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Organização do Controle Interno e do SCI no Poder Legislativo Estadual

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.2 Órgãos responsáveis pelo Controle Interno e pelo SCI nos Poderes

4.2.3 Os Controles Internos e os Sistemas de Controle Interno nos Poderes

4.2.3.2 Organização do Controle Interno e do SCI no Poder Legislativo Estadual

A Controladoria do ALECE tem em seu comando, a Auditora de Controle Interno, servidora da carreira da CGE, que ocupou o cargo de Controladora Adjunta daquele órgão no período de 2007 a 2016. A Controladora traz para o Poder Legislativo toda a sua experiência e conhecimento sobre o controle interno.

Como citado anteriormente a estrutura do Poder Legislativo é composta por dois entes a ALECE e o Fundo de Previdência Parlamentar. É no contexto desses dois órgãos que deve ser instituído o controle interno. O Fundo de Previdência Parlamentar, assim como os Fundos vinculados a órgãos do Executivo, não possui unidade administrativa. A operacionalização desse Fundo é realizada pela estrutura de pessoal e material da própria ALECE.

A Controladoria, órgão responsável por coordenar o controle interno no Legislativo, é um departamento da ALECE. Não detém recursos orçamentários, sede ou pessoal próprios. Difere nesses aspectos da Controladoria do Poder Executivo.

Quanto ao controle interno, conceitualmente falando, guardadas as devidas proporções, aplica-se ao Poder Legislativo o mesmo que ao Executivo. Na ALECE o conceito sistêmico de controle interno se encerra nos departamentos da ALECE e envolve o controle interno da gestão sob a supervisão e coordenação da Controladoria, como órgão central.

Segundo o Entrevistado 2, o Sistema de Controle Interno da Administração Pública compreende o controle interno de responsabilidade do órgão central e o de responsabilidade da gestão. O Entrevistado entende que esse é o modelo delineado pela Constituição e afirma ser o adotado pela Controladoria Geral da União (CGU), no âmbito Federal, pela CGE, no Estado, e que está sendo implementado no âmbito da Assembleia Legislativa.

Ainda segundo o Entrevistado 2, o controle interno de responsabilidade da gestão possui duas linhas de defesa: controladoria e a ouvidoria, como se depreende da transcrição:

Existe o controle interno (órgão central) e o controle interno da gestão. Hoje o controle interno está definido assim. É o modelo da CGU. É o modelo que estamos implantando na Assembleia Legislativa. Os controles internos da gestão acontecem no desenvolvimento das atividades no interior do órgão e na supervisão. O gestor tem responsabilidade sobre o controle interno de sua gestão, devendo fortalecê-los por meio de suas duas linhas de defesa: controladoria e ouvidoria. Isto não compete

ao órgão central do sistema, uma vez que o sistema é estruturado pelo órgão central e pelos controles internos na gestão, com essas duas linhas de defesa.

Extrai-se do exposto no trecho transcrito, que o controle interno no Poder legislativo está em processo de implantação, ou seja, ainda não está sedimentado.

Na opinião do Entrevistado 2, o sistema de controle interno compreende a atuação tanto do órgão central de controle interno quanto das unidades de controle, que devem ser estabelecidas em cada departamento, órgão e entidade, sob a responsabilidade dos respectivos gestores. Por essa razão, por ela definido como controle interno da gestão. Nesse sentido, compete aos órgãos centrais de controle interno desenvolver as funções de auditoria e correição, bem como a de coordenar a execução das funções controladoria e ouvidoria. É o que se extrai da transcrição seguinte:

Então, existe o controle interno – órgão central que centraliza as funções de auditoria e correição e que tem a função de organizar, padronizar o controle nas unidades que estruturam os Poderes; e o controle interno dessas unidades (secretarias, entidades etc), que entendo ser o controle interno da gestão, onde são desenvolvidas as funções de controladoria e ouvidoria. Cabe ao gestor, dirigente máximo, fortalecer os controles internos da sua gestão, em consonância com as diretrizes do órgão central. Hoje o controle interno está definido assim. É o modelo da CGU e o que estamos implantando na Assembleia Legislativa.

O Entrevistado 2 complementa que as funções controladoria e ouvidoria fortalecem a gestão e, por essa razão, devem ser descentralizadas e implementadas pelos gestores dos órgãos e entidades, independente da atuação do órgão central de controle interno. Segundo a Auditora, a este competiria padronizar e organizar o controle, além de exercer, com exclusividade, as funções de auditoria e corregedoria. É o que se depreende do seguinte trecho de sua entrevista:

As quatro macrofunções do controle interno estabelecidas na Constituição, reposicionam o órgão central de controle interno. Antes, prevalecia a ideia de um órgão central, sob o qual existiam outros órgãos que eram avaliados por aquele. Hoje, no modelo que está assentado e que estamos implementando na Assembleia Legislativa, o órgão central é mais proativo. Ele vem padronizar e organizar o controle interno. É muito importante se entender que a controladoria e a ouvidoria fortalecem a gestão. As outras duas áreas, auditoria e correição, devem ser completamente independentes e separadas das demais. A auditoria nunca será descentralizada, ela nunca irá para dentro da gestão.

Partindo dessa premissa, pode-se constatar no Quadro 11, linhas 26 e 36, que as atividades de auditoria estão contempladas entre as competências da Controladoria da ALECE, assim como nos demais órgãos centrais de controle interno. Contudo, o mesmo não se verifica em relação à função corregedoria.

Consultando o sítio eletrônico oficial da Assembleia Legislativa, no link intitulado Assembleia, encontram-se as páginas destinadas à Corregedoria e à Ouvidoria Parlamentar. A página da Controladoria está localizada no link Institucional.

A Corregedoria foi instituída em 11 de dezembro de 1996, por meio da Resolução nº 389 conforme a informação constante em sua página e a Ouvidoria Parlamentar, por meio do regimento interno da Assembleia, em 2007. Conforme se observa, os citados órgãos foram instituídos bem antes de suas atividades serem enumeradas entre as que devem ser desenvolvidas pelo Controle Interno.

A Controladoria, órgão responsável pelo SCI, por seu turno, foi instituída em 2003, por meio do Ato Deliberativo nº 561, comporta as atividades de controladoria, auditoria, ouvidoria, transparência, ética e acesso à informação, de acordo com a atualização promovida com a edição do Ato Deliberativo nº 820/2018. Na controladoria, as atividades de corregedoria, embora não explicitadas no caput do art. 1º, consistirá em assessoramento técnico, segundo definido em seu §8º. Dessa forma, de acordo com o normativo, a Controladoria atende à Constituição Estadual. Entretanto, conforme salienta a Controladora do Órgão, o controle interno e o sistema de controle interno estão em fase de implementação.

Como relatado no item precedente, a ALECE está pleiteando um acento no CONACI. Porém, a filiação dependerá da concessão de direito a voto nas reuniões técnicas do Conselho, ou seja, de uma alteração do entendimento do Conselho sobre a participação de órgãos de controle de outros Poderes no CONACI.

Pelo exposto, observa-se que o controle interno da ALECE está sendo estruturado com base no modelo de controle interno previsto na Constituição Estadual, podendo-se afirmar que não está consolidado.