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OSÓRIO, Fábio Medina Direito administrativo sancionador 2 ed São Paulo: RT, 2005 p 104 18 Nos termos do art 7 o do CDC: Art 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes

No documento Coleção Jovem Jurista 2013 (páginas 192-194)

de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e eqüidade.

19 Para mais detalhes sobre cada uma dessas sanções, observar: ALMEIDA, João Batista de. A Proteção Jurídica do Consumidor. 4a ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 189-193.

20 DENARI, Zelmo. Das sanções administrativas. In: GRINOVER, Ada Pellegrini et al. Código de De- fesa do Consumidor - Comentado pelos autores do anteprojeto. 8a ed. rev., ampl. e atual. conforme o

O primeiro tipo é o da sanção pecuniária, que engloba uma única medida, a multa, estabelecida no art. 18, I. Em razão da infração administrativa, é imposta uma obrigação pecuniária ao fornecedor, que será i xada levando em consideração a gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do forne- cedor.21 O segundo tipo é o das sanções objetivas, que estão previstas nos incisos

II a VI do art. 18.22 Um exemplo dessas medidas é a proibição de fabricação do

produto que tem como principal i nalidade resguardar a segurança do consumi- dor. O CDC estabeleceu um novo critério para a inserção dos produtos e serviços no mercado de consumo. Não basta que eles sejam adequados ao i m a que se destinam. Devem, ainda, ser seguros. Em outras palavras, os produtos e serviços não podem colocar em risco a integridade física do consumidor. Nesse sentido, sempre que verii cada a inadequação ou a insegurança do produto ou serviço, po- derá ser aplicada tal medida. O terceiro tipo é o das sanções subjetivas, como, por exemplo, a suspensão temporária de atividade. Estas estão previstas nos incisos VII a XII do art. 18.23 Com exceção da revogação da concessão ou permissão e da

contrapropaganda (esta última aplicável apenas no caso de publicidade enganosa ou abusiva), todas as demais sanções subjetivas só podem ser aplicadas quando caracterizada a reincidência na prática das infrações de maior gravidade.24

É importante destacar que, segundo o § 3o do art. 18, as sanções previstas

nos incisos III a XI podem ser aplicadas pelo PROCON, mas estão sujeitas à coni rmação do órgão regulador, caso exista. Assim, no âmbito das telecomuni- cações, essas medidas sancionatórias só i cam aptas a produzirem efeitos com a anuência da ANATEL.

1.1.2. Sanções administrativas — ANATEL

As sanções administrativas aplicáveis pela ANATEL estão elencadas em dois diplomas legais, a Lei de Telecomunicações e o Decreto 2.338/97, que regula- menta a Agência.

Os incisos do art. 173 da Lei 9.472/97 relacionam as cinco sanções que a Agência pode aplicar: advertência, multa, suspensão temporária, caducidade

21 Art. 57 do CDC.

22 “ II - apreensão do produto; III - inutilização do produto; IV - cassação do registro do produto junto ao órgão competente; V - proibição de fabricação do produto; VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;”

23 “VII - suspensão temporária de atividade; VIII - revogação de concessão ou permissão de uso; IX - cas- sação de licença do estabelecimento ou de atividade; X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade; XI - intervenção administrativa; XII - imposição de contrapropaganda.” 24 Arts. 59 e 60 do CDC.

e declaração de inidoneidade. No entanto, o Decreto 2.338/97, em seu art. 19, parágrafo único, estabelece que a competência sancionatória da ANATEL no seu âmbito de atuação prevalece sobre a de quaisquer outros órgãos, sendo que a Agência detém a exclusividade para a aplicação das sanções previstas nos incisos VI, VII, IX, X e XI do art. 56 do CDC.

Note-se que o caput do referido art. 19 contém uma determinação rele- vante: “A Agência articulará sua atuação com a do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, (...) visando à ei cácia da proteção e defesa do consumidor dos serviços de telecomunicações (...).”.25 Esse trecho deixa claro que a ANATEL,

apesar de ter como atividade principal a regulação, também atua na proteção do consumidor, tendo como um instrumento para isso a aplicação das sanções, elencadas nesta seção.

1.2. Processo administrativo

A aplicação de sanções deve ocorrer mediante processo administrativo, já que, de acordo com o art. 5o, LIV, da Constituição da República, “ninguém será

privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. Nesse pro- cesso, deve haver a chance de os litigantes administrativos se defenderem, se- gundo determinação do art. 5o, LV, o qual garante o direito ao contraditório

e à ampla defesa, com todos os recursos a ela inerentes.26 Assim, a observância

das garantias constitucionais é requisito de validade para a aplicação da sanção. Consequentemente, a inobservância acarretará a nulidade do processo e, por conseguinte, da sanção adotada pelo órgão público.

O Decreto 2.181/97 dedica vinte e dois de seus artigos à normatização do processo administrativo.27 Conforme ensina João Batista de Almeida, o proces-

so pode ter início de duas formas: ato por escrito de autoridade competente ou lavratura de auto de infração.28

Instaurado o processo, o acusado deve ser notii cado e terá 10 dias para apresentar a sua defesa. Após instrução, será proferida a decisão, a qual, sendo

25 “Art. 19. A Agência articulará sua atuação com a do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, orga- nizado pelo Decreto no. 2.181, de 20 de março de 1997, visando à ei cácia da proteção e defesa do con-

sumidor dos serviços de telecomunicações, observado o disposto nas Leis no. 8.078, de 11 de setembro

de 1990, e no. 9.472, de 1997.”

26 “LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigan- tes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;” CR.

27 Do art. 33 ao art. 54.

28 ALMEIDA, João Batista de. A Proteção Jurídica do Consumidor. 4. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva,

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