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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.5 OS SUJEITOS DA PESQUISA

A pesquisa tem como sujeitos alunos da turma do 6º ano “B” do ensino fundamental, turno matutino, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Ethevaldo Damázio. Os objetivos e as fundamentações propostas pelos PCNs embasaram a escolha por uma turma de 6º ano do Ensino Fundamental para participar da pesquisa. De acordo com os PCNs (BRASIL, 1998, p. 57), nessa fase “o aluno vive a juventude, podendo ampliar a sua participação em seu meio social e desenvolvendo uma atitude crítica que dirige tanto as relações pessoais como a outros aspectos de sua vida cultural e afetiva”.

Outro fator importante que contribuiu para a escolha da turma é que, de acordo com a proposta pedagógica da escola, no 6º ano são trabalhados eixos temáticos que abordam conteúdos diretamente relacionados às propostas do INMA, como: Vida e Ambiente, Terra e Universo, Tecnologia e Sociedade, Ser Humano e Saúde.

A escola possui 7 turmas de alunos cursando o 6º ano. Em diálogo com a professora de ciências, foi selecionada a turma do 6º ano “B” por demonstrar mais maturidade, responsabilidade e compromisso no decorrer das atividades propostas em aulas, apresentando, portanto, condições viáveis para contribuir com o desenvolvimento da pesquisa.

A turma do 6º ano “B” é constituída por 33 alunos, na faixa etária entre 11 e 13 anos, sendo 18 do sexo masculino e 15 do sexo feminino, residentes nos bairros: Santa Lúcia, São Lourenço, Centenário, Vila Nova, Goiapaboaçu, Aparecidinha, Alvorada, Valão de São Pedro, Bairro do Eco, Encantado e Jardim da Montanha.

3.6 COLETA DE DADOS

O contato da pesquisadora foi com o Coordenador Geral do INMA e a Diretora Geral da escola para apresentar os objetivos e as propostas relativas à pesquisa de mestrado, e também o requerimento de autorização para realizá-la (APÊNDICE III e IV). O início da coleta de dados ocorreu em 22/11/2016, quando começaram as observações e o reconhecimento do espaço escolar. Muitos dados foram extraídos da proposta pedagógica da escola, porém, como ela foi elaborada no ano de 2013, alguns dados, como o quantitativo de alunos e de servidores estavam desatualizados e, portanto, foram obtidos com a Pedagoga e a Secretaria Escolar.

Após todo o reconhecimento do espaço escolar e ter conhecido a professora de ciências do 6º ano, no dia 25/11/12 começaram as observações do trabalho em sala de aula antes da visita ao museu. A professora apresentou a pesquisadora à turma e deu-lhe a palavra para que pudesse conversar e propor a eles participarem como sujeitos do projeto de pesquisa. Ao mencionar que a participação deles envolveria uma visita ao INMA, os alunos ficaram muito entusiasmados e curiosos pelo fato de realizar uma atividade fora da escola. Após esclarecer as dúvidas dos alunos, explicou também a importância da leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE V) para participar da pesquisa, entregando em seguida os termos para que levassem aos pais para assinar.

A professora havia terminado de trabalhar com os alunos o conteúdo “Relações Ecológicas” e, para avaliação do aprendizado, aplicou uma prova e pediu que os alunos fizessem em sala um trabalho sobre o tema. A professora mencionou que no corrente ano letivo os alunos não participaram de nenhuma atividade da disciplina de ciências fora do espaço escolar. Percebemos que, mesmo estando às vésperas de acontecer a visita ao INMA, até aquele momento ela ainda não havia sequer comunicado o fato aos alunos. Como a escola possui 7 turmas de 6º ano e apenas uma delas iria fazer a visita, certamente, a visita ao INMA aconteceria exclusivamente para atender aos propósitos desta pesquisa.

No dia 28/11/2016, acompanhamos novamente as aulas de ciências na turma do 6º ano B. A professora iniciou a aula fazendo a correção da prova de ciências que

havia aplicado na semana anterior, escrevendo as respostas no quadro. No decorrer das aulas em que estivemos presentes, a professora não demonstrou nenhuma intenção de prepará-los para uma visita a um espaço educativo não formal e, tampouco, associar o conteúdo estudado em sala de aula com os temas que seriam abordados ou possíveis de serem abordados na visita ao INMA.

Ao final da aula, os TCLEs assinados pelos pais ou responsável legal dos alunos foram recolhidos e distribuímos os Termos de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE) (APÊNDICE VI) e o Termo de Autorização para Utilização de Imagem e Som de Voz para Fins de Pesquisa (APÊNDICE VII), para que os alunos lessem e assinassem. Dos 33 alunos da turma, 31 foram autorizados pelos pais ou responsável legal por meio da assinatura do TCLE, bem como aceitaram participar da pesquisa, 01 aluno esqueceu-se de trazer o documento assinado e 01 aluno não participou porque tinha compromisso com os pais e não poderia ir à escola no dia da visita.

O agendamento da visita ao INMA foi efetuado pela própria escola, a qual precisou fazer algumas adequações nos horários de aula e recreio para que os alunos e a professora pudessem participar da visita. Enquanto auxiliávamos os alunos com dificuldade de preencher os termos, a professora pediu que a pedagoga conversasse com os alunos sobre os procedimentos para a visita. A pedagoga, além de frisar sobre a necessidade de os alunos comparecerem uniformizados para participar da visita, discorreu sobre as exposições, os animais e as plantas do INMA, orientando-os quanto à importância de prestarem atenção às informações dadas pelos mediadores durante a visita.

3.7 PRODUTO EDUCACIONAL

Dando seguimento à série de guias didáticos de ciências do Programa Educimat, com base nos resultados obtidos nesta pesquisa foi elaborado como produto educacional o guia didático “Vamos ao museu aprender ciências?”, um guia para visitas ao INMA direcionado a professores da área das ciências que buscam os espaços educativos não formais, como o INMA, para o desenvolvimento de uma

metodologia diferenciada e integradora no ensino de ciências, de modo a proporcionar um aprendizado dinâmico, contextualizado e prazeroso.

Trata-se de um guia didático eletrônico disponibilizado no site do Educimat para professores e pesquisadores que buscam os espaços não formais de educação como forma de complementação do ensino curricular.

O guia didático produzido traz reflexões sobre a importância do diálogo entre museu e escola para o ensino de ciências na educação básica; discorre um breve histórico e reconhecimento do INMA e, por fim, apresenta uma proposta de visita, com sugestões de atividades e temáticas relevantes a serem discutidas e problematizadas. A finalidade é auxiliar e enriquecer o trabalho do professor que pretende visitar o INMA, na perspectiva de aprimorar a concepção de meio ambiente de alunos da educação básica.

O objetivo desse material é potencializar as visitas mediadas que acontecem no INMA, criando instrumentos que possibilitem ao professor explorar ao máximo as inúmeras potencialidades pedagógicas oferecidas pelo Instituto, de forma a ampliar a concepção de meio ambiente que os alunos do 6º ano do ensino fundamental trazem consigo de suas experiências sociais e escolares.

4 RESULTADOS

A visita ao INMA aconteceu no dia 29/11/2016, com início às 8h30min. e término às 10h20min. O percurso de aproximadamente 2,5 Km entre a escola e o INMA foi feito em um ônibus escolar providenciado pela escola. Participaram da visita 32 alunos, sendo que um deles não tinha entregado o TCLE, mas pode participar da visita, pois a escola possui autorização dos pais para realizar atividades fora do ambiente escolar.

Ao chegar ao Instituto, o grupo foi recebido pela mediadora que acompanharia toda a visita, a qual é estudante do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Ifes – Campus Santa Teresa, e trabalha no local desde o ano de 2011, em diferentes atividades.

A visitação teve início na tenda da antiga ecoloja (Figura 10), com a mediadora se apresentando ao grupo de alunos e pedindo atenção durante a visita. A professora interveio destacando a importância do silêncio para poderem observar as relações ecológicas que acabaram de estudar.

Figura 10 – Apresentação da mediadora e orientações antes da visita

Fonte: os autores

O primeiro ponto retratado pela mediadora foi o busto do Professor Cândido Firmino de Mello Leitão, quando apresentou um pouco da história de Augusto Ruschi, sua luta pela natureza e pela criação do Museu e o porquê de o Museu ter recebido esse nome na época. Destacou também a árvore de pau-brasil legítimo, que fica próxima

ao busto, diferenciando-a de outras espécies; relatou sobre a importância econômica da árvore na época do descobrimento do Brasil e que, hoje, devido à exploração, encontra-se na lista de espécies ameaçadas de extinção. Nesse ponto contou a história dos artefatos recebidos por Ruschi: o canhão, um presente do exército brasileiro, e a âncora, uma homenagem da Força de Transporte da Marinha (Figuras 11 e 12).

Figuras 11 e 12 – Fotos do busto do Professor Mello Leitão, o canhão e a âncora

Fonte: os autores

No segundo ponto (Figura 13), foi relatada a história das grandes e centenárias árvores de eucalipto que resistiram ao vendaval ocorrido no ano 2002. Na época, as árvores foram plantadas com a intenção de drenar o excesso de umidade do terreno. A mediadora relacionou a época de Ruschi com os dias atuais e os grandes desertos verdes, ressaltando que as plantações de eucalipto servem apenas de abrigo para os animais, não lhes oferecendo nenhum tipo de alimento, além do cheiro forte exalado pela planta que acaba espantando a maioria das espécies de animais. No INMA são plantadas diversas espécies de árvores, principalmente frutíferas, com o intuito de atrair os animais e alimentá-los. A mediadora pediu aos alunos que lessem a frase escrita em uma placa embaixo das árvores - “Estas plantas valem mais do que minha própria vida” - e depois contou que na época em que Ruschi ainda era vivo, a Prefeitura queria tomar aquela parte do museu para construir uma estrada, mas Ruschi lutou e conseguiu na justiça impedir que desmatassem aquela área, por isso colocou a placa com essa frase. Nesse ponto, contou mais uma parte da história de Ruschi e os motivos de sua morte. Em uma de suas viagens de estudo ao Amazonas, acabou sendo envenenado por um sapo, sendo que o veneno foi absorvido pelo fígado, o que acabou agravando o seu

estado. Mesmo passando por rituais de pajelança, Ruschi não resistiu e veio a óbito. A professora contou que conheceu Ruschi e vivenciou esse momento trágico.

Figura 13 – Fotos do segundo ponto de visitação

Fonte: os autores

O terceiro ponto abordado durante a visita foi o viveirão (Figuras 14 e 15). A mediadora relatou que o viveiro foi criado para as pesquisas de Ruschi sobre morcegos e beija-flores, porém com o tempo e o término dos estudos, o viveiro passou a servir de abrigo a animais que eram doados pela sociedade ou animais apreendidos por órgãos ambientais. Esses animais eram tratados, identificados e, quando possível, reintroduzidos na natureza, mas na maioria das vezes, acabavam sendo pegos pelas pessoas novamente, apreendidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e retornando ao INMA. Por um tempo, para evitar que isso acontecesse, o Instituto continuou a receber esses animais, a tratá-los, porém não os reintroduzia mais na natureza. Atualmente, por ordem do IBAMA, o INMA não recebe mais nenhum tipo de animal, mantendo apenas os animais que já estão no Instituto que não têm condições de se adaptar ao seu habitat natural. As principais espécies abrigadas pelo viveiro são: papagaios, jacu, periquitos, jacupemba, pomba-amargosa, sabiá e maritaca.

Figuras 14 e 15 – Fotos do viveirão

Fonte: os autores

O quarto ponto visitado foi o ofidiário (Figuras 16 e 17), no qual estão expostas para observação dos visitantes algumas espécies de serpentes peçonhentas e não peçonhentas, como: jararaca, jararacuçu, jiboia e caninana. Antes de entrar no local, a mediadora fez recomendações de segurança explanando sobre a alimentação e a troca de pele desses animais e as diferenças entre os animais peçonhentos e venenosos.

Figuras 16 – Foto da visita ao Ofidiário

Fonte: os autores

O quinto ponto retratado foram os viveiros (Figuras 17 e 18), nos quais habita um único sagui-da-cara-branca, que não pode ser solto porque está registrado, e algumas araras canindé. A mediadora explicou que as araras são animais monogâmicos, ou seja, se juntam a parceiros fixos para procriar e lhes são fiéis até o fim de suas vidas. Também falou sobre o antigo orquidário do INMA que, devido a uma série de fatores, foi transferido para a casa das epífitas.

Figuras 17 e 18 – Fotos dos viveiros

Fonte: os autores

No sexto ponto localizam-se os jabutis, os cágados e os tigres d’água (Figura 19). A mediadora mostrou algumas diferenças básicas entre esses animais, destacando que os jabutis e os cágados são animais predominantemente terrestres e os tigres d’água vivem a maior parte do tempo em ambientes aquáticos. A mediadora perguntou se alguém sabia diferenciar o sexo dos jabutis. Uma das alunas que possui um desses animais em casa explicou corretamente a diferença entre o macho e a fêmea para os demais alunos.

Figura 19 – Foto dos alunos atentos à explicação da mediadora

Fonte: os autores

O sétimo ponto visitado foi a antiga casa de Augusto Ruschi (Figuras 20 e 21), na qual hoje funciona o setor administrativo, o herbário e a biblioteca do Instituto. Nesse ponto se falou a respeito da grande diversidade de beija-flores possíveis de serem observados na varanda da casa. Para alimentar e atrair esses animais, Ruschi, em seus estudos, pendurava várias garrafinhas com uma mistura de água e açúcar e

até hoje o Instituto mantém essa tradição. Uma das espécies mais observada é o “Topetinho Vermelho”, símbolo do INMA. As crianças ficaram muito empolgadas ao verem de perto tantos beija-flores.

Figuras 20 e 21 – Fotos da antiga casa de Ruschi

Fonte: os autores

O oitavo ponto visitado foi o Pavilhão de Ornitologia (Figura 22 e 23). Segundo a explicação da mediadora, o espaço foi criado para expor coleções de aves, mas com o passar do tempo o local foi aproveitado para expor outras espécies de animais taxidermizados, típicas da Mata Atlântica. A mediadora discorreu um breve histórico acerca de algumas espécies de animais ali expostas e das pinturas de vários ecossistemas feitas nas paredes do pavilhão por um amigo de Ruschi como forma de agradecimento.

Figuras 22 e 23 – Foto do Pavilhão de Botânica

Fonte: os autores

O nono ponto observado foi a Casa das Epífitas (Figura 24), a qual abriga orquídeas, bromélias, samambaias e avencas que fazem parte da coleção científica

do INMA, por isso fica fechada à visitação pública. Nesse ponto a professora interveio e lembrou os alunos das relações ecológicas das epífitas.

Figura 24 – Foto na Casa das Epífitas

Fonte: os autores

O décimo ponto visitado foi o Jardim Rupestre (Figura 25), um ambiente um pouco diferente dos que estamos acostumados a ver na nossa região, com várias espécies de plantas e animais, como cactos, palmeiras, bromélias, calangos e esquilos.

Figura 25 – Foto dos alunos passando pelo jardim rupestre

Fonte: os autores

O décimo primeiro e último ponto visitado foi o Pavilhão de Botânica, no qual estão dispostas as exposições os “Momentos de Augusto Ruschi”, a qual apresenta a vida de Ruschi, seus trabalhos e ideologias; a exposição “Os Colibris”, que expõe espécies raras de beija-flores e suas particularidades: o colorido das penas dos machos; o maior colibri do Brasil; o preferido do Ruschi etc.; a exposição de fotos

representando a biodiversidade da mata atlântica (Figura 26). Nesse espaço os alunos ficaram livres para observar as exposições.

Figura 26 – Foto de alunos observando as exposições

Fonte: os autores

No Pavilhão ainda havia a exposição “O mundo fascinante dos Insetos”, promovida pela equipe de Difusão Científica do INMA, responsável por apresentá-la e monitorá- la (Figuras 27 e 28). A exposição foi criada com o objetivo de apresentar insetos de diversas ordens e aproximar o público geral dessa classe de invertebrados. Durante a exposição foram desenvolvidas diversas atividades lúdicas com os alunos envolvendo insetos: desenho, pintura, jogo de damas, jogo de dominós, jogo da memória e jogo de perguntas e respostas.

Figuras 27 e 28 – Fotos dos alunos na exposição de insetos

Fonte: os autores

O agendamento para a participação dos alunos na referida exposição foi realizado em conjunto com o agendamento da visita orientada ao INMA. Como são eventos distintos e essa exposição, em específico, não estava prevista nesta proposta de

pesquisa, a decisão dos alunos de participar dela foi de comum acordo entre a escola, a professora da turma, a pesquisadora e o orientador da pesquisa, como forma de enriquecer a pesquisa e mostrar as potencialidades do INMA no ensino de ciências.

A exposição despertou a curiosidade e o interesse dos alunos sobre os animais expostos, trazendo à tona diversas experiências vivenciadas por eles que envolveram alguns dos insetos expostos. Como o tempo era muito curto, apenas alguns alunos puderam participar das atividades, mas todos estiveram envolvidos de alguma forma, seja ajudando o colega na atividade, seja observando a exposição.

Conforme planejado com a escola, os questionários foram aplicados aos alunos que participaram da visita no dia 02/12/2016. Após uma breve explanação a respeito dos objetivos do questionário explicando sua importância, procuramos deixar os alunos à vontade para respondê-lo. Enfatizamos que o instrumento não tinha a intenção de avaliá-los, mas de colher dados referentes às experiências vivenciadas no INMA durante a visita.

Em seguida realizamos uma leitura oral do questionário, colocando-nos à disposição caso tivessem alguma dúvida. Os alunos demoraram em média 30 minutos para responder ao questionário. Após recolher todos os questionários, agradecemos a professora e a turma por terem aceitado participar da pesquisa e por terem nos acolhido tão bem. Com certeza foi um momento de grande aprendizado que contribuirá muito para nossa formação enquanto profissionais da área da educação. A professora também agradeceu em nome da turma pela experiência proporcionada a eles, ressaltando a dificuldade de sair com os alunos da escola e, inclusive, sugerindo que o INMA volte a desenvolver trabalhos e projetos em parceria com as escolas, incentivando essas visitas.

Dos 32 alunos que participaram da visita, 30 responderam ao questionário, um dos alunos faltou às aulas no dia de aplicação do questionário e o outro não trouxe o TCLE assinado pelos pais ou responsável legal. A aplicação de questionários teve a intenção de revelar a concepção dos alunos sobre os espaços museais e o meio ambiente.

4.1 DISCUSSÃO

Ao longo da história, as concepções de meio ambiente e natureza vêm se ampliando na medida em que as relações sociais se tornam mais complexas, fazendo com que o tema meio ambiente seja pauta de diversos estudos e debates. Parece que a concepção de ambiente está intimamente relacionada à ideia de “problema ambiental”, assumindo, conforme o contexto, diferentes níveis de complexidade. No Brasil, as percepções relacionadas à problemática ambiental têm se ampliado consideravelmente e envolvem, além das transformações e agressões sofridas pelo meio ambiente, as suas implicações sociais, políticas e econômicas (SILVA, 2006).

Embora a definição de ambiente pareça simples, as questões ambientais não podem ser tratadas de forma isolada e pontual (SILVA, 2006), pois integram uma totalidade e estão articuladas a diversos outros conceitos e informações presentes na concepção de ambiente. Por isso, a historicidade, o contexto social, político e econômico devem ser considerados para o entendimento do todo em sua complexidade. Lobino (2009, p 4) traz uma concepção de ambiente construída com base em um enfoque democrático e participativo, no qual o termo meio ambiente é entendido em sua totalidade e complexidade, considerando “[...] a relação natureza/sociedade/sujeitos sociais como uma unidade dialética [...]". Nessa perspectiva, Morin (200-?) defende uma educação do futuro que deve ensinar a identidade terrestre, a fim de situar o aluno no tempo e na história para que tenha consciência de sua humanidade e seja capaz de enfrentar o presente e se preparar para o futuro.

Com o intuito de viabilizar a inserção da temática ambiental no ensino formal, em 1997 foi incluído o tema transversal Meio ambiente nos PCNs, com a intenção de que este perpassasse todas as disciplinas, permitindo uma abordagem mais ampla da questão ambiental. Especialmente no ensino fundamental, o tema ambiente é um dos eixos temáticos integradores do currículo de ciências. Assim, o tema meio ambiente é um conceito central no ensino de ciências no ensino fundamental, que merece bastante atenção ao ser trabalhado com as crianças e deve ser bem fundamentado, caso contrário, tudo o que surgir dessa concepção pode ficar fragilizado.

Na primeira parte do questionário, na tentativa de identificar a concepção dos alunos do 6º ano do ensino fundamental sobre meio ambiente, surgiram diversos questionamentos que contribuíram a fundamentar a análise, a saber: como o livro

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