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5 Proposta de Interpretação da TRIZ para Projetos de AEC

5.1.3 Parâmetros de Engenharia (PEs) para Projetos de AEC

De maneira semelhante, faz-se necessária a realização de uma abstração dos PEs formulados por Altshuller para a TRIZ clássica (apresentados na Tabela 3 e descritos no Anexo B). Este tópico apresenta a interpretação dos 39 PEs em termos de projetos do setor de AEC, complementando o trabalho anterior de Kiatake (2004) que interpretou os PEs para projetos arqutetônicos.

PE-1. Peso do objeto em movimento: o "objeto em movimento" pode ser interpretado como a etapa do projeto executivo ou como a "construção em funcionamento", ou seja, uma construção em operação (lotação máxima). No primeiro caso refere-se a modificações que vão ocorrendo no decorrer da obra. Já no segundo, pode ser o peso de um estádio, considerado com a sua capacidade máxima de lotação e movimentação das pessoas sobre a arquibancada ou uma ponte em operação.

PE-2. Peso do objeto parado: pode-se considerar "objeto parado" como sendo a própria construção estática (um edifício, uma ponte, uma rodovia).

PE-3. Comprimento do objeto em movimento: é o comprimento de um determinado objeto ou elemento estrutural considerando a construção em funcionamento. Por exemplo, o comprimento de uma porta de correr é a medida do vão de abertura, mais o comprimento da porta, necessário para deixar o vão totalmente aberto.

PE-4. Comprimento do objeto parado: refere-se ao comprimento ou altura do edifício ou de um elemento construtivo ou extensão de uma ponte ou rodovia, por exemplo.

PE-5. Área do objeto em movimento: é a área necessária para a realização da função útil do projeto. No caso de obras, pode ser a área necessária de fôrmas ou pintura, enquanto que no caso de “construção em funcionamento” pode ser o espaço necessário para circulação de pessoas, veículos etc.

PE-6. Área do objeto parado: área da construção em si.

PE-7. Volume do objeto em movimento: pode ser “volumes de obra” como volumes de corte e aterro ou o volume da construção considerado juntamente com o seu meio ambiente de funcionamento (entorno).

PE-8. Volume do objeto parado: é a volumetria da construção em si.

PE-9. Velocidade: pode-se referir ao processo de projeto ou ao processo de execução.

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PE-10. Força: forças internas e externas à estrutura, podendo-se considerar a força proveniente de cargas estruturais, ventos, marés, movimentações geológicas etc.

PE-11. Tensão ou Pressão: é a intensidade de forças que atuam sobre um objeto ou sistema, medida como a força de compressão ou tensão por unidade de área (idem ao original).

PE-12. Forma: é a aparência ou contorno externo de um objeto ou sistema. A forma pode ser mudada total, parcial, permanente ou temporariamente, devido às forças que atuam sobre o objeto ou sistema (idem ao original).

PE-13. Estabilidade da composição: diz respeito à interação entre os sistemas prediais ou entre os elementos estruturais, ou ainda, à flexibilidade da forma, do uso etc., da construção.

PE-14. Resistência: considera-se a resistência dos elementos de projeto em relação à força, velocidade e tensão.

PE-15. Duração da ação do objeto em movimento: refere-se à durabilidade, tanto da construção em si (considerando o seu uso contínuo), quanto do propósito do edifício ao longo do tempo.

PE-16. Duração da ação do objeto parado: refere-se à durabilidade da construção ou elemento construtivo.

PE-17. Temperatura: refere-se ao conforto térmico ou da consideração da variação da temperatura no cálculo estrutural (dilatação e contração das estruturas).

PE-18. Brilho: é a razão entre energia de luz e a área que está sendo iluminada no sistema. Brilho inclui a qualidade da luz, o grau de iluminação e outras características da luz (fatores de insolação e luminotécnica).

PE-19. Energia gasta pelo objeto em movimento: refere-se a todos os tipos de energia gastos na fase de execução (obra) ou pelo elemento construído durante seu uso ou operação.

PE-20. Energia gasta pelo objeto parado: refere-se a todos os tipos de energia gastos pela construção apenas para se sustentar, quando não está em uso.

PE-21. Potência: pode-se considerar a potência como um recurso associado ao espaço necessário para acomodar as funções. Quanto maior a “potencialidade”, maior capacidade de acomodação de funções em um mesmo espaço.

PE-22. Perda de energia: aos recursos desperdiçados, tanto naturais quanto artificiais (tecnológicos).

PE-23. Perda de substância: pode-se considerar: a) desgaste, contração ou retração de material; b) falta de segurança, que facilita furtos e perdas; c) diminuição de material ou substância devido ao aumento de consumo, com o passar do tempo.

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PE-24. Perda de informação: refere-se à quantidade e qualidade dos dados para realização do projeto.

PE-25. Perda de tempo: pode estar associado ao tempo perdido em obras decorrente de mudanças no projeto ou ao tempo que o usuário gasta para obter a função útil. O tempo pode estar atrelado, dessa forma, à complexidade do sistema ou ao espaço percorrido.

PE-26. Quantidade de substância: é o número de elementos ou a quantidade de um elemento utilizada para criar um objeto ou sistema, podendo-se considerar a quantidade de material ou processo construtivo.

PE-27. Confiabilidade: é a habilidade de um objeto ou sistema de, adequadamente, realizar a sua função requerida, durante algum período de tempo, ou ciclos (idem ao original).

PE-28. Precisão de medição: é o grau em que uma medição é aproximada ao valor real da quantidade que está sendo medida (idem ao original).

PE-29. Precisão de fabricação: é o grau de correspondência entre os elementos de um objeto ou sistema às suas especificações de projeto (idem ao original).

PE-30. Fatores externos indesejados atuando no objeto: são influências externamente produzidas, que atuam sobre um objeto ou sistema, que reduzem eficiência e qualidade. Podem ser fatores externos da natureza ou produzidos pelo homem, que atuam sobre a construção ou elemento construtivo.

PE-31. Fatores indesejados causados pelo objeto: são influências internamente produzidas, que atuam sobre um objeto ou sistema, que reduzem eficiência e qualidade. Podem ser impactos (visuais, ambientais etc.) causados pela edificação, pólos geradores de tráfego, desalojamento de habitações para realização de uma grande obra etc.

PE-32. Manufaturabilidade: é a conveniência e facilidade de execução da construção.

PE-33. Conveniência de uso: é a conveniência e facilidade de operação ou utilização de um empreendimento.

PE-34. Manutenção: é a conveniência e facilidade pela qual uma construção é restaurada para condição de operação, após algum dano ou uso intenso.

PE-35. Adaptabilidade: é a habilidade de um empreendimento de se reformular ou reorganizar conforme a modificação das condições externas (meio ambiente, função etc.).

PE-36. Complexidade do objeto: é a quantidade e diversidade de elementos que formam o sistema construtivo, incluindo as relações entre os elementos. A

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complexidade pode também descrever a dificuldade de gerenciar o empreendimento.

PE-37. Complexidade de controle: é a quantidade e diversidade de elementos usados para medir e monitorar a construção, assim como o custo de medição para um erro aceitável.

PE-38. Nível de automação: é a habilidade do sistema realizar operações, sem interação humana.

PE-39. Capacidade ou Produtividade: é a velocidade de produção, ou seja, a relação entre o número de vezes que uma operação é completada e a quantidade de tempo que se leva para realizá-la.

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