• Nenhum resultado encontrado

155 Quadro 3.21 – Análise SWOT do Concelho de Cascais Ocupação Urbana.

Ocupação Urbana

Pontos Fortes Pontos Fracos

- A faixa costeira encontra-se praticamente consolidada e com níveis de qualificação urbana reconhecidos pelos residentes e não residentes; - O concelho apresenta uma elevada oferta turística, possuindo grande capacidade de oferta de camas (2º. concelho da AML com mais unidades hoteleiras) assim como uma gama diversificada de atracções, destacando-se a prática do golfe como um dos concelhos mais solicitados.

- O concelho apresenta uma baixa densidade global, da ordem dos 33 hab/ha;

- O concelho detém, por vezes, uma ocupação urbana dispersa e com tipologias habitacionais ancoradas a vivendas unifamiliares, nomeadamente a Norte da A5; - Pelas duas razões acima descritas, gera problemas à optimização da qualidade da rede de TP e desincentiva a prática do modo pedestre.

Oportunidades Ameaças

- A estabilização da faixa costeira (troço Cascais- Carcavelos) potenciará a atractividade do concelho, por via da importância da sua ocupação

multifuncional e complexidade;

- A diversidade de usos consagrados nos múltiplos PMOT da faixa Nascente do concelho permitirá uma gama de ofertas de mobilidade, nomeadamente ao nível dos modos suaves;

- A consolidação urbana ao longo da E.N. 249/4 permitirá a estabilização dos diversos aglomerados e das ocupações dispersas existentes. Para este facto poderá concorrer a execução da Via Variante à citada E.N., permitindo que aquele tecido urbano adquira características de acalmia de tráfego rodoviário e sejam implementados outros modos de transporte; - A contenção (ou mesmo a redução) dos perímetros urbanos nas freguesias de Alcabideche e S.

Domingos de Rana.

- As áreas com potencial urbanístico caso não sejam planeadas, poderão contribuir para a descompactação do concelho, acentuando-lhe a imagem de espaço de suburbanização;

- A predisposição para malhas urbanas de baixa densidade, será uma ameaça ao encontro de soluções de TP atractivas e sustentáveis economicamente; - A difusão urbana assente, fundamentalmente, no uso habitacional conduz a um desenvolvimento urbano monofuncional e isolacionista, contributivo para a forte dependência dos movimentos pendulares suportados pelo TI.

(Adaptado de CMC, 2010a).

Quadro 3.22 – Análise SWOT do Concelho de Cascais - Geradores de Deslocações e Equipamentos. Geradores de Deslocações e Equipamentos

Pontos Fortes Pontos Fracos

- Existência de equipamentos supramunicipais que interessa promover o aumento de qualidade do TP (p.e., Escola Superior de Saúde de Alcoitão (ESSA) e a Escola Superior de Hotelaria e Turismo da Costa do Estoril (ESHTE));

- A instalação do Novo Hospital de Cascais (de apoio a Cascais e Sintra), para além da potencial procura de TP, é um gerador de emprego qualificado;

- O facto da rede escolar do 1º. ciclo básico possuir uma grande distribuição geográfica pelo concelho, possibilita que as deslocações aos locais de ensino não necessitem de fortes acções motorizadas; - O complexo comercial do CascaiShopping possui um carácter de referência supramunicipal, o que induz uma forte atractividade concelhia.

- A ESSA e a ESHTE são servidas mormente pelo TI, levando ao prejuízo dos alunos que não o possuem; - A rede de escolas do 2º. e 3º. ciclos do ensino básico localizam-se, fundamentalmente, a Sul da A5, induzindo a deslocações motorizadas de populações mais afastadas. Facto que promove o TI;

- As deslocações ao CascaiShopping apoiam-se maioritariamente no TI, com os danos daí decorrentes na malha viária, acrescido pela própria inserção urbanística do complexo no meio;

- O tecido industrial (disperso nas freguesias de Alcabideche e S. Domingos de Rana), apoiam-se na mesma rede viária que os aglomerados urbanos, gerando conflitos, insegurança e desqualificando as áreas residenciais.

156

Oportunidades Ameaças

- Pela forte distribuição da rede escolar do 1º. ciclo básico, existem condições à promoção dos modos suaves de deslocação;

- É essencial assegurar as deslocações ao Novo Hospital de Cascais em moldes de qualidade do TP; - Conforme referido nas ‘Oportunidades’ da

«Ocupação Urbana», a construção da Via Variante à E.N. 249/4 possibilitará a oportunidade da

requalificação o tecido urbano da actual E.N., dotando-a futuramente de condições para deslocações em modos suaves.

- Caso o Novo Hospital de Cascais não venha a possuir uma franca acessibilidade (apoiada em TP), a localidade de Alcabideche sofreará com a pressão do TI;

- Ainda na continuidade do ponto anterior, poder-se- ão verificar casos de exclusão social, pela razão de existir populações que não reúnam condições de mobilidade própria (TI), quer por razões sócio- económicas, quer por incapacidade académica de possuírem título de condução;

- Os polos geradores de viagens existentes e programados junto do nó da A5 de Carcavelos, caso não se suportem correctamente em TP, poderão ser geradores de conflitos rodoviários, com significativos impactes sociais.

(Adaptado de CMC, 2010a).

II – Mobilidade

Analisando a Mobilidade, convirá, antecipadamente, efectuar uma referência à população residente.

Se é factual que se podem apresentar como pontos fortes o status social da população do CC ser tendencialmente elevado – com cerca de 40% da população inscrita nos escalões A e B, face aos rendimentos auferidos – e, aproximadamente, 55% das habitações deterem estacionamento privado, embora nem sempre utilizado – factor favorável à não dependência do estacionamento público via –, factual também é a existência de pontos fracos. De entre estes, destacam-se as razões afectas ao facto da população dos escalões sociais A e B se servirem fortemente do TI para as suas deslocações (cerca de ¾ das viagens), de nos últimos anos se verificar um aumento muito significativo do TI na população residente (no espaço de 2003 a 2008, o parque automóvel cresceu 27%) levando a que se atenha atingido uma taxa de motorização de 495,2 veíc.%o, do TI ser visto por uma grande fracção da população como forma de promoção social, e, ainda, da circunstância da população dos 10 aos 14 anos se encontrar muito apoiada em deslocações motorizadas nas viagens casa-escola-casa dependentes de adulto e TI.

Quadro 3.23 – Análise SWOT do Concelho de Cascais - Mobilidade. Mobilidade

Pontos Fortes Pontos Fracos

- Aproximadamente ¾ das deslocações da população residente é intra-concelhia, apontando para níveis de auto-suficiência de resposta a necessidades e ensejos; - Grande expressão numérica das deslocações a pé para a população residente;

- A Freguesia de Cascais apresenta o maior número de viagens terminadas, revelando o seu forte cariz de atractividade (emprego, compras, questões pessoais,

- A população não residente efectua aproximadamente 97,5 mil viagens com extremo em Cascais, sendo que 89% são efectivadas em TI;

- A população residente possui, igualmente, uma grande dependência do TI para as suas viagens, atingindo valores de 60%;

- A dependência o TI verifica-se inclusivamente nas viagens de curta distância. Nas deslocações até 4 km,

157

lazer...);

- A localidade de Alcabideche possui igualmente fortes locais de interesse e atracção (áreas comerciais, saúde) de cariz supramunicipal, dinamizadores do seu núcleo urbano; - A melhoria da oferta do TP implicará um crescimento na quota. As áreas próximas aos interfaces modais das estações da Linha de Cascais, melhores servidas de TP, evidenciam maiores quotas deste modo (15 a 20%) e um maior número de viagens conquistadas;

- As localidades de Carcavelos, Parede e Nascente do Estoril, evidenciam um maior número de deslocações a pé. Esta constatação resulta do facto de se possuir um tecido urbano consolidado e da existência de uma diversidade funcional rica indutora das deslocações de proximidade;

- Existência do Aeródromo Municipal de Cascais, na Freguesia de S. Domingos de Rana, o qual possui um posicionamento estratégico a nível regional,

conforme é inclusivamente evidenciada na alteração do PROT-AML.

o TI representa 53% das opções;

- A opção do modo TI está directamente relacionada com a proximidade da faixa litoral-Sul, denotando a menor oferta do TP no interior do concelho e a expressão do resultado da dispersão e fragmentação (associado ainda ao fraco ou inexistente desenho urbano) do tecido urbano do interior;

- A débil oferta qualitativa dos passeios, segurança e existência de obstáculos na via;

- As condições das paragens do TP rodoviário são apresentadas como factor negativo no inquérito à população. Questão que diminui a atractividade do modo em causa;

- Inserção urbanística do Aeródromo de Cascais.

Oportunidades Ameaças

- O desenvolvimento de uma rede de modos suaves de proximidade poderá conduzir a que as

deslocações até 4 km deixem de utilizar o TI; - Aposta no investimento da qualidade da rede de modos suaves em face da apetência da população residente em utilizá-la (conforme inquéritos), desde que aquela se mostre qualificada e segura, bem como infra-estruturada com estacionamento de bicicletas; - Promoção da qualidade e organização dos acessos aos interfaces modais (melhoria das condições ambientais, de conforto, segurança, informação, serviços de proximidade, franca acessibilidade aos vários modos e estacionamento…);

- A valorização e expansão do Aeródromo de Cascais, enquanto ‘porta’ aérea dos concelhos de Cascais e limítrofes, no reforço da atractividade municipal no turismo, empreendedorismo empresarial e de centro de negócios (à escala, inclusivamente, internacional).

- Face ao desenho urbano existente e às densidades praticadas (com forte expressão para as moradias unifamiliares), poderão existir constrangimentos à adopção dos modos suaves e à inviabilidade

económica do TP (necessitando consequentemente de subsidiação), com a inevitável existência de maiores percursos, maiores tempos de deslocação, menores frequências, aumentos de tarifários…;

- Os elevados custos associados à manutenção de toda a rede infra-estrutural rodoviária;

- A insatisfação dos utentes das vias rodoviárias, caso a sua qualidade se degrade;

- O aumento do congestionamento, caso não seja implementado políticas desincentivadoras do uso do TI, com os inerentes custos sócio-económicos decorrentes;

- Perda da atractividade e competitividade concelhia; - Imperiosa necessidade da melhoria das paragens do TP rodoviário, sob pena de perda da procura deste modo;

- Se o ordenamento do território da zona envolvente ao Aeródromo não se revestir de uma forte política estratégica para a afirmação territorial do concelho, com valência supramunicipal, a infra-estrutura perderá a sua competitividade ficando, inclusivamente, em risco de sobrevivência económica e ambiental, pela continuada permissão da administração da sua asfixia urbanística e falta de infra-estruturas de mobilidade associadas.

158