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P&D e Inovação

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Market share 2009 US$ EUA

Fitoterápicos 56 minutos C Administração

6.5 P&D e Inovação

Em meados da década de 1990, o Aché criou seu Núcleo Estratégico de Pesquisa e Desenvolvimento, tendo como uma de suas metas o estudo das plantas para o desenvolvimento de novos medicamentos. Como resultado do trabalho do núcleo, houve o lançamento, em 2003, do Soyfemme®, um medicamento à base de soja, primeiro fitomedicamento lançado pela empresa. A Phytomédica foi a divisão de negócios do Aché criada exclusivamente para a pesquisa, desenvolvimento e comercialização de fitomedicamentos (medicamentos elaborados a partir de extratos padronizados de plantas e com eficácia e segurança reconhecidas pelos órgãos reguladores competentes).

A divisão de fitomedicamentos Phytomédica possui sete produtos no mercado, conforme observado na tabela 15:

88 Tabela 15 – Linha de Fitomedicamentos do Ache disponíveis no Mercado

PRODUTO BASE INDICAÇÃO

Acheflan® creme e aerosol extrato oleoso de Cordia verbenácea

tratamento de tendinite crônica

e dores miofasciais

(musculares)

Soyfemme® base de isoflavonas da soja tratamento dos sintomas do climatério

Remilev® Composto de Valeriana officinalis e Humulus lupulus

tratamento de distúrbios do sono

Remotiv® a base de Hypericum perforatum

tratamento de depressão leve a moderada

Antilerg® feito a partir de Petasites hybridus

tratamento da rinite alérgica

Dinaton® a base de Gingko biloba para problemas vasculares- cerebrais

Kamillosan® a base de camomila tratamento de dermatites

Fonte: Relatório Anual Ache 2008.

O lançamento do Acheflan® (Cordia verbenacea), primeiro medicamento 100% pesquisado e desenvolvido no Brasil, foi o resultado de sete anos de estudos, mais de R$ 15 milhões de investimentos em pesquisa, parcerias com importantes universidades nacionais - Universidade Federal de Santa Catarina, UNIFESP, PUC-Campinas e UNICAMP - e com pesquisadores brasileiros de renome internacional. Atualmente a empresa continua investindo em pesquisa e desenvolvimento de fitomedicamentos.

A companhia tem atuado em duas frentes, para sustentar o portifólio da empresa com opções que atendam às necessidades do mercado. Uma delas é a vertente da inovação, onde o Ache concentra seus esforços na criação de novos produtos para atender às exigências do setor. A outra é o desenvolvimento farmacotécnico, que consiste em aperfeiçoar e adaptar os medicamentos às necessidades mercadológicas, antecipando-se na produção das moléculas com patentes próximas ao vencimento, com o objetivo de conquistar novas fatias do mercado. A empresa investe, por ano, 10% da geração do seu caixa em pesquisa, desenvolvimento, inovação e novas tecnologias, seja por meio de estudos próprios ou parcerias com universidades e centros de pesquisa.

Em termos de inovação farmacológica, o Ache tem atuado em dois segmentos de pesquisa – incremental e radical3. Os fitomedicamentos deram origem no Ache as pesquisas e os desenvolvimentos radicais, evoluindo daí para os sintéticos. Atualmente, a empresa tem em desenvolvimento nove projetos (tabela 16), incluindo antiinflamatórios, ansiolíticos e produtos para distúrbios cognitivos e disfunção erétil. O processo de pesquisa e

3

Entende-se como inovação incremental a melhoria das características biofarmacêuticas de uma molécula já conhecida. Trata-se da criação de moléculas análogas de medicamentos já consagrados, com estrutura similar e mesma funcionalidade, mas com características biofarmacêuticas superiores em relação à molécula original, como maior segurança e potência ou ação de maior duração. Na inovação radical, busca-se uma nova molécula.

89 desenvolvimento dura, em média, oito anos, desde os estudos iniciais até a fase de autorização para a fabricação, passando por diversas fases de testes.

Tabela 16 – Pesquisa de Fitomedicamentos em Andamento

Fonte: Relatório Anual Ache 2008.

6.6 Internacionalização

Um dos objetivos estratégicos da companhia tem sido trabalhar de forma a ampliar suas operações no mercado externo. Atualmente está presente em 12 países – Argentina, Bolívia, Canadá, Colômbia, Chile, Equador, Estados Unidos, México, Peru, República do Cabo Verde, República Dominicana e Venezuela. Os contratos concentram-se em 24 medicamentos e 36 apresentações, totalizando negócios da ordem de US$ 2,7 milhões em 2008, um aumento de 15,2% em relação ao desempenho de 2007.

Com o objetivo de aproveitar a demanda potencial do mercado internacional, sua estratégia de exportações visa criar ativos fora do Brasil. Através de diversos contratos para exportar suas marcas ou seus produtos, tem conquistado uma posição importante como parceiro potencial de empresas instaladas no exterior. O Ache fechou um acordo de representação com a norte-americana RFI Ingredients, empresa do setor de suplementos alimentares e fitomedicamentos, para distribuição e licenciamento do Acheflan® a empresas e redes de grande porte dos Estados Unidos e Canadá. Esta parceria coloca a empresa na liderança das farmacêuticas nacionais ao entrar no maior mercado consumidor de produtos voltados à saúde em todo o mundo, ampliando sua atuação internacional. O Acheflan® foi escolhido para abrir as exportações aos Estados Unidos e Canadá pelo grande interesse desses mercados por extratos padronizados de plantas da flora brasileira. Em 2007, as exportações representaram cerca de R$ 4,6 milhões, um índice que superou as metas em 179,1%, se comparado aos R$ 2,6 milhões inicialmente estimados para o ano (ACHE, 2008).

Em 2008, o Ache exportou aos Estados Unidos, ao Canadá e ao Chile o creme-base do anti-inflamatório fitoterápico Acheflan® e, em 2009, fechou contrato para exportação ao Japão. Estabeleceu um acordo de duas vias com o México para exportar medicamentos cardiovasculares ao parceiro mexicano e complementar o portfólio próprio com a importação de produtos voltados ao tratamento de diabetes. No final de outubro de 2008, a República

90 Dominicana somou-se à rede internacional do Ache, por meio de um acordo com uma empresa local para a distribuição de medicamentos voltados a doenças respiratórias e de tireóide. O contrato marca um avanço importante da companhia em sua meta de estender os negócios ao mercado caribenho. Na mesma linha de expansão de mercado, o Ache busca também empresas européias interessadas em investir no desenvolvimento do mercado de Acheflan® com as exigências de registro no EMEA (Agência Européia de Medicamentos), responsável pela avaliação científica dos pedidos de aprovação de medicamentos naquele continente.

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