídica nacional a Directiva nº 86/278/CE, de 12 de Junho.