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Ordenamento florestal

No documento Ministério da Agricultura (páginas 42-47)

Capítulo I Disposições Gerais

Artigo 58.º Ordenamento florestal

O uso e gestão dos recursos florestais, incluindo a concessão ou reconhecimento de direitos sobre recursos do domínio público do Estado ou das autarquias locais, devem obedecer ao que vier estabelecido nas medidas de ordenamento florestal previstas na presente lei e seus regulamentos e na legislação sobre ordenamento do território e gestão de recursos hídricos.

Artigo 59.º

A realização de actividades económicas relacionadas com o uso de recursos florestais está sujeita a controlo pelos organismos competentes do Estado segundo regimes de contrato de concessão, declaração prévia e licença de exercício de actividades, nos termos definidos nesta lei e seus regulamentos.

Artigo 60.º

Avaliação de impacte ambiental

No caso de projectos de exploração florestal de grande dimensão que tenham implicações significativas na sustentabilidade dos recursos florestais, nos seus ecossistemas ou na sua diversidade biológica, bem como nos interesses das comunidades locais, não serão celebrados os contratos ou emitidos quaisquer títulos previstos nesta lei sem que seja previamente realizada, pelo organismo competente do Estado, avaliação de impacto ambiental nos termos da legislação em vigor e desta lei e seus regulamentos.

Artigo 61.º

Certificação de florestas em exploração

O Ministério que superintende o sector florestal deve promover a progressiva inserção das florestas naturais ou plantadas em exploração, ou destinadas a exploração, no regime de certificação de gestão sustentável de florestas, sendo prioritária a integração neste regime das florestas de conservação em, ou destinadas a, exploração.

O regime especial de florestas certificadas é estabelecido em regulamento.

Para efeitos de integração de florestas no regime de florestas certificadas, o Ministério que superintende o sector florestal deve promover a realização de auditorias de gestão sustentável de florestas naturais ou plantadas em exploração, nos termos a definir em regulamento.

Artigo 62.º

Sistemas de registo de direitos sobre recursos florestais

O Ministério que superintende o sector florestal deve organizar o cadastro florestal bem como, sem prejuízo de outros registos exigidos, o registo dos direitos relativos a recursos florestais, quer sob concessão quer sob certificado de floresta de plantação.

Artigo 63.º

Obrigações do Governo

São obrigações do Governo no domínio dos recursos florestais:

a) Assegurar o uso sustentável e a gestão integrada dos recursos florestais;

b) Assegurar a coordenação institucional, em especial no que respeita à

compatibilidade das medidas de gestão de recursos florestais com as medidas de ordenamento do território e de gestão de recursos hídricos, bem como com o exercício de actividades económicas com impactos na sustentabilidade dos recursos;

c) Assegurar a adopção de medidas de ordenamento florestal e de ordenamento

do território com elas relacionadas e garantir a sua execução;

d) Aprovar os planos florestais nacionais e os programas de acção nacional de

combate à desertificação;

e) Assegurar que seja realizada a inventariação e classificação do património

florestal e genético e a avaliação periódica do estado destes recursos;

f) Aprovar os relatórios de execução dos planos florestais nacionais e os relatórios

sobre o estado das florestas e promover a divulgação destes;

g) Assegurar a contingentação das espécies florestais que podem ser colhidas ou

cortadas em cada período;

h) Adoptar as medidas de incentivo à criação de florestas de plantação e à

plantação de árvores com vista a aumentar as áreas de cobertura florestal;

i) Promover a adopção de tecnologias que assegurem a melhor utilização possível

dos recursos florestais;

k) Prevenir os riscos de a sustentabilidade dos recursos florestais e da diversidade

biológica ser prejudicada por excesso de colheita ou corte ou por degradação de habitats;

l) Assegurar a fiscalização das actividades económicas relativas a recursos

florestais;

m) Assegurar a participação dos cidadãos na preparação das decisões sobre

florestas;

n) Assegurar a cooperação com outros Estados na protecção dos recursos

florestais, em especial no que respeita à gestão conjunta de recursos partilhados e à compatibilização das medidas de conservação e ordenamento a nível nacional com as medidas tomadas por outros Estados ou organizações subregionais, regionais e/ou mundiais;

o) Assegurar a cooperação com outros estados na prevenção, fiscalização e

repressão de actividades ilícitas, em especial o comércio ilegal de madeiras e de recursos fitogenéticos.

Capítulo II

Do ordenamento florestal

Artigo 64.º

Finalidades do ordenamento

O ordenamento florestal visa a prossecução das finalidades e a realização dos princípios estabelecidos na presente lei e seus regulamentos, em especial a produção sustentável dos bens e serviços florestais que não ponha em risco o valor intrínseco das florestas, não comprometa a sua produtividade no longo prazo e não tenha impactos negativos significativos no ambiente físico e social.

Artigo 65.º

Princípios do ordenamento florestal

O ordenamento florestal rege-se pelos princípios estabelecidos nos artigos 5º e 54º da presente lei.

Artigo 66.º

Medidas de ordenamento florestal

a) A classificação das florestas e dos recursos florestais nos termos dos artigos 6º,

15º a 19º e 55º a 57º;

b) A elaboração e execução de planos florestais nacionais e de planos de gestão

por espécie e por ecossistema;

c) A elaboração e execução de planos de repovoamento florestal e de

desenvolvimento das florestas de plantação;

d) A elaboração e execução de programas nacionais de combate à desertificação e

seca;

e) A elaboração das listas dos ecossistemas e espécies terrestres em extinção,

ameaçados de extinção ou vulneráveis, bem como a execução das medidas necessárias à sua regeneração;

f) A definição dos critérios e indicadores para integração de florestas no regime de

florestas certificadas;

g) A determinação dos períodos de repouso vegetativo;

h) A definição dos tamanhos das diferentes espécies que podem ser colhidas ou

cortadas;

i) A contingentação das espécies florestais que podem ser exploradas e a sua

desagregação por províncias;

j) A definição dos métodos e tecnologias a serem utilizados nas actividades

relativas a recursos florestais, em especial na exploração florestal;

k) A definição dos padrões a que devem obedecer os produtos florestais lenhosos

e não lenhosos;

l) A concessão ou reconhecimento de direitos relativos a recursos florestais do

domínio público;

m) As medidas de incentivo às actividades de povoamento e repovoamento

florestal, bem como de conservação ex situ de recursos florestais;

n) As medidas de incentivo às empresas angolanas que se dediquem à exploração

florestal sustentável e à prossecução de outros objectivos previstos na presente lei;

o) Os planos de emergência para fazer face a situações imprevistas que ponham

em perigo os recursos florestais, em especial de combate a fogos e incêndios florestais;

p) A promoção da formação profissional dos diversos intervenientes nas

actividades relativas a recursos florestais;

q) A definição de regras de segurança e higiene no trabalho específicas do sector

florestal;

r) O acompanhamento e avaliação do estado dos recursos florestais;

s) As medidas de investigação científica de base e aplicada sobre os recursos

florestais e seus ecossistemas;

t) A divulgação de tecnologias apropriadas, bem como as medidas de incentivo

para a sua aplicação, com vista a assegurar o uso sustentável dos recursos florestais;

u) A promoção de formas de concertação social, em especial com os exploradores

de recursos florestais, os utilizadores de produtos florestais, as associações profissionais e de defesa do ambiente interessadas, bem como as organizações comunitárias, com vista a assegurar a realização dos objectivos do ordenamento.

Artigo 67.º

No documento Ministério da Agricultura (páginas 42-47)

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