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(2) Universidade Presbiteriana Mackenzie Faculdade De Arquitetura e Urbanismo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e urbanismo. TATIANA DE GIROLAMO MOYSÉS. ENVELHECIMENTO ATIVO E SAUDÁVEL E OS ESPAÇOS PÚBLICOS NA CIDADE CONTEMPORÂNEA. Os casos da Praça Victor Civita e do Parque Linear Cantinho do Céu, São Paulo.. Dissertação. de. Mestrado. apresentada. à. Universidade Presbiteriana Mackenzie como requisito para a obtenção do título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo. Área de Concentração: Projeto de Arquitetura e Urbanismo Linha de Pesquisa: Urbanismo Moderno e Contemporâneo: Representação e Intervenção. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Angélica Tanus Benatti Alvim. São Paulo 2017.

(3) M938e Moysés, Tatiana De Girolamo Envelhecimento Ativo e Saudável e os espaços públicos na cidade contemporânea: os casos da Praça Victor Civita e do Parque Linear Cantinho do Céu, São Paulo / Tatiana De Girolamo Moysés. – 2017. 263 f. : il. ; 22 cm. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2017. Bibliografia: f. 242-253. Orientadora: Angélica Tanus Benatti Alvim. 1. Envelhecimento ativo. 2. Envelhecimento saudável. 3. Espaços-públicos. 4. Políticas públicas. I. Título. CDD 305.26.

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(5) AGRADECIMENTOS. Agradeço a Deus por permitir que eu completasse mais essa etapa da minha vida e de meus estudos na carreira de Arquiteta e Urbanista.. À minha querida orientadora, verdadeira mestra, Prof.ª Dr.ª Angélica Benatti Alvim, que me acompanha e orienta desde a graduação, sempre me inspirando pelo seu conhecimento e entusiasmo na área. Obrigada pela sua incansável dedicação.. Aos membros da Banca de Qualificação, prof.ª Dr.ª Maria Cristina da Silva Schicchi, pelos precisos comentários e inegáveis contribuições ao meu trabalho, prof.ª Dr.ª Andréa Holz Pfutzenreuter, que mesmo à distância colaborou com sua importante visão e ao prof.º Dr.º Luiz Guilherme Rivera de Castro, pelo seu exemplo e arguição que possibilitou a conclusão desta Dissertação e por me aceitar em seu projeto de pesquisa “Espaços públicos: interpretações e projetos” que colaborou para que eu ampliasse minha visão a respeito dessa temática.. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES pela bolsa integral que financiou este trabalho.. Ao Mackpesquisa por financiar em parte este trabalho.. À Maria Teresa Craveiro, geógrafa e urbanista da Câmara Municipal de Lisboa e prof.ª da Universidade Lusófona de Humanidades de Portugal, por me receber em Lisboa e orientar parte do trabalho efetuado enquanto estive em Lisboa.. Ao prof.º Fernando Nunes da Silva, engenheiro civil e urbanista, professor catedrático do Instituto Superior Técnico de Lisboa, pela sua ampla visão e conhecimento como profissional acadêmico e membro da Câmara Municipal de Lisboa e por me receber e me guiar no Instituto Superior Técnico de Lisboa durante o período de pesquisa.. Aos demais membros da Câmara Municipal de Lisboa que me receberam prontamente durante minha pesquisa. Aos coordenadores dos projetos BIP/ZIP visitados, por abrirem seus espaços e me apresentarem à comunidade local..

(6) Agradeço a todos as pessoas pesquisadas que permitiram o desenvolvimento dessa Dissertação, por confiarem e acreditarem neste trabalho e nesta pesquisadora. Em espacial, aos pesquisadores treinados, André França e Adolfo Duarte (Ferruge), que me ajudaram na aplicação do questionário: sem vocês a conclusão dessa pesquisa não seria possível. À Dona Rosa, líder comunitária do Cantinho do Céu, pela conversa e por me receber em sua casa. À professora Mariana que atua na Praça Victor Civita pela conversa e informações transmitidas.. Aos colegas das disciplinas do Mestrado, em especial a amiga Camila Apollaro, pela troca de experiências e companheirismo durante todo este processo.. À amiga e Mestre Eloísa Moriel Valença pelo incentivo sempre ao Mestrado e pela revisão gramatical deste trabalho.. À Isabel Ferreira (Isabelinha) por abrir sua casa e me receber tão bem, com carinho e companheirismo, nos meses em que estive em Lisboa.. Ao meu namorado por compreender este período e me tranquilizar nos momentos de cansaço e desânimo, sempre me incentivando a continuar.. Principalmente aos meus pais e minha irmã, por estarem sempre presentes no desenvolvimento dessa Dissertação, peço desculpas pelo mau-humor de alguns momentos, pelo cansaço e ausência. Ao meu pai por estar comigo inclusive em algumas visitas de campo e a minha mãe pelo incentivo e força constante, pelas horas ao meu lado na leitura do trabalho, pelo apoio e conversa..

(7) RESUMO. Esta pesquisa aborda os espaços públicos urbanos e o idoso na perspectiva do envelhecimento ativo e saudável. Parte-se do pressuposto de que os espaços públicos devem ser qualificados para abrigar atividades múltiplas que envolvam as diversas faixas etárias, principalmente os idosos, contribuindo assim, para o Envelhecimento Ativo e Saudável. Esta dissertação busca colaborar, em especial, para a conscientização de arquitetos, urbanistas e profissionais de áreas afins, ressaltando a importância e a influência dos espaços públicos ao proporcionarem o envelhecimento e a inserção dos idosos nestes locais de interação social e contato humano. Procura também sintetizar as principais políticas públicas internacionais e brasileiras voltadas para a população da terceira idade. Apresenta uma metodologia de avaliação do uso dos espaços públicos pelos idosos, especificamente nos seguintes aspectos: 1. Acessibilidade Física, 2. Estrutura para Permanência, 3. Atividades, 4. Interação Social, 5. Espaço e Bem-estar. Para tanto, foram analisados dois espaços públicos decorrentes de projetos de intervenção implantadas durante a última década no município de São Paulo. Um destes espaços públicos está localizado em uma área consolidada da cidade de São Paulo e o outro em uma área de assentamento precário. Com isso, chegou-se à conclusão de que os casos de estudo cumprem com a função de reunião, troca de experiências pessoais e coletivas, colaborando para a percepção pessoal positiva perante o envelhecimento dos indivíduos que foram pesquisados, principalmente, sobre os aspectos da saúde, da independência e da autonomia dos idosos. Contudo, notou-se também que existem ainda alguns aspectos negativos como a falta de atividades para as pessoas acima dos 60 anos e a baixa manutenção dos espaços públicos pesquisados.. Palavras-chave: Envelhecimento ativo. Envelhecimento saudável. Espaços-públicos. Políticas públicas..

(8) ABSTRACT. This study approaches urban public spaces and elderly people in the perspective of active and healthy aging. It was assumed that urban public spaces must be qualified to shelter multiple activities that involves several age groups, mainly elderly people, contributing then, to an Active and Healthy Aging. This work seek to collaborate, specially, at the awareness of architects, urbanists and other professionals in this area, highlighting the importance and influence form public spaces to provide such aging and insertion from elderly people in these social interaction and human contact places. It synthesize the main international and Brazilian public politics destined to third age population. Presents an evaluation methodology of public spaces using by the elderly people, specifically at the following aspects: 1. Physical Accessibility; 2. Structure for Permanence; 3. Activities; 4. Social Interaction; 5. Space and Welfare. Thus, it were analyzed two public spaces resulting from intervention projects implanted during the last decade at the city of São Paulo. One of these public spaces is located in a consolidated area and the other in a precarious settlement area. Thereby, it was concluded that the case studies comply with meeting, personal and collective experiences exchange, collaborating to a positive personal perception towards individual aging from those that were studied, mainly on the aspects like health, independency and autonomy of the elderly people. Otherwise, there are still some negative aspects like the no existence of activities for the over 60 year’s old people and the low maintenance of public spaces studied.. Key-words: Active aging. Healthy aging. Public spaces. Public Politics..

(9) LISTA DE FIGURAS Figura 1. Figura 2. Figura 3. Figura 4. Figura 5. Figura 6. Figura 7. Figura 8. Figura 9. Figura 10. Figura 11. Figura 12. Figura 13. Figura 14. Figura 15. Figura 16. Figura 17. Figura 18. Figura 19. Figura 20. Figura 21. Figura 22. Figura 23. Figura 24. Figura 25. Figura 26. Figura 27. Figura 28.. Figura 29. Figura 30. Figura 31. Figura 32. Figura 33. Figura 34. Figura 35.. Fatores determinantes do processo de envelhecimento e consequente diminuição da capacidade de manutenção do equilíbrio homeostático............28 Determinantes do envelhecimento ativo...........................................................40 Mapa global da rede de Cidades Amigas dos Idosos........................................44 Fluxograma - Relação entre o ambiente físico e o envelhecimento ativo.........50 Fluxograma Qualidade de Vida no Idoso..........................................................51 Relação para a identidade de lugares.................................................................52 Ciclo da insegurança nos espaços públicos.......................................................53 Porta com sensor automático.............................................................................70 Rampas elétricas no centro antigo de Álava, Espanha......................................71 Adaptações aos produtos...................................................................................71 Travessias sonorizadas......................................................................................72 Placa informativa através de ícones no Parc de Can Solei de Ca’Arnús, Barcelona..........................................................................................................72 Placas informativas através de ícones...............................................................73 Escultura da Torre de Belém.............................................................................73 Elevador com sensor..........................................................................................74 Parklet, São Paulo..............................................................................................74 Esteiras rolantes.................................................................................................75 Assento destinado a uma criança e elevação dos canteiros sensoriais..............76 As três grandes variáveis...................................................................................78 Territórios BIP/ZIP............................................................................................79 Modelo de Ordenamento Territorial de Lisboa – I PEL, 1992..........................80 Localização BIPs/ZIPs visitados.......................................................................82 Parque Intergeracional Novo Horizonte............................................................83 Grupo Jeitosos de Lóios....................................................................................84 Grupo Trupe Sênior...........................................................................................85 A Avó Veio Trabalhar.......................................................................................87 Intervenções na pavimentação...........................................................................89 Expectativa de vida ao nascer e proporção de pessoas de 60 anos ou mais de idade na população, segundo Unidades da Federação - Brasil – 2015...................................................................................................................97 Quadros específicos para as cidades de Santos, Florianópolis e Porto Alegre, Respectivamente.............................................................................................101 Cidades avaliadas pelo Índice de Desenvolvimento Urbano para a Longevidade....................................................................................................102 Linha do tempo com as principais políticas públicas voltadas aos idosos no Brasil – década 1888 - 1988............................................................................105 Linha do tempo com as principais políticas públicas voltadas aos idosos no Brasil – década 1988 - 1999............................................................................111 Linha do tempo com as principais políticas públicas voltadas aos idosos no Brasil – década 2000 – 2010...........................................................................117 Linha do tempo com as principais políticas públicas voltadas aos idosos no Brasil – década 1888 - 2015............................................................................120 Mapa Total de idosos por distritos no município de São Paulo, em número Absoluto..........................................................................................................124.

(10) Figura 36. Figura 37. Figura 38. Figura 39. Figura 40. Figura 41. Figura 42. Figura 43. Figura 44. Figura 45. Figura 46. Figura 47. Figura 48. Figura 49. Figura 50. Figura 51. Figura 52. Figura 53. Figura 54. Figura 55. Figura 56. Figura 57. Figura 58. Figura 59. Figura 60. Figura 61. Figura 62. Figura 63. Figura 64. Figura 65. Figura 66. Figura 67. Figura 68. Figura 69. Figura 70. Figura 71. Figura 72. Figura 73. Figura 74. Figura 75. Figura 76. Figura 77. Figura 78. Figura 79.. Mapa Total de idosos por distritos no município de São Paulo, em porcentagem....................................................................................................125 Mapa taxa de fecundidade por distrito. Anos 2000, 2010 e 2014...................126 Mapa por distrito Índice de Envelhecimento 2010 e 2030..............................129 Distribuição total do tempo médio de vida, por período de 5 anos.................130 Mapa evidenciando os dois distritos dos casos de estudo...............................131 Macroárea de Urbanização Consolidada, segundo PDE 2014........................132 Mapa dos assentamentos precários de São Paulo. ..........................................134 Tempo médio de vida, por faixa etária............................................................135 Rede Cultural, São Paulo.................................................................................138 Rede Sistemas de Transportes, São Paulo.......................................................139 Rede selo de acessibilidade, São Paulo...........................................................140 Rede de Saúde e Assistência Social, São Paulo..............................................141 Mapa Média de vida inferior a 65 anos e domicílios com até 2 salários mínimos...........................................................................................................142 Vila dos Idosos................................................................................................143 Vila dos Idosos, espaço comum......................................................................149 Novas áreas de permanência, Largo São Francisco........................................160 Vista aérea Antes e Depois do Centro Aberto São Francisco.........................162 Rua de Lazer no Bairro do Ipiranga, São Paulo..............................................163 Configuração arquitetônica de um parklets municipal....................................164 Critérios urbanísticos para a implantação de parklets.....................................165 Parklet em frente a um equipamento público municipal.................................165 Parklet em uma via movimentada no Bairro da Liberdade, São Paulo................................................................................................................166 Exemplo do modelo de avaliação....................................................................174 Pentágono representativo das cinco categorias de análise desta dissertação.......................................................................................................175 Modelo genérico da obtenção dos resultados da pesquisa............................. 176 Localização Rua Sumidouro, 1930.................................................................181 Foto aérea do antigo incinerador de Pinheiros, Ano 1954..............................181 Vista de cima do prédio do incinerador, sem data...........................................182 Implantação da Praça Victor Civita.................................................................186 Deck elevado de madeira.................................................................................187 Axonométrica do deck de madeira..................................................................187 Espaço para ginástica e coberturas ao fundo para eventos..............................188 Placas indicativas do museu a céu aberto de sustentabilidade........................189 Entrada Praça Victor Civita “praça de paralelepípedos”.................................191 Utilização dos equipamentos de ginástica.......................................................191 Placas de madeira soltas..................................................................................193 Museu da Sustentabilidade inserido no antigo prédio do incinerador.............194 Horta e Compostagem.....................................................................................194 Situação dos banheiros públicos da praça.......................................................195 Principais acessos a Praça Victor Civita.........................................................199 Complexo Cantinho do Céu............................................................................209 Evolução na ocupação do Complexo Cantinho do Céu..................................211 Divisão por trechos de projetos.......................................................................213 Intervenção complexo Cantinho do Céu.........................................................214.

(11) Figura 80. Figura 81. Figura 82. Figura 83. Figura 84. Figura 85. Figura 86. Figura 87. Figura 88.. Pinturas de Maurício Adinolfi.........................................................................215 Graffiti e pichações presentes nos muros........................................................215 Estrutura para cinema......................................................................................216 Percursos do parque.........................................................................................216 Academia da terceira idade.............................................................................217 Espaço para jogos............................................................................................217 Deck flutuante.................................................................................................218 Principais acessos Cantinho do Céu................................................................223 Comparação dos resultados obtidos, Praça Victor Civita e Parque Linear Cantinho do Céu..............................................................................................232.

(12) LISTA DE GRÁFICOS. Gráfico 1. Gráfico 2. Gráfico 3. Gráfico 4. Gráfico 5. Gráfico 6. Gráfico 7. Gráfico 8. Gráfico 9. Gráfico 10. Gráfico 11. Gráfico 12. Gráfico 13. Gráfico 14. Gráfico 15. Gráfico 16. Gráfico 17. Gráfico 18. Gráfico 19. Gráfico 20. Gráfico 21. Gráfico 22. Gráfico 23. Gráfico 24. Gráfico 25. Gráfico 26. Gráfico 27. Gráfico 28. Gráfico 29. Gráfico 30. Gráfico 31. Gráfico 32. Gráfico 33. Gráfico 34. Gráfico 35.. Crescimento da população acima de 60 anos, em bilhões – Relação países.....32 Pirâmide etária da população mundial em 2002 e 2025....................................33 Oportunidades para ação de saúde pública durante o curso de vida.................37 Manutenção da capacidade funcional durante o curso de vida.........................39 Gráfico qualidade do ambiente físico X nível das atividades ao ar livre..........55 A evolução da pirâmide etária brasileira...........................................................95 Esperança de vida ao nascer no Brasil e Unidades da Federal - 2015..............96 Índice de Envelhecimento 2000 e 2010...........................................................127 Crescimento vegetativo e Índice de envelhecimento Município de São Paulo, 2000-2030 .......................................................................................................128 Razão de dependência São Paulo, 1950-2050.................................................143 Probabilidade de lesão fatal para um pedestre em um atropelamento.............161 Grupos de idade, total dos pesquisados...........................................................196 Renda mensal...................................................................................................197 Local de moradia.............................................................................................198 Meio de deslocamento.....................................................................................199 Motivação dos usuários idosos........................................................................201 Relação entre frequência e motivação.............................................................202 Gráfico radial com o resultado das avaliações, Praça Victor Civita...............203 Grupos de idade, total dos pesquisados...........................................................204 Renda mensal...................................................................................................205 Local de moradia.............................................................................................206 Meio de deslocamento.....................................................................................206 Motivação dos usuários idosos........................................................................207 Relação entre frequência e motivação.............................................................220 Renda mensal...................................................................................................221 Local de moradia.............................................................................................222 Meio de deslocamento.....................................................................................222 Motivação dos usuários idosos........................................................................224 Relação entre frequência e motivação.............................................................225 Resultados Categoria – 1 Acessibilidade Física..............................................226 Resultados Categoria – 2 Estrutura para Permanência....................................227 Resultados Categoria – 3 Atividades...............................................................227 Resultados Categoria – 4 Interação Social......................................................228 Resultados Categoria – 5 Espaço e Bem-Estar................................................229 Gráfico radial com o resultado das avaliações, Cantinho do Céu...................230.

(13) LISTA DE QUADROS Quadro 1. Quadro 2. Quadro 3. Quadro 4. Quadro 5. Quadro 6. Quadro 7. Quadro 8. Quadro 9. Quadro 10. Quadro 11. Quadro 12. Quadro 13. Quadro 14.. Quadro geral do conjunto de indicadores das cidades adaptadas aos idosos.................................................................................................................45 Tipologias de espaços livres.........................................................................58-61 Diferenças entre parques e praças......................................................................64 Quadro síntese dos parâmetros para a adequação do espaço público segundo a NBR9050/04......................................................................................................69 Quadro resumo com as principais políticas públicas voltadas aos idosos no Brasil – década 1888 - 1988........................................................................................106 Quadro resumo ações não estatais voltadas aos idosos no Brasil – década 1960.................................................................................................................107 Quadro resumo dos artigos que asseguram direito aos idosos pela Constituição Federal de 1988...............................................................................................108 Quadro resumo com as principais políticas públicas voltadas aos idosos no Brasil – década 1988 - 1999........................................................................................112 Quadro resumo com as principais políticas públicas voltadas aos idosos no Brasil – década 2000 – 2015.......................................................................................118 Quadro resumo com as principais políticas públicas voltadas aos idosos no município de São Paulo – 1983 a 2014....................................................152-153 Quadro com os parques urbanos de São Paulo com equipamentos para idosos........................................................................................................157-158 Quadro resumo sobre a formação do questionário..........................................173 Quadro Resumo das categorias de análise do questionário.............................179 Quadro resumo dos resultados da pesquisa de campo com idosos, Praça Victor Civita e Parque Linear Cantinho do Céu.........................................................235.

(14) LISTA DE SIGLAS AAPVC - Associação Amigos da Praça Victor Civita ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas APA - Áreas de Proteção Ambiental APP - Áreas de Preservação Permanente BIP/ZIP - Bairros de Intervenção Prioritários/Zonas de Intervenção Prioritárias CEP - Comitê de Ética em Pesquisa CET - Companhia de Engenharia de Tráfego CNDI - Conselho Nacional dos Direitos dos Idosos COHAB - Companhia Metropolitana de Habitação CONEP - Comissão Nacional de ética em Pesquisa CREATI - Centro de Referência e Atenção ao Idoso CUD - Center of Universal Design DATAPREV - Dados da Previdência e Assistência Social DEPAVE - Departamento de Parques e Áreas Verdes FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço GARMIC - Grupo de Articulação para Moradia do Idoso da Capital GCMI - Grande Conselho Municipal do Idoso IAGG - Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria IAP - Institutos de Aposentadorias e Pensões IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ILPI - Instituições de longa permanência para idosos INE - Instituto Nacional de Estatística INPS - Instituto Nacional de Previdência Social INSS - Instituto Nacional do Seguro Social IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas LBA - Fundação Legião Brasileira de Assistência LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social NBR - Norma Brasileira NCI - Núcleos de Convivência do Idoso NETI - Núcleo de estudos da terceira idade NIEATI - Núcleo Integrado de Estudos e Apoio à Terceira Idade OMS - Organização Mundial da Saúde ONU - Organização das Nações Unidas OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público PAI - Programa de Assistência ao Idoso PAP - Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa PAPI - Projeto de Apoio à Pessoa Idosa PDE - Plano Diretor Estratégico PDS - Plano de Desenvolvimento Social PDSQVL - Plano de Desenvolvimento de Saúde e Qualidade de Vida de Lisboa PEL - Plano Estratégico de Lisboa PLH - Programa Local de Habitação PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PNH - Política Nacional de Habitação PNI - Política Nacional do Idoso.

(15) PPP - Parceria Público-Privado PROAC - Programa de Ação Cultura PUC - Pontifícia Universidade Católica SBGG - Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia SEHAB - Secretaria Municipal de Habitação SEME - Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação SESC - Serviço Social do Comércio SINPAS - Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social SMA - Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo SMDU - Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano SMPED - Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência SUS - Sistema Único de Saúde SVMA - Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente TCLE - Termo de Consentimento Livre Esclarecido U3I - Universidade da Terceira Idade UAPI - Universidade Aberta da Pessoa Idosa UATU - Universidade Aberta do Tempo Útil UFSC - Universidade Federal de Santa Catariana UFSM Universidade Federal de Santa Maria UNATI - Universidade Aberta à Terceira Idade UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo UPF - Universidade de Passo Fundo USP - Universidade de São Paulo.

(16) SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 18 Capítulo I. Envelhecimento Humano e os Espaços Públicos: uma síntese sobre as políticas públicas mundiais .................................................................................................... 26 1.1. O Envelhecimento Humano e a População Mundial .................................................... 26 1.2. Políticas Públicas Internacionais para o Idoso e o Envelhecimento Ativo e Saudável 34 1.3. A Importância dos Espaços Públicos para o Envelhecimento ...................................... 46 1.4. Mobilidade, Acessibilidade e o Desenho Universal nos Espaços Públicos como Ferramenta de Inclusão e Direito ......................................................................................... 65 1.5. O Caso Referenciado: Lisboa e suas Políticas Públicas ............................................... 76 Capítulo II. O Idoso e as Políticas Públicas no Brasil Pós Constituição Federal de 1988 92 2.1. Aspectos Demográficos no Brasil................................................................................. 92 2.2. Antecedentes das Políticas Públicas Voltadas ao Idoso ............................................. 102 2.4. Os Avanços nas Políticas de Inclusão do Idoso .......................................................... 113 Capítulo III. O Município de São Paulo e as Políticas de Inclusão do Idoso .................. 122 3.1. Aspectos Demográficos e a Distribuição Etária por Distrito no Município de São Paulo ........................................................................................................................................... 122 3.2. Políticas Públicas para o Idoso no Município de São Paulo ....................................... 143 3.3. Os Espaços Públicos da Cidade e os Idosos ............................................................... 154 Capítulo IV. Casos de Estudo: A Praça Victor Civita e o Parque Linear Cantinho do Céu em São Paulo ................................................................................................................. 169 4.1. Justificativa para a Escolha dos Casos de Estudo ....................................................... 169 4.2. Metodologia de Avaliação dos Espaços Públicos Casos de estudo ............................ 170 4.3. A Praça Victor Civita .................................................................................................. 180 4.3.1. Caracterização da Área de Estudo .................................................................... 180 4.3.2. Resultados da Aplicação da Metodologia de Avaliação................................... 195 4.4. O Parque Linear Cantinho do Céu .............................................................................. 208.

(17) 4.4.1 Caracterização da Área de Estudo ..................................................................... 208 4.4.2. Resultados da Aplicação da Metodologia de Avaliação................................... 219 4.5. Discussão dos Resultados dos Dois Casos de Estudo................................................. 231 Capítulo V. Considerações Finais ....................................................................................... 237 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 242 APÊNDICE ........................................................................................................................... 254 Apêndice A – Questionário Completo............................................................................... 254 Apêndice B ........................................................................................................................ 258 ANEXOS ............................................................................................................................... 260.

(18) 18. INTRODUÇÃO Esta pesquisa aborda os espaços públicos e o envelhecimento ativo e saudável da população. Tem-se como pressuposto que os espaços públicos decorrentes de projetos de intervenções projetuais são instrumentos que contribuem para uma mudança no modo de vida das pessoas, principalmente dos idosos. Para isso, utiliza-se dois casos de estudo de espaços públicos localizados na cidade de São Paulo: um em uma região consolidada e outro em uma região de assentamento precário (termos que serão explicados no item 3.1. desta dissertação). O envelhecimento populacional é um fenômeno que vem ocorrendo em todo o mundo de maneira gradual principalmente nos países desenvolvidos e, durante os últimos anos, bastante acelerada nos países em desenvolvimento, entre eles, o Brasil. Os números absolutos da população idosa são bastante alarmantes, correspondendo no mundo, no ano de 2014, a aproximadamente 901 milhões de pessoas, 12% da população total (ONU, 2015b). No Brasil em 2014, segundo dados da ONU, cerca de 20 milhões de pessoas faziam parte da população idosa (11,7% da população total brasileira) (ONU, 2015a). Porém, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2014 (IBGE, 2015), foi totalizado 27,8 milhões de idosos (13,7%). Em 2015, a mesma pesquisa nacional apontou um aumento na porcentagem de idosos correspondendo a 14,3% da população total brasileira, indicando elevação de 3 pontos em relação aos dados obtidos pela ONU no mesmo ano (IBGE, 2016a). Uma projeção do Instituto Data Popular-Instituto Opinião1 (2014) prevê que, em 2053, atingiremos 69 milhões de pessoas acima de 60 anos. No Município de São Paulo, entre os anos 2000 e 2010, houve um acréscimo no percentual de pessoas idosas. O número saltou de 9,32% para 11,89% de idosos na cidade (Informes urbanos, nº 3). Em 2014, chegou a 12%, ou seja, 1.350.710 idosos (IBGE, 2014) e segundo a projeção da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, em 2015 foi atingida a marca de 1,4 milhão de idosos. Diante desse panorama de crescimento da taxa do envelhecimento populacional, esta pesquisa estuda a inserção dos idosos nos espaços públicos. Tal interesse surgiu de algumas indagações a respeito da preparação das cidades brasileiras diante do envelhecimento. REDE GLOBO. “Jornal das dez”. Pesquisa Instituto Data Popular, Instituto Opinião. Data de exibição 21/04/2014. 1.

(19) 19. populacional, uma vez que isto tem se tornado um fenômeno que, de alguns anos para cá, influencia e influenciará cada vez mais o Brasil e sua população em diversos setores. A estrutura física dos espaços públicos das cidades brasileiras está cada vez mais hostil aos cidadãos, principalmente aos que possuem mobilidade reduzida permanente ou temporária, em especial aqueles que, com o passar dos anos, em decorrência de processos naturais da vida, perdem gradativamente ou apresentam queda na qualidade das suas funções cognitivas e físicas, tais como a força, a agilidade física e mental, a audição e a visão. Isso faz com que as pessoas deixem de frequentar espaços públicos que, como será visto ao longo deste trabalho, são de vital relevância, pois proporcionam contatos e interações pessoais, estabelecendo assim, uma relação direta entre a qualidade de vida e o ambiente urbano. De acordo com Featherman, Smith e Peterson (1990) apud Neri (2012), a qualidade de vida das pessoas, em destaque a dos idosos, está intrinsicamente relacionada com a qualidade do convívio, do contato direto entre pessoas e sociedade, bem como dos espaços públicos urbanos, que se transformam constantemente. De acordo com Marrara (2015), as cidades são, por sua essência, espaços que aglomeram pessoas e serviços, facilitando suas trocas e fluxos. Deste modo, todas as pessoas têm o direito de usufruir de tais serviços e, portanto, devem ter acesso facilitado a todas as funções sociais e econômicas da cidade. Desta forma, afirma-se que os espaços públicos condicionam e viabilizam os direitos fundamentais dos cidadãos, fazendo com que a função social da cidade2 seja também cumprida. Se os espaços públicos não forem adaptados, sem qualquer tipo de barreira física ou de natureza discriminatória (aspectos psicológicos), acessíveis e seguros (não apenas do ponto de vista dos parâmetros técnicos e físicos relativos às normas de acessibilidade), não se alcançarão os direitos fundamentais de cada cidadão. Fazem parte destes direitos fundamentais os encontros e as manifestações sociais, que representam também valores identitários às pessoas, e devem ser proporcionados pelos espaços públicos, contribuindo assim para o bem-estar individual e coletivo. Neste contexto, a cidade deve ser legível, assim como aponta Lynch (1960). Para o autor, “a imagem de um bom ambiente dá, a quem possui, um sentido importante de segurança emocional [...]. Na realidade, um meio ambiente característico e legível não oferece apenas 2. De acordo com o Plano Diretor Estratégico de São Paulo (2014), a função social da cidade compreende o atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social, ao acesso universal aos direitos sociais e ao desenvolvimento socioeconômico e ambiental, incluindo o direito à terra urbana, à moradia digna, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte, aos serviços públicos, ao trabalho, ao sossego e ao lazer..

(20) 20. segurança, mas também intensifica a profundidade e a intensidade da experiência humana.” (LYNCH, 1960, p. 14). A partir do momento em que a percepção da cidade é a de um ambiente com adversidades e sem qualidade, que apresenta dificuldade para a locomoção dos cidadãos, seja a pé, seja de transporte público ou individual, a pessoa não se sente confortável neste ambiente urbano e passa, portanto, a deixar de utilizá-lo. É possível considerar como exemplo, os ônibus com altos degraus de acesso, sem apresentar sinalização objetiva de rotas e destinos. No caso do metrô e dos trens, apesar de apresentarem certa sinalização, estas ainda são insuficientes. Além disso, a falta de espaços de permanência e descanso em áreas públicas, o medo pela violência em áreas desertas e baixa iluminação, entre outros fatores, contribuem para a diminuição do uso dos espaços públicos. Nesta pesquisa, entende-se que as intervenções em espaços públicos3 são instrumentos fundamentais e colaboram para a mudança positiva do estilo de vida de todas as pessoas, incluindo a dos idosos. O idoso tem o direito de andar e usufruir dos espaços públicos da cidade, porém, a percepção desses espaços públicos é alterada conforme as experiências, positivas ou negativas de acesso aos mesmos. Deste modo, a acessibilidade e a mobilidade são consideradas peças importantes deste trabalho, uma vez que, quando não há acessibilidade e/ou mobilidade, grande parte dos direitos, das vantagens, dos bens e dos serviços que a cidade proporciona se perdem por se tornarem inacessíveis. Marrara (2015) afirma que [...] a mobilidade é uma condição urbana instrumental para o direito urbanístico. Ela não configura um fim em si mesmo, mas sim o requisito essencial para que se concretizem a liberdade de iniciativa, a liberdade de manifestação, o direito ao lazer e à cultura, o direito ao trabalho, o direito ao mínimo de bem estar por meio do acesso a serviços públicos sociais e econômicos etc. (MARRARA, 2015, p. 123). Desta maneira, as políticas públicas voltadas aos idosos e à inclusão social são primordiais para um bom envelhecimento e para a garantia de uma cidade capaz de abrigar todos os seus cidadãos em suas diferentes perspectivas e necessidades. Do mesmo modo, projetos de intervenção em espaços públicos devem considerar o uso para todas as faixas etárias, incluindo o idoso, em uma perspectiva de ampla longevidade. Neste contexto, busca-se, como objetivo geral desta pesquisa, contribuir para a conscientização de arquitetos, urbanistas e profissionais de áreas afins, ressaltando a. 3. Apropria-se aqui do termo espaços públicos, definido por Paquot (2009) como o conjunto de lugares frequentados por diferentes grupos e que ocorrem processos de trocas, circulação e comunicação..

(21) 21. importância e o papel dos espaços públicos ao proporcionarem o envelhecimento ativo e saudável da população, e proporcionarem a inserção dos idosos nestes locais de interação social e contato humano, a fim de possíveis intervenções e requalificações destes. Elencam-se como objetivos específicos: . Identificar e sintetizar as principais políticas públicas internacionais, brasileiras e paulistas voltadas aos idosos, no âmbito geral, principalmente, aquelas que envolvam e se relacionam com os espaços públicos urbanos.. . Apontar algumas visões dos idosos a respeito dos espaços públicos escolhidos como casos de estudo e verificar se isso reflete uma contribuição ao envelhecimento ativo e saudável. Para que os objetivos desta pesquisa fossem alcançados, foi necessário ampliar o. conhecimento por meio da compreensão de alguns conceitos e do referencial teórico. Os referenciais teóricos embasaram a pesquisa por meio do cruzamento dos conceitos norteadores e das informações obtidas por meio dos casos de estudo. Consideram-se algumas políticas públicas internacionais e brasileiras que visam a qualidade dos espaços públicos e a qualidade de vida dos idosos, bem como a sua inserção nestes locais. Esta pesquisa trata dos conceitos de Envelhecimento Ativo e de Envelhecimento Saudável, ambos difundidos pela Organização Mundial da Saúde – OMS/ WHO (2002; 2015a) e OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde (2005). Os conceitos, discutidos mais adiante no capítulo 1, abordam o bom envelhecimento em suas diferentes dimensões. Neste trabalho, levam-se em consideração, principalmente, os aspectos relacionados ao ambiente físico e seus desdobramentos com as relações sociais, a saúde e o comportamento. Ademais, são levantadas, como caso referenciado, algumas políticas públicas de Lisboa, Portugal. Também são abordados os parâmetros do programa internacional desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) denominado Cidade Amiga do Idoso. Tal programa apoia o embasamento desta pesquisa, na medida em que foram apreendidos e utilizados alguns de seus critérios durante a elaboração da metodologia de pesquisa. A metodologia está descrita em detalhes no capítulo 4, item 4.2. desta dissertação. Foram consideradas as políticas públicas brasileiras desde as primeiras contribuições aos idosos, no século XIX e XX, com ênfase no período pós Constituição Federal de 1988, já que é a partir desse momento, que as políticas se tornaram mais sociais e democráticas, e menos vinculadas às políticas trabalhistas e previdenciárias, além disso, neste período os municípios.

(22) 22. passaram a adquirir maior autonomia para suas próprias políticas públicas. O município de São Paulo, durante as últimas décadas vem também se preocupando com o tema do envelhecimento e nesse sentido são consideradas e apresentadas algumas de suas políticas públicas voltadas à população idosa. Analisa-se como casos de estudo, dois espaços públicos da cidade de São Paulo, a Praça Victor Civita e o Parque Linear Cantinho do Céu. O primeiro caso foi projetado em 2006 e inaugurado em 2008. A praça está localizada no distrito de Pinheiros e a região se caracteriza como uma área consolidada da cidade de São Paulo. Pertence à Subprefeitura de Pinheiros, juntamente com os distritos de Alto de Pinheiros, Jardim Paulista e Itaim Bibi. O território caracterizado por esses 4 distritos conta com 62.682 idosos, 5% da população total de idosos no município de São Paulo. Apenas no distrito de Pinheiros são 21% de idosos do total de pessoas residentes. Apenas o distrito de Pinheiros conforma-se com 13.875 idosos e está na 39ª posição dos distritos com mais idosos no município (IBGE, 2014). O segundo caso de estudo analisado é o Parque linear Cantinho do Céu, projeto de 2008 com primeira fase entregue em 2011. A intervenção está localizada na periferia sul da cidade de São Paulo, Subprefeitura Capela do Socorro e distrito do Grajaú, o qual abriga 22.636 idosos, correspondendo a 6% da população total do Grajaú. Este distrito se apresenta entre os 10 distritos do município de São Paulo com maior número de idosos, estando na 8ª posição entre todos os distritos de São Paulo; o primeiro distrito com mais idosos é o distrito do Sacomã, com 28.868 pessoas acima de 60 anos (IBGE, 2014). Ambos os casos de estudo são decorrentes de políticas públicas que não só buscaram a conservação e preservação ambiental, mas também a melhoria das áreas e espaços públicos para a população local. Desta forma, busca-se verificar se estes espaços públicos projetados e implantados durante a última década estão contribuindo para o processo de envelhecimento ativo e saudável e se estes espaços públicos vão ao encontro dos preceitos definidos pelas políticas públicas internacionais em benefício dos idosos, independentemente se o projeto fora ou não concebido para tal público, uma vez que uma cidade amigável e harmoniosa ao idoso é uma cidade que atende e respeita a todos. A metodologia para realização desta pesquisa foi dividida em quatro fases, apresentadas ao longo dos quatro capítulos desta dissertação. A primeira fase consistiu na revisão bibliográfica com a pesquisa dos principais conceitos e do quadro teórico acerca do tema desta dissertação de mestrado, a partir da consulta.

(23) 23. em publicações literárias e científicas. A pesquisa bibliográfica englobou também a pesquisa documental, dividida em: a) políticas públicas e programas - os quais, para este trabalho, foram analisadas iniciativas internacionais, brasileiras e paulistas; b) o caso referenciado – toma-se como caso referenciado as políticas públicas lisboetas voltadas para a melhor qualidade de vida na cidade de Lisboa, esta etapa continuou durante a 2ª fase da metodologia. A segunda fase da pesquisa decorreu de uma pesquisa acadêmica no Instituto Superior Técnico de Lisboa, por 2 meses, onde fora possível visitar alguns casos referenciados, além de entrevistar e conversar com os responsáveis pelas mudanças em algumas políticas públicas de Lisboa. O registro foi feito por meio de fotografias, análises de dados primários e empíricos. Durante este período foi analisado o modo como as intervenções internacionais se configuram e incorporam o idoso numa perspectiva integrada à cidade. Na terceira fase, foram analisados dois casos de estudo, exemplos de espaços públicos executados durantes a última década, no município de São Paulo. Evidenciou-se o uso destes espaços públicos pela população de terceira idade. Os casos de estudo escolhidos foram: 1) Praça Victor Civita, na região de Pinheiros; 2) Parque linear Cantinho do Céu, na região do Grajaú. A análise consistiu em realizar uma pesquisa documental e de campo - desenvolvida através de visitas nas áreas de intervenção, aplicação de um questionário desenvolvido, de caráter avaliativo, composto por questões estruturadas. A pesquisa procurou compreender como os moradores idosos se relacionam com os espaços e os serviços públicos oferecidos nas regiões, quais são os pontos positivos e negativos de cada local e o quê os impede, ou não, de os frequentarem, para assim, observar se esses espaços contribuem para um melhor envelhecimento. Como este trabalho fez uso de aplicação de questionário envolvendo seres humanos, o mesmo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa4 da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, resultando em sua aprovação. O parecer aprovado encontra-se no item Anexos desta dissertação. Primeiramente fez-se um pré-teste do questionário desenvolvido nas duas áreas escolhidas a fim de validá-lo e verificar as condições do mesmo. Esta dissertação foi estruturada em quatro capítulos, incluindo também esta introdução, considerações finais, anexos e apêndice. Cada capítulo reflete as fases da metodologia de pesquisa adotada neste trabalho. O primeiro capítulo parte da compreensão a respeito do que é 4. O projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal da Saúde, localizado na Rua General Jardim, 36 – 8º andar – Centro – São Paulo – SP – Telefone 3397 2464 smscep@gmail.com..

(24) 24. o idoso, a velhice e o envelhecimento. São salientados através da base teórica, quais são os aspectos mais relevantes e significativos e quais as mudanças, os ganhos e as perdas de um indivíduo que envelhece. Em seguida, é feita uma análise referente às mudanças demográficas que vêm ocorrendo em todo o mundo, a fim de contextualizar e identificar os desafios socioeconômicos e consequentemente constatar como organizações (OMS e ONU) e gestores públicos resolvem e atendem as demandas desta população que envelhece. São incluídos neste capitulo também as noções e diferenciações dos espaços públicos. O capítulo 2 analisará como a questão do envelhecimento populacional e o cuidado com o idoso é enfrentado pelos governantes brasileiros desde a promulgação da Constituição Federal de 1988. Para isso, discutir-se-ão os antecedentes da Constituição, além do processo demográfico brasileiro e seus desdobramentos até os dias de hoje. Será dado destaque à principal política pública brasileira voltada ao idoso, isto é, o Estatuto do Idoso. Durante o capítulo 3, apresenta-se as principais políticas públicas municipais da cidade de São Paulo, voltadas à inclusão do idoso, desde 1988 até 2016. Analisa-se os avanços demográficos da população idosa e como é a relação desse idoso nos espaços públicos da cidade, quais os problemas enfrentados, o que eles utilizam e como utilizam. Pretende-se com este capítulo contextualizar o idoso no município de São Paulo e introduzir as duas intervenções escolhidas como casos de estudo desta pesquisa. Finalmente no capítulo 4 é evidenciada a metodologia de avaliação da pesquisa, o desenvolvimento do questionário aplicado aos usuários dos casos de estudo e as principais constatações sobre os mesmos a partir dos resultados obtidos. Também são apresentadas algumas considerações com relação ao alcance e aos limites de cada um deles..

(25) CAPÍ TULOI .ENVELHECI MENTOHUMANO EOSESPAÇOSPÚBLI COS:UMASÍ NTESE SOBREASPOLÍ TI CASPÚBLI CAS MUNDI AI S.

(26) 26. Capítulo I. Envelhecimento Humano e os Espaços Públicos: uma síntese sobre as políticas públicas mundiais. Busca-se com este capítulo compreender o que é o idoso, a velhice e o envelhecimento. Evidenciando, por meio da base teórica, quais os aspectos mais relevantes e significativos, quais as mudanças, os ganhos e as perdas de um indivíduo que envelhece, assim como as diferentes classificações nominais que o tema envelhecimento abrange. Pretende-se também neste capítulo entender e analisar as mudanças demográficas que vêm ocorrendo em todo o mundo, a fim de contextualizar e identificar os desafios socioeconômicos provenientes dessa questão. Identificam-se, neste trabalho, o modo como organizações (Organização Mundial da Saúde – OMS e Organização das Nações Unidas ONU) e países que já enfrentam essa questão vêm resolvendo este assunto e atendendo a população com suas políticas públicas. Como conceitos base utilizam-se as diretrizes do envelhecimento ativo e envelhecimento saudável, tratados mais especificamente no subitem 1.2 deste trabalho, ambos desenvolvidos e defendidos pela OMS. Estes conceitos embasam e guiam toda a discussão desenvolvida nesta dissertação. Do ponto de vista internacional, observa-se a iniciativa da cidade amiga do idoso da OMS (2008) e as políticas públicas que a cidade de Lisboa, capital de Portugal, vem desenvolvendo neste tema, uma vez que é uma das cidades europeias com maior número de idosos.. 1.1. O Envelhecimento Humano e a População Mundial. Idoso, velho, ancião, longevo são sinônimos que se caracterizam oficialmente de acordo com o padrão cronológico etário estabelecido pela Organização das Nações Unidas, definidos pela pessoa que possui 60 anos ou mais. Há variações em função do local de moradia desse indivíduo: em países desenvolvidos, por exemplo, considera-se a partir dos 65 anos e em países em desenvolvimento a partir dos 60 anos. Apesar dessa demarcação cronológica, cada indivíduo apresenta variações distintas relacionadas ao seu estado físico, ao seu estado de saúde e a sua participação na sociedade. Outras demarcações cronológicas também foram apontadas por alguns autores em função da sua heterogeneidade. Debert (2004) classifica os idosos em jovens.

(27) 27. idosos, aqueles entre 65-75 anos; idosos-idosos, os acima de 75 anos e idosos mais idosos, aqueles acima de 85 anos. Outro termo bastante conhecido, é o da “terceira idade”. O termo, segundo Peixoto (1993 [2007]), aparece como uma maneira de suavização da velhice, a fim de associá-la ao viver bem, independente e ativamente. É associado às pessoas entre 60 e 70 anos. Alguns países europeus, já adotam outro termo que é a “quarta idade” correspondendo à classificação etária daqueles entre 70 a 80 anos. Já se usa inclusive a classificação de “quinta idade” para aqueles acima de 80 anos. De acordo com Fortes (1984) apud Debert (2004, p. 45-48), para uma classificação pertinente devem ser levadas em consideração mudanças entre as noções de maturidade, idade cronológica, idade geracional e ordem de nascimento. Segundo o autor, a idade cronológica nas sociedades ocidentais não passa de uma cultura e uma formalidade para a “atribuição de status (maioridade legal), de definição de papéis ocupacionais (entrada no mercado de trabalho), de formulação de demandas sociais (direito à aposentadoria) ” (FORTES (1984) apud DEBERT, 2004, p. 46), para que assim, haja uma resposta às leis e os direitos e deveres dos cidadãos. A idade cronológica seria um “elemento simbólico extremamente econômico no estabelecimento de laços entre grupos bastante heterogêneos no que diz respeito à outras dimensões.” (FORTES (1984) apud DEBERT, 2004, p. 48). As sociedades ocidentais levam em consideração um sistema apartado e isento do desenvolvimento biológico. Por outro lado, em sociedades nãoocidentais, a idade cronológica leva em consideração aspectos mais relacionados à capacidade de realização de determinadas tarefas, além do desenvolvimento biológico na observação individual de cada ciclo de vida. Paralelamente, o entendimento sobre o envelhecimento é determinado como um processo ao longo do tempo, que começa na concepção do ser humano e termina com a morte. Ao longo desse processo algumas fases do desenvolvimento como puberdade e maturidade são percebidas e identificadas, porém, o envelhecimento não apresenta um demarcador específico, caracterizando-se, portanto, como um processo dinâmico e progressivo (NETTO, 2007). Tal processo dinâmico e progressivo é identificado ao longo do curso da vida em que as funções de diversos órgãos do corpo humano tendem a diminuir. Netto (2007) defende que os fatores extrínsecos como, por exemplo, o estilo de vida, os fatores psicossociais e ambientais influenciam na base genética, nas alterações celulares, funcionais e moleculares de cada indivíduo (ver figura 1). Pode-se concluir, dessa forma, que cada processo de envelhecimento humano deve ser levado em consideração de maneira única, respeitando qualquer limitação e.

(28) 28. características subjetivas de cada indivíduo (NETTO, 2007). Enfatiza-se ainda, que a qualidade de vida na velhice será decorrente de “um processo (adaptação) e não um resultado, meta desenvolvimental, ou estado ideal.” (NERI, 2012, p. 25). Figura 1. Fatores determinantes do processo de envelhecimento e consequente diminuição da capacidade de manutenção do equilíbrio homeostático. Fonte: NETTO, 2007, p.32. Para a Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS (2005), o envelhecimento pode ser caracterizado como uma perda progressiva e generalizada das funcionalidades, tendo como consequência perda nas respostas adaptativas às situações contrárias como estresse e risco de doenças, ou seja, ao longo do tempo, as pessoas mais velhas ficaram mais expostas a fatores ambientais e comportamentais adversos e, consequentemente, as chances de perderem suas capacidades físicas e biológicas e de contraírem algum tipo de doença aumentaram. Nesse sentido, pode-se apreender que a questão do envelhecimento se torna uma temática multidisciplinar, envolvendo a gerontologia (o estudo sobre o processo do envelhecimento e suas inúmeras consequências e problemas que envolvem a pessoa idosa), a psicologia, a biologia, a genética, a geografia, e a arquitetura e o urbanismo, além é claro de ser uma questão de abrangência político-social..

(29) 29. Apesar das várias disciplinas que abordam a temática do envelhecimento, a visão sobre seu entendimento dependerá muito do contexto histórico, cultural, social e econômico de cada lugar, e como foi evidenciado anteriormente, a preocupação e o olhar de cada sociedade sobre seus idosos influenciará direta e indiretamente no envelhecimento e na velhice de cada cidadão. O conceito de velhice é tratado e entendido como a última fase de vida de uma pessoa. Esta é também caracterizada por perdas funcionais, físicas, redução na capacidade de resistência, de trabalho, canície, calvície, combinadas às perdas dos papéis sociais, perdas afetivas, psicológicas e motoras. É possível perceber esta fase da vida somente no momento em que tais manifestações atingem a sua plenitude, não sendo possível observar e apontar o seu início exato, uma vez que é influenciada por aspectos culturais, sociais, econômicos, características físicas, psicológicas e espirituais. (NETTO, 2007, p. 35) Em decorrência da diminuição na capacidade funcional, na capacidade intrínseca e nas possíveis perdas de papéis sociais e afetivos pelas quais o indivíduo possa passar, os idosos, como resposta a essas mudanças, tendem a buscar soluções a fim de aperfeiçoar e adaptar as suas capacidades. Podem indicar também um desenvolvimento psicológico contínuo na velhice. Nesse sentido, torna-se importante a conscientização para considerar quais as perdas que podem estimular e capacitar essas outras habilidades como novas capacidades físicas e psíquicas, para que se estenda e haja uma contribuição na qualidade de vida dos indivíduos (OMS, 2015a). Afirma-se que a “A idade avançada não implica dependência” (OMS, 2015a, p.3). Desta maneira, conforme Debert (2004) enfatiza, a imagem estereotipada de uma velhice marcada pela perda e decadência hoje, começa a se associar a uma tendência contemporânea despertada para um novo olhar sobre este tema, considerando que a velhice e o envelhecimento podem promover e estimular novas conquistas, projetos e relações sociais mais proveitosas, provenientes deste processo de perdas e substituído, assim, por novas oportunidades. Debert (2013) considera ainda que “hoje o idoso é um ator político e há um mercado de consumo, que cada vez tem um espaço maior nas sociedades” (sic) (DEBERT, 2013, s/p). A autora se refere aos avanços em áreas de estudos específicas como a geriatria e a gerontologia, sistemas e organizações privados e públicos para o convívio do idoso, instituições e programas voltados à velhice, entre outros. A realidade e a visão de hoje perante o idoso, ao aposentado e à terceira idade, em alguns casos, pode ser considerada até mesmo melhor que em relação aos indivíduos em idade adulta, estando até em uma condição inclusive mais privilegiada. Os idosos em muitos casos com o dinheiro da aposentadoria sustentam suas famílias, em uma realidade.

(30) 30. de desemprego e subempregos dos mais novos. Em contrapartida, têm-se idosos à margem dessas melhorias. É nesta visão contemporânea que esta dissertação se apoia, entendendo a velhice ainda como uma oportunidade para diferentes vivências, dinâmicas e aprendizados e o envelhecimento como todo o período do processo de vida que deve ser estimulado por condições propícias a estilos de vida adequados e ambientes adequados à manutenção da vida. É esta visão que o trabalho procura defender, para que este sentimento de respeito e oportunidades sejam sempre garantidos e assegurados a todos. Porém, esta perspectiva não pode ser levantada sem lembrar que o bom envelhecimento ou a boa velhice não são decorrentes apenas das ações do indivíduo, mas sim, do conjunto interdisciplinar que o assunto engloba. Como aponta Neri: A promoção da boa qualidade de vida na idade madura excede, entretanto, os limites da responsabilidade pessoal e deve ser vista como um empreendimento de caráter sociocultural. Ou seja, uma velhice satisfatória não é um atributo do indivíduo biológico, psicológico ou social, mas resulta da qualidade da interação entre pessoas em mudança, vivendo numa sociedade em mudanças. (NERI, 2012, p.9). Além disso, tem-se que atentar às inúmeras desigualdades de oportunidades, às capacidades individuais e sociais que podem dificultar o acesso às condições dignas e aos dramas que a velhice e o envelhecimento ainda despertam na sociedade. Deve-se lutar para que todos tenham as mesmas chances. Koli Annan, que foi secretário geral da ONU entre os anos de 1997 e 2007, afirma que as pessoas idosas não são uma categoria à parte. Todos envelheceremos algum dia, se tivermos esse privilégio. Portanto, não consideremos os idosos como um grupo à parte, mas, sim, como a nós mesmos seremos no futuro. E reconheçamos que todas os idosos são pessoas individuais, com necessidades e capacidades particulares, e não um grupo em que todos são iguais porque são velhos. (ONU, 2003, p.15). Em 2001, 9 de cada 10 países com 10 milhões de habitantes e maior proporção de pessoas acima dos 60 anos estavam localizados na Europa, conforme evidencia a tabela 1 com a lista completa dos 10 países com maior proporção de população idosa. Estima-se que pelo menos até 2025 essa evidência não se alterará, porém, o fenômeno do aumento do número de idosos está atingindo todas as regiões do mundo (OPAS, 2005)..

(31) 31 Tabela 1. Países com mais de 10 milhões de habitantes e com maior proporção de pessoas acima de 60 anos.. Fonte: OPAS, 2005, p.9. O crescimento da população mundial acima dos 60 anos ocorreu nos países desenvolvidos de maneira contínua e no geral, acompanhou o crescimento econômico do país, enquanto nos países em desenvolvimento, o crescimento de idosos foi rápido e sem preparação econômica, enfrentando mudanças abruptas nos modelos e papéis familiares, nos padrões de trabalho e na migração. Ao observar o gráfico 1 abaixo, é possível perceber que o aumento na população mundial total ocorrerá apenas nos países em desenvolvimento. Estes países enfrentaram e enfrentam a rápida urbanização, mulheres assumindo diversas posições de trabalho formal, famílias com menos filhos, em virtude do retardamento ou da opção da mulher em não ter filhos, além da migração dos mais jovens à procura de emprego (OPAS, 2005). No ano de 2000, as pessoas de 60 anos ou mais correspondiam a 10% da população mundial, em 2025 corresponderão a 15% da população mundial e em 2050, a população idosa será 22% da população mundial. Em 2050, a população acima dos 60 anos subirá de 600 milhões de pessoas para 2 bilhões de pessoas, totalizando um aumento de 350%. Só nos países em desenvolvimento será um acréscimo de 450% de pessoas com 60 anos ou mais..

(32) 32. Gráfico 1. Crescimento da população acima de 60 anos, em bilhões – Relação países desenvolvidos e em desenvolvimento. Fonte: KALACHE, 2006, p.2 adaptado pela autora5. Dentre os fatores na mudança da demografia mundial, estão, sobretudo, a evolução da medicina que permite um aumento na expectativa de vida (mesmo ainda existindo países com queda neste parâmetro em função de guerras, violência e doenças como a AIDS), e a queda na taxa de fecundidade. O envelhecimento de uma população apresenta correlação com a diminuição do número de crianças e jovens e o aumento do número de pessoas acima de 60 anos. Como pode ser observado por meio do gráfico 2, o modelo convencional e que por muitos anos marcou a demografia mundial, em um modelo triangular (base maior que o topo), está começando a se modificar e se tornar mais retangular, em uma tendência para o alargamento principalmente no topo da então pirâmide e um estreitamento na base. Percebe-se a inversão da pirâmide etária, que corresponde a um número maior de pessoas acima de 60 anos e menor número da população jovem e de crianças, ou seja, redução nas taxas de fecundidade e maior longevidade.. 5. Muitas das imagens, quadros e figuras foram realizados pela autora desta dissertação, ou então adaptados. Quando aparecer a referenciação “autora”, entende-se a autora desta dissertação Tatiana De Girolamo Moysés..

Referências

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