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DA OPOSIÇÃO E DA AÇÃO MONITÓRIA

No documento PROCESSO CIVIL PROF. TATIANE KIPPER (páginas 36-60)

a) Previsão legal: Arts. 682 a 686 do CPC;

b) Conceito:

Hoje, pelo Novo CPC, a oposição não é mais forma de intervenção de terceiros, mas, sim, procedimento especial.

A oposição no antigo CPC (CPC de 1973) era tratada como forma de intervenção de terceiros, explicando Marinoni, Arenhart e Mitidiero (2017, p. 241) que a inclusão como forma de intervenção de terceiros antigamente era amplamente criticada pela doutrina. Segundo os autores “de fato, a oposição jamais poderia ser qualificada como uma intervenção de terceiro – realizada no processo – na medida em que o opoente, quando participa do processo, fórmula ação própria, tendente a excluir a pretensão dos sujeitos iniciais sobre o objeto

litigioso do processo. Ora, quem fórmula ação no processo jamais pode ser considerado como terceiro, exercendo o opoente, portando, nítido papel de parte”.

Portanto, o Novo CPC restaurou o regime adequado, considerando a oposição como uma AÇÃO AUTÔNOMA, ainda que veiculada a outra causa. “Haverá, entre a ação original e a oposição, uma relação de subordinação legal, em que a lei estabelece uma relação de prejudicialidade entre a oposição e a ação ‘principal’ (art. 686 do CPC)”. (MARINONI; ARENHART; MITIDIERO, 2017, p. 241)

São formas de intervenção de terceiros pelo Novo CPC: a assistência, a denunciação à lide, o chamamento ao processo, o incidente de desconsideração da personalidade jurídica e o amicus curiae.

Segundo Medina (2016, p. 866) “não se confunde a oposição com as formas de intervenção de terceiros, tendo o CPC/2015, acertadamente, tratado tal figura entre os procedimentos especiais”.

c) Cabimento:

Através do procedimento especial da oposição, o terceiro ajuíza ação contra os litigantes (autor e réu) da ação originária, com o objetivo de haver para si a coisa ou o direito sobre que estes controvertem. (MEDINA, 2016, p. 865)

Sobre a oposição, ensinam Führer e Führer (2016, p. 161): “trata-se de ação autônoma distribuída por dependência. É própria para quem pretende para si, no todo ou em parte, a coisa ou o direito controvertido debatido na ação principal (art. 682)”.

Da mesma forma, Marinoni, Arenhart e Mitidiero (2017, p. 241) mencionam que a função da ação de oposição vem estabelecida no artigo 682 do CPC, “servindo para veicular o pedido daquele que pretende, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu”. Complementam ainda os autores:

A intenção da oposição, portanto, é a de excluir as ‘pretensões’ dos

autor e réu da demanda original, fazendo prevalecer seu interesse sobre o bem ou direito objeto daquela demanda. Trata-se da situação daquele que entende que nenhum dos sujeitos da primeira relação processual tem razão quanto à demanda, de modo a concluir que o interesse ali discutido na realidade lhe pertence. Essa é a tônica da oposição e é também sua função: acoplar ao processo instaurado outro processo, conexo ao primeiro, em que esse terceiro sujeito pretende, da mesma forma como fez o autor do primeiro processo, a coisa ou o direito objeto deste. (MARINONI; ARENHART; MITIDIERO, 2017, p. 241)

Dessa forma, “trata-se de hipótese especial de conexão de causas, que não implica apenas a reunião dos processos para julgamento por um só juízo, mas impõe, em princípio, uma tramitação simultânea dos processos e pode gerar, como dito, uma relação de prejudicialidade entre as causas”. (MARINONI; ARENHART; MITIDIERO, 2017, p. 241)

Previsão no artigo 682 do Novo CPC:

Art. 682. “Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o

direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser

proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos”. (BRASIL,

2015)

AÇÃO DE OPOSIÇÃO → Art. 682 a 686 do CPC;

→ Procedimento Especial → PROPOSTA POR TERCEIRO (quem não é parte de um processo principal em curso);

→ Quando? Quando terceiro pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos.

→ Terceiro que propõe a oposição é CHAMADO DE OPONENTE. AUTOR E RÉU DO PROCESSO PRINCIPAL SÃO OS OPOSTOS NA OPOSIÇÃO.

→ A oposição deve ser proposta contra o autor e réu do processo principal.

d) Prazo:

Conforme ensina Medina (2016, p. 866) não se admite a oposição após a sentença, conforme artigo 682 do CPC.

Além dos demais requisitos, a ação de oposição deve ser ajuizada dentro de determinado prazo, ou seja, até a sentença do processo já instaurado.

Nesse sentido, Marinoni, Arenhart e Mitidiero (2017, p. 242) ensinam que “é fundamental que este processo ainda esteja em curso. Se o processo já foi concluído, então o interessado em deduzir oposição deverá propor uma demanda comum, em face do ganhador do primeiro processo, para fazer prevalecer seu interesse sobre aquele reconhecido judicialmente”.

e) Requisitos para ação de oposição:

Quanto aos requisitos para propositura da ação de oposição, Marinoni, Arenhart e Mitidiero (2017, p. 242) apontam que em primeiro lugar se faz necessário que HAJA UM PROCESSO JUDICIAL JÁ INSTAURADO, JUSTAMENTE NO QUAL SE DISCUTA SOBRE DIREITO OU COISA QUE SEJA DO INTERESSE DO OPOENTE.

Ainda, se faz necessário “que esse terceiro (opoente) se afirme titular de uma relação jurídica, em face da coisa ou do direito, incompatível com a relação jurídica objeto do primeiro processo. De fato, se a relação jurídica de que se afirma titular o opoente não é incompatível com aquela adjacente ao primeiro processo, então não há interesse na oposição”. (MARINONI; ARENHART; MITIDIERO, 2017, p. 242)

f) Petição Inicial:

Conforme aduz Medina (2016, p. 866) “a oposição, de acordo com o art. 683, caput, do CPC/2015, deve observar todos os requisitos de admissibilidade comuns

a outras ações de conhecimento (p. ex., quanto à petição inicial, arts. 319 e 320 do CPC/2015), bem como os específicos, que correspondem ao procedimento previsto nos arts. 682 ss do CPC/2015”.

Também nesse mesmo sentido, Marinoni, Arenart e Mitidiero (2017, p. 243) expressam que como é uma nova ação, a ação de oposição deve ser feita em petição inicial observando-se os requisitos expressos nos artigos 319 e 320 do CPC, obedecendo as condições da ação e os pressupostos processuais.

Nesse sentido é a previsão do artigo 683 do CPC: “O opoente deduzirá o pedido em observação aos requisitos exigidos para propositura da ação”. (BRASIL, 2015)

g) Partes na ação de oposição:

As partes na ação de oposição são:

- Opoente: terceiro que ajuiza a ação de oposição;

- Opostos: polo passivo da ação de oposição, sendo o autor e réu do processo principal.

No que tange às partes da ação de oposição Medina (2016, p. 866) explica: “os litigantes no processo originário figurarão, obrigatoriamente, como réus (cf. art. 683, parágrafo único do CPC/2015), assumindo a posição de litisconsortes passivos necessários em relação à ação ajuizada pelo opoente”.

Passa a ser distribuída por dependência, sendo as partes citadas para contestar no prazo COMUM de 15 dias;

Previsão do parágrafo único do artigo 683: Parágrafo único. “Distribuída a oposição por dependência, serão os opostos citados, na pessoa de seus respectivos advogados, para contestar o pedido no prazo comum de 15 (quinze) dias”. (BRASIL, 2015)

h) Procedimento da ação de oposição:

No que tange ao procedimento da oposição, Führer e Führer (2016, p. 161) ensinam que uma vez proposta a inicial da ação de oposição, procede-se à

citação dos denominados opostos por meio dos respectivos advogados para contestar no prazo de 15 dias, sendo que se um deles reconhecer o pedido contra o outro prosseguirá o opoente (autor da oposição).

Assim, distribuída a oposição por dependência, deve ela tramitar apensada aos autos do primeiro processo. Recebida a petição inicial, deverão os opostos (autor e réu da primeira ação) ser citados, para responder à nova ação em prazo comum de quinze dias (art. 683, parágrafo único, do CPC). A citação dos réus se dá na pessoa dos seus advogados (no processo original). Obviamente, porém, se algum deles não tiver advogado constituído neste primeiro processo, deverá ser citado pessoalmente, na forma comum. (MARINONI; ARENART; MITIDIERO, 2017, p. 244)

E se uma das partes reconhecer a procedência do pedido? A oposição continua contra a outra;

Previsão do artigo 684 do Novo CPC: “Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, contra o outro prosseguirá o opoente”. (BRASIL, 2015)

A oposição ficará em apenso à ação originária sendo julgada juntamente com esta, conforme previsão do artigo 685 do Novo CPC:

Art. 685. “Admitido o processamento, a oposição será apensada

aos autos e tramitará simultaneamente à ação originária, sendo

ambas julgadas pela mesma sentença”. (BRASIL, 2015)

Além disso, se a oposição for proposta após o início da audiência de instrução, o juiz suspenderá o curso do processo ao fim da produção das provas, salvo se concluir que a unidade da instrução atende melhor ao princípio da duração razoável do processo;

Previsão do parágrafo único do artigo 685:

Parágrafo único. Se a oposição for proposta após o início da audiência de instrução, o juiz suspenderá o curso do processo ao fim da produção das provas, salvo se concluir que a unidade da instrução atende melhor ao princípio da duração razoável do processo. (BRASIL, 2015)

Ainda, é de se observar quanto ao julgamento da oposição, a previsão do artigo 686 do CPC: “Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação originária e a oposição, desta conhecerá em primeiro lugar”. (BRASIL, 2015)

Sobre o artigo 686 comentam Marinoni, Arenhart e Mitidiero:

Sempre que se decidir conjuntamente o processo originário e a oposição, cabe ao juiz julgar, em primeiro lugar, a oposição (art, 686). Julgada procedente a oposição, fica prejudicada a análise do processo original. Do contrário, julgada improcedente aquela, será examinada a ação, definindo-se a quem pertence o bem ou o direito em litígio. (MARINONI; ARENHART; MITIDIERO, 2017, p. 244)

Como a ação originária e a oposição devem ser julgadas de forma conjunta (mesma sentença), deverá o juiz conhecer a oposição em primeiro lugar, tendo em vista que a sua solução interfere diretamente no resultado que terá a primeira ação;

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Ação de oposição.

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EM RESUMO

QUESTÕES

1) (XXIV Exame) Marcos se envolveu em um acidente, abalroando a motocicleta de Bruno, em razão de não ter visto que a pista estava interditada. Bruno ajuizou, em face de Marcos, ação de indenização por danos materiais, visando receber os valores necessários ao conserto de sua motocicleta. Marcos, ao receber a citação da ação, entendeu que a responsabilidade de pagamento era da Seguradora Confiança, em virtude de contrato de seguro que havia pactuado para seu veículo, antes do acidente. Diante de tal situação, assinale a afirmativa correta. A) Marcos pode promover oposição em face de Bruno e da seguradora.

B) (Marcos pode promover denunciação da lide à seguradora.

C) Marcos pode pedir a instauração de incidente de desconsideração da personalidade jurídica em face da seguradora.

GABARITO DA QUESTÃO 01

B

3.2. DA AÇÃO MONITÓRIA

a) Previsão Legal: Arts. 700 a 702 do CPC;

b) Cabimento:

O cabimento da ação monitória está previsto no art. 700 do CPC, e é a ação que pode ser ajuizada pelo credor que afirmar COM BASE EM PROVA ESCRITA SEM EFICÁCIA DE TÍTULO EXECUTIVO, TER O DIREITO DE EXIGIR DO DEVEDOR CAPAZ, o cumprimento da obrigação de pagar quantia em dinheiro, a entrega de coisa fungível ou infungível, bem móvel ou imóvel, bem como o adimplemento da obrigação de fazer ou não fazer.

Nesse sentido é a previsão do artigo 700, caput e incisos I, II e III do CPC:

Art. 700. “A ação monitória pode ser proposta por aquele que

afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:

- o pagamento de quantia em dinheiro;

- a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;

III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer”.

(BRASIL, 2015)

No que tange ao cabimento da ação monitória, Marinoni, Arenhart e Mitidiero (2017, p. 247) ensinam:

O procedimento monitório foi pensado como alternativa para uma maior tempestividade do processo, podendo ser usado por quem tem prova escrita, sem eficácia executiva do seu crédito, e pretende obter soma em dinheiro, a entrega de coisa ou prestação de fazer ou não fazer. Diante da petição inicial devidamente acompanhada com a prova escrita, deve o juiz mandar expedir mandado de satisfação da prestação. O devedor, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá cumprir o mandado – caso em que ficará isento do pagamento de custas e arcará com honorários de sucumbência no valor de cinco por cento do valor da causa -, restar inerte ou apresentar embargos ao mandado. Não apresentados ou rejeitados os embargos, o título executivo judicial será constituído definitivamente.

Explicando a ação monitória Führer e Führer (2016, p. 163) referem que a ação monitória tem dupla finalidade sucessiva. Ou seja, em um primeiro momento serviria para buscar o pagamento em dinheiro, entrega de coisa fungível ou infungível ou de coisa móvel ou imóvel, ou o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, COM BASE EM PROVA ESCRITA, sem eficácia de título executivo. Ainda, aduzem que na forma do §1º do art. 700 do CPC, a prova escrita pode consistir em prova oral documentada, produzida antecipadamente. Porém, caso não alcançado o cumprimento da obrigação, a monitória serve também como meio para se obter o título executivo correspondente à obrigação constante da prova escrita.

Sobre o cabimento da ação monitória destaca-se também o entendimento de Chacon (2020, p. 158) no sentido de que cabe ação monitória sempre que o credor afirmar com base em prova escrita sem eficácia de título executivo o direito de exigir do devedor capaz alguma obrigação, conforme incisos I a III do art. 700 do CPC. Destaca o autor que não se trata apenas de obrigação pecuniária. E continua o referido autor: “o objetivo desta ação é facilitar a cobrança de obrigação inadimplida por quem não tem título executivo, mas tem prova escrita ou oral da dívida. O foco do procedimento é permitir da expedição de ordem condenatória contra o devedor (de pagamento ou entrega de coisa, de fazer ou

não fazer), sob pena de conversão do mandado de pagamento em mandado executivo”. (CHACON, 2020, p. 158)

Logo, verifica-se que o procedimento especial da ação monitória não é tão célere quanto à execução, mas muito mais simplificado que um processo pelo procedimento comum, tais como a ação de cobrança, obrigação de fazer, por exemplo.

Inclusive é esse o entendimento de Marinoni, Arenhart e Mitidiero (2017, p. 247): “o legislador infraconstitucional concebe o procedimento monitório como técnica destinada a propiciar a aceleração da realização dos direitos e assim como instrumento capaz de evitar o custo inerente à demora do procedimento comum. (...) o procedimento monitório objetiva, através da inversão do ônus de instaurar a discussão a respeito da existência ou inexistência do direito, desestimular as defesas infundadas e permitir a tutela do direito sem as delongas do procedimento comum”.

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Cabimento da ação monitória.

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Acesse o QR CODE ou clique aqui. Quando cabe ação monitória? A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova de escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:

• prova de quantia em dinheiro;

• a entrada de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel; • a adimplemento de obrigação de fazer ou não fazer.

c) Da prova escrita:

Sobre a necessidade de o credor ter prova escrita para ingresso da ação monitória, Marinoni, Arenhart e Mitidiero (2017, p. 248) explicam:

Todavia, será sempre fundamental que a parte que pretenda ajuizar a ação monitória possua prova escrita da obrigação que pretende ver realizada. (...) a ausência dessa prova inviabiliza o emprego desse rito especial. Assim, se o autor não tiver prova escrita, deve exigir seu interesse por meio de ação que tramite pelo rito comum. A par disso, se o autor entender que precisa de maior dilação probatória para demonstrar seu direito, poderá optar pelo procedimento comum, ainda que possua a prova escrita exigida pela lei. Por outras palavras, pode-se dizer que a ação monitória é uma opção para o autor, que pode preferir sujeitar-se ao rito comum, se entender que ele é mais vantajoso para seus interesses.

Como exemplos de prova escrita, podem ser citados o cheque prescrito, como prevê a Súmula 299 do STJ: “É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito”. Além disso, o contrato de abertura de crédito em conta corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, é prova escrita admitida para ação monitória, inclusive conforme previsão da Súmula 247 do STJ: “O contrato de abertura de crédito em conta corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da ação monitória”.

Verifica-se que é possível que a prova escrita, o que é indispensável na monitória, seja proveniente de prova oral que foi produzida antecipadamente; Ou seja, se produz uma prova oral reduzindo-a por escrito, com finalidade de servir de arrimo à propositura da monitória;

Exemplo: produzir prova oral para comprovar um contrato verbal;

Inclusive no que tange a tal possibilidade Chacon (2020, p. 158) ensina: “Atualmente até a prova oral reduzida a termo (prova oral documentada) mediante produção antecipada de prova (art. 381 do CPC) permitirá o ingresso com a ação monitória.

d) Da Monitória em face da Fazenda Pública:

O novo CPC consagrou a possibilidade de a ação monitória ser proposta em face da Fazenda Pública, conforme previsão do §6º do art. 700 do CPC: “§ 6o É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública”. (BRASIL, 2015)

Inclusive, é esse o entendimento da Súmula 339 do STJ: “É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública”.

No que tange à possibilidade de a ação monitória ser ajuizada em face da Fazenda Pública, Marinoni, Arenhart e Mitidiero (2017, p. 262) ensinam: “(...) a ação monitória pode ser proposta contra a Fazenda Pública. Nesse caso, porém, a lei exige certa adaptação procedimental, atendendo às peculiaridades das ações que envolvem o Poder Público. (...) Caso não opostos os embargos, a decisão que concedeu o mandado monitório. Antes de tornar-se definitiva, e, assim, de autorizar o imediato cumprimento da prestação, exige-se sujeição a reexame necessário, exceto nos casos indicados nos §§2º e 3º do art. 496 do CPC (art. 701, §4º)”.

e) Da petição inicial:

Segundo ensinam Marinoni, Arenhart e Mitidiero (2017, p. 253) “a ação monitória é espécie de ação de conhecimento – não de execução – de modo que tem início com petição inicial, que observa os requisitos gerais dos arts 319 e 320, do CPC. Constitui, como já observado, documento essencial para a propositura desta demanda, a prova escrita da obrigação”.

O artigo 700, §2º do artigo 700 do Novo CPC estabelece que a petição inicial da ação monitória deve explicitar os valores, conforme o tipo de obrigação que está sendo buscada:

§ 2o Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso: I - a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo;

- o valor atual da coisa reclamada;

- o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido. (BRASIL, 2015)

Ainda, conforme o §3º do art. 700 do CPC, o valor da causa que deve constar na petição inicial deve ser de acordo com um dos valores dos incisos do §2º do art. 700 do CPC: “O valor da causa deverá corresponder à importância prevista no § 2o, incisos I a III”. (BRASIL, 2015)

No que tange aos valores explicitam Marinoni, Arenhart e Mitidiero (2017, p. 253): “E, para a determinação desse valor econômico da demanda, deve o autor pautar-se: a) no caso de prestação de pagar, pelo valor da importância buscada, devendo instruir a inicial com memória de cálculo; b) em se tratando de prestação de entrega de coisa, pelo valor atual da coisa postulada; e c) na hipótese de prestação de fazer ou não fazer, pelo conteúdo patrimonial dessa prestação ou pela vantagem econômica dela decorrente”.

f) Do indeferimento da Petição Inicial:

Conforme previsão do §4º do art. 700 do CPC, a petição inicial da ação monitória será indeferida nas hipóteses do art. 330 do CPC, bem como se não for atendido o disposto no §2º do artigo 700 do CPC, ou seja, se o autor não explicitar na Petição Inicial da ação monitória os referidos valores: “§ 4o Além das hipóteses do art. 330, a petição inicial será indeferida quando não atendido o disposto no § 2o deste artigo”. (BRASIL, 2015)

g) Emenda da Petição Inicial:

Por sua vez, o §5º do art. 700 do CPC prevê situação de emenda da petição inicial, quando houver dúvida quanto à idoneidade da prova documental que instrui a petição inicial da ação monitória, de forma que o juiz deve intimar o autor para, querendo, emendar a petição inicial e adaptar ao procedimento comum. Exemplo: se for obrigação de pagar, a uma ação de cobrança.

§ 5o Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo autor, o juiz intimá-lo-á para, querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedimento comum. (BRASIL, 2015)

No mesmo sentido, referem Führer e Führer (2016, p. 163) de que se houver dúvida quanto à idoneidade da prova documental apresentada com a Inicial da ação monitória, o autor é intimado PARA EMENDAR a inicial, adaptando-a ao procedimento comum.

Medina (2016, p. 872) também explicita sobre o procedimento da monitória:

No documento PROCESSO CIVIL PROF. TATIANE KIPPER (páginas 36-60)

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