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QUADRO DE ANÁLISE DO OBJETO DE PESQUISA

PERÍODO DE SETEMBRO DE 1952 A DEZEMBRO DE

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Durante este período pode-se considerar os valores aproximados de publicações da revista sobre os temas:

35,60% texto

22,90% residencial: dos quais 76,32% residências unifamiliares; 23,53% edifícios residenciais e 0,15% residências econômicas.

7,40% decoração 8,05% edifício comercial 5,68% institucional

4,11% serviços: dos quais 19,83% hotel e 31,90% banco

3,68% lazer: dos quais 7,69% cinema e 90,38% edifícios esportivos 4,11% detalhamento

3,20% urbanismo: dos quais 33,33% paisagismo 1,74% edifício religioso

2,00% industrial 0,46% transporte 0,36% arte

A partir dos valores obtidos pode-se observar e comprovar que o foco principal de publicação da revista baseou-se no tema de residencial, e dentro deste tema, possui destaque a publicação de residências unifamiliares.

Considera-se nesta pesquisa como textos as publicações de estilo dissertativo, a qual não foi classificada em temas específicos, salientando-se que são estes os mais diversos, desde urbanismo a decoração.

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PERÍODO E OBJETO DE ANÁLISE

Sua história diz bem de sua importância no campo da divulgação e da análise de nossa arquitetura contemporânea. Muita coisa, hoje, ao ser pesquisada com relação à evolução de nossa arquitetura, o terá que ser feita nas páginas da ACRÓPOLE e cada vez mais o será. (CORONA, 1971)

O período correspondente de análise deste trabalho tem como marco inicial setembro de 1952, com a mudança de proprietário e direção da revista Acrópole, a dezembro de 1971, com o final das publicações da revista e sua extinção. Este período é caracterizado por mudanças nas elaborações arquitetônicas em São Paulo e por um, conseqüente, acirrado debate arquitetônico-social. Basta lembrar a discussão entre Artigas e Sérgio Ferro, na segunda metade dos anos 1960.

Por esta razão as publicações da revista Acrópole deste período52 são aqui consideradas como seu objeto de análise, constituindo grande importância na propagação e disseminação da arquitetura moderna nacional.

Alterações reconhecidas tanto na ação projetual, quanto na utilização de novos e diferentes materiais construtivos e em suas aplicações. Desenvolvidos em paralelo ao surgimento de uma nova demanda, tanto em termos diferenciais, como por um maior índice de qualidade construtiva. Como comenta Lauro Cavalcanti no livro de Mindlin (1999):

A partir da repercussão e respeito que obteve o novo estilo nas revistas especializadas estrangeiras e nacionais, o modernismo passou a ocupar o noticiário das revistas e jornais de maior circulação. O público, antes desconfiado e irônico, aprende a gostar das novas formas e incorporá-las a seu repertório cotidiano. A partir de meados dos anos 40, clientes particulares passam a encomendar aos arquitetos modernos projetos para empreendimentos imobiliários, casas de moradia e veraneio.

Desde materiais a técnicas construtivas irão ser repensados e expostos em forma de publicidade na revista Acrópole, muitas vezes, sendo citadas e expostas obras escolhidas pelo corpo editorial da revista como objeto de análise arquitetônica a ser publicada. Expondo uma forma de publicidade que dialogava com as obras publicadas e um corpo editorial que trabalhava em função da manutenção de um dialogo contínuo dentro da revista.

Algumas publicações da revista expõem sua preocupação na disseminação da arquitetura brasileira e no resgate de sua história. Pode-se citar entre eles: o desenvolvimento de formas de tratamento e de estudos de conforto acústicos; da coluna dos arquitetos Eduardo Corona e Carlos Lemos intitulada

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As observações feitas sobre a revista Acrópole, dentro do período de análise ao qual propõe-se esta pesquisa (1952 – 1971), baseiam-se na verificação pela autora destas publicações.

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“Dicionário da Arquitetura Brasileira53”; da coluna de Adhemar Chaves54, de grande contribuição para

o conhecimento e julgamento histórico de diversos monumentos históricos do Brasil; a coluna intitulada “Prancheta Viva” com detalhamentos de soluções arquitetônicas diferenciadas; a pesquisa de Nestor Goulart Reis Filho sobre as residências brasileiras e suas diferenciações de implantação no lote ao longo da história do Brasil.

Além dos números especiais monográficos sobre a obra de arquiteto (s), em que se evidenciavam as obras e os pensamentos de alguns arquitetos brasileiros55 e os números especiais dedicados a um tema, como por exemplo a cidade de Brasília, São Paulo, entre outros.

Sob o título “Um sonho torna-se realidade”, publicou o New York Times um artigo sumamente elogioso ao excelente livro do Arquiteto Mindlin. Acompanhado de ilustrações, refere-se à arquitetura brasileira contemporânea como um estupendo fenômeno cultural oriundo da combinação de uma série de fatores, tais como clima, paisagem, e principalmente talento de seus arquitetos ([EDITORIAL],1957).

O recorte temporal inicia-se com a publicação de um marco historiográfico da arquitetura moderna brasileira, que conjuntamente ao incremento de um periódico claramente identificado com a difusão da arquitetura moderna e que se constituiu em um dos seus porta-vozes mais influentes do sistema moderno que ele agrega (indústria da construção, escolas, exposições, etc.). Antecedendo a construção de Brasília, cuja construção acabara de ser anunciada. Este período finaliza-se com o término da publicação da revista Acrópole, que simbolicamente pode ser aliado ao deslocamento das questões sociais que animaram a arquitetura moderna brasileira, já em pleno milagre econômico no período da ditadura militar.

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Esta coluna é publicada na revista Acrópole a partir de junho de 1957 (edição de n° 222) até março de 1962 (edição de n°280), e que originou, um ano após o término da publicação da revista, em 1972, o livro “Dicionário da Arquitetura Brasileira”.

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O engenheiro, jornalista, cineasta, grande entusiasta da arte fotográfica e membro do novel Instituto Histórico e Geográfico, assim como, de outras entidades culturais, Adhemar Chaves fez um importante trabalho de levantamento das artes brasileiras pelo Brasil, publicando até o ano de 1959 mais de setenta trabalhos em jornais e revistas sob o slogan “Conheçamos o Brasil”. Em 1959 Chaves inicia seu trabalho de colaborador da revista Acrópole com uma coluna introdutória da revista, junto a seu índice, divulgando e publicando suas pesquisas desenvolvidas neste trabalho.

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Pode-se citar entre estes arquitetos: Sérgio Bernardes, Joaquim Guedes, Paulo Mendes da Rocha, Jorge Oswaldo Caron, entre outros.

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LIVRO: RESIDÊNCIAS INTERIORES