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CAPÍTULO 2 – Parte 1

2.1. Método

2.1.2. Participantes

por uma equipe clínica de uma instituição educacional para autistas. Posteriormente, o diagnóstico foi confirmado por um renomado neurologista especialista em transtornos globais (invasivos) do desenvolvimento, conforme critérios da literatura atual (DSM-IV, CID-10 para diagnóstico de síndrome de Asperger e autismo. Foram considerados autistas de alto funcionamento os indivíduos que, inicialmente haviam recebido diagnóstico de autistas, mas que – com o curso do desenvolvimento – passaram não mais a obedecer os critérios do DSM-IV e CID-10 para autismo ou qualquer outro transtorno global do desenvolvimento):

2.1.2.1. Participante 1 - M.G.F.C., sexo masculino, nascido em 08/05/91, com idade de 8 anos na época da coleta de dados da parte 1 deste estudo e com 12 anos de idade na época de coleta de dados da parte 2 . Em julho de 97, quando a criança estava com seis anos e dois meses, os familiares procuraram a escola especial, encaminhados pela diretora da escola regular (pré-escola) que o aluno freqüentava na época. A professora e a diretora tinham queixas da inadequação social e da fala rebuscada da criança, além do fato da

criança demonstrar boa capacidade de leitura e escrita para a idade e excelente memória (decorava símbolos e slogans de lojas, bancos e produtos, além de siglas relacionadas à política). Os pais tinham a certeza de se tratar de uma criança superdotada, dado o aparecimento espontâneo da leitura e escrita, à excelente memória, ao fato “dele falar como gente instruída” (fala pedante) e “de só falar de política”. A equipe diagnóstica da escola especial realizou a avaliação da criança em sessões de atendimento individual e em observações na escola que ele freqüentava e, então se chegou à hipótese diagnóstica de síndrome de Asperger, devido a uma série de aspectos: aparecimento da leitura e escrita em idade precoce e de forma espontânea; discurso estereotipado; fala enciclopédica e, também, devido aos seus interesses específicos em placas de caminhão, siglas de partidos políticos e demais assuntos não usuais à sua faixa etária, e ao não aparecimento de sintomas autísticos até os trinta meses de idade (observações quanto à fala e linguagem feitas pela fonoaudióloga da equipe clínica). Posteriormente, a hipótese diagnóstica foi confirmada por renomado especialista na área (neurologista infantil especialista em transtornos globais do desenvolvimento). Na época do diagnóstico, freqüentava uma unidade de ensino infantil, numa classe pré-escolar. Após realizado o diagnóstico, a equipe clínica e pedagógica da escola especial se responsabilizou junto à escola regular em fornecer apoio e orientação para que o aluno continuasse na pré-escola. Concomitantemente, em período oposto, passou a cursar a escola especial (em agosto de 1997), para atendimento pedagógico e clínico (em Psicologia, Psiquiatria e Terapia Ocupacional). No ano de 1998, quando a criança estava com seis anos e sete meses, cursou a primeira série do Ensino Fundamental, pois apresentava desempenho acadêmico muitas vezes superior aos de seus colegas de classe, principalmente em disciplinas como Português e História, que exigem maior habilidade dissertativa. Apresentava dificuldades em matérias que exigem raciocínio, como Matemática. Freqüentou as demais séries nos anos posteriores, sem mais intercorrências. Em 2003, freqüentou a sexta série do Ensino Fundamental em rede regular de ensino público.

2.1.2.2. Participante 2 – W.G.S., sexo masculino, nascido em 14/04/91, com 8 anos na época da coleta de dados da parte 1 deste estudo 1 e com 12 anos na época da coleta de dados da parte 2. Em novembro de 1993, quando a criança tinha dois anos e sete meses, a

família procurou o setor de Psiquiatria de um hospital da cidade com queixas sobre o isolamento da criança e a ausência de fala. Em tal setor, recebeu o diagnóstico de autismo infantil e foi encaminhado à uma escola especial. A equipe diagnóstica desta escola, com as observações do desenvolvimento do aluno (realizadas entre as idades de dois anos e onze meses aos cinco anos e dois meses), considerou a hipótese de autismo de alto funcionamento, dado o seu desenvolvimento de fala e linguagem e interesses pouco usuais e desenvolvidos, espontaneamente, por programação de TV e programas políticos, e por demonstrar excelente memória. A hipótese diagnóstica foi confirmada por renomado especialista na área (neurologista infantil especialista em transtornos globais do desenvolvimento), para o qual a criança foi encaminhada na época (criança, então, com quatro anos e onze meses). A família procurou a escola especial em março de 1994, quando a criança tinha dois anos e onze meses; nesta época, a criança passou a freqüentar a escola especial no período da manhã e receber atendimentos clínicos nas áreas de Psicologia, Terapia Ocupacional, Psiquiatria, além do atendimento educacional. Passou a se desenvolver rapidamente, com melhora da interação social. Desenvolveu fala espontaneamente aos cinco anos e dois meses, quando começou a falar frases completas (observações feitas pela fonoaudióloga da equipe clínica da instituição). Esteve na escola especial por um período de três anos (até março de 1997), sendo desligado no início do ano letivo de 1997, quando passou a freqüentar uma Unidade Municipal de Educação Infantil (em sala infantil II). No ano de 1998, mudou de Unidade e foi transferido para o ensino infantil (classes de pré-escola municipal), adaptando-se bem socialmente. Há relatos da professora e diretora da escola de que o aluno, no ano de 1999 (criança então com oito anos), estava adaptado à classe, acompanhando-a em seus interesses e tarefas. A equipe pedagógica e clínica da escola especial forneceu apoio e orientações às unidades de educação infantil que receberam este aluno. Entre os anos de 2000 e 2003 freqüentou as quatro primeiras séries do Ensino Fundamental em escola regular de ensino público estadual.

2.1.2.3.. Participante 3 - D.C.N., sexo masculino, nascido em 19/06/1991, tinha 8 anos na época da coleta de dados da parte 1 deste estudo e 12 anos na época da coleta de dados da parte 2. No ano de 1993, tendo a criança dois anos de idade, foi realizado diagnóstico de

autismo infantil, devido aos sinais de isolamento e ausência de comunicação. Porém, como a criança apresentou um bom desenvolvimento posterior, a família desejou rever o diagnóstico, procurando um neurologista especialista em transtornos globais do desenvolvimento, que então forneceu o diagnóstico de autismo de alto funcionamento. Nunca freqüentou escola especial, estando integrado ao ensino regular desde o início de sua vida escolar (em 1996): freqüentou a mesma escola particular desde a pré-escola (por dois anos consecutivos) até a quarta série. No ano de 2003, freqüentou a quinta série do ensino fundamental em escola regular de ensino particular e teve dificuldade de adaptação ao maior número de professores.

2.1.3. Local – este estudo ( parte 1 e 2 ) foi realizado em sala de atendimento