• Nenhum resultado encontrado

Percepções Gerais dos Licenciandos sobre o Aprender a Fazer Pesquisa

Cap 3. A Formação Inicial pela Pesquisa – Interlocuções no Âmbito

3.2. Percepções dos Licenciandos sobre o Fazer Pesquisa Vivenciado

3.2.1. Percepções Gerais dos Licenciandos sobre o Aprender a Fazer Pesquisa

Na análise dos questionários e das entrevistas dos licenciandos7 foram procedidos recortes de suas respostas, representativos de suas visões sobre os Componentes Curriculares PEC I e II enquanto espaços articuladores do fazer pesquisa em sala de aula. No episódio que segue, a licencianda Joana justifica a consideração de tais Componentes Curriculares como espaços de ‘formação pela pesquisa’. No questionário, ela escreveu que:

L. Joana: não são aulas de conteúdos específicos, nem aulas com atividades experimentais, mas aulas em que você discute, opina, busca compreender melhor, analisar e pesquisar sobre a educação.

A análise da escrita de Joana denota características da sua percepção em relação a outras disciplinas do Curso. A licencianda remete o fazer pesquisa aos componentes que discutem questões relativas à educação. De acordo com Joana não são “aulas de conteúdos específicos” químicos e nem “aulas com atividades experimentais”. Na oportunidade da entrevista, solicitou-se que Joana explicasse melhor este seu posicionamento em relação às diferenças entre as disciplinas de conteúdo específico, das aulas com experimentação, e as que abordam a educação:

L. Joana (...) a maior diferença é no conteúdo, porque estas, pedagógicas, geralmente, quase nunca tem prova; a primeira coisa é só trabalho e pesquisa. E nas atividades experimentais, laboratório, geralmente é receita pega lá mistura (...) E disciplinas como Orgânica, Inorgânica é conteúdo, não têm, é horrível aquilo.

Joana explicita a sua percepção quanto a diferenças nos conteúdos e nas metodologias entre as disciplinas que abordam o fazer pesquisa das demais. A visão expressa por Joana denota que, no âmbito de seu Curso de Licenciatura, possivelmente, apenas nas disciplinas relacionadas com a educação teriam sido vivenciadas práticas do fazer pesquisa, possibilitando espaços do ‘educar pela pesquisa’ em sala de aula.

Joana aponta, também, diferenças quanto à avaliação, de ter ou não prova. Em relação aos métodos de avaliação, a licencianda Clara também se pronunciou sobre a avaliação vivenciada nos Componentes Curriculares investigados. Em sua entrevista, ela dizia que:

L. Clara (...) foi avaliado tudo, todo o processo porque a gente escreveu e durante muito tempo você pesquisa e realmente é avaliado o conjunto, não é em partes.

Os dizeres de Clara denotam um entendimento de que ocorreu uma avaliação de todo o processo. Esta avaliação, numa sala de aula com pesquisa, corrobora com a posição de Demo (2005) que destaca a importância da avaliação ser entendida como um “processo constante de acompanhamento da evolução do aluno” (p. 37). Este autor afirma, ainda, ser importante que o estudante tenha “a confiança de que é avaliado pelo desempenho geral e globalizado” (p. 37), e assim, a avaliação deixa

de ser um ato isolado, e passa a ser algo natural envolvida no decorrer de todo o processo.

Clara, ao caracterizar os Componentes Curriculares investigados como espaços de ‘formação pela pesquisa’, escreveu, no questionário:

L. Clara: é preciso leituras, entrevistas, e construção de significados próprios a partir dessas idéias. O que contribui muito para a nossa formação.

Clara, expressou diferentes etapas vivenciadas no processo, como leituras, a parte metodológica, a construção de resultados, de entendimentos próprios. Sua manifestação denota uma visão importante sobre o fazer pesquisa, ao mencionar a “construção de significados próprios a partir dessas idéias”. Retorna-se, posteriormente, a essa ênfase, quanto às diferentes etapas do fazer pesquisa.

Uma escrita de Joana, no questionário, mostra a valorização da sua participação nos Componentes,

L. Joana: foi de grande valia, pelo fato de aprender de outra maneira, deixando de lado o modo tradicional.

Na oportunidade da entrevista, solicitou-se que explicasse melhor o seu entendimento quanto ao modo tradicional de ensino e o vivenciado em PEC I e II. Joana assim se expressou:

L. Joana: quanto ao modo tradicional é o professor lá na frente o aluno sentado na classe escutando. Com a pesquisa a gente aprende muito mais, porque tem dias que tu fica sentado na sala e não consegue prestar atenção, fica só o corpo presente, na pesquisa não, tu te envolve, tu consegue fazer.

Neste sentido, considerando a posição de Joana, percebe-se que a licencianda vivenciou as interações na prática do fazer pesquisa, considerando tal prática mais motivadora, sendo que, nos seus dizeres afirma que na aula com pesquisa “tu te envolve, tu consegue fazer”. Esta licencianda denota uma posição de que nas aulas do “modo tradicional”, há uma maior dificuldade de participação no processo de ensino

e aprendizagem. Joana também se posiciona quanto a sua experiência de aluna em séries anteriores:

L. Joana (...) se tu começa desde a quinta, sexta série tendo uma professora que te instigue a pesquisar, que faz perguntas, tu não vai chegar na faculdade e ficar quieto. Isso é toda uma vivência.

Na fala de Joana percebe-se a sua conscientização, a partir de sua vivência e da sua formação inicial, de que é preciso uma mudança nas práticas de sala de aula. Ela sugere o fazer pesquisa no decorrer de toda formação escolar como propiciador da formação de sujeitos mais participativos em sala de aula, superando a visão de um aluno que apenas escuta. Não problematizar essas visões é algo que dificulta as propostas de mudança na educação.

Na sala de aula com pesquisa prevalece tendencionalmente a participação do estudante nas atividades, numa superação de sujeito que apenas ‘reproduz’, copia para a de sujeito que participa interativamente e busca (re) construir. Portanto, é válida a argumentação em favor de espaços do aprender a fazer pesquisa durante a escolarização, em particular, durante a formação inicial docente e na importância da participação dos licenciandos em cada etapa do fazer pesquisa.

Acredita-se, com base nos resultados construídos, que esta vivência é importante na constituição do licenciando como um sujeito interativo da relação pedagógica. E deve ser vista como contribuinte para a constituição de um professor que se torne capaz de argumentar, de criticar, de expor a sua opinião, visto que cultiva na sua formação inicial dimensões da crítica, da participação, alimentando o processo de construção própria, de que não deve ser refém apenas das idéias dos outros, mas que é capaz de construir seus próprios conhecimentos. Esta perspectiva é salientada na fala do licenciando José:

L. José: estas disciplinas contribuíram bastante. Criam uma certa consciência do estudante de questionar mais, tirar suas dúvidas (...) Porque você vê que pode mesmo construir uma resposta.

A fala recortada denota que o licenciando passa a se considerar capaz de construir conhecimentos ao vivenciar uma prática em sala de aula diferente da tradicional, na qual é o professor que expõe o conhecimento e o aluno apenas escuta. A fala do licenciando, de que estes componentes do fazer pesquisa “criam uma certa consciência do estudante de questionar mais, tirar as suas dúvidas”, remete para a afirmação de Demo (2005), de que numa sala de aula com pesquisa, “é essencial desfazer a noção de ‘aluno’ como sendo alguém subalterno, tendente a ignorante, que comparece para escutar, tomar nota, engolir ensinamentos” (p. 15).

Segundo o mesmo autor (2005) “é fundamental que se passe de objeto a sujeito, implicando a participação plena do aluno, que, no fundo, deixa de ser aluno, para tornar-se parceiro de trabalho” (p.12). Entende-se a posição de ‘parceiro’ numa relação pedagógica que é assimétrica, onde, é importante considerar, também, que o conhecimento não pode ser passado do professor para o aluno, de forma passiva, sendo importante valorizar a visão de um envolvimento interativo num processo em que tanto quem aprende quanto quem ensina sejam ativos, nas relações pedagógicas não simétricas. No episódio que segue, transcrito a partir de uma das entrevistas realizadas, um licenciando aponta a visão deste espaço do aprender a fazer pesquisa como articulador de uma participação em que o sujeito é sempre interativo:

L. José: (...) nestas disciplinas o professor ouve mais o que a gente fala, porque a gente está com dúvidas. A gente já vem com dúvida e a gente pergunta para ele, ele tenta responder para a gente seguir a pesquisa. Coisa que não é muito comum nas outras disciplinas, tipo, lá você fica um pouco mais fechado.

Os dizeres mostram que o licenciando reconhece e explicita a sua percepção quanto à diferença do seu próprio comportamento nos diferentes componentes curriculares do Curso. Caracteriza a sua posição quanto à sala de aula com pesquisa, como sendo um espaço interativo em que todos os sujeitos são participativos, diferentemente das demais disciplinas do Curso que não trabalham com o fazer pesquisa. É importante o licenciando conseguir se posicionar quanto as diferentes práticas pedagógicas por ele vivenciadas, direcionar a atenção para a sua própria formação docente. A licencianda Joana também expressou uma posição

L. Joana (...) em certas aulas você fica quieta, você só escuta, você não consegue entender. Nestas [PEC I e II] todo mundo sabia o que estava fazendo. Tinha o objetivo claro, que era o projeto. Tinha o assunto, trouxe para sala de aula a realidade das escolas. Todo mundo opinou. Todos perguntaram o que aconteceu na escola. Isso é legal!

A licencianda expressava-se, em tom incisivo, quanto à importância da participação ativa dos estudantes que, cientes e aliados aos propósitos do ensino vivenciado, são ativamente envolvidos no processo, tendo o que dizer, em cada etapa do trabalho coletivo. O próprio estudante vai a cada etapa de realização da pesquisa rediscutindo as teorias e os resultados, e isso possibilita a ele ter dúvidas e questionamentos sobre o seu próprio trabalho. Também a participação de cada licenciando aumenta. Isso, considerando, também que a prática do fazer pesquisa foi vivenciada em grupos, portanto, há uma troca de idéias e de conhecimento primeiramente entre os sujeitos do pequeno grupo e posteriormente uma discussão com o grande grupo.

Nas entrevistas, outra licencianda expressou, ao caracterizar a vivência do fazer pesquisa em sala de aula, a sua percepção quanto à relação professor-aluno, valorizando a visão do professor que, de forma diferente, atua como um orientador, como um mediador do processo.

L. Clara: (...) o professor deixou que a gente escrevesse com as nossas palavras, que a gente desenvolvesse as nossas idéias, que a gente aprendesse por si, mas, ao mesmo tempo, ele estava ali para mediar o que estava certo ou errado. E nas outras disciplinas, muitas vezes, simplesmente é colocado “isto é certo”, e a gente tem que aprender a aceitar. É aquilo e deu. Não há esta mediação.

O uso, na fala da licencianda, das expressões ‘para mediar’ e ‘esta mediação’ denota que ela já se apropriou, de alguma forma, de um importante conceito a ser significado neste e noutros espaços da formação inicial de professores. Ela valoriza uma visão quanto à autoridade do professor no processo de mediação em sala de aula, diferenciando-a da relação de autoritarismo.

O referencial histórico-cultural chama a atenção para a importância de compreender as interações dos sujeitos e, assim, desenvolvê-las de forma consciente e intencionalmente construtiva, nos espaços de convivência como os das

salas de aula. Isso, considerando que é na relação com o outro, numa atividade prática comum, que o sujeito se constitui e se desenvolve como ser humano. No contexto formativo acompanhado, isso implica que é essencialmente na relação com o professor do Componente Curricular como orientador, que os licenciandos passam a se constituir como professores pesquisadores, na medida em que aprendem, pela vivência, cada passo do fazer pesquisa na área da Educação em Ciências.

Esta interação, a possibilidade de aprender com o outro, da necessidade da mediação e da imitação que extrapola a simples cópia, mas que, propicia a reconstrução do que é observado externamente pelo sujeito. Este processo é explicitado por uma fala de um licenciando ao referir-se à construção de categorias de análise:

L. José: (...) o professor começou deu algumas dicas para nós de como fazer categorização, que a gente não tinha muita idéia de como fazer. Foi a primeira pesquisa mesmo. Ele deu um exemplo: ‘neste trecho fala disso então pode fazer as seguintes categorias’, ‘e neste outro trecho tem tal categoria’. Pronto, daí a gente pegou, leu tudo, categorizou. Conseguimos algumas novas categorias, que o professor não tinha falado. Foi bem difícil! Mas ele deu as orientações de como seguir.

Neste sentido, da importância do aprender a fazer pesquisa sob supervisão de um professor pesquisador, Lüdke (2001a) diz que:

com o auxílio desse professor, pode-se assegurar a introdução do elemento crítico, imprescindível em todas as fases da formação do futuro pesquisador, seja no domínio da teoria, onde ele vai se familiarizar, com as questões básicas pertinentes ao problema estudado, seja no campo da metodologia, onde ele vai conhecer os recursos que o permitam escolher os caminhos apropriados para enfrentar o desafio de construir conhecimentos a respeito desse problema (LÜDKE, 2001a, p. 49-50).

É com a orientação do professor que os licenciandos aprendem a executar os passos de uma pesquisa. Neste sentido, a licencianda Clara reconhece a importância do auxílio do professor no decorrer do processo, como mostra o episódio que segue:

L. Clara: no inicio parecia tudo muito difícil, quando o professor colocou que nós iríamos fazer um projeto, e nós não sabíamos como fazer (...) No momento em que a gente foi realizando, o professor foi ajudando e a gente foi aprendendo e foi se motivando. No final o resultado foi de um trabalho

Denota-se da fala da licencianda Clara que esse aprendizado não é simples e exige a participação e o empenho de cada estudante e também do professor como mediador no decorrer do processo. A fala da licencianda Joana corrobora com estas considerações, como mostra o episódio que segue:

L. Joana: Foi difícil. Foi o primeiro projeto que a gente fez no curso. Tivemos que re-elaborar duas ou três vezes, precisamos da orientação do professor, que dava sugestões para melhorar. Mas já na Pesquisa em Ensino de Química, foi mais fácil.

Reafirma-se então que a prática do fazer pesquisa precisa ser ensinada, precisa ser mediada por um professor que já é um pesquisador, que saiba trabalhar cada etapa de uma pesquisa, para assim auxiliar na constituição de novos pesquisadores. Os dizeres de Joana de que no Componente Curricular Pesquisa em Ensino de Química (PEQ), cursado posteriormente a PEC I e II, a execução do projeto foi mais “fácil” corrobora com a concepção de aprendizagem proposta por Vigotski de que aquilo que um sujeito pode fazer com assistência hoje, será capaz de fazer sozinho amanhã (1998).

Ainda no âmbito de qualificar este fazer pesquisa vivenciado em sala de aula, no decorrer dos Componentes Curriculares PEC I e II, a licencianda Clara assim se expressou:

L. Clara: nessas disciplinas de PEC I e II a gente aprendeu a ler. Pesquisar fez com que a gente criasse talvez um hábito até muitas vezes deixado de lado (...) o escrever se tornou interessante, você começa a analisar, a fazer críticas e no meio do processo você vai criando ânimo.

Clara, neste trecho, relata os diferentes instrumentos culturais usados na prática do fazer pesquisa, o ler e o escrever. A análise da fala de Clara quando diz que “a gente aprendeu a ler” evidencia a importância dada a esta vivência de leitura. Sua posição denota, também, que não é qualquer leitura e nem qualquer modo de ler que vai contribuir, mas que é a apropriação de leituras que se faz necessária ou seja, a importância de aprender a dialogar com os diferentes referenciais teóricos e assim, (re)construir suas idéias. Acredita-se que Clara, ao se referir ao ‘aprender a ler’, se referiu a esse processo de leitura, num ambiente de argumentação e de críticas. Clara em sua fala também mencionou a escrita como sendo participante da

prática do fazer pesquisa. Com base no referencial teórico, referenda-se a visão da prática do escrever como instrumento cultural bastante específico que supera a cópia, pois a sua prática requer do sujeito uma maior reflexão sobre o seu trabalho, e possibilita que ao discutir com as diferentes vozes, que perpassam o processo da escrita, o licenciando amplie e reorganize os seus conhecimentos.

A análise dos questionários e das entrevistas dos licenciandos, nesta primeira categoria de pesquisa, que discute percepções dos licenciandos quanto à prática do fazer pesquisa por eles vivenciada, mostrou que eles caracterizam os Componentes PEC I e II como articuladores do fazer pesquisa em sala de aula, considerando-os como espaços de ‘formação pela pesquisa’ numa relação que mostra diferenças entre estes componentes curriculares de outros componentes.

Decorre também da análise dos questionários e das entrevistas a importância dada, pelos licenciandos, ao comparecimento de uma relação pedagógica assimétrica entre eles e o professor, que já é um pesquisador, no aprender a fazer pesquisa. Sem essa assimetria seria impossível esse aprendizado.

Outro ponto a ser destacado foi quanto à importância dada, pelos licenciandos, ao seu posicionamento em sala de aula, reafirmando a concepção de que a prática do fazer pesquisa propicia tendencionalmente a participação de cada um no processo e que os estudantes passam de objetos a sujeitos interativos da relação pedagógica. Acredita-se com base nos resultados obtidos, que foi possível para os licenciandos produzirem compreensões quanto ao fazer pesquisa no decorrer dos Componentes Curriculares investigados. E que esta vivência co- participa na constituição dos licenciandos como professores pesquisadores.

O que segue traz resultados e discussões sobre as etapas do fazer pesquisa no âmbito dos Componentes Curriculares analisados.

3.2.2. As Etapas do Fazer Pesquisa Vivenciadas pelos Licenciandos nos Componentes Curriculares Acompanhados

No decorrer da entrevista foi solicitado, também, que os licenciandos contassem, de uma maneira geral, o que lembravam dos Componentes Curriculares PEC I e PEC II. Suas falas denotaram diferentes etapas do fazer pesquisa, por exemplo, a elaboração escrita e execução do projeto, com todas as partes envolvidas, as leituras, os processos de construção e análise dos resultados, as formas de apresentação dos resultados.

As falas que seguem apresentam dizeres que denotam o comparecimento de etapas da prática do fazer pesquisa por eles vivenciada. De acordo com José:

L. José: (...) É, a gente começou, e o professor trouxe textos que falavam sobre epistemologia das ciências. Foram textos para a gente se situar, começar a se envolver com ler alguma coisa diferente. Eram os primeiros textos que a gente estava lendo que falavam sobre pesquisa mesmo. E depois disso, a gente começou a escolher um projeto, que, tipo, foi por escolha. Eu não me lembro se foram colocados no quadro os temas, mas acho que fomos nós que levantamos alguns temas. E depois, foram escolhidos os grupos. Depois, a gente começou a elaborar o projeto, metodologia.

O inicio da fala remete para a prática de leitura, com o objetivo de iniciar os estudantes no âmbito da pesquisa e ampliar seu entendimento sobre a prática do fazer pesquisa. Em seguida, José se refere a “escolha” do projeto de pesquisa, também referenciou a busca do tema de pesquisa e da metodologia. O licenciando José ao descrever a prática de pesquisa vivenciada explicitou mais as primeiras etapas do fazer pesquisa, bem como, aspectos que perpassam a prática do fazer pesquisa, como a leitura e a escrita na elaboração do projeto e execução da pesquisa. O licenciando não se posicionou, neste momento da entrevista, frente à obtenção e a divulgação dos resultados da pesquisa.

Joana ao descrever a prática vivenciada, elucidou outros aspectos, como mostram os dizeres que seguem:

L. Joana: os alunos escolheram o tema. O professor deixou livre a escolha dos grupos, sem sorteio, cada um escolheu. Eu fiz em grupo. Éramos em três. Cada um pesquisou, pegou material e sexta à noite a gente se encontrava para elaborar. Mandava por e-mail. Todos colaboraram. A gente apresentou na semana científica o trabalho de PEC II. Na I foi sobre experimentação no ensino fundamental e na II do ensino médio.

As falas mostram a organização do grupo enquanto pesquisadores, com a conclusão de que “todos colaboraram”, sendo este um dos propósitos do aprender a fazer pesquisa, a importância da interação entre colegas, enquanto grupo colaborativo. Joana, na sua fala, elucidou a apresentação da sua pesquisa na “semana científica”, mostrando novamente a importância da socialização da pesquisa para a sua constituição de pesquisadora. A licencianda também se referiu ao processo de continuidade entre os Componentes Curriculares PEC I e II, como já foi discutido nos resultados da análise dos Planos de Ensino dos mesmos (item