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Seleção dos conteúdos contemplados no álbum seriado

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1.1 Seleção dos conteúdos contemplados no álbum seriado

Na primeira etapa da pesquisa foi realizada uma seleção dos conteúdos que seriam utilizados na construção do álbum. Essa seleção tinha por finalidade embasar cientificamente o assunto abordado no material, proporcionar domínio do conteúdo e informações corretas e atualizadas para o público alvo.

Foi realizado um levantamento dos dados nos trabalhos ―Percepção dos familiares a

respeito das orientações realizadas pelos profissionais junto às crianças com câncer‖,

quimioterápico antineoplásico” e “A visão dos familiares quanto à realização de orientações sobre quimioterapia junto à criança com câncer” (CRUZ, 2013; SARMENTO, 2014 e

SILVA, 2015).

Foi identificado no trabalho ―Percepção dos familiares a respeito das orientações

realizadas pelos profissionais junto às crianças com câncer‖ que os pais/acompanhantes

gostariam que as crianças tivessem orientações sobre a doença, o tratamento, a queda de cabelo, reações do tratamento, uso do cateter de longa permanência, cuidados com a alimentação, cuidados de higiene, riscos do tratamento, cura, sentimentos e emoções e os cuidados gerais (SARMENTO, 2014).

Já no segundo ―Orientações de enfermagem junto as crianças em idade escolar em

tratamento quimioterápico antineoplásico” que os profissionais de saúde da enfermagem

orientam as crianças quanto ao seu tratamento, queda de cabelo, reações do tratamento, uso de corticóides, cuidados com a alimentação e higiene, sentimentos e emoções, cuidados gerais (CRUZ, 2013)

No terceiro “A visão dos familiares quanto à realização de orientações sobre

quimioterapia junto à criança com câncer” é destacado que a criança deve saber sobre a

doença, a quimioterapia, os efeitos colaterais, as mudanças corporais, limitações e o prognóstico de enfermagem; na visão dos familiares para abordar o assunto teria um momento apropriado; como o profissional deve ajudar nas orientações e suas estratégias para essa abordagem (SILVA, 2015).

Para esta fase, para melhor organização dos dados foi elaborado um quadro (quadro 1), que destaca os temas a serem abordados no álbum seriado.

Quadro 1. Orientações que devem ser dadas para as crianças em tratamento quimioterápico antineoplásico

Orientações que devem ser realizados junto às crianças em tratamento quimioterápico antineoplásico

Temas

“Percepção dos familiares a respeito das orientações realizadas pelos profissionais junto às crianças com câncer”

(SARMENTO, 2014)

“Orientações de enfermagem junto às crianças em idade

escolar em tratamento quimioterápico antineoplásico”

(CRUZ, 2013)

“A visão dos familiares quanto à realização de orientações sobre

quimioterapia junto à criança com câncer” (SILVA, 2015)

O que é câncer?

“(...) Ele sabe que tem leucemia, mas não sabe o que é.” (Voluntária 7) “(...) explicou da doença para os coleguinhas.” (Voluntária 8)

“Acho que a equipe tem que falar pra ele o que é a doença (...).” (Voluntária 10)

“Acho que os médicos devem orientar as crianças sempre. Não esconder deles a doença que eles têm.” (Ariel)

“Eu acho que eles devem saber de tudo, principalmente nessa fase. Por que a partir dos 5 anos já tem noção do está acontecendo.” (Rapunzel) “(...) Ele não sabia sobre a doença. Falava que tinha leucemia e não tinha câncer, porque o câncer matava e a leucemia não.” (Aurora)

Tratamento

“(...) que ele ia entrar em tratamento pra melhorar.” (Voluntária 8) “A partir do primeiro dia, eles foram muito transparentes, tanto comigo quanto com ela, falou sobre o tratamento (...).” (Voluntária 5) “Pra ele eu acho legal ficar sabendo do tratamento, porque ele se interessa em saber, ele já pediu pra

“Às vezes, eu falo: olha eu vou colocar um remedinho que vai te ajudar.” (Bela-enfermeira)

“Quando vou administrar uma quimioterapia digo que aquilo é um remédio para o tratamento, (...).” (Aurora- enfermeira)

“Faço as orientações conversando, em relação aos medicamentos.”

“As crianças fazem muita pergunta, querem saber de tudo, entender sobre os remédios, (...) porque agora ele já entende tudo.” (Ariel)

“(...) Às vezes tem medicamento que nem eu sei e ele fala o que é. Ele quer saber de tudo, e eu acho que eles devem saber mesmo”. (Bela) “O meu filho sempre pergunta que

saber sobre o remédio (...).” (Voluntária 8)

“Ah, acho que tem que informar que é um tratamento pro bem deles (...)” (Voluntária 8)

(Mulan- enfermeira) medicamento é, para que serve, ele quer saber de tudo.” (Jasmine) “(...) Ele quer saber quantas quimioterapias ele vai fazer, quantas horas vai demorar.” (Aurora)

Uso do catéter de longa permanência

“Conversaram muito com ele, quando ele colocou um cateter (de longa permanência) explicaram a ele... Foi bem repassado. “(Voluntária 6)

“(...), cuidados com o cateter, (...).” (Voluntária 6)

“Damos pouca orientação a respeito (...) da manutenção do acesso integro e pérvio.” (Bela- enfermeira)

“As crianças fazem muita pergunta, querem saber de tudo, entender sobre os tipos de cateter, tudo eles querem saber.” (Ariel)

Reações do tratamento

“A médica me falou que ele pode ter vômito... Acho que só isso.” (Voluntária 7)

“As informações sobre as reações elas (profissionais) passaram só depois que ele teve a reação, e (a criança) não sabia dessas reações.” (Voluntária 8)

“Eu acho que se o profissional sentar e explicar pra eles os riscos das coisas vai ajudar muito! (...).” (Voluntária 4)

“Eu acho que pra ele não seria importante passar as reações do tratamento.” (Voluntária 7)

“(...) que ela pode ficar enjoada, e neste caso tem que avisar para fazermos uma medicação (...).” (Aurora- enfermeira)

“(...) que a quimioterapia provoca enjoo,(...).” (Jasmine- técnica de enfermagem)

“Nós orientamos aos pais que devido à quimioterapia (...), ela vai ficar nauseada, vai ter que internar, não vai querer comer (...)” (Branca de Neve- técnica de enfermagem) “Durante a quimioterapia, a gente fala para os pais sobre o que pode acontecer: a criança pode nausear, pode ter efeitos colaterais da quimioterapia entendeu? Após a

“Tem vezes que ele não quer comer nada, fica sem fome ou a boca dói por causa das feridinhas. Essas informações são importantes né, pra ajudar ele a entender o porquê que isso acontece.” (Cinderela).

“Essa figura eu coloquei porque eles devem saber do enjoo, eles sentem muito enjoo, não conseguem comer, não conseguem beber, só fazendo vômito e diarreia.” (Rapunzel).

quimioterapia, risco de queimadura, por isso orientamos os pais que a criança não pode tomar sol.” (Mulan- enfermeira)

Mudanças na imagem corporal

“(...) fui eu que orientei sobre a queda de cabelo.” (Voluntária 7) “(...) Mas, no geral, acho que seria importante orientar (...) falar sobre a queda de cabelo. “(Voluntária 7)

“Então a gente fala: a gente vai dar um remedinho e você vai ficar com o cabelo assim (alopecia).” (Cinderela- técnica de enfermagem) “(...) falo sobre o risco de queda de cabelo, (...).” (Aurora- enfermeira) “(...) que um dia ela tem cabelo e daqui um mês vai ficar careca.” (Cinderela- técnica de enfermagem) “Nós orientamos aos pais que devido à quimioterapia o cabelo da criança vai cair, (...).” (Branca de Neve- técnica de enfermagem)

“O contato com as outras crianças facilita, ela sabe que o cabelo vai cair, porque vê as outras crianças.” (Cinderela- técnica de enfermagem)

“Essa figura (figura 2) aqui é sobre a queda do cabelo, que é uma questão muito complicada, muito difícil porque nós que temos menina é bem complicado.” (Elza)

“A primeira vez que o cabelinho dele caiu ele tinha oito anos e ele chorava muito. Quando ele olhou no espelho, ficou muito deprimido, triste pra caramba.” (Bela)

“É onde a ficha cai e todo mundo vê que ela está realmente doente, quando o cabelo cai todo.” (Elza) “Todas as crianças que faziam o tratamento com ele já tinham caído o cabelo, menos o dele. Aí ele já achava que o dele não ia cair mais porque já estava acabando, mas na última etapa, caiu.” (Aurora)

Cuidados com a alimentação

“(...) Porque quando a médica falou sobre os cuidados com os alimentos pra ele... Ele vai ao mercado e olha a data de vencimento das coisas, ele se cuida!” (Voluntária 4)

“(...) cuidado com a alimentação... Fruta, quanto está neutropênico, não

“(...) não entendem que o que a criança come na rua que pode prejudicar, elas continuam trazendo coisa da rua, para a criança comer, e não pode!“ (Jasmine - técnica de enfermagem)

“Essa figura (figura 6) aqui é a questão da alimentação, que eles têm privação de tudo.” (Elza)

“(...) quando ele vai a algum lugar e as pessoas oferecem, ele diz que não pode comer, mas fica chateado e com muita vontade.” (Cinderela)

pode comer... “(Voluntária 6)

“(...) a alimentação, conversei pra ele comer verdura, beterraba.” (Voluntária 2)

“(...) E as frutas é porque quando faz a quimioterapia, a imunidade cai e eles ficam neutropênicos e às vezes as crianças gostam de fruta, laranja, banana, e não podem, então eles precisam saber disso.” (Rapunzel)

Cuidados com a higiene “Lavar a mão toda hora, passar

álcool, (...). “(Voluntária 6)

“(...) sobre a importância da higienização das mãos. E só!” (Jasmine- técnica de enfermagem)

Limitações do tratamento

“A criança tem que saber dos cuidados pra ele explicar pras outras pessoas que visitam e pra outras pessoas (...) Porque muitas das vezes a gente explica, mas as pessoas não gostam, né, não entendem.” (Voluntária 6)

“A criança não pode jogar uma bola, não pode brincar no sol, tomar banho de piscina, muito menos ir à praia, então muito lazeres são privados e isso também causa sofrimento. Eles têm que saber disso.” (Rapunzel)

“(...) Certas brincadeiras ele também não pode participar como jogar bola, andar de bicicleta e isso é difícil porque ele só gosta de correr.” (Cinderela)

“O meu neto reclama, e quando a gente vai pra casa eu tenho que levar ele na escola pra ver os coleguinhas, ver a professora que ele deveria está estudando.” (Ariel)

Gravidade, riscos da doença e a possibilidade de cura

“(...), que isso é pra cura da doença que ele tem.” (Voluntária 8)

“(...) se curar, entendeu?” (Voluntária 4)

“Nós tivemos um caso (falecimento de criança em tratamento) aqui né. A minha filha ficou com muito medo, tudo o que acontecia ela achava que ia morrer igual.” (Elza)

“Explicar pra eles o risco que eles correm, explicar que cooperando dá pra levar, (...)” (Voluntária 4) “Eu acho que se o profissional sentar e explicar pra eles os riscos das coisas vai ajudar muito! Porque eu já vi criança que a mãe esconde, eu já vi... tem mãe que não passa pro filho a realidade, o risco que tem. Então você vê a criança pegando negócio do chão, sujo, você vê a criança descalça num lugar que não pode, entendeu?” (Voluntária 4)

coleguinha que está em tratamento que vai “embora” (falece), elas não conseguem entender, ficam com medo, perguntam o porquê, já que eles estavam se tratando, e questionam se isso vai acontecer com eles também.” (Ariel)

“Minha filha foi pro CTI porque pegou uma infecção generalizada, e ela implorava pra não ir pra lá porque o amiguinho morreu lá no CTI. Aí a profissional chegou e falou “Você não vai morrer, seu amiguinho foi um caso e você é outro, você vai pra lá pra se recuperar”. Que eles têm chance de lutar, fazer o tratamento e vencer. Não é só infelicidade.” (Rapunzel) Fonte: SANTOS, Cássia Rodrigues dos; SILVA, Liliane Faria da. 2015 apud CRUZ, 2013; SARMENTO, 2014 e SILVA, 2015.

referentes às orientações para compor o conteúdo do álbum seriado. O conteúdo foi abordado de forma que houvesse concordância entre o título do álbum e o texto interno, bem no objetivo de difundir as informações sobre a doença, o tratamento e a possibilidade de cura objetivando esclarecer dúvidas e fornecer informações necessárias à criança com dinamismo durante a leitura e envolvimento da criança no contexto da conversa.

Assim, foram definidos os seguintes temas a serem contemplados no álbum seriado:  A formação do corpo humano

 O câncer

 Sintomas do câncer  Quimioterapia  Células sanguíneas  Catéter

 Reações adversas e orientações para o alívio  Alimentação

 Higiene

 Convívio: família, amigos, escola  Cura