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3 Explorando o Potencial da Teoria Crítica de Axel Honneth para Ampliar

3.1 Os Fundamentos da Teoria Crítica de Axel Honneth

3.1.1 Os Fundamentos da Crítica de Honneth à Teoria Social Marxista

Axel Honneth tem sido considerado o principal herdeiro da tradição da Teoria Crítica, uma tradição marcada por um pensamento filosófico e social heterogêneo, mas que, segundo Nobre (2004), compartilha os princípios fundamentais da orientação para a emancipação e do comportamento crítico em relação ao conhecimento produzido, sob os condicionantes sociais capitalistas, e à própria realidade social que tal conhecimento se dispõe a apreender.

Para Honneth (1999), a teoria crítica, na condição de teoria social de orientação filosófica e base empírica, ocupa um lugar destacado no esforço teórico, entre os muitos intentos empreendidos no período entre as guerras mundiais, para desenvolver o marxismo de forma produtiva, mediante a utilização sistemática de uma abordagem interdisciplinar de investigação das ciências sociais, na tentativa de construção de uma teoria materialista da sociedade, que pudesse superar o prolongado purismo teórico do materialismo histórico e possibilitasse a fusão fecunda entre a ciência social acadêmica e a teoria marxista.

Honneth (1999), num ensaio sobre a teoria crítica, aponta que essa teoria somente pode cumprir a tarefa que se espera dela se dispuser, ao mesmo tempo, de uma teoria da história capaz de esclarecer sua própria situação em função do processo histórico. A fundamentação de uma teoria crítica da sociedade, segundo esse autor, exige assim, por razões epistemológicas, um tipo de reflexão no plano histórico- filosófico em que não havia lugar legítimo para divisão contemporânea entre a filosofia e as ciências.

O pensamento crítico de Marx fundou as bases germinais dessa teoria da história, cujo fundamento epistemológico parte do pressuposto de que o mecanismo central do progresso histórico é um processo de desenvolvimento das forças produtivas, no qual o processo evolutivo de cada novo estágio de desenvolvimento técnico de dominação da natureza impõe nova fase das relações sociais de produção.

A conformação do pensamento crítico de Axel Honneth tem seu marco fundamental estabelecido no período que vai do início dos anos 1980 até meados dos anos 1990, sendo exemplares três trabalhados de sua produção inicial, que tomamos para análise dos fundamentos da sua teoria crítica: o ensaio “Work and Instrumental Action”, publicado em 1982; “The Critique of Power: reflective Stages in Critical

Social Theory”, de 1991; e “Domination and Moral Struggle: the philosophical heritage of marxism revised”, publicada em 1991.

No primeiro texto (Trabalho e Ação Instrumental), Honneth analisa a tese de que há uma crise na “teoria da revolução”, conforme proposta no projeto teórico de Marx, que não pode mais dar suporte à determinação de uma teoria social crítica, capaz de oferecer uma interpretação “praxis-oriented” da situação do capitalismo tardio. Nesse texto, Honneth afirma que a concepção de trabalho formulada por Marx, tem sido colocada no centro das dúvidas sobre a relevância do marxismo como uma teoria da emancipação humana, demonstrando um posicionamento crítico radical a uma das bases fundamentais do marxismo.

Na análise de Honneth (1982), o conceito de trabalho social, no qual Marx integra os elementos centrais da ideia moderna de trabalho, determina a estrutura categorial de sua teoria da sociedade e estabelece o paradigma central do materialismo histórico, de acordo com os princípios filosóficos assumidos da sua teoria antropológica da alienação, dos seus escritos iniciais, e da teoria do capital, desenvolvida em seus estudos econômicos da fase madura.

Para Honneth (1992), Marx intenciona compreender o trabalho não apenas do ponto de vista do crescimento econômico, mas também de uma posição normativa prática, como um autodesenvolvimento emancipatório (Bildung), entretanto a sua crítica da economia política se direciona para descrever a subordinação do “trabalho vivo” 14aos princípios do mercado capitalista, e ao mesmo tempo revelar as suposições fundamentais de uma teoria materialista da revolução.

Segundo Honneth (1982), o status categorial central do trabalho em Marx confere a essa categoria fundamental três funções básicas, assim resumidas: a função no nível da teoria social, na qual o trabalho social assume o papel de reprodução

social; a função no nível da teoria da história humana, em que trabalho cumpre a

função de acesso cognitivo da realidade pela geração do conhecimento; e, a função no nível prático-normativo, onde assume o papel de fator de aprendizagem, de processo

de formação da consciência e de processo de subjetivação, onde potencialmente se

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Trabalho Vivo: Trabalho que produz valor de uso (produto utilizável), indispensável à produção e

reprodução humana, contrapondo-se com trabalho abstrato (negativo), “trabalho morto”, “trabalho

pretérito”, contido nas mercadorias, cujo principal fim é a criação de mais-valia, a valorização do valor, a

reprodução e autovalorização do capital. (GHAGAS, E.F. A determinação dupla do trabalho em Marx: o trabalho concreto e trabalho abstrato. Outubro, n.19, Revista de Estudos Socialista, 2011)

insere a liberação da perspectiva emancipatória, pela “formação do sujeito revolucionário.

Na obra Domination and Moral Stuggle, de 1991, Honneth aprofunda sua crítica ao legado filosófico do marxismo questionando sobre “o que ainda resta de Marx e do ma rxismo nos dias atuais”, destacando a crítica ao funcionalismo econômico que orienta os princípios do materialismo histórico. Segundo Silva (2010), nessa obra, Honneth considera que as principais tentativas contemporâneas de renovar o marxismo compartilham a crítica comum que aponta para a incapacidade da teoria social marxista de romper com os limites do reducionismo econômico imposto por um modelo da base-superestrutura, que concebe as demais esferas da sociedade como meros elementos funcionais desta base, postulando, que uma análise adequada do processo de reprodução social deve levar em conta as demais esferas da sociedade, a partir de suas próprias lógicas internas.

Para Honneth (1991), as três abordagens críticas que assumiram a tentativa de revisar o marxismo, mediante a superação do seu funcionalismo econômico, divergiram, no entanto, em suas lógicas de ação. Este identificou essas três abordagens críticas do marxismo nas seguintes tipologias teóricas revisionistas do marxismo: o “game-theoric marxism”, que considera que o marxismo necessita de uma teoria da ação coletiva fundamentada numa lógica da competição entre indivíduos que calculam seus próprios interesses; o “cultural-theoric marxism”, que aponta a deficiência do marxismo em explicar a ação coletiva recorrendo a uma lógica da transmissão intersubjetiva de normas e tradições; e, o “power-theoric marxism”, que critica o déficit do marxismo em compreender a formação do poder social apenas na sua vinculação funcional aos processos econômicos, recorrendo a uma lógica da implementação e do refinamento social.

Na análise proposta por Honneth (1991), este considera que tais abordagens revisionistas do marxismo, que visavam superar o funcionalismo econômico de Marx, não apresentaram uma solução satisfatória, pois, ao abandonarem a centralidade do trabalho, conforme proposto por Marx, desconectaram a articulação sistêmica entre uma teoria da emancipação e uma análise da sociedade.

Honneth (1991) afirma que a concepção estético-produtivista com que Marx sobrecarrega a categoria trabalho, que na sua forma positiva detém potencial de subjetivação e, ao mesmo tempo, na sua acepção negativa assume o caráter repressor deste potencial, constitui-se no meio fundamental de auto-realização humana, cuja

identidade satisfatória somente pode ser alcançada vivenciando as realizações integrais de seu próprio trabalho.

Tal premissa relaciona o trabalho com a sua função normativa, na qual Marx realiza seu diagnóstico das categorias da alienação e da reificação, possibilitando a interpretação da luta de classe para além de um mero conflito em torno da aquisição de bens ou poder, mas como um conflito moral no qual a classe oprimida luta para realizar as condições de seu auto-respeito (SILVA, 2010, p.9).

Esta é a chave que permite a Honneth (1991) concluir que “a interpretação histórico-filosófica que propicia o amplo quadro teórico, no qual Marx analisa a sociedade de classes capitalista, pode está inserida [...] uma perspectiva que deriva não da lógica do trabalho, mas da lógica do reconhecimento”, acrescentando que tal premissa permanece oculta na obra o próprio Marx por que ele restringe seu conceito de identidade humana a uma descrição produtivista. (HONNETH,1991, p.44-45, apud SILVA,2010).

É com base nesta premissa que Honneth resgata da “ideia de reconhecimento”, formulada pelo jovem Hegel e promove o seu deslocamento mediante a articulação da psicologia social de George H. Mead para edificar as bases de sua “Teoria do Reconhecimento”, cuja semente já se encontra em seus estudos iniciais.

Outro referencial relevante para compreensão do processo de conformação da teoria crítica de Axel Honneth, que demonstra a intenção teórica de tentar superar o “déficit sociológico” das abordagens marxistas, é representado em sua obra “Critique of Power. Reflexive stages in a critical social theory”, publicada inicialmente em 1985, porém escrita dois anos antes como sua tese do doutoramento na Universidade Livre de Berlim. Neste instigante e criativo trabalho, Honneth, realiza um extenso estudo comparativo entre as bases teóricas das teorias sociais de Adorno, Habermas e Foucault, explorando em que medida o projeto teórico inicial, destes distintos pensadores, tratam a análise da sociedade, e até que ponto seus projetos teóricos falham na interpretação do domínio social.

Inicialmente, Honneth (1991) aborda sua crítica ao poder partindo da análise do projeto crítico de Adorno e Horkheimer, centrado na dialética do esclarecimento, apontando que esse projeto analítico da sociedade falhou em função do fato de que esses autores, fundadores da tradição da Escola de Frankfurt, nunca terem se afastado da concepção de um modelo totalizante de dominação da natureza, de certa maneira

ainda vinculado ao funcionalismo marxista, e assim não foram capazes de compreender o “social” na sociedade.

A constatação do “déficit sociológico” do pensamento adorniano em compreender a dimensão do domínio social, motivou Honneth a explorar os projetos teóricos de Foucault e Habermas, em razão destes autores buscarem a construção de uma teoria que leva em consideração essa dimensão, porém, a partir de posições diametralmente opostas. Honneth (1991) desenvolve seu projeto crítico partindo da observação de que o projeto teórico de Foucault, que visava a construção de uma teoria da história, poderia ser uma alternativa para uma negativa radicalização da dialética do esclarecimento, em vez de sua implícita sublimação positiva proposta pela teoria da comunicação de Habermas.

Numa entrevista concedida a Marcos Nobre, publicada na Folha de São Paulo, em 11 de outubro de 2003, Honneth reafirma sua linha de estudo formulada há mais de duas décadas, mediante a seguinte afirmação:

“O projeto de Adorno e Horkheimer e suas teorias da sociedade

subestimaram o sentido próprio do mundo da vida social, na medida em que não atribuem às normas morais nem às operações interpretativas dos sujeitos, papel essencial na reprodução da sociedade”, apontado que ambos tendem a um funcionalismo marxista, onde a integração cultural e o controle jurídico possuem meras funções de imposição do imperativo capitalista de

valorização.” (HONNETH, 2003, Entrevista a Marcos Nobre).

Na sua crítica à teoria social de Habermas, Honneth aponta na mencionada entrevista que “o seu déficit sociológico de seu projeto teórico esta inscrito numa tendência que este assume em subestimar, em todas as ordens sociais, o seu caráter determinado por conflitos e negociações”. Acrescenta finalmente, que o projeto teórico de Foucault “tende também a um déficit sociológico porque abandona a intuição central de Durkheim, segundo a qual toda ordem de poder carece do assentimento normativo dos membros da sociedade na forma de um consenso”.

Segundo Honneth (1991), essas distintas versões de um “déficit sociológico” da teoria crítica da sociedade só podem ser superados quando se “coloca no centro da vida social um conflito insolúvel por reconhecimento, de maneira que o consenso

moral e a luta social podem ser considerados estágios diferentes no processo de reprodução dos mundos na vida social”.

Dentre os pensadores brasileiros que exploram as possibilidades da teoria do reconhecimento tem se destacado os trabalhos do sociólogo Jusué Pereira da Silva que tem buscado desenvolver uma articulação entre trabalho, cidadania e reconhecimento mediante a aplicação do ferramental analítico da teoria crítica, em cuja obra encontra- se significativos indicadores analíticos para a investigação crítica da teoria do reconhecimento.

Tomamos como apoio à nossa pesquisa duas obras recentes de Josué Pereira, pela sua representativa contribuição com o recorte e enfoque de nossa investigação. A primeira delas, é um ensaio apresentado no 34º Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais – ANPOCS intitulado “Sobre a Relação entre Trabalho e Reconhecimento na Teoria de Axel Honneth: Uma Nota Crítica”, de 2010 e a segunda o livro, de sua autoria, “Trabalho, Cidadania e Reconhecimento”, publicado em 2008, em que reúne um conjunto de textos referenciais da sua produção teórica, onde sintetiza a sua trajetória de estudos e pesquisas dos últimos dez anos. Destas obras retiramos alguns apontamentos críticos para tentar articular a temática do reconhecimento na relação trabalho e educação, enquanto campo referencial inovador para a reflexão sobre a formação integrada.

Segundo Silva (2010), a obra de Honneth parte da constatação de que o constructo teórico-filosófico de Marx conecta sistematicamente as demandas de uma teoria da emancipação ao objetivo de uma análise crítica da sociedade, o que as diversas correntes marxistas tentaram infrutiferamente dividir. A partir desta perspectiva ampla, Marx conseguiu integrar uma teoria da emancipação com a análise da sociedade, mediante uma “filosofia especulativa da história” fundada no conceito de trabalho social, como categoria ontológica central e fundante da sociabilidade humana.

Na concepção marxiana o trabalho assume uma sobrecarga categorial ao ser, ao mesmo tempo, considerado categoria protossocial fundadora da condição humana e um evento formativo, mediador da geração do conhecimento, integrando, desta maneira, a dimensão instrumental-econômica, legada pela economia política, com a dimensão epistemológica de autorrealização humana, herdada da corrente romântica do iluminismo alemão. (SILVA, 2010, p.7-8)

Segundo Silva (2010), Honneth considera que esta sobrecarga histórico- filosófica do conceito de trabalho em Marx tem sido colocada em questão, tendo como motivação as mudanças históricas ocorridas à época de sua formulação, destacando duas suposições empíricas da teoria social de Marx, que estão sob questionamento, assim sintetizadas:

a) O questionamento sobre a condição do trabalho social ainda representar a

categoria central constitutiva da sociedade atual;

b) A dúvida quanto a pertinência do trabalho social em se constituir a

primeira fonte de formação da consciência emancipatória. Tais questionamentos colocam em dúvida dois pressupostos centrais da teoria marxista relacionados com a primazia do trabalho como categoria central da sociabilidade humana e seu potencial emancipatório.

Silva (2008), na sua obra Trabalho, Cidadania e Reconhecimento, realiza uma reflexão sobre a sociedade do trabalho, buscando uma vinculação entre estas categorias centrais da sociabilidade humana, mediante um ancoramento na teoria crítica, em especial nas contribuições da tradição da Escola de Frankfurt. Da sua análise da sociedade do trabalho, apoiada em Offe, Habermas e Gorz, assume o pressuposto de que, o atual estágio de desenvolvimento humano não há mais sentido em tratar o trabalho como categoria ontológica, mas como “categoria analítica a ser compreendida em sua historicidade”.

Outro deslocamento proposto por Silva (2008), que o aproxima de Honneth, é evidenciado ao assumir que “a teoria só cumpre o conceito quando também está acompanhada de um conteúdo normativo”. Similarmente ao que fez Honneth, Silva (2008) parte da crítica à teoria social de Adorno e Horkheimer, apontando que estas perderam seu conteúdo de normatividade política, abrindo espaço para a crítica habermasiana, que tornou possível deslocar o destinatário da teoria emancipatória do proletariado para o cidadão, porém reconhecendo a limitação da teoria social de Habermas, que carece de uma concreção história para sua teoria do agir comunicativo.

No deslocamento do destinatário do discurso crítico do proletário para o cidadão, Silva (2008) propõe a articulação entre a Teoria do Reconhecimento de Axel Honneth com a Teoria da Cidadania do Sociólogo Britânico Tomas Humphrey Marshall, conectando reconhecimento e status social, de forma a esboçar um

arcabouço teórico para interpretar a construção da cidadania social no contexto do “esgotamento do paradigma produtivista”.

De acordo com Silva (2008), uma teoria social não deve se limitar a uma análise ou desconstrução da realidade, ela deve, também, pelo menos tentar avançar na interpretação dos elementos que permitam a reconstrução normativa da mesma, e se esta teoria tem pretensões críticas, ela deve articular alguma forma de utopia que aponte a possibilidade de superação das condições atuais, ou seja, deve se manter conectada com um projeto de emancipação humana.

Nessas breves linhas gerais, pode-se afirmar que a obra de Silva (2008) contempla relevantes contribuições para a interpretação da sociedade atual, mediante a exploração do potencial analítico e interpretativo da teoria crítica, por meio da articulação entre trabalho, cidadania e reconhecimento, como categorias-chave para compreensão das patologias sociais de nossa época, principalmente daquelas decorrentes da crise da sociedade do trabalho e de suas consequências nos padrões de reconhecimento social e construção da cidadania.

Silva (2008) propõe esta tripla articulação categorial para interpretação da sociedade contemporânea estruturando um arcabouço teórico que envolve uma crítica normativa da sociedade, a partir do pressuposto de que há uma mudança de paradigma na teoria social que impacta a compressão destas categorias, mediante a superação do paradigma produtivista para o distributivo, por meio de uma crítica não fundamentalista da mercadoria, na qual postula que “uma sociedade com mercado não precisa ser necessariamente uma sociedade de mercado”. Com tal posicionamento crítico, Silva (2008) aponta que a integração destas categorias centrais permitirá o estabelecimento de pontes entre o todo social, na condição de uma articulação de teorias sociais de médio alcance, que se proponha a cumprir o papel de teorias complementares às teorias sociais de largo alcance como a Teoria Social de Marx e a Teoria Crítica de Honneth.

A análise crítica desenvolvida por Silva (2010) sobre a relação entre trabalho e reconhecimento, destaca que essa relação constitui o mediun privilegiado para um deslocamento crítico da relação trabalho e educação, para além de Marx, descortinando um horizonte crítico que pode conter um potencial para a formulação de novas possibilidades interpretativas sobre a formação integrada, não mais como uma mera transição possível ao sonho utópico da formação politécnica, mas como uma formação com identidade própria e com potencial para mediar o acoplamento

estrutural entre trabalho e reconhecimento como fundamento de uma práxis educativa integrada.