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Passos da pesquisa

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O entrelaçamento entre a aula e a escrita da tese no programa de pós-graduação strictu sensu da PUC-Goiás era muito forte. As disciplinas cursadas convergiram para que os estudos teóricos se aproximassem ao máximo do objeto de pesquisa, particularmente nas disciplinas de Seminário III e IV. Com o apoio dos encontros de orientação construímos o movimento de pensar o real a partir do conhecimento sistematizado e de selecionar as fontes teóricas que nos possibilitassem conhecer, compreender e aplicar os princípios de acordo com nossas indagações para procedermos a análise e a síntese de nossa produção.

A produção da área sobre as categorias em estudo, salário docente na educação básica e tempo/jornada de trabalho na educação básica, registrada em bases de dados é escassa. As teses e as dissertações que tratam desses assuntos relacionam-os a outras áreas do conhecimento, não à educação básica tampouco ao Ensino Fundamental. Quanto ao tempo/jornada de trabalho docente, as pesquisas realizadas enfocam os aspectos filosóficos, administrativos, o que difere de nosso objeto, que aborda o tempo como elemento de exploração do trabalho docente. A busca no banco de dados de teses e dissertações envolvendo as duas categorias resultou em 61 trabalhos, sendo 31 sobre tempo/jornada de trabalho docente e 30 sobre salário docente na educação básica, havendo dois trabalhos repetidos. Desse universo de 61 estudos, aprofundamo-nos em 5, sendo 2 relativos ao tempo/jornada de trabalho e 3 à categoria salário, por serem os que possuíam relação com nosso objeto de investigação. O quadro 1 relaciona os trabalhos selecionados ao banco de dados de teses e dissertações.

Outras teses e dissertações por nós consultadas e utilizadas no trabalho foram encontradas na própria rede a partir das categorias tempo/jornada de trabalho docente e salário docente na educação básica e da indicação de professores pesquisadores da área.

Quadro 1 − Relação de teses e dissertações pesquisadas

RELAÇAO DE TESES E DISSERTAÇÕES PESQUISADAS

Palavra-chave Tese (1) Dissertação (2) Período Instituição Tempo/jornada

de trabalho docente

Relações de gênero e trabalho docente:

jornadas e ritmos no cotidiano de professoras e professores (2)

A jornada de trabalho dos professores da escola pública em contexto de políticas de valorização docente e qualidade da educação (1)

2008 2014 FAE/USP FAE/UFRGS Salário docente educação básica

Os salários dos professores brasileiros, implicações para o trabalho docente (1)

Carreira e formação de professores no Tocantins: da percepção dos licenciandos da UFT ao planos de carreira e remuneração do magistério público (1)

A hora atividade: espaço de alienação ou de humanização do trabalho pedagógico? (2)

2011

2011

FAE/UFG

U. Tuiuti do Paraná. Fonte: Organizado pela autora a partir dos dados disponíveis no Banco de Teses e Dissertações11.

Os trabalhos selecionados são recentes, realizados nos últimos sete anos, coincidem com a publicação da Lei do PSPN em 2008, colocada em vigor apenas em 2012. Muitas pesquisas realizadas nesse período utilizaram como categorias de análise a precarização do trabalho docente e a valorização do magistério, aspectos contraditórios e conflitivos da realidade latente, mas presentes nos textos legais.

Outros programas de pós-graduação strictu sensu também ocuparam-se do assunto; devido à complexidade que o envolve. Encontramos trabalhos a ele referente no Mestrado em Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no Mestrado em Economia na USP de Ribeirão Preto, no Mestrado em Administração da Faculdade Novos Horizontes de Belo Horizonte e no Mestrado em Psicologia da Universidade Metodista de São Paulo (CAPES, 2014).

Estabelecido o campo teórico, selecionamos os autores compatíveis com nossos objetivos e os documentos que serviriam de base para contextualizar o PSPN histórica e politicamente. Realizamos as leituras prévias no decorrer dos primeiros dois anos, 2012 e 2013.

A pesquisa empírica foi realizada em 2014 nos municípios que integram o TSP. Incialmente construímos um questionário e enviamos a todas as Secretarias Municipais de Educação e aos sindicatos, solicitando que fosse respondido pelos representantes. Como não obtivemos retorno de nenhuma secretaria, e apenas três sindicatos responderam, optamos por ir aos municípios, o questionário passou a ser uma entrevista estruturada. Essa nova configuração alterou o planejamento financeiro, uma vez que os municípios são distantes, chegando a 232 km de distância o percurso entre Guanambi e Contendas do Sincorá.

Com o apoio do Campus VI/ Uneb fomos a todos os municípios e entrevistamos os sujeitos selecionados para participarem da pesquisa, diretores sindicais e secretários municipais de educação. Todavia, em quatro municípios os sindicatos ficaram fora da pesquisa, dois, Lagoa Real e Ibiassucê, por não possuírem sindicatos organizados e dois, Pindaí e Dom Basílio, por conta de os dirigentes sindicais não responderem aos questionários,

alegando outras atividades; comprometeram-se que iriam devolvê-los posteriormente, o que não aconteceu, mesmo com muitas cobranças. Trabalhamos então com 15 sindicatos. Quanto aos secretários municipais de educação, dois não participaram da pesquisa, os de Brumado e Caetité, de modo que obtivemos as informações de 17 municípios.

A entrevista com os professores que atuaram no 5º ano do Ensino Fundamental foi realizada em 2015, após a qualificação do trabalho. Devido ao tempo exíguo, trabalhamos com seis municípios ─ Guanambi, Caetité, Palmas de Monte Alto, Candiba, Pindaí e Urandi ─, que representam pouco mais de 30% do TSP. Estruturamos a entrevista em duas partes. Os aspectos pessoais, familiares, econômicos e formativos estão no Instrumento I e as informações relacionadas ao tempo de trabalho e à estrutura básica dos sujeitos da pesquisa integram o Instrumento II.

Os dados foram organizados em quadros a partir das questões respondidas e utilizados no contexto da tese para ilustrar, referenciar e comprovar as conclusões alcançadas no decorrer do trabalho de exposição da pesquisa. Conforme definimos em nosso Termo de Livre Consentimento (Apêndice A), os dados serviriam para conhecermos o processo de implantação do PSPN na ótica do movimento sindical e para analisar o uso do tempo/ jornada de trabalho a partir do relato dos professores.

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