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Além das unidades cadastradas no SISTEC (Sistema de Educação Profissional e Tecnológica) foi considerada a oferta de formação e treinamento do MEC (IES – cursos de graduação, e especialização, e CAPES (pós-graduação – mestrado acadêmico e, sobretudo, profissional, e doutorado); MEC/SETEC, técnicos de nível médio, superior de tecnologia (tecnólogos) e cursos sequenciais; Programas do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE); Setor Produtivo – SENAI.

A oferta de pessoal qualificado tem sido operacionalizada por meio de planos e programas nacionais e setoriais, destacados a seguir.

SISTEC: é parte de um sistema maior de educação profissional e tecnológica. Há atualmente cerca de 4500 unidades de educação técnica cadastradas nesse sistema, com mais de 700 mil matrículas;

Os CEFET (s) oferecem cursos técnicos e tecnológicos de nível médio e superior nas suas sedes e em unidades descentralizadas de ensino – UNED (s).

IFET - Os institutos têm suas bases em um conceito de educação profissional e tecnológica com foco na ciência e tecnologia. São 38 institutos, com 314 campi distribuídos por todo o país, além de várias unidades avançadas, oferecendo cursos técnicos (50% das vagas), em sua maioria na forma integrada com o ensino médio, licenciaturas (20% das vagas) e graduações tecnológicas, podendo ainda oferecer especializações, mestrados profissionais e doutorados, voltados principalmente para pesquisa aplicada e inovação tecnológica.

Cursos Sequenciais: são de nível superior, mas não têm o caráter de graduação. O que se espera de um curso sequencial é a oferta de uma formação específica em um dado "campo do saber" e não em uma "área de conhecimento e suas habilitações".

Programa Brasil Profissionalizado e de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA): o objetivo do Programa é oferecer Educação Profissional e Tecnológica nos ambientes Federal, Estadual e Municipal. O Programa visa a intensificar o ensino médio com forte base científica de forma nacionalmente integrada via Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, com a profissionalização de jovens e adultos e ensino técnico à distância (E-TEC), gerenciado pelo MEC, em estreita conexão com os governos estaduais e municipais, operacionalizado, pelos CEFET (s) e IFET (s).

Rede SENAI: atualmente a rede oferece mais de 6900 cursos nas seguintes modalidades: Aprendizagem Industrial (AI): educação de nível básico ou técnico, destinada à qualificação de jovens aprendizes caracterizada pela articulação entre formação e trabalho; Cursos Técnicos; Superior (Tecnólogo); Pós-Graduação (especialização de orientação profissional e tecnológica); Qualificação e Aperfeiçoamento; destinados a profissionais inseridos no mercado de trabalho para atualização, reciclagem e aprofundamento de práticas e conhecimentos. A Rede é formada por 738 Unidades Operacionais distribuídas por todo o País. São 28 setores, especialidades e vocações. Em resumo, o SENAI oferece mais de 1700 cursos de Aprendizagem Industrial; mais de 1100 cursos Técnicos de Nível Médio; cerca de 80 cursos Superiores de Graduação (Tecnólogos); e, cerca de 130 cursos de Pós-Graduação (Especialização). As escolas do SENAI oferecem cursos nas seguintes áreas: Alimentos e Bebidas, Automação Industrial, Automotiva, Calçados, Celulose e Papel, Cerâmica; e Produtos Minerais Não Metálicos, Construção Civil, Couro e Curtimento, Eletroeletrônica, Energia, Gráfica, Informática, Mecânica,

Metalurgia, Mobiliário, Plástico, Química, Refrigeração e Climatização, Telecomunicações, Têxtil, Transportes e Vestuário; Condutor de Processos Robotizados.

Cursos Superiores de Tecnologia (Tecnólogos) - o catálogo apresenta denominações de 98 graduações tecnológicas organizadas em 10 eixos tecnológicos: Produção Alimentícia; Recursos Naturais; Produção Cultural e Design; Gestão e Negócios; Infraestrutura; Controle e Processos Industriais; Produção Industrial; Hospitalidade e Lazer; Informação e Comunicação; Ambiente Saúde e Segurança. O catálogo nacional de cursos técnicos tem 98 denominações para especificar cerca de 4.000 cursos superiores.

Cursos de Graduação: conta com 53 IES Federais e mais 49 em implantação, com forte inserção das Universidades, Centros Universitários, Faculdades, Institutos e instituições particulares de ensino superior, formando bacharéis, tecnólogos e licenciados.

A infraestrutura institucional e de pessoal do sistema de educação superior é mostrada nas tabelas, 12 e 13, a seguir.

Tabela 12 - IES Universidades Centros Universitários Faculdades Integradas Escolas Faculdades Institutos Total 183 120 126 1648 2077

Fonte: MEC Censo (2007). (Adapatado).

Tabela 13 - Pessoal Docente

Universidades Centros Universitários Faculdades Integradas Escolas Faculdades Institutos Total 178.128 35.523 15.073 92.970 321.694 Fonte: MEC Censo (2007). (Adapatado).

De 2007 a 2011 a oferta de instituições variou, ampliando a infraestrutura institucional das Universidades Públicas e IFETs como resultado da expansão promovida pelo REUNI. No segmento privado tem havido fusões, mas com manutenção ou ampliação da oferta de vagas promovida pelo PROUNI.

Tabela 14 - Graus de Formação

Total (*) Sem

Graduação Graduação Especialização Mestrado Doutorado

334.688 103 38.573 99.104 120.348 76.560 (*) inclui docentes que atuam nos CET (Centros de Educação Tecnológica).

Outro efeito do REUNI tem sido a intensa ampliação do corpo docente transferindo pessoal qualificado de instituições particulares para públicas.

Tabela 15 - Cursos de Graduação Presenciais

Fonte: MEC Censo (2007). (Adapatado).

A infraestrutura cursos e a oferta de vagas além de significativas têm sido ampliadas como resultado do REUNI e do PROUNI.

Tabela 16 - Matriculas da Educação Profissional por Dependência Administrativa - Brasil 2002 – 2010.

Ano

Matrículas na Educação Profissional Dependência Administrativa

Total Federal Estadual Municipal Privada

2002 652.073 77.190 220.853 26.464 327.566 2003 629.722 82.943 181.485 22.312 342.982 2004 676.093 82.293 179.456 21.642 392.702 2005 747.892 89.114 206.317 25.028 427.433 2006 806.498 93.424 261.432 27.057 424.585 2007 780.162 109.777 253.194 30.037 387.154 2008 927.978 124.718 318.404 36.092 448.764 2009 1.036.945 147.947 355.688 34.016 499.294 2010 1.140.388 165.355 398.238 32.225 544.570 k% 2002-2010 74,9 114,2 80,3 21,8 66,2 Fonte: MEC/Inep

Notas: 1) Não inclui matrículas em turmas de atendimento complementar. 2) O mesmo aluno pode ter mais de uma matrícula.

Fonte: MEC/Inep. (Adapatado).

Tabela 17 - Matrículas da Educação Profissional na Rede Federal - Brasil 2007 a 2010. Número de matrículas da Educação Profissional na Rede Federal - Brasil 2007 a 2010

Ano Matrículas na Educação Profissional

Total Concomitante Subsequente Ensino Médio Integrado

2007 109.777 36.733 45.840 27.204

2008 124.718 30.514 46.560 47.644

2009 147.947 28.020 58.614 61.313

2010 165.355 25.953 63.265 76.137

Fonte: MEC/Inep. (Adapatado).

As tabelas 18 e 19 mostram que de 2002 a 2010 houve um crescimento global de quase 75% de matrículas na educação profissional, com maior democratização do acesso ao ensino superior ensejado pelo Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM), mediante substituição dos concursos vestibulares.

Universidades Centros

Universitários

Faculdades Integradas

Faculdades,

Escolas Institutos Total

Tabela 18 - Cursos Profissionalizantes com Maior Número de Matrículas na Rede Federal – Brasil 2010. Curso Matrícula % Total Geral 165.355 100,0 Total 99.486 60,2 Agropecuária 20.862 12,6 Informática 19.286 11,7 Edificações 12.628 7,6 Eletrotécnica 11.951 7,2 Mecânica 9.509 5,8 Eletrônica 5.992 3,6 Química 5.449 3,3 Segurança do Trabalho 5.121 3,1 Administração 4.483 2,7 Eletromecânica 4.205 2,5

Fonte: Fonte: MEC/Inep/DEED. (Adapatado).

Nota: Inclui matrículas na educação profissional integrada ao ensino médio.

Os dez cursos Profissionalizantes mais demandados respondem por cerca de 60% do total de matrículas registradas na Rede Federal, mostrando que a oferta tem sido genérica e menos orientada ao atendimento das demandas, dos setores produtivos específicos.

Diversas modalidades preparam profissionais: aprendizagem industrial, a habilitação profissional de nível médio; qualificação e aperfeiçoamento profissional servem para atualizar ou complementar os conhecimentos que o trabalhador já possui. É diferente da especialização, que aprofunda as competências adquiridas e pode até mesmo transformar-se em uma nova profissão. A rede SENAI também oferece cursos de nível superior, com a formação de tecnólogo, e aperfeiçoamento e especialização em nível superior, conforme mostra a tabela 19.

Tabela 19- Síntese da Oferta de Cursos da Rede SENAI

Área de Atuação AP TM TC E Q Automação 14 368 14 12 254 Automotiva 120 38 1 2 206 Logística 11 18 1 3 25 Construção 144 29 0 7 322 Couros e Calçados 28 11 0 1 42 Eletro/Eletrônica 304 206 3 2 359 Energia 5 8 0 3 54 Petróleo e Gás 2 14 0 6 35 Gemologia 6 1 0 0 17 Gestão 183 42 8 27 338 Gráfica 26 21 1 3 76 Tecnologia da Informação 109 84 6 16 319 Madeira e Mobiliário 62 20 0 1 106 Meio Ambiente 5 14 3 12 71 Metal/Mecânica 475 275 19 9 358 Mineração 2 11 0 0 19

Minerais não metálicos 5 4 0 0 24

Polímeros 7 3 2 1 38 Química 4 25 2 0 46 Refrigeração 17 13 0 1 77 Segurança 1 102 0 0 336 Telecomunicações 5 14 2 0 59 Têxtil e Vestuário 113 61 13 17 198 Transportes 5 3 0 1 180 Metrologia 0 0 0 0 182

Fontes: Portal SENAI (2011). (Adapatado).

Legenda: TM - Técnico de Nível Médio; TC – Tecnólogo; TEC – Tecnólogo de Nível Superior; E - Especialização; Q – Qualificação e Aperfeiçoamento

A oferta de cursos de graduação raramente é especificada por setor e em geral são de orientação genérica e têm sido, com raras exceções, pouco voltadas ao desenvolvimento tecnológico. Tem sido muito ampliada e diversificada, tanto no setor privado, quanto no público, a partir do REUNI e da expansão do sistema de educação superior, tanto pelas IES públicas, quanto pelas instituições particulares. No setor privado a oferta de vagas tem sido maior que a demanda de estudantes para alguns setores e áreas. Há vagas ociosas, sobretudo nas IES particulares. Há 2.314 instituições de ensino superior cadastradas no Ministério da Educação, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) sendo 2.078 privadas e 236 públicas, das quais 102 (53 + 49 em implantação) são universidades federais. São mais de 230 mil docentes.

A oferta de cursos acadêmicos e profissionais tem sido continuamente ampliada. A tabela mostra a oferta de programas de pós-graduação, incluindo os mestrados profissionais.

Tabela 20- Oferta de Programas de Pós- Graduação Stricto Sensu

GRANDE ÁREA Programas e Cursos de pós-graduação

Total M D F M/D

CIÊNCIAS AGRÁRIAS 358 125 2 21 210

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 267 66 2 14 185

CIÊNCIAS DA SAÚDE 530 133 16 72 309

CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA 288 106 8 12 162

CIÊNCIAS HUMANAS 453 196 4 16 237

CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 397 185 2 68 142

ENGENHARIAS 355 144 3 58 150

LINGÜÍSTICA, LETRAS E ARTES 179 84 1 2 92

MULTIDISCIPLINAR 392 160 16 106 110

Brasil: 3.219 1.199 54 369 1.597

Fonte: Capes (2011). (Adapatado).

Especificamente para as engenharias, área considerada crítica para dar suporte ao desenvolvimento econômico acelerado, a oferta de programas de pós- graduação stricto sensu é mostrada na tabela 21.

Tabela 21- Oferta de Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu ENGENHARIAS

ÁREA (ÁREA DE AVALIAÇÃO) Programas e Cursos de pós-graduação

Total M D F M/D ENGENHARIA AEROESPACIAL 3 0 0 1 2 ENGENHARIA BIOMÉDICA 10 2 0 3 5 ENGENHARIA CIVIL 63 32 0 10 21 ENGENHARIA DE MATERIAIS E METALÚRGICA 27 8 0 3 16 ENGENHARIA DE MINAS 4 3 0 0 1 ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 43 17 0 10 16 ENGENHARIA DE TRANSPORTES 8 2 0 0 6 ENGENHARIA ELÉTRICA 64 28 0 7 29 ENGENHARIA MECÂNICA 60 21 1 13 25

ENGENHARIA NAVAL E OCEÂNICA 3 1 0 0 2

ENGENHARIA NUCLEAR 8 2 0 1 5

ENGENHARIA QUÍMICA 37 17 2 3 15

ENGENHARIA SANITÁRIA 25 11 0 7 7

Brasil: 355 144 3 58 150

Fonte: (Capes 2011). (Adapatado).

Para todos os setores a demanda por pessoal de nível médio e técnico é forte. Também, com exceção do setor Têxtil, para pessoal com graduação, sobretudo em relação às engenharias. Com exceção dos setores intensivos em tecnologia, a demanda por mestres tem-se mostrado fraca.

A demanda por doutores, além de suprir os programas de pós-graduação, só é forte para os setores mais intensivos em tecnologia (Equipamentos Médicos e Hospitalares (EMHO), Petróleo e Gás, Bioindústria e Celulose e Papel). Mesmo assim, esta demanda é principalmente orientada para realização de pesquisas externas, nas Instituições de Educação, Ciência e Tecnologia.

Com relação à construção civil, a oferta é generosa para todos os níveis, sobretudo para graduação e pós-graduação, inclusive mestrados profissionais (7), e SENAI (1277), mas não se sabe se cobrirá a demanda futura, considerando os fatos já confirmados (PAC, Copa do Mundo, e Olimpíadas). Apesar da oferta de cursos em todos os níveis de escolaridade ser bastante significativa, provavelmente não atenderá a demanda. Além disso, as ofertas em relação a estruturas metálicas e aplicações de CAD (Projeto Assistido por Computador) estão ainda muito tímidas.

Analogamente ao setor da Construção Civil, o mesmo pode ser concluído para o setor de Petróleo e Gás, apesar da menor oferta do SENAI e da questão do PRÉ-SAL. O PROMINP já está mobilizado para intensificar a oferta de cursos e conhecimentos para o setor.

O setor de Plásticos e Polímeros apresenta boa oferta de pós-graduação não obstante a fraca demanda para mestres e doutores. O SENAI oferece 33 cursos, o que parece compatível com a demanda de nível técnico-profissional.

A oferta na área de Química é significativa, mas muito genérica, sendo insuficiente, sobretudo para atender à indústria de transformação (Plásticos, Polímeros, Couros e Calçados, Têxtil, Papel e Celulose), e aos setores relacionados às áreas de energia (AGROENERGIA, Petróleo e Gás). (ATAÍDE, 2009, CGEE, 2007).

O segmento de Metalurgia também apresenta oferta significativa de pós- graduação, considerando também engenharia de materiais, e do SENAI em metal- mecânica. Com relação à Siderurgia a oferta não se apresenta compatível com a demanda.

A oferta e a demanda para o setor de Móveis estão orientadas para o nível técnico, mas há carência de profissionais qualificados em Design.

Para o setor de cosméticos a oferta de destaque é a de cursos de especialização e não há pós-graduação específica oferecida, embora seja promissora a demanda por pessoal para pesquisa, sobretudo em Biotecnologia e Nanotecnologia.

A oferta para o segmento de Equipamentos Médicos Hospitalares está claramente insuficiente para atender a demanda em todos os níveis de escolaridade.

Com relação aos agronegócios há oferta genérica e tecnologia de alimentos em todos os níveis, mas há clara carência em relação à formação para lidar com as necessidades de Agroenergia.

Para o setor automotivo, conforme já foi mencionada, a opção na pós- graduação se orienta para a especialização (4) e mestrado profissional (3). As demandas de formação de pessoal qualificado têm sido basicamente atendidas pelas universidades corporativas.

Para a indústria de aeronáutica a oferta é pobre em todos os níveis. A própria EMBRAER tem feito esforço de treinamento para suprir sua demanda, mas tem-se

resumido ao nível técnico médio. Os profissionais atuais podem sair do cenário (aposentadoria) em o país ter aproveitado plenamente os frutos de suas aprendizagens. Na década de 90, foram contratados profissionais qualificados, mas a falta de investimentos em pesquisa e desenvolvimento resultou em baixo aproveitamento de suas competências. Segundo a Agência Espacial Brasileira (AEB), um dos principais fatores que dificultam o desenvolvimento do programa têm sido as limitações orçamentárias. “Em 2008 foram destinados 0,2% do orçamento total para formação de recursos humanos para a área. Por outro lado, o negócio espacial movimenta cerca de US 270 bilhões em todo mundo. Apenas este fato justifica a manutenção do programa espacial brasileiro, juntamente com a soberania e das soluções dos problemas nacionais”. Há falta de domínio de tecnologias críticas (sensores inerciais e ópticos, propulsão líquida entre outros). Há setores como, por exemplo, o aeroespacial que segundo a Comissão de Ciência e Tecnologia do Congresso que discutiu recentemente (2008) a formação de recursos humanos e o desenvolvimento da pesquisa cientifica tecnológica para a política espacial brasileira. Segundo revelado pela Aeronáutica uma informação preocupante: 1/3 dos profissionais empregados no setor está em idade apta para aposentaria. Este dado mostra que todo investimento feito na formação de pessoal qualificado para o setor, sobretudo por parte do ITA e do INPE ficará sem efeito no curto prazo. Claramente a oferta de formação precisa aumentar bastante para atender a demanda (ABDI/CGEE, 2007).

A oferta para o setor de mineração, embora exista em todos os níveis, provavelmente não atende a demanda em termos de quantidade. Por outro lado, também conta a universidade corporativa (VALER), da (VALE).

Enfim, com exceção dos poucos setores discriminados neste estudo, para a maioria, a oferta de pessoal qualificado em termos quantitativos tem sido compatível com a demanda.

Do estudo sobre a demanda por pessoal qualificado em todos os níveis de escolaridade foi possível concluir que esta variável é extremamente dependente das condições conjunturais e sistêmicas da economia, tanto em nível nacional, quanto internacional, bem como se mostram muito voláteis, inclusive como resultado do progresso tecnológico e introdução de inovações. Também resultou claro que a política de educação profissional e tecnológica do País, bem como as condições de

oferta de qualificação precisam ser menos instáveis em relação às oscilações do mercado de trabalho (CGEE, 2009 a).

Especificamente em relação às oportunidades de cursos de graduação, além de genérica e sem foco em setores específicos ou no desenvolvimento tecnológico, tem sido majoritariamente oferecida pelas instituições particulares (cerca de 3/4 considerando todos os cursos e áreas), com predominância de cursos de Pedagogia, Administração, e outras profissões. Com relação à oferta de graduação orientada para setores específicos, com exceção dos cursos tecnológicos, tanto para as instituições estatais, quando para as particulares não tem sido muito grande e adequada às demandas, nem em quantidade, nem em qualidade.

A demanda por profissionais qualificados em qualquer setor depende fortemente do aquecimento da economia. A expectativa razoável é de um crescimento do PIB da ordem de 3 a 4% ao ano por tempo indeterminado. Entretanto, em alguns casos não foi possível determinar em números precisos e, nem sempre em ordens de grandeza, as demandas de pessoal qualificado para cada setor, mas foi viável dimensionar o mercado de trabalho atual e desenhar cenários setoriais para o Brasil para os próximos anos e repercussões sobre as necessidades de qualificação de pessoal.

Dados estatísticos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2009) apontam que, apesar dos avanços do Brasil na cobertura do ensino fundamental e médio nas últimas décadas, a parcela de jovens com baixa instrução ainda é expressiva, quase 30% dos brasileiros entre 18 e 25 anos não concluem sequer oito anos de estudo formal. Esses dados mostram um descompasso em relação à tendência que já se observa na realidade produtiva, de estabelecer como exigência mínima de qualificação o ensino médio completo (atualmente 12 anos de estudo). O Brasil concentra a quinta maior juventude no mundo, sendo que aproximadamente 50% estudam e, destes, 56% apresentam defasagem idade/série.

Segundo a proposta do Programa Educação para a Nova Indústria seriam oferecidas 9 milhões de vagas para ensino industrial, desde o técnico-profissional até o nível de especialização, no período 2007-2010. Foram oferecidas cerca de 2 milhões de vagas em 2009.

Este estudo mostrou que mesmo sem considerar a necessidade de melhoria da qualidade da educação em geral, um enorme esforço precisa ser feito para ampliar a oferta de pessoal qualificado para todos os setores e níveis de

escolaridade, em especial para as engenharias, sobretudo, aeronáutica, naval, nuclear, minas e energia, principalmente Petróleo (Pré-Sal) e, Agroenergia, bem como para atender a demanda das indústrias nascentes (Bioindústria, Nanotecnologia e Equipamentos Médico Hospitalares), intensivas em tecnologia. Esta conclusão não é uma grande novidade, mas sua contribuição deste estudo está na sistematização e dimensionamento da oferta.

A Capacitação em Serviço é considerada estratégica deve abranger todas as áreas inclusive para Pesquisa Desenvolvimento e Inovação para criação de novos produtos, indicando que as próprias empresas se encarregam da formação especializada de seus novos colaboradores, que apenas precisam ter sólida base

em conhecimentos científicos e desenvolver capacidade de aprendizagem. Enfim, o cenário se apresenta muito promissor à intensificação da oferta de

qualificação de pessoal e quase todos os setores e áreas do conhecimento. Além do mais, a educação, independente da conjuntura da economia, desempenha papel de extrema relevância para inclusão social pelo trabalho. Nenhuma forma de educação em nenhum nível será um desperdício, sendo um Direito de Cidadania para todos.

11 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Uma planilha com dados de e-mails, telefones, endereço foi disponibilizada pelo FNDE, o que serviu de base para envio do questionário e dar seguimento à pesquisa.

Foram enviados e-mails com o questionário a 121 Executores de Escolas Técnicas Profissionalizantes de todas as regiões do Brasil, nomeado “Pesquisa Acadêmica - PROEP - Haroldo Vieira”, que pôde ser acessado no link “https://www.surveymonkey.com/s/pesquisa_academica_haroldovieira_proep_ucb”. É importante ressaltar que um Executor pode coordenar e executar mais de uma Escola Técnica Profissionalizante, como é o caso do Centro Paula Souza, localizado em São Paulo, que coordenou nove Escolas.

O destaque ao Centro Paula Souza se justifica pelo fato da Executora das nove Escolas, ter respondido o e-mail informando que foram respondidos nove questionários por este Centro.

Dos 121 e-mails enviados aos Executores, foram recebidos 22 questionários respondidos até o dia 23 de janeiro de 2012, o que representou 9,32% das Escolas Técnicas Profissionalizantes que fizeram parte do Programa PROEP.

Após envio dos questionários aos Executores das Escolas do Programa PROEP, foi construído e enviado um questionário aos Gestores do MEC/FNDE e do BID. Foi enviado o questionário, nomeado “Questionário-Haroldo Vieira-Gerencial”, que pôde ser acessado no link ”https://www.surveymonkey.com/s/haroldo_vieira_qu estionario_gerencial_mestrado”.

Foi enviado o questionário a oito Gerentes entre o BID, MEC e FNDE e foram recebidos seis questionários respondidos até o dia 23 de janeiro de 2012. Nesta oportunidade foram enviados questionários a dois Gestores do BID, dois do MEC e quatro do FNDE. O número de questionário enviado ao FNDE foi maior que ao BID e ao MEC, devido a Execução (Gerencial) de o PROEP ser hoje realizada por esta Unidade.

Ao questionário enviado aos Executores, classificaram-se as questões em quatro tipos, quanto a: (i) objetivos; (ii) resultados; (iii) melhoria e benefícios; (iv) acompanhamento dos projetos; e, (v) lições aprendidas e compartilhamento do conhecimento.

Na primeira questão foi solicitado que selecionasse o objetivo do projeto. Podemos observar uma maior concentração, representando 59,1%, em infraestrutura, seguido por objetivo pedagógico com 36,4%, e apenas 4,5% por modernização, como mostra a figura 3 abaixo:

Figura 3 - Questão 1 – Selecione o Objetivo do Projeto

Fonte: Questionário Survey Monkey. (2012)

Seguindo o tema quanto aos objetivos, foram questionados quais os atores envolvidos na escolha dos objetivos do projeto. Observamos que 50%, 11 escolas, tiveram os Consultores do MEC como atores envolvidos na escolha dos objetivos. Destacamos ainda que quase 41%, 9 escolas, dos objetivos do projeto foram envolvidos por outros atores, como mostra a figura 4 abaixo:

Figura 4 – Questão 2: Quais os atores envolvidos na escolha dos objetivos do projeto?

Dando início ao tema aqui considerado como resultados, questionou-se quanto ao alcance dos objetivos do Projeto PROEP. Considerando que 16 entrevistados afirmaram que os objetivos do Projeto PROEP foram plenamente alcançados, representado por 72,7% enquanto os 27,3% restantes, seis entrevistados, informaram que os objetivos foram atingidos parcialmente, podemos informar, a partir desta pesquisa, que a maior parte teve os objetivos plenamente atingidos, conforme figura 5.

Figura 5 – Questão 3: Os objetivos do Projeto PROEP foram alcançados?

Fonte: Questionário Survey Monkey. (2012)

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