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Os diferentes tipos de Instalações

As instalações para concentrar a manutenção podem ser centralizadas, sendo em algumas situações, a melhor solução, a melhor estrutura, onde todo o pessoal está localizado em uma mesma área, normalmente, sob um mesmo comando tático.

Deste local partem todos os mecânicos e eletricistas para trabalhar em todo e qualquer ponto da fábrica, e para ali retomam após concluírem a tarefa, para prestarem conta do serviço executado e buscarem novas instruções.

É um sistema de organização que tem vantagens e desvantagens. Vantagens das Instalações Centralizadas:

a) A mão-de-obra, quando as instalações são centralizadas fica, normalmente, agrupada por especialidades. Disto resulta facilidade em deslocar e dispor de mão-de-obra suficiente para absorver a maioria dos serviços, mesmo em piques.

b) Em consequência permite maior facilidade e melhor resposta aos piques de solicitação.

c) Com grupos centralizados é mais fácil obter e dar autorização para contratar especialistas bem treinados e caros.

d) Ainda como consequência, é menor a probabilidade de ser necessária mão- de-obra subcontratada.

e) Com instalações centralizadas é mais fácil adquirir equipamento especializado, pois ele será usado na manutenção de toda a fábrica.

f) Em consequência, é menor a chance de ser necessário alugar equipamentos e ferramentas de apoio.

g) A facilidade de designar operário permite-nos trabalhar com problemas que são similares em toda a fábrica, ficando o operário familiarizado mais rapidamente com os tipos de falhas em si.

h) A consulta e auxílio entre especialidades diferentes são mais rápidos e mais fácil devido à proximidade física.

i) A camaradagem entre toda a equipe de manutenção será mais forte, na medida em que todos convivem no mesmo local.

São desvantagens de Instalações Centralizadas:

a) O tempo perdido pelos operários em deslocamento pelas instalações até o local onde o atendimento será efetuado baixará a eficiência da equipe.

b) Deste modo, o tempo gasto para completar serviços de rotina pode ser excessivo.

c) O tempo de resposta, para atendimento em emergências, pode ser intolerável.

d) A supervisão fica mais difícil e mais fraca devido à grande área atribuída à equipe de manutenção.

e) Poderá ser necessária maior quantidade de encarregados e mestres para uma supervisão efetiva.

f) Um operário necessitará de muito tempo para ficar familiarizado com toda a fábrica, se isto for possível.

g) Em consequência, nem sempre o operário mais adequado a um tipo de atendimento estará disponível.

h) Sempre haverá a dúvida de quão bem um operário compreenderá ou estará familiarizado com parte do equipamento da fábrica.

A manutenção descentralizada pertence a um estágio de seu desenvolvimento, tendo como meta o melhor e o mais rápido atendimento à produção em instalações industriais que ocupam grande área física ou que tem, dentro da mesma instalação, equipamentos completamente diferentes entre si nos diversos estágios de fabricação. Um exemplo típico são as siderúrgicas que possuem, normalmente, uma equipe de manutenção para cada etapa do processo fabril.

São vantagens de instalações descentralizadas:

a) O tempo de deslocamento dos operários a partir da oficina até o local onde o trabalho será executado é reduzido.

b) Em consequência, isto permite resposta mais rápida à solicitação de serviços. c) Como a área atribuída é menor, a supervisão fica mais fácil e mais eficiente. d) A programação dos trabalhos é mais simples, pois só envolve uma área.

e) A equipe de manutenção adquire uma melhor compreensão dos requisitos operacionais de cada área específica, pois prestam os seus serviços para aquela área apenas.

f) Os reparos são mais rápidos devido à familiarização do pessoal com o equipamento e com a repetição dos problemas e falhas.

g) Em consequência, as eventuais mudanças de linha de produção são mais simples de serem absorvidos pela manutenção.

São desvantagens de instalação descentralizada:

a) Menor flexibilidade, o que deve ser entendido como “dificuldade para executar serviços grandes”, pois, a mão-de-obra está distribuída entre vários supervisores que normalmente estão mais preocupados com os serviços de sua própria área, importante para cada um, mas menos importante para o conjunto em um dado momento.

b) Tensão entre supervisores que reclamam de ter seu pessoal deslocado para outra área.

c) Existirá, então, uma tendência a contratar mais pessoal que o necessário. Normalmente este tipo de organização tem quadros de pessoal sobre dimensionados.

d) Como existem mais subdivisões, haverá também a solicitação maior de serviços de escritório e mais pessoas para executá-los.

e) Fatalmente ocorrerá uma aquisição de equipamentos idênticos para uso pelas equipes de manutenção de áreas diferentes, com duplicação desnecessária e ociosa de instrumentos e equipamentos, um para cada área. Quando não for consentida a duplicação, será sempre notada uma má vontade em emprestar o equipamento, também serão notados ciúmes pelo fato de não se possuir “aquele aparelho” porque com ele tudo é mais fácil (BRANCO FILHO, 2008). f) A existência de pequenos grupos divididos pelas diversas áreas poderá trazer

dificuldades para justificar a contratação de especialistas treinados e caros. g) Pelos motivos indicados em “e” e “f” acima, a aquisição de equipamentos

especializados será difícil.

Temos ainda a organização da manutenção em instalações mistas.

Instalações de manutenção mista são aquelas que, além de várias oficinas pela fábrica, possuem uma instalação centralizada para onde devem convergir os reparos de equipamentos e componentes usados pelas diversas turmas de áreas. O caso mais frequente é o da utilização de máquinas de usinagem e fabricação de

peças. É o local onde as máquinas caras ficam alocadas como guindastes, empilhadeiras, instrumentos de ajuste e calibragem, todos úteis, mas de pouco uso em cada área.

Outra oficina que pode ser centralizada é a oficina de instrumentação, quando existe, devido ao preço dos instrumentos que normalmente são ali utilizados e que não podem ser duplicados devido a pouca utilização em cada área.

São vantagens de uma instalação mista:

a) Podem combinar as vantagens das instalações centralizadas com as vantagens das instalações descentralizadas proporcionando um atendimento adequado à unidade fabril.

b) Embora já incluídas, vale ressaltar que instalações com oficinas ao longo da área industrial, que acompanham a distribuição das unidades industriais, normalmente são mais flexíveis e proporcionam um atendimento mais rápido, devendo ser preferidas para unidades industriais que ocupam uma área geográfica grande ou onde as instalações estão distantes do conjunto industrial.

São desvantagens de uma instalação mista:

a) Podem combinar as desvantagens das instalações centralizadas com alguns dos problemas das instalações descentralizadas. O Gerente de Manutenção deverá estar atento para introduzir modificações nas instalações tão logo existam sinais de deficiência de atendimento às necessidades da planta.

UNIDADE 5 – A CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS

“Perfil profissional” é um termo que ouvimos o tempo todo quando se trata do mercado de trabalho. Mas o que vem a ser perfil profissional? São certas características que as pessoas necessitam possuir e que atendam a determinadas funções especificamente.

Quando se trata do setor de manutenção não poderia ser diferente, ou seja, aqueles que trabalham nesse setor precisam de algumas características que estão descritas de forma sucinta no quadro abaixo.

FUNÇÃO FORMAÇÃO CARACTERÍSTICA DO PERFIL

Supervisor Engenheiro Boa experiência profissional e administrativa formação superior com pós-graduação.

Administrador Capacidade de planejamento e gestão financeira de projetos e de pessoal.

Especialização em gerenciamento de manutenção

Espírito de colaboração e integração, iniciativa e criatividade, excelente relacionamento com os subordinados entre outras habilidades técnicas e gerenciais.

Engenheiro de

manutenção Engenheiro Tecnólogo de Manutenção

Experiência Industrial, formação superior Conhecimentos de: programação e controle de manutenção, sistemas informatizados. Capacidade de elaboração de relatórios gerenciais para tomadas de decisão e apto para processos administrativos e financeiros entre outras. Mestre de

manutenção Tecnólogo

Técnico de Nível Médio

Conhecimento teóricos e práticos de organização racional trabalho, administração de recursos, planejamento e controle de manutenção, circuitos hidráulicos/pneumáticos/ elétricos/eletrônicos, segurança no trabalho, conceitos aprofundados de proteção ao meio ambiente, entre outros.

Técnico de

manutenção Técnico de NívelMédio

Estar apto a exercer quase totalmente as funções da mestria.

Mecatrônico Ensino médio completo e curso profissionalizante

Conhecimento técnico das funções e operações básicas de máquinas, instalações e equipamentos, sendo capaz de programar e operar Controladores Lógicos Programáveis (CLPs), acionar motores elétricos, atuar em automação industrial, entre outros.

Lubrificador

de máquinas Ensino fundamentalcompleto e curso

Conhecimento técnico das funções e operações básicas de máquinas, instalações e equipamentos, conceitos de

profissionalizante centrais de filtragem, contaminação e suas causas, entre outros.

Fonte: Rodrigues e Hatakeyama (2003)

Em se tratando da confiabilidade, concordamos com Oliveira e Lima (2002) ao afirmarem que o processo de preparação para trabalhar focado em confiabilidade inicia-se com a introdução e desenvolvimento, em que são identificadas as habilidades necessárias para execução da atividade e a homogeneização do conhecimento técnico da equipe.

No tocante às estratégias organizacionais, a questão do treinamento ao profissional da manutenção é muito importante para que ele possa se desempenhar corretamente dentro de sua função de prestador de serviços.

O treinamento do profissional na empresa possui, previstos em lei, incentivos para que os gastos se tornem um investimento, ou seja, é financeiramente interessante fornecer treinamento ao corpo de empregados da organização.

Segundo Branco Filho (2008), o profissional que trabalha na área de manutenção deve receber treinamento de uma maneira diferente dos demais empregados, não apenas visando aspectos operacionais mais imediatos.

Um profissional de manutenção ao ser chamado para o reparo ou para repor em funcionamento uma máquina, nem sempre recebe maiores informações sobre o equipamento em si, e depende de sua capacidade de autodidata para obter os conhecimentos que são indispensáveis em um reparo rápido e eficiente.

Em se tratando de profissionais de manutenção, diversas são as formas de torná-los aptos ou capacitados para suas tarefas, existindo o treinamento na própria empresa ou em local diversificado. Quando se dá no ambiente da empresa, estaremos falando de treinamento interno que pode ser feito por pessoal da própria empresa para treinar seus colaboradores/colegas. Do mesmo modo o treinamento pode ser efetuado por pessoal externo, especialmente contratado, usualmente especialistas em algum assunto que se necessite.

Pode ser para assuntos técnicos diretamente ligados à necessidade imediata da empresa ou assunto técnicos preparatório de futura necessidade, como

pode ser assunto técnico de atividades fim ou não. Por exemplo, treinar pessoal para uso de computador no uso de programa especialista ou no uso de planilhas eletrônicas ou processadores de texto.

O treinamento externo é o treinamento efetuado fora do ambiente da empresa, normalmente feito em eventos especiais. Pode ser feito por pessoal da empresa ou por pessoal externo.

Dentre outros, temos os seguintes tipos de treinamento:

• melhoria de escolaridade – é o treinamento técnico para algumas tarefas e a

melhoria de escolaridade que aumenta o nível de percepção e melhora a desenvoltura profissional de cada um;

• fornecer treinamento em máquinas novas – o treinamento do pessoal de

manutenção, em operação de equipamentos, deve sempre fazer parte do contrato de aquisição de qualquer máquina. Tanto a equipe encarregada de conduzir o equipamento como a equipe encarregada de efetuar reparos, recebem o mesmo treinamento básico e devem possuir um conhecimento comum;

• fornecer treinamento adicional;

• treinar o Profissional de Execução de Tarefas – geralmente profissional de

nível de execução, especialista, que trabalha em grandes máquinas, deverá ter formação adequada ao seu nível de atuação, uma forte e segura orientação de seus superiores para o problema da qualidade dos serviços que presta;

• treinar os encarregados – no caso de um profissional ser promovido a nível de

Encarregado, além dos requisitos anteriores, deverá receber treinamento para a sua nova função, com noções de supervisão e seus assuntos correlatos;

• treinar os profissionais de supervisão – se o profissional está em um nível de

supervisão, deve ter mais conhecimento de técnicas de supervisão do que os esperados em um encarregado, bem como de Planejamento e Controle da Manutenção (PCM) para melhor desempenhar as suas funções;

• treinar os engenheiros e técnicos – os engenheiros e técnicos quando

começam a trabalhar, principalmente durante o estágio, normalmente, não conhecem os problemas de manutenção, tendo em sua maioria, conhecimento específico para a sua área de formação. Estes profissionais deveriam receber da empresa, cursos na área específica de sua especialidade, para técnicas de reparo de detecção de falhas, bem como noções de planejamento e controle de manutenção. Noções de PERT-CPM e seu uso deveriam ser uma das exigências nos trabalhos. Para os profissionais com formação em nível superior, aprender Pesquisa Operacional e suas aplicações na área de manutenção é um outro conhecimento que deveria ser fornecido pela empresa com à indicação de locais onde fazer o curso, bem como auxílio financeiro;

• treinamento adicional aos gerentes – profissionais que atingem níveis de

gerenciamento deveriam possuir conhecimento sólido de Planejamento e Controle de Manutenção, interdisciplinarmente, além de conhecimento de outras matérias, que até então eram secundárias e agora são necessárias, tais como: Técnicas de Administração, Noções de Economia, Técnicas de Liderança, Aprimoramento do Relacionamento Interpessoal, etc. (BRANCO FILHO, 2008).

Falamos de vários tipos de treinamento, portanto, a empresa não deve esperar que seus profissionais saibam tudo e se tornem autossuficientes, dentro das necessidades da empresa, mas deve fornecer treinamento adicional para que as metas empresariais sejam mais facilmente atingidas.

Fourniers (1991) é enfático que um dos motivos pelo qual o subordinado não faz o que dele se espera é porque não sabe fazer. Ninguém perguntou a ele se ele sabia. Apenas pedimos que ele faça a tarefa e pronto.

Branco Filho (2008) entende que a empresa deveria fornecer este treinamento para que um nível de qualidade conveniente seja atingido, principalmente nos serviços de Pós-venda, e como é lógico, na própria equipe de

manutenção industrial, principalmente porque não é adequado esperar obter, na praça, sempre, pessoal de formação multidisciplinar. O que se pode fazer, é obter um bom especialista e fornecer o conhecimento restante para que o homem possa atingir a meta econômica da organização e, sobretudo, realizar-se profissionalmente seguro que está de seus conhecimentos.

UNIDADE 6 – O PLANEJAMENTO E O CONTROLE DA

MANUTENÇÃO

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