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PERCURSO METODOLÓGICO E ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS

Nesse capítulo, apresentamos o método, os procedimentos metodológicos e a análise dos questionários. Fundamentadas pelas referências e discussões até aqui apresentadas, mostramos os resultados do que foi investigado numa escola do Programa Ensino Integral pertencente à Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo, que atende alunos do segmente do Ensino Médio na Zona Oeste da cidade de São Paulo, analisando, através do trabalho dos docentes da Parte Diversificada e do relato da diretora e de dez alunos líderes as atividades realizadas na escola PEI, que contribuem para o desenvolvimento do protagonismo juvenil e da elaboração dos Projetos de Vida dos seus alunos.

3.1 – Metodologia da Pesquisa

Diante do propósito de investigar quais são as atividades desenvolvidas para que uma escola de ensino médio colabore na construção dos projetos de vida de seus alunos adolescentes, foi adotado como objeto de estudo uma Escola Estadual de Ensino Médio localizada na Zona Oeste da cidade de São Paulo que participa do Programa Ensino Integral (PEI). A pesquisa possui abordagem qualitativa de natureza exploratória, um estudo de caso. Para isso, realizamos visitadas a escola PEI onde busquei observar os sujeitos em diferentes momentos, a saber: reunião de pais; conselhos participativos; reuniões de ATPCs e ATPVs com o coordenador geral; reuniões de líderes com a gestora; atendimento da gestora a alunos, professores e funcionários da escola; alunos em aula com os professores, nos momentos de almoço e intervalos, nas Eletivas, nos Clubes Juvenis e nas Culminâncias. E também apliquei questionários e entrevistas semiestruturadas com três professores da disciplina Projeto de Vida, com a diretora da escola e com dez alunos líderes, sobre as atividades realizadas na escola PEI que contribuem para o desenvolvimento do protagonismo juvenil e para a elaboração dos Projetos de Vida dos alunos.

Segundo LUDKE e ANDRÉ (1986) a observação implica o envolvimento do pesquisador com a realidade pesquisada e permite construir um elo de confiança para

que os pesquisados se sintam confortáveis com a presença do pesquisador. André (2011) afirma que, na observação, sempre há um grau de interação do pesquisador com o fenômeno estudado, fazendo com que ele, pesquisador, afete e seja afetado pelo ambiente do seu estudo. Historicizando e contextualizando a pesquisa qualitativa, André questiona:

(...) a necessidade agora é ir além, ultrapassar a dicotomia qualitativo- quantitativo e tentar encontrar respostas para as inúmeras questões com que nos defrontamos diariamente entre as quais podemos citar: O que caracteriza o trabalho científico? O que diferencia o conhecimento científico de outros tipos de conhecimento? Quais os critérios para se julgar uma boa pesquisa? O que se pode considerar como válido e confiável na pesquisa? Como deve ser tratada a problemática da generalização? Qual o papel da teoria na pesquisa? Como articular o micro e macrossocial? Como trabalhar a subjetividade na pesquisa? Quais as formas mais apropriadas de análise de dados qualitativos? (ANDRÉ, 2013, p. 25).

A preferência pelo estudo de caso foi motivada porque a escola pesquisa “se destaca por se constituir numa unidade dentro de um sistema mais amplo” (LUDKE e ANDRÉ, 1986, 17). A escolha da Escola para o desenvolvimento desta pesquisa se deve ao fato dela pertencer ao Programa Ensino Integral (PEI) da Secretaria Estadual de São Paulo (SEESP), que tem como foco o desenvolvimento dos projetos de vida de seus alunos. E também porque a escola apresenta bons resultados nas avaliações do IDESP.

Essa metodologia requer que os dados sejam colhidos de diversas maneiras e, como afirmam Ludke e André (1986, 19): “Se o estudo é feito em uma escola, o pesquisador procurará fazer observações em situações de sala de aula, de reuniões, de merenda, de entrada e saída, [...] ouvirá professores, pais, alunos, técnicos, serventes, etc.”

Num primeiro momento, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre Educação Integral, Ensino de Tempo Integral, Programa de Ensino Integral, Adolescência, Protagonismo Juvenil e Projeto de Vida na Adolescência. Além disso, foram pesquisados a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), o Currículo do Estado de São Paulo para o Ensino Médio do PEI, as Diretrizes do Programa Ensino Integral e o Plano Pedagógico da escola.

Na escola fui recebido pela diretora e, também, pelo vice-diretor e pelo professor coordenador geral. Ambos explicaram o funcionamento da unidade escolar e, quando descrevi minha intenção de pesquisa, a diretora deu sua anuência e sugeriu que eu acompanhasse as aulas, as reuniões e as atividades desenvolvidas na escola.

Dessa forma, desde agosto de 2018 até junho de 20019, realizamos a coleta dos dados. A metodologia da Pesquisa possui os seguintes procedimentos:

- Questionário com dez questões que nos permitiu conhecer o perfil dos três professores da disciplina projeto de vida (Apêndice A);

- Entrevistas semiestruturadas com três professores da disciplina projeto de vida que permitiram nossa percepção sobre o desenvolvimento das atividades práticas nas aulas de projeto de vida (Apêndice B);

- Questionário com nove questões que nos possibilitou conhecer o perfil da diretora da escola (Apêndice D);

- Entrevista semiestruturada com a diretora da escola que nos permitiu compreender as atividades desenvolvidas na escola com o propósito de desenvolver o protagonismo juvenil e o projeto de vida dos alunos (Apêndice E);

- Questionário semiestruturado com dez alunos que participam de lideranças na escola, que nos favoreceram compreender as atividades desenvolvidas na escola com o propósito de desenvolver o protagonismo juvenil e o projeto de vida dos alunos (Apêndice G);

- Pesquisa documental, principalmente nas Diretrizes do Programa Ensino Integral e na Proposta Pedagógica da Escola.

- Visitas as reuniões de pais e de conselhos de classe participativos. - Visitas as reuniões de ATPCs e ATPVs com o coordenador geral.

- Visitas as reuniões de líderes com a gestora; atendimento da gestora a alunos, professores e funcionários da escola.

- Observação dos alunos em aula com os professores, nos momentos de almoço e intervalos, nas Eletivas, nos Clubes Juvenis e nas Culminâncias.

- Visitas as culminâncias educacionais - exposições dos trabalhos realizados durante o segundo semestre de 2018 e no primeiro semestre de 2019, nas Disciplinas Eletivas e nos Clubes Juvenis.

- Análise dos dados gerados.

Adentrando a Escola Estadual PEI, solicitamos a anuência da gestão da escola para realizarmos a pesquisa, que nos foi concedida. Em seguida, convidamos três professores da disciplina projeto de vida para participar da presente pesquisa e, ao aceitarem, concordaram com a visita as suas aulas. Estes também preencheram um questionário e responderam às perguntas de uma entrevista semiestruturada.

Convidamos também a diretora da escola e dez alunos líderes a participarem da pesquisa e, ao aceitarem, responderam às perguntas.

Os professores da disciplina Projeto de Vida foram identificados com as letras A, B e C, conforme a ordem em que responderam aos questionários e foram entrevistados. A diretora da escola foi identificada com a letra D. Os questionários foram entregues aos professores e a diretora com o objetivo de traçar o perfil de cada um e as respostas foram enviadas por e-mail ao pesquisador (roteiro no apêndice A). As entrevistas com os professores e com à diretora seguiram um roteiro semiestruturado e foram realizadas na própria escola, sem o uso de gravador. Assim, as falas foram escritas pelo pesquisador enquanto eram respondidas, algumas partes foram selecionadas para fazer parte deste estudo. Os dez alunos líderes com a presença e inquirimento do pesquisador responderam um questionário online, algumas partes foram selecionadas para fazer parte deste estudo. Os conteúdos integrais das respostas estão disponíveis nos apêndices C, F e H.

Para o propósito desta pesquisa a entrevista semiestruturada constituiu-se num instrumento importante de coleta de dados, pois nos permitiu explorar de forma mais abrangente a concepção que os professores, a diretora e os alunos têm sobre atividades da escola PEI que colaboram para o PV dos alunos. Com relação a essa técnica, Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (1998, p. 168), elucidam que “o entrevistador faz perguntas específicas, mas também deixa que o entrevistado responda em seus próprios termos”, favorecendo explorar com maior profundidade temas mais complexos.

As perguntas feitas aos três professores da disciplina Projeto de Vida, à diretora e aos dez alunos líderes foram agrupadas de acordo com categorias analíticas que podem ser visualizadas na tabela 3.

Tabela 3 – Categorias analíticas estabelecidas nas perguntas feitas aos professores, à diretora e aos alunos

Categorias analisadas Perguntas: Professores

(Respostas no Apêndice C) Perguntas: Diretora (Respostas no Apêndice F) Perguntas: Alunos (Respostas no Apêndice H) 1. Descrição do professor sobre a importância, o planejamento e o desenvolvido das aulas de Projeto de Vida (PV)

1. Para você, o que são as

aulas de PV?

2. Em sua opinião, como as

aulas de PV auxiliam aos alunos na construção de seus projetos de vida?

3. Como você planeja as aulas

de PV?

4. Comente sobre as “facilidades” que você encontra na sua escola para desenvolver adequadamente as aulas de PV. O que você considera problemas/ dificuldades para realizar as aulas de PV? O que você faz para melhorar as aulas de PV?

2. Relevância da formação continuada do profissional do PEI

5. Qual a sua disposição ao

autodesenvolvimento contínuo?

1. Qual a sua disposição ao autodesenvolvimento contínuo?

3.Corresponsabilidade e

desenvolvimento dos relacionamentos positivos na escola PEI

6. Como você desenvolve

relacionamentos positivos com alunos, professores, funcionários, direção, pais e responsáveis e atua de forma corresponsável tendo em vista o desenvolvimento dos alunos e profissionais da escola.

2. Como você desenvolve relacionamentos positivos com alunos, professores, funcionários, pais e responsáveis e atua de forma corresponsável tendo em vista o desenvolvimento dos alunos e profissionais da escola?

1. Como você desenvolve relacionamentos

positivos com seus colegas, professores, funcionários e direção?

2. Comente como você percebe o envolvimento

e o comprometimento da equipe gestora, dos professores e dos funcionários com você e com sua formação.

4. O Protagonismo Juvenil

e a ações dos Acolhedores, Líderes de Turma, Presidentes de Clubes Juvenis e Grêmio Estudantil na escola PEI

7. Como você promove o

protagonismo juvenil, ajudando a formar jovens autônomos, solidários e competentes e sendo protagonista também de sua própria atuação?

3. Como você promove o protagonismo

juvenil, ajudando a formar jovens autônomos, solidários e competentes e sendo protagonista também de sua própria atuação?

4. Em sua opinião, como os Líderes de

Turma promovem o Protagonismo Juvenil e auxiliam aos alunos na construção de seus projetos de vida?

5. Em sua opinião, como o Grêmio

Estudantil promove o Protagonismo Juvenil e auxilia aos alunos na construção de seus projetos de vida?

6. Em sua opinião, como o Acolhimento

promove o Protagonismo Juvenil e auxilia aos alunos na construção de seus projetos de vida?

7. Em sua opinião, como os Clubes

Juvenis promovem o Protagonismo Juvenil e auxiliam aos alunos na construção de seus projetos de vida?

3. Você se considera um Protagonista?

Comente suas ações de Protagonismo Juvenil.

4. Comente como a escola promove a cultura

democrática, através da participação efetiva dos estudantes nas reuniões, discussões e decisões da escola?

Especificas aos:

5. (LÍDERES DE TURMA) Em sua opinião,

como os Líderes de Turma promovem o Protagonismo Juvenil e auxiliam aos alunos na construção de seus projetos de vida? Comente como você Líder de Turma desenvolve o seu Protagonismo Juvenil e ajuda aos seus colegas.

6. (GRÊMIO ESTUDANTIL) Em sua opinião,

como o Grêmio Estudantil promove o Protagonismo Juvenil e auxilia aos alunos na construção de seus projetos de vida? Comente como você líder do Grêmio Estudantil desenvolve o seu Protagonismo Juvenil e ajuda aos seus colegas.

7. (ACOLHEDORES) Em sua opinião, como

o Acolhimento auxilia aos alunos na construção de seus projetos de vida? Comente como você Acolhedor desenvolve o seu Protagonismo Juvenil e ajuda aos seus colegas.

8. (PRESIDENTES DE CLUBES JUVENIS) Em

sua opinião, como os Clubes Juvenis promovem o Protagonismo Juvenil e auxiliam aos alunos na construção de seus projetos de vida? Comente como você Presidente de Clube Juvenil desenvolve o seu Protagonismo Juvenil e ajuda aos seus colegas.

5. Visão sobre a

promoção do

Protagonismo Juvenil e da contribuição da escola PEI para a construção dos Projetos de Vida de seus alunos

8. Em sua opinião, como a

Escola PEI promove o Protagonismo Juvenil e contribui para a construção dos Projetos de Vida de seus alunos?

8. Em sua opinião, como a escola PEI

promove o Protagonismo Juvenil e contribui para a construção dos Projetos de Vida de seus alunos?

9. Em sua opinião, quais são as diferenças

entre a Escola Integral (PEI) e a Escola Regular? Comente sobre o que a Escola PEI lhe proporciona a mais que a Escola Regular.

10. Em sua opinião, como a escola PEI

promove o Protagonismo Juvenil e contribui para a construção dos Projetos de Vida de seus alunos?

3.2 – Resultados alcançados pela escola no IDESP

O Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (IDESP) é um indicador de qualidade das séries iniciais e finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Na avaliação de qualidade das escolas feita pelo IDESP consideram- se dois critérios complementares: o desempenho dos alunos (aprendizagem) nos exames do SARESP e o fluxo escolar (aprovação dos alunos). O IDESP tem o papel de dialogar com a escola, fornecendo um diagnóstico de sua qualidade, apontando os pontos em que precisa melhorar e sinalizando sua evolução ano a ano.

A escola PEI apresenta os seguintes índices no IDESP:

Tabela 4 – IDESP Escola PEI - Resultados Detalhados: 2013 – 2018

2013 2014 2015 2016 2017 2018 Língua Portuguesa 1,1597 4,5097 4,500 4,4800 4,5990 5,2940 Matemática 0,7247 2,7447 3,000 3,2800 2,7327 3,6810 Indicador de desempenho 0.94 3,63 3,75 3,88 3,67 4,49 Indicador de fluxo 0,7766 0,9630 0,9784 0,9822 0,9896 0,9831 IDESP 0,73 3,50 3,67 3,81 3,63 4,41 Fonte: http://idesp.edunet.sp.gov.br/boletim_escola.asp?ano=2013-2018.

Gráfico 1:IDESP Escola PEI - Resultados Detalhados: 2013 – 2018

Como pode ser visto, em Língua Portuguesa acontece um avanço acentuado de 2013 para 2014, ano esse em que a escola aderiu ao Programa Ensino Integral (PEI). Depois manteve estável de 2014 até 2017. Em 2018 ocorre, novamente, um avanço significativo no índice. Em Matemática, também acontece um avanço acentuado de 2013 para 2014. Depois, os índices apresentam uma ascensão de 2014 até 2018.

Quanto aos indicadores de desempenho e fluxo, percebemos que os índices apresentam uma elevação acentuada quando comparamos os índices de 2013 com 2014. O indicador de desempenho, que avalia a aprendizagem dos alunos do 3º ano do Ensino Médio em Língua Portuguesa e Matemática, mostra que o índice do IDESP passou de 0,73 em 2013 para 3,50 em 2014, uma melhora de 480%, e vem se mostrando crescente até 2016, com uma pequena queda em 2017, e em 2018 cresceu acentuadamente, atingindo o maior índice no período, 4,49. O indicador de fluxo apresenta que em 2013, 77% dos alunos foram aprovados, enquanto 23% abandonaram a escola ou foram reprovados.

Comparando o índice do IDESP, que é o produto entre o desempenho e o fluxo, a escola saiu de 0,73 em 2013 para 4,41 em 2018, 40 um avanço de 604 % no índice do IDESP. A partir de 2014, o índice de reprovação e evasão escolar aproxima-se de

0 1 2 3 4 5 6

Ling. Port. Mat. Desempenho Fluxo IDESP

IDESP - ESCOLA PEI: 2013 - 2018

zero, mostrando o trabalho da equipe escolar em incentivar o aluno a permanecer na escola e buscar sua aprovação.

Abaixo segue uma tabela comparando os dados do IDESP da escola, com os índices da Diretoria Centro Oeste e do Estado.

Tabela 5 – Resultados IDESP comparativos: 2013 – 2018

2013 2014 2015 2016 2017 2018

ESCOLA 0,73 3,50 3,67 3,81 3,63 4,41

DIRETORIA 2,24 2,33 2,21 2,52 2,69 2,71

ESTADO 1,83 1,93 2,25 2,30 2,36 2,51

Fonte: http://idesp.edunet.sp.gov.br/boletim_escola.asp?ano=2013-2018.

Os resultados da tabela 6 são ilustrados no gráfico 2.

Gráfico 2 – Resultados IDESP comparativos: 2013 – 2018

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 2013 2014 2015 2016 2017 2018

RESULTADOS IDESP COMPARATIVOS: 2013 – 2018

Observando todos os dados, é possível inferir que a escola tem demonstrado um excelente progresso no seu desempenho. Isto fica evidente quando comparamos as suas notas com as notas médias da sua Diretoria de Ensino e de todas Escolas Estaduais.

Nessa análise precisamos considerar que os alunos da escola regular permanecem 5 horas na escola, com professores sem dedicação exclusiva e em muitas escolas que não possuem estruturas básicas necessárias para funcionar. Em contrapartida, os alunos do PEI permanecem 9 horas na escola, onde, os professores e gestores do PEI trabalham 8 horas diárias, num total de 40 horas semanais (45 aulas de 50 minutos), num Regime de Dedicação Plena e Integral (RDPI), recebendo uma gratificação de 75% do salário base de uma jornada integral. A jornada dos professores não ultrapassa 32 aulas com alunos, as outras 13 aulas são para trabalhos pedagógicas e para preparação de aulas. Os alunos do ensino regular contam apenas com as disciplinas da Base Nacional Curricular Comum (BNCC). Enquanto, os alunos do PEI possuem aulas da BNCC, e mais da Parte Diversificada e das Atividades Complementares. Além de um espaço físico mais adequado, com laboratórios, lousas digitas, atividades diversificadas, etc.

Nossa convicção, a respeito do Programa Ensino Integral, é que potencializa a melhora nos resultados educacionais na medida em que seu projeto político- pedagógico adota a centralidade do estudante nos processos escolares, evidenciada pela prática do Protagonismo Juvenil e pelo favorecimento do Projeto de Vida de cada estudante, alterando a ordem do poder da escola de ensino regular e, como resultado, as relações com o saber.

3.3 – Perfil dos professores da disciplina de Projeto de Vida e da diretora

Neste tópico, apresentamos o perfil dos entrevistados, três professores da disciplina projeto de vida e a diretora da escola. As tabelas abaixo são compostas de informações de cunho pessoal (relacionados à idade e ao sexo), da formação acadêmica e da atuação profissional.

Os dados foram organizados em tabelas para facilitar as análises e adotamos as letras A, B e C para nomear cada um dos professores de PV e a letra D para indicar à diretora.

Tabela 6 – Idade, sexo, formação acadêmica e atuação dos professores e da diretora Profess ores / Diretora Sexo Idade (anos) Graduação Pós-graduação Tempo de docência (anos) Tempo de docência no PEI (anos) Tempo de docência na disciplina PV (anos) Quantas disciplinas está lecionando no PEI Nº de aulas semanais (em classe) Nº de aulas semanais (trabalho pedagógico) A Feminino 52 Licenciatura plena em Educação Artística com habilitação em Artes Visuais __ 13 6 3 3 28 17 B Masculino 32 Licenciatura e Bacharelado com habilitação em Educação Física Especialização em Educação Especial para pessoas com deficiência: Interprete de LIBRAS 6 2 1 3 26 19 C Masculino 55 Licenciatura e Bacharelado com habilitação em Geografia Especialização em Tecnologia Ambientais e MBA em Educação 12 1 1 3 28 17 D Feminino 47 Licenciatura em Pedagogia com habilitação em Gestão Escolar Especialização em Educação Ambiental 25 62 - - 40 h - Fonte: autor

Todos os professores (A, B e C) têm licenciatura em áreas distintas (Artes, Educação Física, Geografia e Pedagogia), dois têm especialização em áreas afins. Todos possuem formação adequada para atuar em suas disciplinas especificas da BNCC. A diretora (D) possui licenciatura em pedagogia com habilitação em gestão escolar, com especialização em área afim. Ela também possui formação adequada para atuar na gestão da escola.

Analisando os dados sobre a atuação profissional dos três professores e da diretora constatamos que todos atuam 40 horas semanais, sendo que os professores atuam em 9 aulas diárias de 50 minutos, somando um total de 45 aulas semanais. De modo que esses professores trabalham semanalmente numa média de 28 aulas com alunos e, 17 em reuniões pedagógicas (ATPC e ATPCAs), elaboração de aulas (ATPL) e substituição de ausências de professores. Dessa forma o professor no PEI pode atuar no máximo em 32 aulas semanais com alunos. Contudo, os três professores atuam nas três séries do Ensino Médio nas disciplinas de Artes, Educação Física e Geografia, na disciplina de Projeto de Vida e em uma disciplina Eletiva em parceria com outro professor.

As principais atribuições da função do professor no PEI, segundo o plano de ação dos professores, são:

I - Elaborar o seu programa de ação com os objetivos, metas e resultados de aprendizagem a serem atingidos;

II ‐ Organizar, planejar e executar sua tarefa institucional de forma colaborativa e cooperativa visando ao cumprimento do plano de ação das Escolas;

III ‐ Planejar, desenvolver e atuar na parte diversificada do currículo e nas atividades complementares;

IV ‐ Incentivar e apoiar as atividades de protagonismo juvenil, na forma da lei; V ‐ Realizar, obrigatoriamente, a totalidade das atividades de trabalho pedagógico coletivas e individuais no recinto da respectiva escola;

VI ‐ Atuar em atividades de tutoria aos alunos;

VII ‐ Participar das orientações técnico‐pedagógicas relativas à sua atuação na Escola e de cursos de formação continuada;

VIII – Auxiliar, a critério do Diretor e conforme as diretrizes dos órgãos centrais, nas atividades técnico‐pedagógicas desenvolvidas nas escolas; IX – Elaborar plano bimestral e Guias de Aprendizagem, sob orientação do Professor Coordenador de Área;

X – Produzir material didático‐pedagógico em sua área de atuação e na conformidade do modelo pedagógico próprio da Escola;

XI – Substituir, na própria área de conhecimento, sempre que necessário, os professores da Escola em suas ausências e impedimentos legais. (2019, p. 1).

A jornada de trabalho do professor no PEI é bem exaustiva e exige que o professor trabalhe em novas disciplinas que não são de sua formação inicial. Além de

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