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A PARTIR DO CURSO, COMO TÊM SIDO USADOS OS RESULTADOS ESCOLARES?

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A PARTIR DO CURSO, COMO TÊM SIDO USADOS OS RESULTADOS ESCOLARES?

CATEGORIA RESPONDENTES PERCENTUAL

Para nortear o planejamento 88 98,88%

Apenas para informar a nota dos alunos

00 00%

Não são usados 01 1,12%

TOTAL 89 100,0%

GRÁFICO 8

A PARTIR DO CURSO, COMO TÊM SIDO USADOS OS

RESULTADOS ESCOLARES?

88

01

Para nortear o

planejamento

Apenas para

informar a nota

dos alunos

Não são usados

No que tange aos pontos positivos do projeto, ficou claramente sinalizado que os professores pesquisados passaram a entender o sentido e o valor da avaliação do ensino e da aprendizagem no processo educacional.

Na oportunidade, pode-se buscar Marques para confirmar que:

A formação do professor em curso de licenciatura tem como requisito intrínseco a formação do educador/pedagogo para a atuação coletiva, em equipe, na sala de aula. Uma atuação que, mesmo e porque distinta em seus tempos, ritmos e referenciais na especificidade de cada campo do saber, não deixa nunca de ser coletiva e de exercer-se no mesmo chão comum da sala de aula com sua turma de alunos, mais ou menos fixa, mas caracteristicamente única e diversa. (MARQUES, 1992. p. 146).

Outro ponto da análise que vale ressaltar é que nenhum dos professores pesquisados respondeu que as avaliações servem apenas para informar a nota dos alunos. Esta resposta também pode ser considerada como um grande avanço na prática pedagógica, a partir do projeto.

Questionado se a avaliação tem possibilitado diagnosticar as necessidades de aprendizagem dos alunos, grande parte dos professores (62,92%) entende de forma positiva. Um grupo de professores (35,96%) ainda percebe de forma restrita essa possibilidade da avaliação. Apenas 01 professor, dos 89 pesquisados, respondeu que não vê possibilidade de usar a avaliação para diagnosticar as necessidades de seus alunos.

Em se tratando de qualidade do ensino, mesmo sendo insignificante o índice de resposta negativa na questão da avaliação, há que se resgatar uma maior compreensão do professor sobre o que representa a avaliação em termos de diagnose para auxiliar no contexto do processo de ensino e de aprendizagem.

4. 4. 8 - Responsabilidade na intervenção educativa em sala de aula.

O aspecto relativo à responsabilidade na intervenção educativa, obteve um resultado altamente positivo, tendo em vista que a grande maioria passou a entender melhor o desenvolvimento dos alunos, com os conhecimentos adquiridos no Projeto Professor Nota 10.

O Projeto também ampliou a criticidade, dando a autonomia necessária aos professores para as intervenções no processo ensino-aprendizagem, a partir do planejamento e do embasamento teórico.

Foi relatado, ainda, que o papel do professor não é repassar conteúdos e sim fazer com que os alunos aprendam a pensar. Há que se ressaltar o fato de que pouquíssimos professores não apresentaram alteração nesse aspecto, pelo motivo de que já tinham esse comportamento antes do projeto. Percebe-se que os professores já tinham preocupação com seus alunos, apenas aprenderam a fundamentar suas intervenções. Pelo visto, foi nessa perspectiva que o Projeto favoreceu.

Seguem alguns posicionamentos dos professores:

“Cada aluno tem uma história, uma necessidade, e como professor tento melhorar a minha prática”.

“Passei a observar o social e o familiar dos meus alunos”.

“Tenho hoje uma melhor consciência do que deve ser realizado em sala de aula”.

“Pude perceber com mais detalhes outras possibilidades de intervenção”.

“Pude analisar em que momento as teorias me apareciam nessas intervenções”.

“Maior dedicação em planejar e bem, visando o interesse dos alunos”. “Passei a mediar de acordo com a realidade”.

“O curso dá base e confiança de intervir no processo”.

“Antes, eu transmitia o conteúdo, aplicava a prova, hoje avalio todo o processo para identificar onde o aluno precisa de mim”.

“Procuro diagnosticar as dificuldades dos meus alunos, assim posso intervir para melhorar”.

“Sinto-me mais preparada para ajudar meu aluno a superar suas dificuldades”.

“Sinto-me ainda mais responsável”.

“Sensação de maior segurança para agir com o aluno”. “Tornou-se mais fácil ensinar e aprender”.

“Passei a ficar mais próxima de meus alunos e descobri suas maiores dificuldades e procurei meios para solucionar”.

4. 4. 9 - Compreensão e vivência do papel sócio–político do professor.

Todos os professores consideraram que compreendem bem seu papel na sociedade e junto à comunidade escolar, sendo que a maioria percebeu essas mudanças a partir do Projeto Professor Nota 10. Outros professores, no entanto, já tinham esse comportamento antes do projeto, não apresentando, portanto, qualquer mudança.

Seguem as considerações dos professores:

“Preparo as aulas levando em conta a realidade social, econômica e política dos alunos”.

“Quem muda, muda o mundo”.

“O crescimento foi muito grande, pois tivemos palestras, discursos e debates, além dos próprios fascículos do curso”.

“O curso possibilitou a compreensão do papel sócio-político do professor”. “Percebo a importância do professor para o desenvolvimento do país”. “Novos horizontes foram descobertos”.

“Houve grandes avanços nessa área”.

“Agora consigo trabalhar coletivamente com os colegas”.

“Considero-me mais envolvida com o profissional, dedicando-me mais intensamente aos objetivos propostos”.

“Passei a ver mais de perto os problemas sociais”.

“Melhorou o relacionamento com os pais, com os colegas”. “Antes nem pensava nesse papel”.

“Vejo a importância de despertar no cidadão o interesse por si mesmo, pelo futuro e dentro de um contexto, orientá-lo para o melhor cumprimento dos seus deveres, na construção de uma sociedade melhor”.

“No curso, aprendi que o professor deve manter um caráter investigatório”. “Entendi meu papel como formadora de opinião”.

“No início trabalhava por dinheiro, hoje tenho prazer em trabalha na educação de Jovens e Adultos”.

“Melhor visão da importância de desenvolver uma consciência crítica e cidadã com os alunos”.

“Já possuía boa compreensão”.

“Já havia em mim a idéia político-social”.

“A compreensão surgiu desde minha escolha em ser professor”. “Não houve avanço significativo”.

“Não houve enriquecimento”.

“Sempre soube do papel do professor”.

4. 4. 10 - Participação na gestão da escola.

Percebe-se um avanço, mas ainda tímido em relação ao que era esperado. Há que se ressaltar que os professores entendem a importância de sua participação no processo de gestão, entretanto não conseguem esse espaço. Afirmam que o contexto é culturalmente tradicionalista e as mudanças são processos que exigem paciência e persistência. Pode-se considerar que o curso deu elementos e que houve avanços, mas, ainda, contidos.

Algumas citações dos professores:

“Participo de todas as reuniões, mas não costumo opinar sobre a gestão”. “Critico com melhores argumentações”.

“Maior envolvimento na construção dos projetos”. “Sempre participei da gestão”.

“O Projeto Professor Nota 10 vem dando importância de participação na gestão”.

“Adquirindo novos conhecimentos podemos ajudar a direção”. “Tornei-me mais participativo e crítico”.

“Passei a ser mais atuante nas decisões da gestão escolar”. “Consegui expor idéias e opiniões junto à direção”.

“Possuo condições melhores para ajudar o gestor e também fiscalizar sua atuação”.

“Sinto-me na obrigação de vestir a camisa e sair em busca de melhorias para a escola”.

“Ainda não existe abertura para todos”.

“Sempre tive dificuldade em participar das decisões e discussões”. “Não participo, não avancei”.

“Parece que quem faz o Nota 10 atrapalha a escola”. “Não houve nenhuma alteração, a escola é muito fechada”.

“Nada mudou”.

“Poucas mudanças devido às barreiras históricas”. “A gestão ainda está muito restrita aos superiores”. “Infelizmente a escola não é aberta ao Projeto”.

4. 4. 11 – Aplicação dos conhecimentos adquiridos no curso.

Percebe-se nitidamente que os avanços deram-se mais na parte pedagógica do que na área de gestão escolar. Os novos conhecimentos foram aplicados no planejamento coletivo, nas coordenações pedagógicas, bem como em sala de aula. Os professores passaram a expor as novas convicções, ficaram mais críticos e estão avaliando mais. Mas a grande maioria aplicou os novos conhecimentos em projetos desenvolvidos na escola e efetivamente na construção do projeto político pedagógico da escola. Os grandes avanços se efetivaram por meio de projetos.

Seguem dizeres dos respondentes:

“Compartilho com os colegas as atividades do curso”. “Na coordenação pedagógica e em sala de aula”. “Para decidir temas de projetos”.

“Expondo as novas convicções, critico onde a avaliação é fundamental”. “No envolvimento de questões ambientais e projetos culturais”.

“Modifiquei minha prática pedagógica e sinto-me como mediadora”. “Por meio de projetos”.

“Práticas inovadoras”.

“Principalmente nas metodologias”.

“Os conhecimentos contribuíram no desenvolvimento da didática em sala de aula”.

“Na criação do projeto político pedagógico”. “Nas atividades orientadas”.

“Procurei aplicar tudo”.

“Questionando e argumentando durante a coordenação”.

“Ajudando no aperfeiçoamento do trabalho e utilização da teoria”.

“O curso me deu embasamento para crescer principalmente como educadora, onde apliquei aulas mais dinâmicas, ativas diferentes e prazerosas”.

“Minha escola não dispõe de recursos e as salas são superlotadas”. “O curso não ampliou os meus conhecimentos”.

“O curso ficou muito a desejar”. “Não houve avanço significativo”.

4. 5 – A percepção dos gestores escolares

As escolas selecionadas para se realizar as entrevistas tinham em sua equipe de quatro a sete professores que fizeram o Projeto Professor NOTA 10. E os diretores entrevistados tinham um tempo de trabalho efetivo nessas escolas, em média, de quatro anos, o que favoreceu o acompanhamento dos professores.

4. 5. 1 - Prática pedagógica / comportamentos sociais / atitudes

profissionais.

Os gestores das quatro escolas pesquisadas afirmaram que os professores mudaram em muito suas atitudes, seu compromisso com a prática pedagógica, passaram a compreender mais suas funções sociais e estão mais conscientes de seu papel profissional.

Os gestores que participaram das entrevistas, dando depoimentos, serão identificados como A, B, C e D. Seguem algumas das informações dos gestores escolares.

GESTOR A:

- Alguns professores estão mais pacientes e mais dedicados. - Passaram a integrar os conteúdos trabalhados.

- A prática pedagógica ficou mais enriquecida e há maior participação no planejamento. Facilidade de entender a filosofia do currículo da educação básica.

- Os professores ficaram menos inibidos e passaram a apresentar mais coragem aos se exporem nas reuniões.

- Estão bem mais conscientes. Passaram a ter maior percepção das políticas.

- Observa-se que têm mais conhecimentos do que os professores que fizeram licenciatura há mais tempo.

- Passaram a analisar o PPP e a dar sugestões. Passaram a se posicionar. - Os resultados educacionais melhoraram. O rendimento dos alunos é melhor. - Houve uma valorização dos professores com o projeto. A auto-estima melhorou.

- Com o nível superior, passaram a receber um olhar diferente na escola. GESTOR B:

- Os resultados escolares, os índices de aproveitamento, o interesse dos alunos, são pontos positivos aos professores que passaram pelo Projeto.

- Os pais preferem que seus filhos estudem nas turmas em que os professores fizeram o Projeto Professor Nota 10.

- Os professores apresentam maior segurança na prática pedagógica. Estão mais seguros nas discussões com os colegas.

- Observadas mudanças de vida.

- Alguns projetos desenvolvidos na escola vieram do Projeto. Influência dos conhecimentos de forma imediata na escola. Feed-back imediato.

GESTOR C:

- É evidente que houve mudança significativa nos professores que cursaram o Projeto. É notório que existe avanço.

- Eu acompanho a atuação dos professores pelo planejamento e percebo que os professores que estão no projeto são mais sensíveis, mais abertos. Até argumentam mais, mas são mais sensíveis.

- Os pais dos alunos dos professores que fizeram o Professor Nota 10 reclamam menos.

- As informações recebidas no curso de pedagogia são informações de ponta. - Os professores do Projeto são mais receptivos e mais abertos ao planejamento educacional enquanto os mais antigos mostram-se mais restritos à discussão.

- Houve melhoria nos resultados escolares, garanto que sim. Para o aluno é um ganho.

- Possibilidade de estudo no horário de trabalho e pago pelo governo. Eles não vêem como ganho. Quando eu fiz faculdade paguei minhas despesas. Aqueles professores que tiveram que pagar e estudar à noite, ficam chateados. “Ralaram” e agora os colegas fazem Faculdade no horário do trabalho.

- Escolas que agem de forma diferente, em termos de proteção, dispensando os professores do Projeto da coordenação. Isso complicou. Professores não queriam vir para esta escola porque tinha que estar na coordenação. Aqui é que nem quartel.

- No início os professores eram mais tímidos, após a Faculdade eles estão mais participativos.

- A escola cresce sempre com o crescimento dos professores. - É uma coisa emocionante de se ver.

- O professor passou a ser pesquisador.

GESTOR D:

- Os professores mudaram em todos os sentidos. Na elaboração do planejamento das aulas, na distribuição dos conteúdos, na coordenação pedagógica.

-Compreendem melhor o processo do Conselho de Classe. Passaram a ter mais segurança na condução do trabalho pedagógico.

- Pode-se dizer que são professores pesquisadores. Observou-se que os diálogos ficaram mais ricos. Notou-se um crescimento durante todo o tempo da faculdade.

- O projeto Vida, desenvolvido na escola, partiu de uma das aulas do curso de Pedagogia. Foi tão integrado que a própria cor da escola passou a ser verde.

- Os professores aprimoraram as intervenções, são transformadores de situações.

- Praticamente são mediadores da valorização da pessoa humana.

- Os professores superaram o esperado. Foram além das expectativas.

- Assumi a direção da escola com a intenção de fazer uma gestão diferenciada e os professores do projeto ajudaram a concretizar o trabalho.

- Os professores que participaram do projeto são “catalisadores”.

- A vida desses professores mudou como um todo, além da parte profissional. Eles ampliaram os horizontes.

- Quando o professor pesquisa no seu próprio ambiente de trabalho, ele já vai aplicando os conhecimentos, automaticamente.

- Os professores que faziam o “Nota 10” davam mais valor aos acontecimentos na faculdade do que ao que acontecia na escola.

- Num primeiro momento, os professores tinham a aparência de “nariz em pé”. - Formou-se um “quisto” na escola, tendo em vista que os participantes do Projeto recebiam maior atenção por parte do Sistema, pois tinham autorização para freqüentar um curso de nível superior no horário do trabalho. Muitos professores não tiveram essa oportunidade. Foi difícil administrar essa questão. Precisou de muita sensibilidade da escola para dissolver esse quisto.

- Outro fator difícil de gerenciar era quando as aulas da faculdade terminavam mais cedo. Uns professores retornavam à escola e outros não. Isso interferiu na gestão. O diretor não tinha controle dos professores, nesse aspecto. A faculdade

deveria ter um mecanismo para comunicar aos diretores sobre o andamento das aulas.

- A seleção dos cursistas também interferiu na gestão da escola. Alguns professores não iam às aulas na faculdade e também não iam ao trabalho na escola. Usavam o “Nota 10” como desculpa para não estarem presentes na escola.

- Alguns usavam o curso como pretexto para faltar ao trabalho. A direção da escola ficava sem saber qual a medida correta para resolver a situação.

- Tais questões, aos poucos, foram sanadas. Mas entendem que deveria haver mecanismos de controle mais eficazes.

- Deveria haver relatório semanal ou mensal para controle de presença, por parte do Sistema.

4. 5. 2 – Breve discussão.

Face aos posicionamentos dos gestores, cabe iniciar uma breve discussão. Que o projeto Professor Nota 10 desencadeou novas posturas dos professores não há a menor dúvida, pois todos os entrevistados (100%) pontuaram essa questão.

Nota-se plenamente que os gestores indicaram um significativo avanço pedagógico desses professores no que diz respeito ao planejamento e condução das aulas. O projeto ampliou os conhecimentos o que contribuiu para melhorar a prática pedagógica.

Na visão dos gestores, a questão da auto-estima elevada dos professores foi um ponto positivo do projeto. Percebe-se que o trabalho acadêmico exerceu

influência nas atitudes profissionais. Sentem-se mais valorizados no papel de professor e enquanto ente social.

Existe o conceito de que o trabalho não pode ser mais encarado como um meio puro e simples de manter a sobrevivência, mas algo que supera tudo isso, com significados estéticos, de auto-realização, promovendo o sentimento de prazer (MARQUES, 1992).

Pelas afirmações dos gestores, e como eles estiveram bem próximos dos professores durante o período do curso, portanto com um excelente potencial de observação, pode-se dizer que o projeto proporcionou as condições acima, propostas por Marques, como auto-realização, elevação de auto-estima e sentimento de prazer no trabalho.

Também foi observado o crescimento dos professores na área sócio-política e na área de gestão. Estão mais participativos e mais questionadores. Todos os gestores afirmaram que os professores passaram a participar efetivamente das discussões sobre o PPP da escola.

Entretanto, mesmo com uma grande parte dos professores atuantes na gestão da escola, foram detectados pontos nevrálgicos nesse aspecto relacionado à participação efetiva na gestão.

Observa-se que o projeto trouxe algumas inquietações aos gestores na condução do dia-a-dia da escola. Ao que tudo indica, nas escolas havia dois grupos, o dos que estavam integrando o projeto Professor Nota 10 e o dos que já haviam cursado o nível superior, por conta própria. O último grupo não obteve benefícios da Secretaria de Educação e, portanto, despendeu recursos próprios para pagamento da faculdade e teve de cursar fora do horário de trabalho. Percebeu-se, assim, uma

indisposição entre os grupos simplesmente pela falta de oportunidade de um deles em ter os benefícios do outro grupo.

Isso, de certa forma, afetou a condução da gestão. Houve dificuldade para administrar os grupos, mas a sensibilidade dos gestores foi importante para conduzirem esses dilemas, que foram, aos poucos, se diluindo.

Assim, os professores, ao ampliarem seus conhecimentos, trouxeram, imediatamente, respostas positivas à escola como o melhor aproveitamento dos alunos, ao ponto de os pais escolherem para seus filhos as turmas em que os professores do projeto Professor Nota 10 lecionavam.

Os gestores observaram que os professores passaram a se inquietar com o processo pedagógico. Estão questionando mais.

Foi unânime a informação dos gestores de que os resultados escolares melhoraram, a partir do Projeto Professor Nota 10.

Interessante é que durante a entrevista, por diversas vezes, foi colocado que o perfil do gestor poderia ter sido fator propulsor dos avanços dos professores, mas os gestores confirmavam que o desenvolvimento dos professores foi mesmo em função do projeto.

Como o projeto exigia que o cursista estivesse em sala de aula, este pode ter sido um fator de relevância para os avanços apontados pelos gestores.

4. 6 – A percepção dos docentes universitários

4. 6. 1 - Pontos observados pelos docentes e coordenadores

Vale informar que os quatro entrevistados nas duas universidades tiveram experiências tanto de coordenação do projeto como de atuação em docência, o que de certa forma pode ter possibilitado melhor acompanhamento dos professores- alunos durante o percurso do curso de pedagogia.

Observações feitas quando:

Da chegada dos professores à instituição superior:

- Os professores chegaram à faculdade com conhecimentos prévios, pois já eram professores atuantes. Já tinham participado de outros cursos no Sistema. Entretanto, chegaram à universidade com uma visão fragmentada do processo pedagógico.

- Houve, portanto, necessidade de uma parada para refletir, no sentido de buscar a compreensão pedagógica.

-Os cursistas chegaram muito acuados e por vezes deslumbrados com o espaço da universidade. Estavam adentrando na famosa e distante UnB. Passaram a entender que faziam parte da UnB, que eram alunos como os demais.

- Em sua maioria mulheres, as cursistas eram vistas como as professorinhas, de forma até mesmo pejorativa.

Da saída da instituição:

- No cotidiano, nas rotinas da sala de aula, parece que os professores não têm o tempo suficiente para a reflexão teórico-prática. O projeto deu essa oportunidade aos professores de refletirem sobre sua prática pedagógica.

- Fica difícil avaliar a saída dos professores apenas pelos trabalhos apresentados, tendo em vista que não observaram a prática docente diretamente

na sala de aula. Mas pelos trabalhos e pelas discussões nos grupos, dá para perceber que mudaram sua visão da prática pedagógica.

- O uso de port-fólio oportunizou perceber as mudanças nos professores, pois foi construído durante todo o curso e eles se expressaram quanto ao seu crescimento profissional.

- Perceberam a força que passaram a ter com os novos conhecimentos, adquiridos no Projeto. Perceberam a força profissional que tinham e passaram a ter o posicionamento no mesmo nível dos demais professores de sua escola.

- Os professores cursistas diziam aos seus alunos que também estudavam. E os alunos não entendiam a questão de ser professor e ser aluno ao mesmo tempo.

- Passaram a serem vistas como guerreiras.

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