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b. Teoria Institucional

6 RESULTADOS FINAIS

Quanto a variável PIB, pode-se inferir que está representa o tamanho de mercado do país anfitrião e que países que apresentam baixos valores para essa variável tendem a ter uma baixa a probabilidade de receberem estudos clínicos.

De acordo com o que foi descoberto para as variáveis PIB e Liberdade Empresarial é possível inferir que países com grande mercado consumidor e elevada burocracia podem ser escolhidos em detrimento a países com menor mercado e menor burocracia, validando assim a hipótese de que países que apresentam elevado tamanho de mercado estão mais sujeitos a receber estudos clínicos, o que é evidenciado através do coeficiente e da significância encontrados para a variável PIB no Molde B de análise, confirmando assim os apontamentos sobre pesquisa clínica feitos por Marandola (2004), Gehring (2014), Huijstee, Schipper (2011), Swan, Robertson (2009), Thiers, et all (2007).

Em relação à variável Experiências Anteriores pode-se inferir que a hipótese sugerida na pesquisa se faz verdadeira, quando um país acumula experiência com a realização de estudos clínicos, se alteram as estruturas necessárias para a realização dos novos estudos, redes de doenças são criadas, investigadores se tornam mais experientes, CROs se instalam no país, criam-se canais de comunicação entre pacientes e centros médicos que realizam os testes clínicos, entre outros benefícios, evidenciando os mesmos achados da literatura sobre pesquisa clínica. (GEHRING, 2014; HUIJSTEE, SCHIPPER, 2011; SWAN, ROBERTSON, 2009; THIERS, et all, 2007).

Quanto as descobertas realizadas através das análises feitas no presente trabalho sobre a variável Experiências Anteriores pode-se inferir que esta variável é a mais importante para a atração da pesquisa clínica se comparada as outras 5 variáveis testadas. Esta apresentou os maiores coeficientes individuais para os Moldes C, D e E de análise, os quais tiveram também níveis de significância inferiores a 1% para seus coeficientes individuais e seus coeficientes de explicação fornecidos pelos estimadores apontados como os mais indicados para cada molde de análise em que a variável foi utilizada, obtiveram resultados próximos a 60%. Resultado que não foi alcançado quando se utilizou a variável PIB no molde de análise.

Em relação à influência da variável Liberdade de Governo para a atração da pesquisa clínica pode-se inferir que países que contam com baixos valores para o índice utilizado, ou seja, países que apresentam elevada participação do governo no mercado, apresentam maiores chances de conseguirem novos estudos clínicos, tal achado se comprova através do coeficiente negativo encontrado para essa variável em todas as

vezes em que foi utilizada em um molde de análise e ratifica a hipótese de pesquisa que sugere que quanto maior for os incentivos governamentais, maior será o poder de atração do país sobre a pesquisa clínica .

Os coeficientes encontrados para Liberdade de Governo apresentaram significância entre 0 e 5%, algo muito bom. No entanto, a magnitude dos seus coeficientes em todas as análises realizadas, obtiveram coeficientes muito pequenos em relação ao coeficiente geral da equação. Tal achado sugere uma baixa importância para essa variável em relação as demais.

Sobre a proposição que sugere que países que apresentam maior grau educacional terem maiores chances de atraírem pesquisas clínicas pode-se inferir que a mesma se faz falsa. Embora o grau de instrução se mostre relevante para que determinado país seja sede de novos estudos clínicos, esta variável não é a mais determinante dentre as categorias elencados por este trabalho. Os resultados encontrados para a utilização do Índice Educacional, o qual foi obtido através da base de dados do Banco Mundial, apresentaram baixo grau de significância e magnitude muito pequena em relação às demais variáveis e ao coeficiente geral. Esse resultado encontrado para essa variável nos Moldes B, C e D abriram espaço para que esta tenha sido excluída da análise no Molde E, fato que melhorou o nível de explicação fornecido pelo estimador WITHIN do referido molde.

A categoria Direito de Propriedade apresentou alta correlação com a categoria Liberdade Empresarial, tal fato não permite quantificar a relevância destas categorias uma em relação a outra. Contudo, nos moldes de análise em que está variável foi incluída é possível observar que está apresenta coeficientes com magnitudes expressivas em relação as demais e um bom nível de significância que varia de 1% a 10%. Sobre a hipótese que sugeria que pais com elevado respeito a contratos são mais propensos a receber um maior número de estudos clínicos, pode-se afirmar que este fato é verdadeiro. Quanto ao possível comportamento em U desta variável, não pôde ser constatada tal característica, uma vez que segundo Silva (2013), quando a significância de uma variável decai mesmo quando elevada ao quadrado, esse comportamento caracteriza que o comportamento em U dessa variável têm poucas chances de ocorrer.

Os diferentes fatores institucionais empregados no presente estudo afetam de diferentes maneiras a atração da pesquisa clínica, conforme se pode constatar através dos resultados apresentados nessa sessão e na anterior. O baixo nível de Liberdade Empresarial e o baixo grau de Liberdade de Governo afetam negativamente a atração

de novos estudos clínicos. Porém, quanto maior o PIB do país, maior será seu mercado consumidor e mais elevado será seu potencial de atração de novos estudos, o mesmo se aplica ao Índice Educacional de um país e suas Experiências Anteriores com estudos clínicos. O respeito ao Direito de Propriedade influência positivamente o potencial de atração de novos estudos de um país e segundo a análise realizada e é a terceira variável que mais influência essa atração, atrás apenas de PIB e Experiências Anteriores. Esses apontamentos reforçam as ideias de North, (1990); Rodrik, (1999) e Rodrik; Subramanian (2002), que apontam os efeitos institucionais como boas ferramentas para se entender o cenário global de qualquer setor da economia.

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