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8. O CASO BIAL

8.3. PATENTES E MARCAS

Quando BIAL decidiu fazer I&D há alguns anos atrás, BIAL estava consciente de que os resultados, bem como a sua exploração comercial seriam e serão protegidos de forma a permitirem uma adequada retribuição dos investimentos efectuados e dos riscos assumidos. É essa protecção conferida pelo sistema de patentes, que funciona como alavanca da inovação e estimula e fomenta aquilo que BIAL desde há muito tempo atrás definiu como uma das suas missões: a busca de novas soluções terapêuticas. Caso contrário e na ausência de uma adequada protecção, jamais seria possível assumir os riscos e realizar os investimentos que um novo medicamento pressupõe.

É neste sentido que BIAL tem vindo a incrementar sucessivamente a parcela do seu orçamento anual que reserva às patentes e que tem vindo a reflectir-se num sistemático aumento do número de pedidos de patente submetidos e de patentes concedidas.

Ascendem a mais de três dezenas o número de patentes submetidos por BIAL – cada um deles em mais de 20 países, tendo já sido concedidas 26 patentes nos países da UE, nos EUA, Canadá, Austrália, Japão e China entre outros.

No que respeita à estratégia de BIAL em matéria de patentes, podemos afirmar que não existe uma estratégia única mas várias estratégias, dependentes essencialmente de cada projecto de I&D, e dentro de cada um desses projectos, do tipo de invenção a proteger. O primeiro pedido de patente de cada projecto, é para reivindicar e proteger o composto per se, de seguida seguem-se outros pedidos de patente destinados a proteger os resultados da actividade de I&D à medida que esses resultados vão surgindo e se traduzem em dados novos, inventivos e susceptíveis de aplicabilidade industrial: como por exemplo, novos processos de fabrico, novas formulações ou novos usos ou indicações terapêuticas.

Após a submissão de um pedido de patente nacional, que estabelece a data relevante para efeitos de prioridade e proporciona após essa mesma data, para avançar com pedidos de extensão a outros países, BIAL procede à selecção desses países, tendo em vista fundamentalmente dois critérios: por um lado a dimensão e a importância estratégica do respectivo mercado – que poderá variar consoante a área terapêutica em que o produto se

insere – e por outro, o âmbito e a efectividade da protecção dos direitos de propriedade industrial nesse país.

Depois no que respeita às vias seguidas para submissão dos pedidos de patentes nos diversos países, BIAL tem maioritariamente optado pela submissão do pedido PCT, que apresenta, entre outras, a vantagem de permitir designar um vasto número de países através de um único pedido de patente, numa única língua, e diferir, por um prazo adicional não inferior a 18 meses, a decisão sobre quais os países em que efectivamente depositarão os pedidos de patente nacional em cada uma das línguas desses países, ou por exemplo, no caso da Europa, o pedido de patente europeia numa das línguas convencionadas.

Esta decisão estratégica reflecte-se também, em certa medida, na escolha dos diferentes agentes de propriedade industrial de que BIAL se socorre. Tradicionalmente, BIAL tem vindo a trabalhar directamente com patent attorneys estabelecidos, para além de Portugal, na Alemanha, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos, funcionando esses mesmos agentes, por seu turno, como interlocutores de BIAL junto dos agentes nacionais de um grupo restrito de países e nessa medida, como sub-coordenadores do projecto de patentes para esses países.

A crescente importância da estratégia das patentes na actividade de I&D de BIAL reflecte- se ainda no próprio orçamento que lhe está anualmente reservado e que actualmente é mais do dobro do que lhe estava destinado há cinco ou seis anos atrás. Este acréscimo resulta do incremento do número de pedido de patentes efectuados por BIAL e da posterior extensão de cada um desses pedidos a cerca de 30 países com os correspondentes custos de submissão, prossecução e concessão; mas advém também dos encargos com as anuidades (taxas de manutenção) de cada patente, que são tanto maiores quanto mais perto do final da respectiva vigência a patente estiver; resulta finalmente dos custos com consultadoria nos diversos países, por força da necessidade de adaptação às especificidades legais e da propriedade industrial de cada país.

Em sequência da actividade de I&D mencionada a propósito da matéria de patentes, e face aos mercados–alvo desses projectos de I&D, BIAL desencadeou já também o processo de

patente, entre os quais os maiores mercados, ou seja, Europa, EUA e Japão.

Para além dos habituais pedidos nacionais de marcas efectuados directamente em cada um dos países, BIAL tem também alguma experiência do recurso a pedidos de marca internacional (a marca BIAL, solicitada por esta via, está registada em mais de trinta países) e pedidos de marca comunitária, embora quanto a estes últimos, não obstante as inegáveis vantagens na abrangência à totalidade dos países da União Europeia, haja que referir que se têm revelado bastante mais morosos do que seria desejável.

A estratégia de marcas de BIAL tem passado pela tentativa de manter, em todos os mercados em que opera, as mesmas marcas, embora, em alguns casos, felizmente poucos, BIAL se tenha deparado com a necessidade de se socorrer de uma segunda marca – nesses casos, a estratégia tem sido a de procurar que cada marca seja aceitável num número razoável de países e, preferencialmente, que esses países possam ter em comum, pelo menos, a respectiva língua uma vez que isso influenciará não apenas a própria embalagem do produto, mas também quaisquer outros materiais de informação e promoção.

À semelhança do que acontece com a gestão de patentes, também em matéria de marcas, BIAL combina o recurso directo a agentes locais em vários países com o recurso a agentes portugueses e espanhóis que, para além de terem a seu cargo as marcas em Portugal e Espanha, desempenham as funções de pivot entre BIAL e os agentes locais noutros países.