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No decurso do século passado (início da segunda metade – anos 60) assistiu-se ao declínio dos tramways na cidade europeia, tendo vindo praticamente a desaparecer. No seu lugar, implantou-se o autocarro de passageiros. Esta tendência de desaparecimento abrangeu ainda outros meios de transporte público de superfície, havendo, entretanto, locais onde as linhas dos metros underground se expandiram. Porém, a tendente importância decrescente dada a estes tipos de transporte, levou a que se diminuíssem os investimentos no sector.

Mas, se o autocarro foi o TP que mais se implantou, os seus dias de esplendor estavam contados. Com a intensificação dos congestionamentos a velocidade comercial e a fiabilidade baixaram, levando a que também este tipo de transporte entrasse em crise. Associadas a este factor, surgem no final do século as preocupações do foro ambiental, nomeadamente as questões ligadas aos GEE decorrentes da tecnologia ligada aos motores de explosão.

Desta forma, ressurgem na Europa as tendências para os meios outrora abandonados, na perspectiva de asseverar a melhoria da qualidade ambiental, a competitividade dos transportes e a qualidade de vida das populações. É, então, nos anos 90 que se observa novos investimentos nos modos ferroviários – urbanos e metropolitanos –, apoiados num pacote de inovações tecnológicas das estruturas e material, motorização, sistemas de alimentação, comando e controlo, sinalização e segurança.

Feita esta introdução da evolução histórica do transporte público no seio da cidade, apresenta- se seguidamente e em moldes sintéticos, os diversos tipos de transportes, desde os inovadores aos melhorados, dando nota das suas evoluções.

2.5.3.1OM

ODO

F

ERROVIÁRIO

No campo da inovação tecnológica, refira-se que as soluções de metro, light rail e tram trains têm vindo a apresentar um aumento da eficiência energética conferida pela recuperação de energia no momento das travagens e sua rentabilidade na rede eléctrica própria.

Quadro 2.8 – TP, em Sítio Próprio: Ferroviário. “Soluções de «tradição renovada»”

Tipo Características

Tramways /

eléctricos rápidos

Transporte de superfície; com capacidade de transporte relativamente reduzida; por vezes com bitola métrica, mas evoluindo para a bitola standard europeia; podendo ser alimentados por catenária, assiste-se à inovação de o serem por um carril enterrado (somente electrificado quando a veículo o percorre) ou, em curtas distâncias, movimentar-se a baterias; maior conforto – mais espaçosos – do que os anteriores; acessíveis a pessoas portadoras de deficiência; maior flexibilidade de operação; composições com número superior a dois veículos; mono ou bidireccionais.

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centro das cidades (em trajectos exclusivos ou coadjuvados com o transporte rodoviário) articulando meeting points.

Light rail / metros

ligeiros

Circulando à superfície em canal próprio, podem fazê-lo debaixo do solo; com capacidade média (20 000 utentes/hora, nos dois sentidos); carris com bitola europeia, podendo dispor de veículos com estruturas wide body, uso de carruagens que poderão ser auto motoras (bogies motorizados) o que lhes permite acelerações e travagens mais rápidas e lhes faculta a possibilidade de variar em termos do número de carruagens conforme as exigências ao longo do dia; sistemas de comando e controlo avançados e mecanismos automáticos de travagem com objectivo de maior segurança; composições mono ou bidireccionais; plataformas rebaixadas ao nível do solo, assegurando mais conforto e acessibilidade; alimentados por catenária mas buscando soluções de alimentação a super condensadores (carregados nas estações – em cerca de 20”, p.e. a Siemens).

Tram Trains Sistema de light rail metropolitanos, pensados para uma bivalência de cidade e área metropolitana. Circulando em canal próprio nos centros das cidades, com facilidade assumem as linhas da estrutura ferroviária pesada (como é exemplo na cidade de Karlsruhe) possibilitando que efectuem trajectos metropolitanos o que lhes confere grande versatilidade.

Podendo possuir dimensão variável, possuem carruagens automotoras o que lhes permite adaptar ar exigências do momento e atingir graus de aceleração e travagem mais seguros e confortáveis; bitola não standard poderá originar a instalação de um terceiro carril nas infra-estruturas pesadas (o melhor exemplo é em Stuttgart).

Metros Circulação predominante por debaixo do solo, podendo ter troços à superfície; com grandes capacidades de passageiros (superior a 50 000 utentes/hora, nos dois sentidos; operam com grande frequência e velocidade; infra-estrutura com bitola europeia; alimentação através de um terceiro carril; custo de investimento muito elevado.

Como inovação, temos assistido ao fabrico de veículos com rodados pneumáticos, o que leva à redução de custos e, em casos de necessidade, aumento da aderência para situações mais inclinadas e diminuição do ruído.

“Soluções de forte componente de automatização (soluções s/ condutor)”

Tipo Características

Advanced rapid transit

Circula em carril duplo montado em infra-estruturas sobre-elevadas; grande capacidade de transporte de utentes; grande rapidez; comando e controlo automático; apresentam a capacidade de poderem ter estações dentro de edifícios; em estruturas urbanas compatíveis, apresentam uma economia financeira ao nível do investimento face à solução de metro em subsolo.

Monorail Sistema automático; canal próprio em infra-estrutura sobre-elevada, mono carril.

Automated people movers

Sistema automático dedicado – funciona no interior de uma área confinada, embora extensa; permite uma rápida circulação.

Têm tido uma representativa implantação em aeroportos.

Personal rapid transit

Possui como infra-estrutura uma rede de rails de guiamento; viaturas de guiamento automático; concebido para um número pequeno de utilizadores; funcionamento on

demand; não possui horário.

Actualmente encontram-se a título experimental, p.e., no Aeroporto de Heathrow, em Londres, estando a ser encarados como uma solução de mobilidade na cidade de Masdar, em Abu Dhabi.

(Adaptado de Ribeiro, 2010a:16 a 19).

Ilustrando o que se acabou de referir no Quadro 2.8, remete-se para as duas próximas Figuras (2.6 e 2.7).

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Figura 2.6 – TP, em Sítio Próprio: Ferroviário - “Soluções de «Tradição Renovada»”.

(Ribeiro, 2010b:22).

Figura 2.7 – TP, em Sítio Próprio: Ferroviário - “Soluções de Forte Componente de Automatização (Soluções s/ Condutor)”.

(Ribeiro, 2010b:23).

Em sentido geral, a aposta na resolução das questões da mobilidade nos transportes públicos ferroviários, recai para situações de dois géneros. Para a ‘mobilidade metropolitana’ quando os

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