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Capítulo III. O Município de São Paulo e as Políticas de Inclusão do Idoso

3.3. Os Espaços Públicos da Cidade e os Idosos

De acordo com o embasamento das políticas públicas que permeou e possibilitou chegar a este ponto desta dissertação, enfatiza-se novamente os aspectos relacionados ao envelhecimento ativo e saudável difundidos pela OMS, estabelecendo o ambiente físico como um importante promotor de um envelhecimento satisfatório. Soma-se ainda os pontos levantados pelas seguintes iniciativas: o Estatuto do Idoso que em seu Art. 9º estabelece a obrigatoriedade do Estado em permitir à pessoa idosa um envelhecimento saudável, a lei municipal de São Paulo nº14.905/09, que estabelece o Programa do Envelhecimento Ativo buscando entre outros pontos “implantar ciclovias, bicicletários, rotas de caminhadas, práticas integrativas em ruas de lazer, criação e/ou reforma das áreas verdes e de outros equipamentos públicos” (Lei nº14.905/2009) e o Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, que determina a requalificação e a adequação de espaços públicos e áreas verdes, contribuindo, dessa maneira para um envelhecimento ativo e saudável.

É possível perceber, portanto, a existência de mecanismos políticos em diversas instâncias, sejam internacionais, nacionais ou municipais para que o envelhecimento seja percorrido pelas pessoas de modo tal a se chegar na velhice de maneira mais favorável, em ambientes que disponham aos usuários menores dificuldades de adaptação e consequentemente prolongamento das capacidades funcionais preservadas com melhor qualidade, mesmo com as mudanças e transformações naturais. Mas, apesar de todos esses mecanismos e instrumentos, será que especificamente a cidade de São Paulo está conseguindo alcançar esse êxito?

A discussão da inserção dos idosos nos espaços públicos recebeu destaque principalmente a partir de 2005 com o lançamento do Projeto Cidade Amiga do Idoso, da OMS. A partir daí algumas iniciativas em bairros da capital paulista surgiram a fim de qualificar a vida dos idosos, seja por meio de novos equipamentos sociais, de lazer e esportes, melhoria e aperfeiçoamento de técnicos e profissionais de atendimento da rede pública de saúde e a qualificação urbana, como já dito anteriormente. As primeiras iniciativas surgiram em 2009 nos bairros da Vila Clementino e Vila Mariana, em uma organização entre Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e do Instituto de Saúde de São Paulo. Em seguida, subprefeituras como Mooca, Pinheiros e Santana/Tucuruvi também se dispuseram a participar. Os bairros da Mooca e do Brás tiveram apoio de pesquisadores da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP).

Com os programas dos bairros amigos dos idosos foram desenvolvidas pesquisas acadêmicas, palestras e encontros sobre a temática do envelhecimento e atividades específicas para idosos em equipamentos públicos. Porém, no âmbito de requalificação urbana, apenas algumas intervenções pontuais foram realizadas, como adequar e instalar rampas de acesso das calçadas às ruas e nas praças com a instalação de equipamentos de ginástica e pequenas reformas na pavimentação em geral, sem que de fato houvesse um projeto arquitetônico por detrás de cada adequação ou reforma. Muitas vezes, essas adequações não se integram à rede de infraestrutura já existente, não havendo interlocução entre por exemplo essas rampas e as faixas de pedestres. É possível salientar que essas intervenções não representaram grandes avanços para que as práticas e as vivências sociais ocorressem e que, de fato, uma mudança de vida fosse estabelecida.

Uma medida muito utilizada e financiada algumas vezes pelo setor privado é a instalação das academias para a terceira idade em praças, parques, áreas verdes e livres da cidade. A instalação das mesmas quando instaladas pela prefeitura, ocorre em função de um estudo de demanda de cada subprefeitura e os equipamentos são instalados pelo setor de projetos e obras seguindo planilha padrão de custos da prefeitura. Já os aparelhos instalados a partir da iniciativa privada são geridos pela Secretaria Municipal do Esporte e Lazer (informação verbal)34. A instalação desses equipamentos pode ser considerada de maneira positiva, uma vez que estimula a população a praticar exercícios físicos população. Porém, deve-se ressaltar os cuidados e a utilização adequada dos mesmos, para que, uma prática que em essência é benéfica, não se torne um prejuízo ou um risco à saúde, uma vez utilizada de maneira incorreta. Na instalação e utilização desses equipamentos, poderiam ser feitos acordos e parcerias com instituições ou profissionais de educação física, por exemplo, que auxiliassem os praticantes, a fim de evitar prováveis lesões ou acidentes.

Outra ressalva que deve ser feita é quanto à manutenção desses equipamentos. De acordo com informações obtidas nas subprefeituras (informação verbal)35 as mesmas não apresentam um levantamento específico sobre a implantação dessas academias para a terceira idade e muitas foram implantadas e nunca passaram por manutenção, já apresentando sinais de

34 Informações obtidas por meio de contato telefônico realizado entre a autora e funcionários públicos do setor de projetos e obra, no período de 08 de fevereiro a 20 de fevereiro de 2017.

35 Informações obtidas através de contato telefônico realizado entre a autora e funcionários públicos do setor de projetos e obra, no período de 08 de fevereiro a 20 de fevereiro de 2017.

desgaste ou danos causados por mau uso ou depredações. Foi solicitado tal levantamento para os responsáveis, porém apenas 8 subprefeituras enviaram o material.

Quanto aos equipamentos instalados em parques urbanos administrados pela Secretaria Municipal do Verde do Meio Ambiente, dos 78 parques urbanos na cidade de São Paulo, 53 são os que possuem algum equipamento específico para a terceira idade (ver quadro 11). Nesse sentido, a existência de academias para a terceira idade em praças, parques ou áreas livres e verdes não induz de maneira totalmente satisfatória a participação e a frequência dos idosos. Além disso, estes locais por sua essência já visam o atendimento de toda população, destinados ao lazer, a prática de esportes, a cultura, ao contato direto com áreas verdes em meio as áreas urbanizadas.

Quadro 11. Quadro com os parques urbanos de São Paulo com equipamentos para idosos

Quadro 11. Continuação. Quadro com os parques urbanos de São Paulo com equipamentos para idosos

Na cidade de São Paulo, durante os últimos cinco anos, ocorreram algumas transformações positivas em relação aos espaços públicos e à utilização dos mesmos. Tais mudanças ocasionaram forte repercussão e a médio e longo prazo irão impactar ainda mais a vida dos cidadãos e consequentemente o seu envelhecimento. Como foi dito, o novo PDE da cidade trouxe como uma de suas principais diretrizes o novo olhar aos espaços públicos e as dinâmicas sociais em escala local.

Com o intuito de melhorar a relação entre as pessoas e os espaços públicos na cidade e alertar para a importância da mesma, houve a criação do projeto Centro Aberto, que funciona como um projeto-piloto para transformações em espaços públicos preexistentes das áreas centrais da cidade. Esses tipos de projetos “permitem o diálogo público e o envolvimento da comunidade, convidam usuários e potenciais usuários para o engajamento no processo de mudança da cidade com relação as suas necessidades e demandas” (SMDU, 2015, p. 7). Os principais objetivos do projeto Centro Aberto são a priorização e a proteção de pedestres e ciclistas, o suporte à permanência das pessoas e a criação de novos usos e atividades.

Tal projeto merece destaque pela sua metodologia, pois antes da implementação dos projetos piloto foram feitos levantamentos em conjunto com a população, técnicos e profissionais, assim como workshops e atividades sobre as potencialidades de cada local e as mudanças que lá deveriam ocorrer. Durante a implementação e a posterior utilização da população dessas áreas que sofreram transformações, novas pesquisas e levantamentos ocorreram para que fossem avaliadas as estruturas e as intervenções realizadas, bem como a influência causada na dinâmica daquele local, avaliando o aumento do número de pedestres, registros de travessias fora das faixas de pedestre, o aumento de atividades, maior permanência das pessoas naquele espaço público e o entendimento sobre as novas percepções das pessoas perante aquele local. Agora a fase é de constatar se devem ser feitas alterações de maneira permanente.

Figura 51. Novas áreas de permanência, Largo São Francisco.

Fonte: SMDU, 2015, p. 54 e 59.

Outra medida tomada pela prefeitura de São Paulo que se articulou com as demais foi a redução da velocidade permitida em algumas vias da capital. A medida, que foi muito criticada pela população em geral, é defendida arduamente por muitos órgãos nacionais e internacionais. Em 2012, foi lançado pela OMS um manual para Gestão da Velocidade, a fim de orientar gestores e profissionais na garantia da segurança viária. De acordo com o documento, no mundo morrem cerca de 1,2 milhão de pessoas devido a acidentes de trânsito. O documento afirma ainda que quanto maior for a velocidade, maior será a distância percorrida pelo automóvel para parar, estando, portanto, mais suscetível a colisões, aumentando as chances inclusive de serem colisões graves. (OPAS, 2012)

Caso um veículo freie a 50 km/h, ele ainda percorrerá cerca de 15 metros, já um veículo a 80km/h, percorrerá em torno de 40 metros. Para um pedestre, as chances de ele ser atingido em uma colisão e sofrer um acidental fatal é alta. De acordo com a OPAS (2012), se um pedestre for atingido por um veículo a 50 km/h, as chances de ele morrer correspondem a mais de 80%. Porém, quando a velocidade é reduzida, as chances de vida aumentam. Em geral a recomendação é que a velocidade em vias urbanas seja de 50 km/h e em vias com maior trânsito e fluxo de ciclistas e pedestres seja de 30 km/h.

Gráfico 11. Probabilidade de lesão fatal para um pedestre em um atropelamento

Fonte: OPAS, 2012, p. 5.

Os atropelamentos correspondem a uma das principais causas de mortes externas entre a população acima dos 60 anos. De acordo com a Fundação Seade (2014a), em 2014, no estado de São Paulo praticamente um quarto das mortes foram causadas por acidentes viários em decorrência de atropelamentos. Já na população acima dos 75 anos, os atropelamentos corresponderam a metade das causas das mortes nos acidentes. Os acidentes de trânsitos correspondem à primeira causa de morte externa entre pessoas de 60 a 74 anos.

De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) da capital, desde a implantação da redução das velocidades, no ano de 2015, em vias como a Marginal Pinheiros e a Marginal Tietê, em comparação com o ano seguinte, foi registrado queda de 37,5% nos acidentes de trânsito, passando de 608 a 380 acidentes e ainda diminuição nos atropelamentos de 27 para 9 durante o primeiro semestre de 2016. As velocidades que antes eram de 90 km/h na via expressa, passaram para 70 km/h e de 70 km/h para 60 km/h na pista central e 50 km/h na pista local. (Site G1- SÃO PAULO, 2016)36

Com a mudança na gestão da Prefeitura Municipal no início do ano de 2017, as vias retornaram à velocidade que antes possuíam. É importante destacar que após o retorno das velocidades mais altas, os índices de acidentes também voltaram a aumentar, inclusive registrando maior número de atropelamentos. Conforme dados do Sistema de Informações

36 Notícia encontrada no site G1 São Paulo. Acidentes caem nas marginais 1 ano após redução de velocidade, diz CET. 2016. Disponível em: <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/07/acidentes-caem-nas-marginais-1- ano-apos-reducao-de-velocidade-diz-cet.html>. Acesso em: 20 abril 2017.

Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (INFOSIGA SP) em comparação com os três primeiros meses de 2016 e 2017, houve aumento do número de pessoas atropeladas na cidade de São Paulo, passando de 80 pessoas a 104 pessoas, respectivamente.

O redesenho das vias também ajuda a conter a velocidade, além de priorizar e destacar pedestres e ciclistas. É importante atentar ao dimensionamento de travessias, calçadas e das quadras, que ajudam a ampliar e direcionar o fluxo de pessoas às áreas mais atrativas e permite maior segurança aos pedestres, principalmente de idosos que possuem uma velocidade de marcha mais reduzida quando atravessam as ruas.

Além disso, deve-se atentar a velocidade do tempo semafórico da cada via, conforme estudos realizados, a velocidade dos semáforos para os pedestres está regulada para uma velocidade de 1,2 metros por segundo, porém a velocidade das pessoas, principalmente dos mais velhos ou pessoas com dificuldade de locomoção é menor, provocando muitas vezes a impossibilidade de travessia no tempo determinado. Conforme o estudo, 97,8% dos idosos caminham em uma velocidade menor daquela necessária para uma travessia completa. (DUIM, E.; LEBRÃO, M.; ANTUNES, J., 2017).

Figura 52. Vista aérea Antes e Depois do Centro Aberto São Francisco.

Fonte: SMDU, 2015, p. 53

Outro instrumento são as ruas de cultura e lazer, que fazem parte do programa Ruas Abertas, instituído pela lei nº16.607/16 que contribuem para mudar a visão do cidadão sobre seu bairro e sua vizinhança. Essas ruas são determinadas e escolhidas em conjunto pelos

moradores que indicam ao poder público o trecho a ser fechado, para que então a subprefeitura faça a avalição sobre a viabilidade dessa atividade. Por se tratar de uma gestão partilhada entre moradores e subprefeitura, essa prática de gestão local ajuda a manter e a estimular a participação democrática da sociedade na cidade, contribui para as vivências sociais, os encontros, as dinâmicas intergeracionais, os laços afetivos na vizinhança e as manifestações culturais que tenham significados para aquela realidade e aquele grupo de pessoas. Traz uma maior proximidade entre as pessoas e o lugar em que ela vive, despertando a atratividade, a segurança, o conforto físico e emocional, estimulando também práticas de economia locais.

Figura 53. Rua de Lazer no Bairro do Ipiranga, São Paulo.

Fonte: autora.

Além disso, o uso de parklets, as chamadas “vagas vivas” são um mecanismo que contribui para aumentar a vivência nos espaços públicos e que tem sido bastante difundido na capital paulista nos últimos anos. O uso deste mobiliário urbano faz parte inclusive das políticas públicas da cidade, regulamentado através do Decreto 55.045 de 2014. A sua primeira aparição em São Paulo ocorreu em 2012 como comemoração ao dia mundial sem carro e no ano seguinte foi feito o primeiro modelo em formato de teste. Os parklets utilizam o espaço do leito carroçável, destinados a uma ou duas vagas de automóvel, para ampliar a área de calçada, podendo equipar-se de acordo com a legislação com “com bancos, floreiras, mesas e cadeiras, guarda-sóis, aparelhos de exercícios físicos, paraciclos ou outros elementos de mobiliário, com função de recreação ou de manifestações artísticas. ” Podem ser implantados a partir das iniciativas público ou privada, porém instaladas pela iniciativa privada, fica proibida a utilização exclusiva por essa parte.

O principal objetivo desse mecanismo é aumentar a oferta de espaços públicos na cidade, principalmente nas áreas onde a demanda por áreas verdes e espaços públicos é maior. Porém, conforme estudos de avaliação e monitoramento realizados pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SMDU) e a São Paulo Urbanismo, a maior parte das instalações estavam concentradas em áreas de maior poder aquisitivo. Assim, para sanar tal problema, a SMDU e a SP Urbanismo realizaram, em áreas estratégicas previamente escolhidas, a implantação de novos equipamentos seguindo uma padronização estabelecida por ambas. Os locais escolhidos levam em consideração o fluxo de pessoas e a atratividade para a permanência das mesmas, como por exemplo, calçadas com fachadas ativas, frentes de escolas, hospitais, postos de saúde, sedes públicas. Os parklets devem ser totalmente acessíveis ao público, estando totalmente encostados as guias das calçadas e na mesma altura, através de uma plataforma ajustável (SMDU, 2016).

Figura 54. Configuração arquitetônica de um parklets municipal.

Figura 55. Critérios urbanísticos para a implantação de parklets.

Fonte: SMDU, 2016, p.18-19

Figura 56. Parklet em frente a um equipamento público municipal.

Figura 57. Parklet em uma via movimentada no Bairro da Liberdade, São Paulo.

Fonte: autora.

Estes equipamentos despertam por parte dos idosos a vontade pelos descolamentos a pé, tão frequentes nessa faixa etária, auxiliando-os nos momentos de maior cansaço com a presença de bancos e áreas para descanso que geralmente não existem ao longo das calçadas. Contribuem também para se protegerem em dias de muito sol por exemplo, sob as áreas comumente sombreadas.

As mudanças que ocorrem até 2016 na cidade de São Paulo, seja através de suas políticas públicas municpais, seja pelo incentivo das políticas públicas internacionais, representam grande avanço para cidade, para que gradativamente as pessoas que nela vivem percebam seu potencial pessoal e o direito de usufruir dos espaços públicos, participando ativamente da sociedade. Apesar de em alguns casos serem políticas muito pontuais como no caso dos bairros amigos dos idosos, ou de enfrentarem grandes manifestações contrárias, como no caso da redução das velocidades, ou da retirada de algumas vagas nas vias, elas indicam a vocação e a

capacidade desses locais para as mudanças positivas. Todas essas iniciativas vão ao encontro da vontade de a cidade pertencer e estar preparada para todas as pessoas. As medidas representam

uma forma de apoiar a vida urbana, melhorando as condições de segurança, promovendo modos de vida mais saudáveis e estimulando o uso democrático e participativo da cidade - trata-se de uma revisão das políticas de ocupação dos espaços públicos, por meio da melhoria da infraestrutura urbana e estratégias de atuação que diagnosticam carências e identificam potencialidades (SMDU, 2016, p.4)

As resistências às modificações e ao novo sempre irão ocorrer dentro de uma sociedade, pois a curto prazo é dificil de se avaliar os reais benefícios daquilo que está sendo proposto. Outra questão importante é a continuidade e a integração dessas políticas públicas, que devem ser mantidas independentemte da mudança de gestão. O que está em vigor é a qualidade dos espaços públicos e a consequente melhoria na qualidade de vida das pessoas; contradições entre novas e antigas gestões devem ser sanadas, inclusive por parte dos cidadãos que devem ponderar as políticas públicas a médio e a longo prazo e perceber e discernir quais de fato trazem melhorias a população independente de afinidades políticas. Fica claro que a avaliação e o aperfeiçoamento das boas práticas devem ocorrer sempre e cabe ao munícipe fiscalizar e se atentar as práticas que tiram os seus direitos.

Capítulo IV. Casos de Estudo: A Praça Victor Civita e o Parque Linear Cantinho do