• Nenhum resultado encontrado

2. Capacidades de linguagem constituídas nos jogos

2.3. Os jogos de relatar

O relato de experiências vividas representou o foco de algumas das situações com que os alunos se depararam tanto no Jogo de Tabuleiro do Básico 3 quanto no do Intermediário 4. A seguir, discutiremos as características dos jogos de relatar nesses dois estágios, buscando salientar suas diferenças, semelhanças e a maneira como outros jogos de linguagem interpenetram e constituem o relato de experiências de vida.

Iniciaremos a discussão relacionando a instrução dada no tabuleiro de um dos jogos do Básico 3 com a interação dela decorrente.

Instrução – Jogo de Tabuleiro, Básico 3

Recorte 15 – Jogo de Tabuleiro, Básico 3

1 He: My parents used to go a movies.

2 Pa: My parents used to go… Como é que fala para mesmo?

3 Fa: Em?

4 Pa: Para. 5 Fa: for?

6 Pa: for São Paulo. 7 Fa: No, in this case is to. 8 El: go to.

9 Pa: to São Paulo.

10 El: My father used to work and my mother…, não… como é que fala enquanto? 11 Fa: When.

12 El: My father used to work… não… 13 Fa: and

14 El: and my mother cuidava. Como é que fala cuidava da casa? 15 Fa: used to take care of the house.

16 El: Meu pai trabalhava desde os 18 anos e minha mãe cuidava de casa pro meu pai poder trabalhar. É... eles não iam pra São Paulo e nem iam pro cinema.

17 Fa: Você pode usar while. While… 18 El: É while é melhor.

19 Fa: My father used to work while my mother was taking care of the house. 20 El: My father used to work while my mother…

21 Fa: To clean the house.

22 El: cleaned the house. Como é que eu falo prá minha avó? 23 Fa: For

24 El: for my grandmother. 25 An: My parents used to work.

O relato de experiências observado acima reflete claramente a instrução especificada no tabuleiro na medida em que as alunas He, Pa, El e An estão justamente descrevendo aquilo que seus pais costumavam fazer quando eram mais jovens. Além de El no turno 16, não encontramos nenhuma outra tentativa de replicar, seja argumentando, comentando ou estabelecendo qualquer tipo de relação, aquilo que foi dito pelo colega. Mesmo a réplica de El, que relata o que os seus pais costumavam fazer estabelecendo um contraste com as experiências contadas por He e Pa, é enunciada na LM, não sendo resgatada para a LE.

Nesse sentido, o propósito exclusivo do jogo de relatar torna-se a constituição do conhecimento sistêmico, o que acaba por distanciá-lo das inúmeras situações da esfera do cotidiano em que experiências de vida variadas são contadas. Ao contrário do que ocorre no recorte acima, quando, na vida cotidiana, as pessoas contam umas para as outras suas experiências ou as experiências daqueles que as cercam, costuma-se estabelecer uma relação interpessoal mais próxima entre os participantes da interação. Assim, o que aquele que está relatando espera do outro é, certamente, alguma réplica

em relação a sua palavra, seja esta uma concordância, uma negação, um conselho, um questionamento ou manifestações não-verbais de espanto, surpresa, empatia, entre outras.

Devido ao fato de que o propósito do jogo de relatar é o uso do used to para falar de experiências passadas e de que os enunciados das alunas não são replicados no decorrer do diálogo, o eixo sintagmático é caracterizado por uma estrutura recorrente, como podemos observar na figura a seguir.

eixo sintagmático

( est r ut ur a)

My parents/father used to… my mother eixo paradigmático ( escolha) go to a movies (sic) go to São Paulo work

cleaned the house

Figura 5: Relações sintagmáticas e paradigmáticas – Recorte 15

O eixo sintagmático, representado pela linha horizontal, é composto por uma seqüência de elementos ordenados linearmente que constituem o nível do sintagma, isto é, da estrutura. Já o eixo paradigmático, representado pela linha vertical, é preenchido pelos paradigmas que cada uma das alunas escolheu usar em uma situação particular transposta para o contexto do jogo. Por serem compostas por um conjunto de oposições ou escolhas que podem ser empregadas em determinado contexto, as relações paradigmáticas são variáveis, integrando, portanto, o nível da escolha.

A estrutura my parents used to é recorrente nos enunciados de He, Pa e An, sendo preenchida pelas diferentes atividades que seus pais costumavam fazer quando eram mais jovens: go to the movies, go to São Paulo e work. Apenas El resolve especificar o que cada um de seus pais costumava fazer, my father used to work while my mother cleaned the house, estabelecendo uma

quebra no formato observado no eixo sintagmático. Ao empregar a conjunção temporal while para estender o significado da sua declarativa anterior, El estabelece uma relação de simultaneidade no seu relato que o torna qualitativamente diferente daqueles de suas colegas. Dada a participação de Fa na construção do enunciado de El, conclui-se que, nesse caso, a interação professora-aluna possibilitou que a construção do conhecimento da capacidade de relatar ultrapassasse o nível de desenvolvimento real de El.

Em um outro Jogo de Tabuleiro, jogado pelo grupo de Intermediário 4, deparamo-nos com um relato em que Da está contando para Thi sua experiência desastrosa em um acampamento.

Recorte 15 – Jogo de Tabuleiro, Intermediário 4

312 Da: É… I went to a summer camp last vacation… 313 Thi: How was it?

314 Da: Ah… everything went, went wrong. Nothing was right. 315 Thi: What happened?

316 Da: At first there were some parts of the barracs that missed. 317 Thi: Hum?

318 Da: Missed. 319 Ce: From the tent.

320 Da: From the tent, yes. Missed. 321 Thi: Where did you leave it?

322 Da: That was the problem. É…. we had to… Ce, how can I say varal? Like, the place where you é… let your clothes.

323 Ce: Hang clothes? 324 Da: Yes.

325 Ce: I have to check because I’ve never seen varal, but it’s the hanger, clothing…

326 Da: We had no clothing hanger and we needed to improvise the tent. We put the tent like (mostrando com as mãos) this way.

327 Thi: É…You… couldn’t you go out of the summer camp? 328 Da: Yes, we could go, but with your… the monitor’s permission. 329 Thi: Ok.

330 Da: But a friend of I has going alone without tells no one and in the end of the day we were all worried about him. We got out of the summer camp just to tell the police, because no one has a cell phone that works there.

331 Ce: Ok. Say, oh, you could have done this… You could say, I wish I had a different vacation, ok? To express regret, I wish I had a different vacation, I wish I went to a different place.

332 Da: I think it’s like… I am unlucky. I wish next time I can go to a different place.

Em oposição ao que observamos no jogo de relatar do Básico 3, a relação interpessoal que se estabelece entre Da e Thi faz com que a interação acima se aproxime mais de possíveis conversas encontradas na esfera do cotidiano. Poderíamos, facilmente, delimitar os aspectos experenciais, interpessoais e textuais do diálogo:

Campo: Férias – Acampamento Tenor: amigos numa conversa informal Modo: face a face

Conforme mencionamos anteriormente, ao relatarmos uma experiência vivida, esperamos do outro uma atitude responsiva ativa, ou seja, uma réplica verbal ou não-verbal que demonstre seu interesse por aquilo que estamos contando50. O interesse de Thi pela experiência que está sendo contada por Da traduz-se de diferentes maneiras no seu enunciado:

nos questionamentos sobre o acampamento: “How was it?” (313) e sobre os eventos lá ocorridos: “What happened?” (315);

no pedido de esclarecimento expresso por meio da interjeição “Hum?” (317);

na pergunta em relação as peças perdidas da barraca: “Where did you leave it?” (321);

• no pedido de confirmação de uma suposição anterior, expresso pela interrogativa negativa modalizada ´couldn´t you go out of the summer camp?” (327);

• e na expressão de polaridade positiva após a resposta de Da à sua suposição de que era possível abandonar o acampamento: “Ok” ( 329).

Todas as réplicas de Thi dialogam com os enunciados de Da em relação à sua experiência, não fazendo sentido algum se tomadas isoladamente, fora do contexto do acampamento. Como é comum aos gêneros da ordem do relatar, em que as pessoas normalmente se remetem a experiências vividas no passado, o tempo verbal predominante no relato é justamente o passado. Mesmo as formas modalizadas enunciadas por Thi (327) e Da (328) estão no passado, pois é o modal could, forma passada de can, que eles escolhem para expressar possibilidade.

No seu último enunciado, por outro lado, Da (332) utiliza o presente, visto que o relato já se encerrou e ele está avaliando a experiência. As modalizações utilizadas traduzem sua atitude perante a experiência vivida: o julgamento de que tudo aconteceu por falta de sorte, I think it’s like... I am unlucky, e a expressão de um desejo projetado a uma experiência futura, I wish next time I can go to a different place.

50 Embora, certamente, a réplica possa quebrar a nossa expectativa, traduzindo-se em emoções negativas como descaso, desprezo,

Embora possamos pensar numa interação semelhante na esfera do cotidiano, as várias interferências de Ce, bem como a influência delas nos enunciados dos alunos, colocam o jogo de relatar entre Da e Thi indubitavelmente na esfera escolar. Ce (319) corrige Da (316), tenta esclarecer a dúvida de Da em relação à palavra varal (325), sugere para Thi uma possível réplica ao enunciado de Da no turno 330 e sugere para Da uma forma de avaliar a situação (332). Isso nos leva a pensar que jogos como esse implicam uma transposição dupla de atividades do cotidiano para o processo de ensino-aprendizagem: transposição da atividade jogo de tabuleiro jogado no cotidiano e de experiências vivenciadas no dia a dia, ambas modificadas pedagogicamente, de forma a se tornarem contextos para a construção do conhecimento.

Em um outro recorte desse mesmo Jogo de Tabuleiro, o jogo de relatar é acompanhado pela tomada de posição de Da em relação ao problema relatado por Ra.

Recorte 16 – Jogo de Tabuleiro, Intermediário 4

85 Ra (Lendo): “A: Your boy/girlfriend surprised you with a puppy on your birthday. As you live in a fairly small apartment, your parents won’t hear of a pet. Share your problem with B. B: A is your best friend. See what you can do to help him/her.” Then… My boyfriend give me a pet on my birthday, but I live on a small apartment and I do not have this puppy on my home. Then, what do… what did I… do? Yes. With this…

86 Ce: What should I do?

87 Ra: What should I do with my problem?

88 Da: Well, I think that if you cannot stay with the puppy, you may return it to the shop or é… give it to someone else. You are not going to change from your apartment just because of the puppy.

89 Ce: The problem is that hum… she cannot take the puppy to the apartment because of their… of her parents. That’s the problem.

90 Ra: Yes.

91 Da: Ah, all right. Let me think. 92 Ce: What should she do?

93 Da: Well, I think they are right if it’s an apartment… 94 Ce: Small.

95 Da: A small apartment, I think they are right, but if you really want to stay with the puppy you should talk to them. Maybe, they… agree with it.

96 Ce: What about you? Say what you think about it. 97 Ra: Ah… tem que continuar? Ah, não sei.

98 Ce: You agree? You think his idea is good?

99 Ra: Yes, I think that his idea is very good and I will do it.

À semelhança do recorte anterior, poderíamos facilmente imaginar uma situação cotidiana para o diálogo acima. Embora a leitura das instruções (role play), as dúvidas dos alunos e a interferência constante do professor façam com que esse tipo de interação seja característica da esfera escolar, uma situação em que dois amigos (tenor) conversam, seja face a face ou no telefone (modo), sobre a

experiência de ganhar um animal de estimação e as complicações envolvidas em tal experiência (campo), parece-nos absolutamente normal.

O fato de esse tipo de relato de experiências ser comum no contexto em que vivemos explica a presença de jogos de relatar como os do recorte 15 e 16 neste Jogo de Tabuleiro, pois a escolha do professor sobre quais situações cotidianas transpor para o jogo, por ser ideologicamente determinada, não é aleatória. Portanto, ao delimitar o campo, tenor e modo da interação, Ce já tinha expectativas social, histórica e culturalmente determinadas sobre as funções que deveriam aparecer no diálogo entre os alunos.

Para a situação acima, como é possível observar por meio da descrição do role play, as seguintes funções são esperadas:

• relatar a experiência: “Your boyfriend surprised you with a puppy on your birthday”;

• relatar o problema envolvido: “As you live in a fairly small apartment, your parents won’t hear of a pet”;

• pedir conselho: “Share your problem with B”;

• expressar opinião/Aconselhar: “A is your best friend. See what you can do to help him/her”;

• aceitar ou refutar opinião.

A confirmação de que Ce esperava que os alunos utilizassem a LE para realizar as funções acima se evidencia nas suas várias interferências. Primeiramente, Ce (86) entra no diálogo para corrigir a forma inadequada como Ra (85) pediu conselho para Da. A seguir (89, 92, 94), sua participação é no sentido de resgatar o problema descrito na instrução e não mencionado por Ra (85) no seu enunciado: o fato de seus pais não aceitarem o filhote devido ao tamanho do apartamento. Finalmente, Ce (98) cobra de Ra um posicionamento em relação à opinião expressa por Da.

Como a participação do par mais competente no diálogo interfere e modifica a natureza do jogo de linguagem, consideramos fundamental que os enunciados dos alunos sejam discutidos a luz desta participação.

Nesse sentido, para pedir o conselho de Da, Ra (87) revozeia o enunciado de Ce (86), substituindo a interrogativa usada anteriormente, what do… what did I… do with this? (85), pela estrutura sugerida por Ce, what should I do with my problem (87), que enfatiza o uso do modal should para pedir conselho. Já a resposta de Ra (90) ao enunciado de Ce no turno 89 não é uma

reformulação do seu enunciado anterior, mas uma simples expressão de polaridade positiva: Yes. Como Ce (89), ao invés de se dirigir a Ra, utilizou o pronome she e o possessivo her para falar por ela, o advérbio yes confirma o que foi dito. Por fim, ao ser abordada por Ce (96 e 98) para que reagisse aos enunciados de Da (93 e 95), Ra (99) acaba expressando concordância em relação à opinião e ao conselho do colega.

Os enunciados de Da, por sua vez, introduzem um jogo de argumentar na experiência relatada por Ra. A declarativa modalizada I think (88, 93, 95) é utilizada por Da para marcar o seu posicionamento e sugerir possíveis soluções para o problema. A sua primeira tomada de posição oferece duas alternativas para uma condição existente, you may return it to the shop or give it to someone else (88), corroborando as possibilidades apresentadas com uma declarativa negativa, You are not going to change from your apartment just because of the puppy, que acaba por transformar a atitude de probabilidade expressa anteriormente pelo enunciador por meio do modal may, em fato, verdade absoluta.

Após a interferência de Ce no sentido de resgatar a questão da proibição dos pais devido ao tamanho do apartamento, Da (93) assegura que o seu enunciado esteja adequado a essa nova particularidade. Mais uma vez, a sua avaliação da situação é expressa através da declarativa modalizada I think seguida de uma condição, ambas utilizadas para expressar concordância com a atitude dos supostos pais de Ra. No turno 55, Da repete a posição expressa anteriormente I think they are right, acrescentando, desta vez, a conjunção contrastiva but seguida de uma outra condição if you really want to stay with the puppy para aconselhar Ra you should talk to them. Por fim, Da encerra o seu enunciado posicionando-se sobre a possível reação dos pais caso seu conselho seja seguido: Maybe, they... agree with it.

Em outras duas situações encontradas nessa mesma atividade, o relato de experiências é seguido por um jogo de descrever, ou melhor, de prescrever, na medida em que instruções e prescrições que regulam o comportamento são dadas após o relato.

Recorte 17 – Jogo de Tabuleiro, Intermediário 4

134 Thi: Do you remember Joana? 135 Ra: Yes, I remember.

136 Thi: Yes, but é… something bad happened to her. É… her… in the day he was… é he… é… she was getting married é… her fiancé left her in the door of the church.

137 Ra: Oh, poor little… 138 Ce: thing.

140 Ce: Fiancé. Why her fiancé…? 141 Ra: fiancé left her in the church? 142 Thi: Nobody knows.

143 Ra: (Expressando espanto) Hummm! 144 Ce: He’s a bigger...

145 Thi: Yes.

146 Ra: Oh! And how is she? She is very sad? 147 Thi: Yes, she’s…

148 Ra: Angry? Worried?

149 Thi: She’s locked in her room since this day.

150 Ra: Oh, she needs to get out… Get out? to meet, met, I don’t know. 151 Ce: Meet somebody new.

152 Ra: Yes, meet somebody new. 153 Thi: Yes, I think it’s true. True.

Recorte 18 – Jogo de Tabuleiro, Intermediário 4

161 Da: I’m quite doing badly at Mathematics. I can’t understand very well all that numbers. É… I think I don’t really like the materia, but…

162 Ce: The subject.

163 Da: the subject, but it can’t change. What should I do? 164 Ra: Oh, you should… you should…

165 Ce: That’s important that you…

166 Ra: Ah… that’s important that you study more and you need don’t only read the problems, you need unders… understand the problems and use your logical, I don’t know.

167 Ce: Logical.

168 Ra: Yes. If you understood, you will… Como é…? 169 Ce: You will do well.

170 Ra: do well. Yes. 171 Ce: Ok.

172 Da: Yes, thanks. I’ll try to do this. 173 Ra: You’re welcome.

Nos recortes 17 e 18, após o relato por Thi do que ocorreu com Joana e por Da do seu problema em relação à matemática, Ra prescreve possíveis ações, cuja função é claramente regular ou transformar o comportamento dos participantes envolvidos no relato. Como as situações e, em conseqüência, os problemas relatados são fictícios, a prescrição existe apenas a nível lingüístico, não influenciando possíveis ações no mundo real.

Nesse sentido, apesar de os jogos de relatar observados nos recortes 16, 17 e 18 estarem calcados em situações da vida cotidiana, eles são totalmente dependentes de elementos imaginários. Para se engajarem discursivamente nesses relatos, os alunos tiveram que se projetar em outras realidades, imaginando que tipos de comportamento teriam caso passassem por experiências semelhantes.

As prescrições sugeridas por Ra após os dois jogos de relatar acima são compostas por estruturas modalizadas que, transpostas para situações cotidianas, poderiam ser interpretadas não apenas como

sua apreciação valorativa da experiência contada, mas sobretudo como sua intenção de influenciar a atitude do outro. Como no primeiro recorte o relato de Thi é sobre uma terceira pessoa, Joana, a intenção de regular o comportamento do outro fica diluída, e a necessidade expressa por Ra tem o caráter de um comentário: aquilo que ela faria se fosse Joana. Já no segundo recorte, a escolha do modal should (164) e o emprego, após ênfase dada por Ce (165), da estrutura também modalizada that´s important that you e da declarativa you need buscam prescrever ações que transformem a situação experenciada por Da. A condição expressa por Ra (168 e 170) a seguir confirma sua intenção de regular o comportamento do colega na medida em que contém a idéia de que, se aquilo que foi sugerido for feito, o problema estará resolvido.

À semelhança do que observamos nos jogos de nomear, de descrever e de argumentar, a discussão acima sugere que a capacidade de relatar no jogo do Intermediário 4 é caracterizada pela ocorrência de estruturas lingüísticas mais variadas e, algumas vezes, mais complexas, que acabam por estabelecer significados experenciais, interpessoais e textuais qualitativamente diferentes daqueles observados no Básico 3.

No que se refere ao aspecto experencial, percebemos que, nos jogos de relatar do Intermediário