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Patentes protocoladas sobre NPs de Ag

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CTAB + sal metálico + ácido ascórbico

2.2.5. Patentes protocoladas sobre NPs de Ag

Ao se propor estudar materiais poliméricos de interesse tecnológico torna-se imprescindível realizar uma pesquisa a fim de detectar o grau de desenvolvimento e de inovações tecnológicas sobre o assunto. Para isso foi feita uma pesquisa bibliográfica em banco de dados de depósitos de patentes, para se aferir a quantidade de patentes disponíveis na literatura envolvendo NPs de Ag.

A escolha das patentes como documento relevante para a identificação de tendências tecnológicas deve-se, entre outras razões, ao fato de que são documentos objetivos, controlados por organizações oficiais, nacionais e internacionais, e pela necessidade e precaução de não se publicar informações sobre pesquisas e desenvolvimento tecnológico que poderão gerar patentes antes da devida proteção.

De acordo com a literatura, pode-se verificar que, em geral, a nanotecnologia interessa tanto ao meio acadêmico quanto ao setor produtivo e isto pode ser explicado pelo vislumbre de um aproveitamento excepcional do conhecimento gerado em prol da utilização real e possível em diversas áreas.

Isso nos possibilita o contato com a ampla aplicação de materiais contendo NPs de Ag na matriz polimérica, além de nos mostrar a viabilidade tecnológica destes novos materiais propostos nesta tese. Entre todas as aplicações e utilizações encontradas neste banco de dados, destaca-se a capacidade anti-séptica proporcionada pela presença das partículas de prata nestes materiais.

A fonte de banco de dados utilizado foi o SciFinder Scholar, empregando as palavras-chave “silver nanoparticles”. Ao final da pesquisa, foi registrado um total de mais de 2.000 patentes. Com a exclusão de repetições e sendo selecionadas apenas as patentes que continham os assuntos nanopartículas de prata e atividade antimicrobiana, este número reduziu-se para 92. Destas 92 patentes, apenas 42 estão relacionados a materiais poliméricos. Estas últimas foram analisadas mais detalhadamente por fazerem parte dos objetivos propostos nesta pesquisa.

Lei, Jinghua [96] patenteou em 2006 na China, um “purificador de ar com bons efeitos antimicrobianos”. Este purificador é um material que pode ser composto por diversos tipos de fibras: celuloses, amianto, vidro, troca iônica, enzimática, polioleína, poli (etilenotereftalato) glicol e nylon, contendo, em sua superfície NPs de Ag em dimensões menores que 100 nm. Este purificador apresentou bons efeitos em efetivamente matar bactérias (K. pneumoniae, S. epidermidis, S. aureus, e E. coli), e purificar substâncias tóxicas voláteis.

Park, Jin Woo [97] patenteou em 2006 na Coréia uma tinta antimicrobiana e eliminadora de odores empregando NPs de Ag e carvão vegetal.

Em 2006, na Coréia, Noh [98], patenteou uma espuma de látex antimicrobiana contendo NPs de Ag que podem ser aplicadas em produtos como hastes para cosméticos, solas de tênis, entre outros.

Han, Sang Oh [99] em 2006 na Coréia patenteou um filme antimicrobiano não tóxico contendo NPs de Ag, podendo ser transferida para a superfície de outros produtos.

Kim et al. [100] em 2006 na Coréia patentearam uma resina termoplástica antimicrobiana empregando estireno e NPs de Ag como agente bactericida.

Goldmann et al. [101] patentearam em 2006, na Alemanha, um implante antimicrobiano com uma estrutura flexível porosa composta por poliuretano e prata. A invenção relata um implante antimicrobiano com poros flexíveis na estrutura do não tecido feito de um material sintético biocompatível, onde está contido pelo menos um ingrediente ativo antimicrobiano.

Karandikar et al. [102] em 2006 nos EUA patentearam compósitos de prata antimicrobiano. As presentes invenções tratam da preparação de NPs de Ag, contendo pelo menos um agente estabilizador e um agente redutor e um solvente. O agente estabilizador pode ser um surfatante ou um polímero, como poliacrilamidas, poliuretano e poliamidas. Os métodos da presente invenção incluem dispositivos para tratamento contendo NPs de Ag, incluindo, mas não apenas limitado a estes, tais dispositivos como ataduras utilizadas em machucados, cateteres, dispositivos de cuidados para pacientes, e matrizes de colágeno. Estes materiais podem ser usados em tratamentos para humanos e animais com propriedades antimicrobianas. A eficácia antimicrobiana contra a bactéria

Pseudomonas Aeruginosa foi testada.

Ruppert et al. [103] em 2005 na Alemanha, patentearam um aditivo antimcrobiano contendo NPs de Ag para materiais dentários polimerizáveis. Os materiais dentários estudados são apropriados compostos de preenchimento, como por exemplo, materiais protéticos básicos, adesivos, compostos para revestimentos de coroas e pontes dentárias e também materiais para dentes artificiais.

Em 2005, Kim et al. [104] patentearam na Coréia, um composto aquoso contendo NPs de Ag usado como agente desodorizante de fibras, com funções desodorizantes, esterilizantes e antimicrobianas, capaz de remover maus cheiros de compostos que causam odores, maximizando o efeito bactericida das nanoprata.

microcápsulas funcionais incorporadas com NPs de Ag, que compreende a intrínseca funcionalidade antimicrobiana e terapêutica da prata. [105]

Burrell e colaboradores [106] patentearam em 2002 nos Estados Unidos, revestimentos contendo prata nanocristalina e polímeros para superfícies médicas. Estes revestimentos contêm um ou mais metais quando molhados possuem efeito antimicrobiano e antiinflamatório.

A empresa Home Round Paper Co., Ltd., em Taiwan, inventou um procedimento para os seus materiais de papel contendo na superfície uma camada com agente antimicrobiano. Os produtos de papel foram produzidos aplicando-se na superfície uma camada impregnada por nanopartículas de prata e nanopartículas poliméricas [107]. Na Rússia, Kondrat'eva et al. [108] em 2002 produziram um revestimento contendo nanopartículas metálicas com propriedades bactericidas. Prata e cobre na forma de nanopartículas são usadas como o componente bactericida, impregnados em pigmentos como carbonato de cálcio ou dióxido de titânio. Estes compostos podem ser usados como revestimentos protetores para produtos médicos e materiais domésticos.

A indústria israelense Nanopowders Industries Ltd., em 2003, patenteou compósitos metálicos contendo NPs de Ag para o uso em revestimentos e em tintas condutores e transparentes. O substrato ou a superfície de recobrimento pode ser vidro ou filmes poliméricos como polietileno, polipropileno, poliésteres, poliamidas e policarbonatos. [109]

Revina et al. [110] na Rússia, patentearam em 2002 um método de cobertura bactericida para tanques de água utilizando NPs de Ag. O método é apropriado para tanques feitos de aço, cerâmicos, polímeros, porcelana.

Bao et al. [111] em 2005 patentearam na China um método in-situ para reunir NPs de Ag altamente dispersas com tamanho de partículas controladas em materiais com base em Si. Os autores afirmam que foi possível obter NPs de Ag altamente dispersas em materiais com base em Si.

As indústrias americana Novartis A.-G., Switz. e Novartis Pharma G.m.b.H. e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts patentearam em 2004 um método para fabricação de equipamentos médicos contendo um revestimento antimicrobiano. A presente invenção prevê um método de preparação de dispositivos médicos, preferencialmente para as lentes de contato, contendo a prata como um agente antimicrobiano. [112]

manufaturar em banhos mestres em bateladas poliéster e fibras antimicrobianas de poliéster contendo ambas, NPs de Ag. [113]

Em 2004 na Coréia, Choi et al. [114] patentearam um método para preparação de NPs de Ag/polímero orgânico usando radiação e compósitos de NPs de Ag/polímero orgânico. Os autores descreveram um método de preparação que melhora a dispersão das NPs de Ag no polímero.

Ji et al. [115] na China, patentearam em 2005 um método para preparação de NPs de Ag e soluções tendo um polímero como estabilizador. Os autores relatam a alta eficiência das NPs de Ag na solução e uma ampla atividade antimicrobiana.

Na Coréia em 2005, Lee et al. [116] patentearam um método para preparação de compósitos de polímeros/NPs de Ag. A intenção foi desenvolver um novo compósito em que as NPs de Ag estariam uniformemente incorporadas no polímero, sem aglutinação, visando aumentar o efeito antimicrobiano sem deteriorar as propriedades e aplicações do polímero. Este novo compósito pode ser usado em peças para extrusoras, injeção, filmes, fibras, dentre outras.

Um outro método para manufaturar polímeros compósitos foi patenteado no Reino Unido em 2005 por Agboh e colaboradores. [117] Os autores descrevem que o método é simples, eficaz e de baixo custo e que as fibras de polímeros produzidas tem ação antimicrobiana.

Hirth et al. [118] em 2006 na Alemanha, patentearam um molde para a incorporação de finas partículas em polímeros. O processo de fabricação é simples e econômico, em que finas partículas de cobre são adicionadas a polímeros termoplásticos e termoelásticos, produzindo os moldes plásticos.

Weihrauch e Weis [119] na Alemanha em 2003 patentearam um monofilamento com propriedades antimicrobianas. A invenção relata que estes monofilamentos podem ser usados em cerdas de escovas de dente. Um exemplo apresentado foi de uma escova de dente em que as cerdas eram de poliamida contendo partículas de prata. O relato mostra que a liberação de íons prata na água foi consideravelmente baixa.

Uma indústria coreana em 2005, a Kolon Industries, Inc. patenteou um filme de poliéster apresentando excelentes propriedades antimicrobianas, contendo uma camada revestida com NPs de Ag. Além da excelente ação antimicrobiana, esterilizante, fungicida e efeito desodorizante, este filme contribui com o meio ambiente e pode ser útil para uso em embalagem de alimentos. [120]

Em 2005, a Universidade de Tecnologia Hefei, na China, patenteou a preparação de nanomateriais compósitos antimicrobianos de silicato de prata. Relatam que

partículas de prata com diâmetros nanométricos estando firmemente ligado ao silicato, podem ser liberadas lenta e constantemente o suficiente para causar um efeito bactericida. [121]

O Instituto de Pesquisa de Tsinghua, da Universidade In Shenzhen, na China, patenteou em 2006 o método para a preparação de uma embalagem antimicrobiana para cigarros. A orientação biaxial do filme na embalagem tem efeito esterilizante, antimicrobiano e à prova de bolor. [122]

A Universidade Shanghai Jiao Tong, na China, patenteou em 2006, a preparação de um tecido não tecido (nonwoven) carregado com nanopartículas antimicrobianas. O material é fabricado misturando-se nanopartículas antimicrobianas com polímeros fragmentados. As nanopartículas antimicrobianas empregadas foram de dióxido de titânio, e prata. [123]

Em 2005 uma corporação coreana, a Amorepacific Corporation, patenteou a preparação de nanocompósitos coloidais de prata/polímero para cosméticos. A invenção relata que as nanoesferas de prata/polímero são capazes de preservar os cosméticos por longos períodos, sem a adição de conservantes convencionais. Por exemplo, as NPs de Ag, formadas pela redução de nitrato de prata com hidrazina, foram depositadas na superfície de um copolímero poroso. Os resultados mostraram que a área superficial de contato é o fator mais importante na deposição em nanoescala [124].

Kim et al. [125] em 2004 na Coréia, patentearam a produção de filmes de poliuretano contendo NPs de Ag. As ligações cruzadas de filmes de poliuretano contendo NPs de Ag são produzidas pela mistura de nitrato de prata com a mistura de oligômeros anfifílicos de acrilato de uretano, apresentado uma estrutura química na forma de A-B-C-B-A, e um monômero hidrofóbico, como estireno, metilmetacrilato, hidroxialquil metacrilato, hidroxialquil acrilato, resultando numa solução homogênea.

Em 2004, Kim [126] patenteou na Coréia um revestimento antimicrobiano para refrigerador contendo NPs de Ag. As partículas de Ag são usadas para finalizar a superfície de armazenamento dos alimentos no compartimento do refrigerador. O acabamento deve ser feito com uma resina opaca ou transparente onde o pigmento deverá ser adicionado. As partículas de nanoprata devem ser revestidas na superfície de acabamento.

Nas Regiões Inovadoras da Europa (IRE) em 2004, Brennan et al. [127] patentearam um sensor para detecção de analito usando NPs de Ag. Este sensor contém NPs de Ag em toda a sua superfície, que estão disponíveis para a interação direta com o analito ou para agir como um receptor capaz de interagir com o analito.

Sang Hyoun Kim [128] em 2004, na Coréia patenteou um método para a preparação de uma tinta antimicrobiana contendo NPs de Ag. Esta tinta pode ser útil em produtos agrários ou marítimos para aumentar o período de armazenagem e/ou frescor.

Em 2006 Hung e Lin [129] em Taiwan, patentearam um material de superfície porosa com NPs de Ag. Este material poliporoso pode ser porcelana, carbono ativo, esferas de vidro, Tenax-TA, ou carvão vegetal e pode ser usado para desinfecção, desodorização, limpeza, filtração ou como um suporte catalítico.

Em 2000, a Procter and Gamble Company, nos Estados Unidos, patenteou um produto antimicrobiano de cuidados para o corpo contendo prata. Este produto bactericida para o corpo entra em contato com a pele do homem ou animal e/ou mucosa através de uma matriz líquida ou sólida, que pode ser um polímero termoplástico contendo homogeneamente dispersa partículas metálicas de prata em tamanhos na ordem de 1-50 nm, que poderá promover um efeito antimicrobiano, no entanto, menor que a concentração de prata considerada citotóxica, isto é, menor que 1,0 nmol.L-1. Preferencialmente, produtos de cuidados para o corpo estão disponíveis em artigos absorventes, escovas de dente, produtos cosméticos e produtos para o conforto de bebês. [130]

Ihn et al. [131] em 2003 na Coréia, patentearam a síntese de nanocompósitos de poliuretano contendo NPs de Ag. O método visa melhorar as propriedades mecânicas, ópticas e antimicrobianas dos nanocompósitos de Ag-poliuretano. Os mesmos autores, ainda em 2003 depositaram outra patente sobre a síntese de nanocompósitos de Ag- poliuretano contendo NPs de Ag usando poliol.