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b. Teoria Institucional

4 RECURSOS METODOLÓGICOS

4.1 PASSOS METODOLÓGICOS

Para a realização do trabalho foi necessário realizar inicialmente um levantamento sobre o que é pesquisa clínica, quais suas principais características e o que influencia na atração da pesquisa clínica para um país.

Em seguida, foi realizada uma revisão da literatura sobre “Variáveis que atraem e repelem a realização da Pesquisa Clínica”. Essa pesquisa teve como objetivo apontar os principais influenciadores para a realização dos estudos clínicos. Esse levantamento proporcionou a possibilidade de categorizar os achados e iniciar assim a busca por dados que se relacionassem com a descrição das categorias. Onde foram encontradas evidências para se utilizar alguns índices institucionais, o valor do Produto Interno Bruto (PIB) e o índice educacional de cada país, os quais foram encontrados na base The Heritage Foundation e Banco Mundial.

A terceira etapa da revisão de literatura focou em encontrar estudos que utilizem a abordagem institucional como fator explicativo de algum fenômeno de âmbito global, como foi abordado no tópico teoria institucional.

Após entender como funcionam as fases da pesquisa clínica, as variáveis que influenciam a decisão de onde realizar a pesquisa clínica e como a abordagem institucional é utilizada para explicar alguns acontecimentos globais, os esforços se voltaram para a base de dados Clinical Trials, responsável por compor a variável que se quer explicar (Dependente) e emprestar dados para a variável explicativa “experiência com estudos anteriores”. Desta base de dados foram retirados os estudos clínicos que aconteceram em cada país desde 1994 e que atenderam os requisitos de estar no status de concluídos, os com conclusão em aberto e com conclusão desconhecida, foram desconsiderados. Os estudos que não apresentavam a fase a qual o estudo se destinava e os países que apresentavam inconsistência de dados também foram retirados. Restando então, o recorte da base de 2002 até 2013, com 143 países.

A variável dependente que se busca explicar é representada pelo número de estudos clínicos na fase 03, fase mais importante da pesquisa clínica, pois recebe influência direta das constantes descobertas das fases 01 e 02, responsáveis por

influenciar o número de estudos encaminhados para fase 03. A fase 03 também é determinante para as farmacêuticas, pois nessa etapa as empresas descobrem se seu medicamento será aprovado para consumo humano em larga escala e assim conseguirão reaver seus investimentos em P&D. É a fase em que se necessita do maior número de pacientes e de toda a infraestrutura ligada à pesquisa clínica e por fim, é a porta de entrada para o estudo de fase 04.

A variável explicativa “Experiências Anteriores” é composta pela soma dos estudos realizados nas fases 01, 02 e 04, segundo Gomez (2013) e Quental (2006) o uso dessa variável é possível, pois nem todos os estudos clínicos realizados na fase 01, chegam à fase 02 e assim por diante. Sendo a taxa de sucesso entre a fase 04 e a fase 01 algo em torno de cinco mil na fase 01 para menos de um na fase 04. Os números de estudos clínicos em cada fase foram tirados da base de dados Clinical Trials. Espera-se que a utilização da variável Experiências Anteriores sirva como uma boa explicação também para nível de experiência dos investigadores, nível de infraestrutura hospitalar e grau de influência de estudos em fases anteriores.

Dando continuidade ao trabalho, foi escolhida a base de dados responsável por fornecer os índices institucionais que foram utilizados como variáveis explicativas, a base escolhida para tal foi a “The Heritage Foundation”.

O uso da base de dados “The Heritage Foundation” foi feita a partir de dois artigos tomados como referência, pois utilizam os índices institucionais para quantificar e prever a capacidade de desenvolvimento de cada país. Em Rodrik (1999) os índices foram utilizados para balizar o desenvolvimento do empreendedorismo e agregação de conhecimento local e em Rodrik e Subramanian (2002) busca-se provar que países evoluídos institucionalmente apresentam PIB mais elevado.

Ao fundir as bases de dados se fez necessário retirar os países que não apresentavam índices no período de 2002 a 2013. Os países que apresentaram inconsistência foram: Afeganistão, Angola, Burundi, Iraque, Libéria, Montenegro, Myanmar, Papua Nova Quiné, Porto Rico, República Democrática do Congo, Sérvia, Serra Leoa e Sudão.

A escolha dos índices de Liberdade Econômica foi baseada em uma triagem que levou em conta as variáveis que influenciam a atração da pesquisa clínica, onde Direito de Propriedade foi utilizada para representar o respeito de contratos e patentes.

Liberdade Empresarial foi empregada para representar a velocidade de aprovação dos estudos clínicos pelos comitês de ética, parcerias com universidade e agências

regulamentadoras, contidos na categoria que recebe o nome de Liberdade empresarial.

Liberdade de Governo foi utilizado para representar o grau de investimento governamental em incentivos ou em compra de produtos.

Da base de dados do Banco Mundial são utilizados os dados sobre índice educacional e PIB de cada país como variáveis explicativas para a atração da pesquisa clínica. A variável PIB segundo Marandola (2004) pode ser empregada como uma boa representação de expectativa de vida, isso devido ao fato dessa variável ser altamente correlacionada com indicadores de desenvolvimento humano e por avaliar indiretamente o pool de pacientes elegíveis para o estudo, ou seja, número de pacientes elegíveis para testar o fármaco. Resultando em uma boa representação do tamanho do mercado consumidor de cada país.

O Índice Educacional leva em consideração “Porcentagem da População com Ensino Superior” dados retirados do Banco Mundial, os quais representam o desenvolvimento educacional de um país. A categoria Índice Educacional é composta por variáveis tais como o grau de instrução dos pacientes, domínio de duas ou mais línguas pela equipe da pesquisa e qualificação de profissionais envolvidos na investigação dos estudos clínicos.

Com isso, pode-se buscar explicação para 21 variáveis das 22 apontadas pelo levantamento bibliográfico e 6 categorias das 7 apresentadas.

A utilização dessas variáveis determinou o corte da série histórica em 2012 por ser o último ano com os valores publicados pelo Banco Mundial. Apresentaram inconsistência de dados para essas variáveis os países como Taiwan, Líbia, Arab Jamahiriya e República Árabe da Síria. O que reduziu a análise para 128 países em uma série histórica de 2002 até 2012.

O último corte realizado na base de dados foi motivado na busca de encontrar mais coesão entre os países pesquisados e buscar características únicas dos principais locais onde a pesquisa é predominantemente realizada. Com isso, a série histórica se manteve entre 2002 e 2012 para os 50 países com maiores números de estudos clínicos no somatório de todas as fases.

Todas as variáveis utilizadas na regressão em painel foram padronizadas para que se consiga comparar os resultados obtidos para cada variável. Para se realizar a padronização foi necessário calcular o desvio padrão e a média de cada variável. O resultado encontrado para y (variável dependente) será dado em função do desvio padrão das variáveis explicativas. E os coeficientes de cada variável explicativa serão

conhecidos como coeficientes padronizados e serão medidos em função do desvio padrão de cada variável, possibilitando assim, a comparação entre os coeficientes encontrados e a identificação do mais relevante para a atração da pesquisa clínica.

Anteriormente a análise da base de dados criada com a junção das três bases utilizadas no estudo, realizou-se uma análise prévia quanto à correlação das variáveis explicativas, com intuito de entender como as variáveis interagiam entre si e garantir resultados robustos quanto ao estimador empregado.

Após entender a correlação das variáveis explicativas, alguns moldes de análise foram criados, para entender qual molde de análise seria mais interessante para o estudo, levou-se em consideração a correlação e realizou-se o teste de Hausman para decidir sobre a utilização entre os modelos de efeito fixo e efeito aleatório para a regressão em painel.

De posse do resultado do teste de Hausman pode-se buscar o estimador mais adequado para as necessidades do estudo. Necessidade que visava encontrar um estimador capaz de analisar características individuais dos regressores e entre as medidas temporais.

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