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Quanto a adoção do enfoque didático-pedagógico que preconiza o desenvolvimento de um processo ensino-aprendizagem baseado em conteúdos significativos e indissociáveis das práticas profissionais e das realidades sociais, sua sustentação teórica encontra apoio em Paulo Freire, principalmente quando ele afirma que:

Falar da realidade como algo parado, estático, compartimentado e bem comportado, quando não falar ou dissertar sobre algo completamente alheio à experiência existencial dos educandos vem sendo, realmente, a suprema inquietação desta educação. [...] Nela o educador aparece como seu indiscutível agente, como seu real sujeito, cuja tarefa indeclinável é "encher"

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os educandos dos conteúdos de sua narração. Conteúdos que são retalhos da realidade, desconectados da totalidade em que se engendram e em cuja visão ganhariam significação. A palavra, nestas dissertações, se esvazia da dimensão concreta que devia ter, e se transforma em palavra oca, em verbosidade alienada e alienante. Daí que seja mais som que significação e, assim, melhor seria não dizê-la11.

Para que o desenvolvimento do curso não aborde a realidade como algo parado e distante das suas dimensões concretas, os conteúdos não serão expostos aos discentes de uma forma desconectada da realidade, mas plenamente inseridos na totalidade em que se engendram e da qual fazem parte. A participação crítica e ativa do discente nessa inserção será consolidada pela interdisciplinaridade e pelas suas explorações dos conteúdos ministrados através de metodologia ativas, aqui entendidas como ponto de cruzamento de atividades curriculares com diferentes enfoques e como ponto de equilíbrio entre as análises fragmentadas ou parciais e as sínteses integradoras. Nesse entendimento, metodologias ativas e a interdisciplinaridade são vistas como reforços da potencialidade formativa e oferece elementos para a formação de grupos de estudo e para o surgimento do trabalho em equipe.

Aspectos relacionados com as diferentes formas de entendimento dos significados contidos na proposta de um exercício profissional de qualidade poderão ser intensamente explorados, no âmbito das demandas sociais e mercadológicas.

Como essas práticas fazem parte de uma realidade onde nada ocorre por acaso e nem da mesma forma, no transcorrer das duas fazes do curso se busca evitar que os alunos não internalizem conceituações reducionistas que podem culminar com a adoção de comportamentos que se distanciam de uma prática humanista que entende a vida como uma potencialidade capaz de imprevisíveis superações. Evitar a internalização desses conceitos é uma preocupação básica que serviu de parâmetro para a estruturação das ementas e está presente na elaboração dos planejamentos didático-pedagógicos dos módulos curriculares.

129 8 AVALIAÇÃO DOS PROCESSOS ENSINO-APRENDIZAGEM

O sistema de avaliação do processo ensino-aprendizagem, que envolve mais diretamente a relação professor/estudante/sala de aula e ambientes educativos, assim como outras atividades, leituras e práticas empreendidas pelos estudantes, é regulamentado pelo regimento geral da Universidade Vale do Rio Doce – Univale. A assiduidade e aproveitamento nos estudos, ambos eliminatórios, são os aspectos que constituem o sistema. A avaliação do desempenho dos estudantes reveste-se de características especiais e inteiramente articuladas com a proposta da construção de conhecimentos.

As avaliações de desempenho não supervalorizam nem concentram seu foco apenas nos conhecimentos teóricos, mas também nas habilidades, nos elementos de ordem afetiva e sobre as atitudes dos discentes, frente aos inúmeros aspectos que compõem as práticas profissionais. A Universidade Vale do Rio Doce – Univale assume que a avaliação deve ser formativa e contribui para que professores e estudantes aperfeiçoem os processos de ensino e aprendizagem. Portanto, a avaliação deve ser considerada como fonte de informações para assegurar a realização de atividades pedagógicas e institucionais, necessárias à promoção da qualidade do ensino, da aprendizagem, da formação do discente e da melhoria institucional.

A avaliação é constante, contínua e cumulativa tendo como foco a aprendizagem e para tal exige-se que os estudantes sejam avaliados em situações concretas ou mais próximas da realidade, para que mobilizem conhecimentos diante de desafios.

Nesse sentido, avaliar pressupõe não apenas aquilo que acontece na sala de aula, mas, perpassa todo o processo pedagógico ao iniciá-lo com a coleta das informações indispensáveis para conhecimento da realidade, durante a execução do trabalho, até a sua finalização, levando os estudantes a perceberem o processo de avaliação de forma integral e não fragmentada. Avaliar leva a resultados, mas não permanece neles, pois, como processo, viabiliza resultantes constituídos de ressignificações. Portanto, nos remete a considerar todas as ações ocorridas durante o processo de ensino-aprendizagem.

Por seu fundamento processual, a avaliação ocorre ao longo de cada período, devendo ser utilizados instrumentos variados que possam impulsionar o processo ensino-aprendizagem tais como: observação e acompanhamento do estudante;

130 provas, testes e exercícios; trabalhos individuais e/ou em equipes; seminários; pesquisas descritivas, pesquisas experimentais; visitas técnicas; portfólios; projetos interdisciplinares; relatórios; atividades práticas supervisionadas (APS) e demais modalidades e formas que se mostrem aconselháveis e de possível aplicação, conforme a disciplina.

Cabe destacar que as pessoas com necessidades especiais no âmbito da Universidade Vale do Rio Doce – Univale usufruem atendimento diferenciado junto aos processos de avaliação de aprendizagem, a partir de análise individualizada.

De uma maneira geral, os processos avaliativos encontram-se presentes na maioria absoluta das atividades humanas, na área educacional, eles ganham um destaque especial.

Na Educação, avaliar sempre implica na utilização de ferramentas específicas e adequadas para obtenção de informações sobre o desempenho do estudante e sobre possíveis redirecionamentos do processo ensino-aprendizagem.

As avaliações do Curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmética ficarão situadas no âmbito das atividades sistemáticas e formais de coleta de dados sobre a evolução dos alunos. Baseando-se nos dados coletados, ações pedagógicas serão desencadeadas, interferindo no processo educacional, corrigindo distorções e reforçando os aspectos positivos dos alunos. Evidentemente, essas ações se voltarão para o sujeito principal do processo ensino-aprendizagem, o estudante.

Admitindo-se que avaliar pressupõe informações prévias dos conhecimentos e habilidades que devem ser adquiridos, ou cujo domínio deve ser demonstrado, podemos concluir que apenas uma forma de avaliação pertinente poderá atestar se os objetivos foram efetivamente alcançados.