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As fontes de financiamento da UE na Roménia

IV.2. Os fundos adicionais

Na Roménia a aplicação dos instrumentos estruturais tem sido complementada com os fundos da Política Agrícola Comum da UE (PAC).

O Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER) visa aumentar a competitividade da agricultura, o desenvolvimento rural e melhorar a qualidade de vida nas zonas rurais, através da promoção da diversidade das actividades económicas. Através de uma rubrica orçamental específica, conhecida como LEADER+, a aplicação do FEADER financia a implementação das estratégias de desenvolvimento dos grupos locais de acção nas zonas rurais, bem como abordagens experimentais e piloto no desenvolvimento rural.

96 O Instrumento Financeiro de Orientação das Pescas (IFOP) investe no desenvolvimento dos recursos aquáticos vivos, na modernização dos barcos de pesca e na melhoria da transformação e comercialização dos produtos da pesca. Além disso, o IFOP apoia a implementação de estratégias para o desenvolvimento sustentável das zonas costeiras.

A aplicação dos fundos financeiros comunitários deve satisfazer o princípio do co- financiamento, o que significa que os instrumentos estruturais da UE não agem sozinhos. São co-financiados principalmente pelos recursos públicos do Estado-Membro, embora possam estar envolvidos recursos do sector privado. Dentro do Objectivo de Convergência, a taxa máxima de intervenção da UE seria em geral de 75% do custo total de cada investimento para o FEDER, FSE, FEADER, IFOP. Quanto ao Fundo de Coesão, a taxa máxima de intervenção é de 85% do custo total. Estas taxas são substancialmente reduzidas no caso dos investimentos que geram lucros dos investimentos nas empresas privadas.

A marcação dos fundos

O Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) é o documento estratégico com base no qual se negoceia com a UE o apoio financeiro atribuído à Roménia.

O PND para a Roménia baseia-se numa análise cuidadosa da situação socio- económica do país e inclui as áreas prioritárias para investimentos a médio prazo. Nesta primeira fase de apoio para a Roménia no âmbito da política de coesão da UE, os instrumentos estruturais estão a ocorrer através de programas multi-operacionais para o período 2007-2013.

O PND é um documento de planeamento estratégico e programação financeira plurianual, desenvolvido numa ampla parceria, que orienta e estimula o desenvolvimento económico e social do país em consonância com os princípios da Política de Coesão da UE. Similar à programação realizada pelos restantes Estados-Membros da UE para o Objectivo “Convergência” dos Fundos Estruturais, a promoção do desenvolvimento e do ajustamento estrutural dos Estados/regiões com atrasos no desenvolvimento tem sido realizada através do fornecimento de infra-estruturas básicas e o encorajamento dos investimentos nas actividades económicas produtivas.

97 O PND é o primeiro plano de desenvolvimento que fundamentou o acesso da Roménia nos Instrumentos Estruturais da UE (fundos estruturais e de coesão), após a adesão, em qualidade de um dos 27 Estados-Membros com plenos direitos. Este está na base das negociações com a Comissão Europeia das prioridades e objectivos estratégicos de desenvolvimento da Roménia, que a UE apoiará através do financiamento estrutural no período 2007-2013, segundo as áreas de intervenção estabelecidas ao nível da UE. No plano interno, é uma ferramenta prioritária dos investimentos públicos para o desenvolvimento porque potencia a maximização do impacto.

O PND 2007-2013 realiza um planeamento plurianual do desenvolvimento económico e social do país, que promove a integração sectorial e regional, com base:

• nas estratégias nacionais sectoriais de desenvolvimento

• na estratégia nacional de desenvolvimento regional

• nas orientações estratégicas a nível europeu

As prioridades e os objectivos do PDN 2007-2013 estão focados nas áreas elegíveis para as intervenções estruturais (FEDER, FSE e Fundo de Coesão) (ver o Quadro nº 12). As seis Prioridades Nacionais de Desenvolvimento para o PND 2007-2013 são:

• o crescimento da competitividade económica e do desenvolvimento da economia baseada no conhecimento

• o desenvolvimento e modernização das infra-estruturas de transporte

• a protecção e melhoria da qualidade ambiental

• o desenvolvimento dos recursos humanos, o aumento do emprego e o combate à exclusão social

• o desenvolvimento da economia rural e o aumento da produtividade agrícola

• o apoio do desenvolvimento equilibrado de todas as regiões do país.

Os programas operacionais são documentos estratégicos que representam o compromisso comum da UE e da Roménia para resolver as questões no que refere o desenvolvimento nos sectores prioritários e o desenvolvimento territorial identificadas nos Planos de Desenvolvimento nacional e regional.

O QREN, (Quadro de Referência Estratégico Nacional) adoptado pela Comissão Europeia em 25 de Junho de 2007, faz a ligação entre as PND, definidas pelo PND 2007- 2013, e as prioridades ao nível europeu – as Orientações estratégicas comunitárias em

98 matéria de coesão 2007-2013 e a Estratégia de Lisboa. O QREN é um documento de programação de um Estado-Membro que define as prioridades temáticas a nível nacional para a utilização do apoio final da UE através instrumentos estruturais. O QREN contém uma lista dos programas operacionais e mostra o mecanismo de implementação das intervenções dos instrumentos estruturais.

O apoio financeiro da UE será atribuído através do QREN para os instrumentos estruturais. Cada programa operacional deve integrar também na estratégia os temas chave horizontais que reflictam outras políticas da UE, em especial para a protecção do ambiente e a promoção da igualdade nas oportunidades.

As verbas financeiras comunitárias, para o período 2007-2013, vêm para a Roménia através de sete Programas Operacionais (PO):

PO – Crescimento da Competitividade Económica: 2,55 biliões de euros PO – Transportes: 4,56 biliões de euros

PO – Regional: 3,7 biliões de euros

PO – Assistência Técnica: 170 biliões de euros PO – Desenvolvimento de Recursos Humanos: 3.4 biliões de euros

PO – Desenvolvimento da Capacidade Administrativa: 208 milhões de euros

Cinco deles foram aprovados pela Comissão Europeia. A Roménia deve co- financiar estes projectos com uma taxa de 15%, o que aumenta proporcionalmente o valor dos programas.

Os beneficiários são as entidades que se candidatarem para financiamento e implementação de projectos individuais ou esquemas de regimes co-financiados pelo PO. Os beneficiários contratarão obras e serviços para implementar os seus projectos. Nalguns casos, os beneficiários vão gerir os esquemas de bolsas (de subvenções acordados pelo Estado) através dos quais as pequenas organizações ou as PME se candidatam para financiamento europeu.

Os beneficiários podem ser organizações governamentais ou não-governamentais (ONGs) ou parceiros do sector privado, em função da especificidade das medidas do programa respectivo.

Como no âmbito do PND o factor chave na determinação do crescimento económico da Roménia é considerado o crescimento da competitividade económico

99 (porque a Roménia tem diferenças de competitividade em comparação aos outros Estados-Membros da UE), iremos falar mais sobre o PO Competitividade. O crescimento da competitividade económico é um processo de construção de uma economia baseada nos investimentos de capital e no processo de pesquisa-desenvolvimento-inovação. O PO da Competitividade dispunha para 2007-2013, de uma disponibilidade financeira de cerca de 2,5 biliões de euros, ao qual se acrescenta o co-financiamento nacional de aproximadamente 1,4 biliões de euros. O objectivo do PO Competitividade visa o crescimento da produção das empresas romenas e a redução do desnível sobre a produtividade média do nível da UE, através da criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento das empresas, o aumento da eficiência energética e a promoção dos recursos recicláveis de energia. O PO Competitividade tem os seguintes eixos prioritários em que o dinheiro vai ser investido:

1. Uma produção inovadora e eficiente (31%)

2. Investigação, desenvolvimento tecnológico e inovação para a competitividade (21%)

3. A Tecnologia da Informação e Comunicação para os sectores público e privado (15%)

4. O aumento da eficiência energética e o desenvolvimento sustentável do sistema de energia (25%)

5. A Roménia – destino atraente para o turismo sustentável e negócios (5%) 6. Assistência técnica (3%)

As intervenções PO Competitividade são orientadas para o sector económico em aproximadamente 80% e para as autoridades locais nos restantes 20%.

Este documento traça as direcções prioritárias de desenvolvimento e, implicitamente, de atribuição dos fundos. Ele é detalhado nos documentos de implementação (programa complemento, guia dos beneficiários) para fornecer aos potenciais beneficiários elementos necessário para aceder ao programa (condições de elegibilidade dos beneficiários e dos projectos, a dimensão dos subsídios, a percentagem de co-financiamento, os custos elegíveis, as obrigações dos beneficiários, o sistema de implementação etc.). Uma característica importante do PO Competitividade (é a atribuição de aproximadamente 100 milhões de euros para facilitar o acesso ao

100 financiamento dos PME, através da criação de instrumentos financeiros adequados (garantias, micro créditos, capital de risco etc.). Esta operação será implementada através de uma recente iniciativa comunitária, JEREMIE (Joint European Resources for Micro to Medium Entreprises) que vai criar e gerir os fundos especializados dos instrumentos financeiros inovadores.27