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4. RESULTADOS

4.2 SÍNTESE DA CONJUNTURA MACROECONÔMICA: 2007 2009

4.2.1 Panorama Macroeconômico ano 2007

De acordo com o boletim de conjuntura do Banco Central, podemos observar que, no início de 2007, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), resolveu manter a estratégia de flexibilização da política monetária, o que levou o comitê, nas primeiras reuniões ordinárias do ano, a promover três cortes sucessivos de 25 p.b.5, na meta para a taxa Selic. Esse ritmo de redução significou um adequado posicionamento do comitê ante o cenário de aceleração da variação dos índices de preços, observado a partir do final de 2006.

A trajetória dos preços em 2006 traduzia, no início de 2007, os impactos da evolução dos preços nas principais commoditties, os efeitos do crescimento dos níveis de emprego, de renda, do crédito, das transferências governamentais e de outros impulsos fiscais ocorridos em 2006 e esperados também para 2007.

Nas reuniões realizadas em Junho e Julho, o Copom concluiu que a recente elevação da inflação em patamar consistente com as metas estipuladas, contrastando com as taxas relativamente elevadas que vinham persistindo desde o final de 2006, e que a maior contribuição do setor externo para a consolidação de um cenário favorável para a inflação, formaram um ambiente favorável para que as taxas de crescimento da demanda agregada e da oferta doméstica voltassem a se equilibrar em um prazo relevante para as decisões de política monetária, sem comprometer a direção tomada para a trajetória das metas de inflação. Assim decidiu-se elevar o ritmo de redução na meta Selic, em sucessivos cortes de 50 p.b.

Nas três ultimas reuniões do ano de 2007, o Copom pode avaliar que a evolução da economia mundial e a aceleração do aquecimento da economia doméstica eram justificativas para a redução nos estímulos monetários. Após uma reflexão sobre o aumento da probabilidade de que pressões inflacionárias viessem a apresentar riscos para a trajetória da inflação

5 O site Info Money traz a seguinte definição para Pontos Base (Basis Points):

Convenção utilizada, sobretudo, no mercado de renda fixa, é uma escala sendo que 100 pontos-base representam um ponto percentual. Dadas as relativamente pequenas variações que normalmente ocorrem no rendimento dos títulos de renda fixa, estas variações são normalmente expressas em termos de pontos base ao invés de pontos percentuais. Uma queda de rendimento de 5,55% para 5,52% pode ser mais facilmente visualizada como uma queda de 3 pontos base do que como uma redução de 0,03 ponto percentual.

doméstica, o Copom desistiu de reduzir a taxa Selic em mais 25 p.b, optando pela manutenção da meta para a taxa em 11,25% a.a.

No mercado de reservas bancárias, a Autoridade Monetária, atuou, principalmente, no recolhimento ou na injeção de recursos conforme as necessidades conjunturais para manter a taxa Selic efetiva em níveis próximos às metas nominais determinadas pelo Copom nas oito reuniões realizadas em 2007.

Devido à continuidade na eficácia da condução da política monetária, a economia do país pode absorver, sem grandes traumas, as turbulências enfrentadas pelo mercado financeiro internacional no segundo semestre de 2007, assegurando também que as expectativas internas não se abalassem com o ambiente de elevação dos preços agrícolas, isso fortaleceu as condições para que a variação anual do IPCA ocorresse dentro da meta estipulada pelo CMN no âmbito de metas inflacionárias.

As taxas de inflação obtiveram uma elevação em 2007 comparando-se com as taxas do ano anterior, essa elevação foi devida ao comportamento dos preços livres, que traduziu a intensificação do ritmo da atividade econômica e o aumento dos preços dos alimentos. A variação do IPCA, calculado pelo IBGE, manteve-se no intervalo estipulado como meta pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), atingindo 4,46%.

As condições do mercado de trabalho têm se favorecido bastante, devido ao crescimento da demanda, diante disto às contratações no mercado formal também têm se expandido nos diversos setores da economia; a taxa de desemprego esta situada nos menores patamares da série histórica, aparecendo sinais de escassez de mão de obra qualificada em segmentos específicos da economia.

A balança comercial teve seus superávits reduzidos devido a evolução dos níveis de consumo e investimento. Essa redução é decorrente dos aumentos nas importações de bens de capital e de bens de consumo, o que favorece, no curto prazo, o equilíbrio entre demanda e oferta, trazendo reflexos positivos sobre a estabilidade de preços e, no médio prazo o processo de adequação da capacidade da indústria instalada. Diante deste cenário verifica-se também que a confiança dos investidores estrangeiros tem se elevado em relação à consistência dos fundamentos macroeconômicos da economia brasileira.

O resultado global do balanço de pagamentos foi superavitário pelo sétimo ano consecutivo, tendo registrado um recorde anual de US$ 87,5 bilhões. A posição credora do

passivo externo líquido do país é influenciada pelo aumento expressivo nas reservas internacionais e também pela redução do estoque da dívida externa. A estratégia de redução da exposição cambial do setor público e de recomposição das reservas, adotada em 2003, vem sendo mantida e, isto vem trazendo maior solidez às contas externas do país e aumentando a resistência da economia a mudanças adversas no cenário externo, isto foi observado pelo impacto marginal sobre a economia do país no ambiente de turbulência nos mercados internacionais de crédito registrado a partir do desenvolvimento da crise no mercado subprime 6 dos EUA.

Em 2007 foi registrado o ingresso líquido de US$ 87,5 bilhões no mercado de câmbio doméstico, criando condições para que o Banco Central elevasse a compra de divisas no mercado a vista, com liquidação de US$ 78,6 bilhões, dos quais US$ 57 bilhões no primeiro semestre do ano. Este fato teve como resultado um aumento nas reservas internacionais, estas mais que dobraram no ano, passando de US$ 85,8 bilhões, ao final de 2006, para US$ 180,3 bilhões, em 2007. Ressaltando que a manutenção dessa estratégia pelo Banco Central observou, a exemplo de anos anteriores, as condições propícias de mercado a cada momento, tendo como objetivo não adicionar volatilidade ao mercado cambial, nem assumir qualquer compromisso com o nível da taxa de câmbio.

De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2007, o PIB cresceu 5,4%, o que representa a maior alta na taxa desde 2004. Diante deste resultado, ficou evidenciado que o processo de fortalecimento da economia interna, que contou com a elevação dos investimentos no período. Essa elevação no PIB foi conseqüência de expansões em seus componentes. A agropecuária aumentou 5,3%, a atividade industrial cresceu 4,9%, a produção e distribuição de eletricidade, gás e água cresceu 5%, o setor de extração mineral expandiu 3%, o setor de serviços obteve uma expansão de 4,7%. Ainda pode-se observar um acréscimo de 8% nos segmentos de informação;, 3,5% nas atividades imobiliárias e aluguel; 2,3% outros serviços; e 0,9% na administração, saúde e educação pública .

A parcela de contribuição da demanda interna para o crescimento do PIB alcançou 6,8 pontos percentuais (p.p.) em 2007. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) se expandiu em 13,4%, seguindo-se as expansões do consumo das famílias, 6,5%, e do governo, 3,1%. Ao

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São financiamentos imobiliários de alto risco, a que se sujeitam tomadores de empréstimos com menor crédito, portanto pagam juros mais altos.

contrario destes, o setor externo contribuiu negativamente com 1,4 p.p. para a evolução anual do PIB, resultado condizente com os desdobramentos do maior vigor da demanda interna. Nesse sentido, enquanto as exportações de bens e serviços cresceram 6,6%, no ano, as importações, relevantes para o aparelhamento do parque industrial e para o equilíbrio entre a demanda e a oferta de bens de consumo, elevaram-se 20,7%.

Os sucessivos resultados trimestrais favoráveis em 2007 puderam ser refletidos no desempenho do PIB desse período. Deixando evidente a percepção de recuperação do ritmo de crescimento da economia, influenciada, principalmente, pelo crescimento contínuo da renda real e do emprego, pelo bom desempenho do setor agrícola e pelos reflexos da flexibilização da política monetária.

Quanto aos investimentos, as contas trimestrais do IBGE mostraram que em 2007 os investimentos, excluídas as variações de estoque, tiveram um aumento de 13,4%, o que configura a maior taxa anual desde 1994 e o quarto resultado positivo consecutivo. Esse aumento evidenciou a confiança do empresariado na continuidade do ciclo de expansão, da economia, construindo um indicativo da manutenção, no médio prazo, da capacidade produtiva em patamar compatível com a demanda interna.

No quarto trimestre de 2007 o desempenho dos investimentos obteve um resultado bastante significativo em relação ao mesmo período de 2006. O setor de infra-estrutura mostrou- se confiante para as expansões, registrando elevações anuais de 62% e 104%, respectivamente.

A taxa de juros utilizada como indexador de financiamentos junto ao BNDES, Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), teve uma redução ao longo do ano, passando de 6,85% a.a., no final de 2006, para 6,5% a.a., no primeiro trimestre de 2007, e para 6,25% a.a. no terceiro trimestre deste mesmo ano, essa redução se configurou ate o último trimestre de 2007. Estas reduções puderam favorecer a continuidade dos investimentos e manter o ambiente de estabilidade da economia.

Indicadores Macroeconômicos 2007

PIB

(%) Selic (%) IPCA (%) Câmbio R$/US$

Consumo adm. Pública (R$ Milhões) FBCF (R$ Milhões) Balança Comercial (US$ Milhões) Consumo Final (R$ Milhões) Reservas Internacionais US$ (Milhões) Índice Ibovespa (%) 5,40 11,18 4,46 1,77 517.286,77 455.213,28 40.031,63 2.096.902,89 142.688,81 3,1467

Tabela 2: Indicadores Macroeconômicos Ano 2007

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