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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.2 APRESENTAÇÃO DOS TEMAS ABORDADOS NO ÁLBUM SERIADO

4.2.1 Orientações sobre o câncer para a criança

A partir dos dados encontrados na etapa de seleção dos temas para compor o álbum seriado constatou-se que na percepção dos familiares/acompanhantes e os profissionais de

2014 e SILVA, 2015).

Para Gomes et al (2013) a criança com doença crônica, em idade escolar, tem conhecimento acerca de sua condição, de acordo com a sua capacidade de compreensão. O modo de narrar a sua história e entender o contexto de vida em que está inserida resulta de um processo de recordação de eventos passados, mas, também, de representações presentes e futuras.

Para abordar a doença junto à criança, na linguagem mais próxima do seu universo, foram incluídas quatro figuras que fazem uma introdução sobre o tema, à formação do corpo humano, como surge o câncer e os principais sintomas.

Quadro 2. Orientações contempladas no álbum seriado sobre a doença

Olá pessoal, eu sou o Joca, tenho 7 anos, moro com meu pai, minha mãe e minha irmã Luíza. Gosto muito de brincar, ir ao parquinho com meu amigo Pedro, jogar vídeo game, correr e gosto de futebol igual meu pai. Por algumas semanas tenho me sentido muito cansado, com dor de cabeça, vomitando, dor nos ossos, febre e perdi alguns quilos. Minha mãe me levou no médico e depois de muitos exames, ele disse pra ela que tenho câncer. Mas o que é isso? O que vou fazer? Você me ajuda a descobrir? (Figura

2)

O nosso corpo é feito por muitas células tão pequenas, mas tão pequenas que quando se juntam, fazem diferentes coisas que o nosso corpo precisa como sangue, músculo, osso, pele.

Algumas vezes essas células se dividem muito rápido, não trabalham direito e produzem células diferentes que ficam doentes. (Figura 4)

Quando essas células diferentes crescem no meu corpo posso ter... (Figura 5)

Fonte: SANTOS, Cássia Rodrigues dos; SILVA, Liliane Faria da. Eu também posso entender o câncer: álbum seriado. 2015.

A compreensão da criança acerca de sua doença a torna um possível participante na tomada de decisões relativas ao seu processo saúde/doença. Este fato deve ser valorizado e respeitado pela equipe de saúde, de forma a considerar as preferências pessoais. As crianças possuem capacidade de compreensão de sua doença e tratamento, por isso não se deve negligenciá-las tornando-as sujeitos passivos no tratamento do câncer (GOMES et al, 2013).

Além disso, a informação tende a minimizar os sentimentos de medo e isolamento que acompanham o diagnóstico de câncer, e faz com que o paciente coopere com os profissionais de saúde em todo o processo terapêutico (MALTA; SCHALL; MODENA, 2009).

Quando a criança tem conhecimento sobre a sua doença, a tendência é que estas levem com mais seriedade as orientações realizadas pelos profissionais e reforçadas pelos pais, para o seu cuidado diário, seguindo-as de forma adequada para que o tratamento flua de maneira mais positiva.

Quanto às orientações que os familiares/acompanhantes e profissionais de saúde julgam importantes serem realizadas junto à criança com câncer em tratamento quimioterápico, nos estudos que embasaram a escolha dos temas foi visto que a criança deve saber todo o processo do tratamento, os tipos de cateteres, e, em caso de transfusão, explicar o porquê do procedimento e todas as condutas necessárias para realizá-lo (CRUZ, 2013; SARMENTO, 2014 e SILVA,2015).

Para abordar o tratamento foram utilizadas duas figuras que explicam o porquê do tratamento, para quê serve e abordando o uso do cateter.

Quadro 3. Orientações contempladas no álbum seriado sobre tratamento e cateter

Me falaram que agora que estou doente preciso tomar alguns remédios e isso se chama quimioterapia, você sabe o que é? Ela serve para que os soldadinhos chamados leucócitos receberem ajuda com esses remédios para lutarem contra as células que cresceram diferentes. (Figura 6)

Como vou ter que tomar remédio e fazer exames por isso preciso da ajuda de um “amiguinho” feito de borracha na minha veia. O nome desse “amiguinho” é conhecido por cateter. (Figura7)

Fonte: SANTOS, Cássia Rodrigues dos; SILVA, Liliane Faria da. Eu também posso entender o câncer: álbum seriado. 2015.

máximo de informações sobre o seu tratamento, já que possuem muitas dúvidas e o tratamento fará parte da sua rotina por um determinado tempo (SARMENTO, 2014). Os pais/acompanhantes também acham que cabem aos profissionais de saúde fornecer todas as informações necessárias à criança, já que eles possuem mais informações sobre o assunto (SILVA, 2015).

Em seu estudo Gomes et al (2013) afirma que conhecer as rotinas do tratamento faz com que a criança saiba o que lhe irá acontecer. Mas pode gerar sentimentos controversos, onde por um lado, ela estará preparada para o enfrentamento da situação, de forma que pode desenvolver estratégias pessoais para minimizar o estresse; por outro, dependendo de como seu organismo reage às medicações, pode apresentar sentimentos ambíguos entre a necessidade de dar continuidade ao tratamento e vontade de não mais passar pelo processo de dor e sofrimento, principalmente quando os efeitos colaterais do tratamento são desconfortáveis.

A criança quando não tem acesso a informações sobre o procedimento a qual será submetida, cria sentimentos como o medo e a angústia. Para evitar possíveis transtornos , o profissional de saúde deve oferecer, sempre que possível, todas as informações.

Ao falar de inclusão das crianças, quando o assunto trata de seu estado de saúde, tratamento, entre outros, Hockenberry (2011) afirma que o profissional de saúde deve incluir a criança nas conversas e no cuidado desde o primeiro contato, a partir de indagações a respeito do seu nome, idade e qualquer outra informação.