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HUMANIST TRAINING IN THE PHARMACY COURSE OF UFRN: THE PERCEPTION OF TEACHERS AND GRADUATES

2. PERCURSO METODOLÓGICO

2.1 Tipo de Estudo

Trata-se de um estudo descritivo do tipo estudo de caso com uma abordagem qualitativa exploratória. Elegeu-se este método em razão de que as abordagens qualitativas se conformam melhor a investigações de grupos e segmentos delimitados e focalizados, de histórias sociais sob a ótica dos atores, de relações e para a análise de discursos e de documentos.

Em pesquisas exploratórias, novos caminhos e espaços são explorados, onde há como objetivo familiarizar-se com um assunto ainda pouco conhecido ou mesmo desconhecido e, no final da pesquisa, haverá um conhecimento maior sobre o assunto e hipóteses poderão ser geradas (MINAYO, 2004).

4.2 Participantes/Sujeitos da pesquisa

Em um grupo focal, o ideal é que o total de participantes oscile entre seis e doze pessoas (CHIESA; CIAMPONE, 1999). Foram, assim, convidados para participar da pesquisa dezesseis integrantes, divididos em dois grupos focais distintos: o primeiro, com oito docentes ativos das áreas de Análises Clínicas, Assistência Farmacêutica, Farmácia Hospitalar, Homeopatia e Tecnologia Farmacêutica e, o segundo grupo, com oito concluintes do curso de farmácia da UFRN.

Tal escolha foi detalhada e conscientemente construída pela necessidade de se ter uma representatividade decorrente das ideias e pensamentos dos docentes envolvidos no processo de formação.

2.3 Critérios de inclusão

 Docente do quadro efetivo, com atividades em sala de aula do Curso de graduação em Farmácia da UFRN;

 Estudantes concluintes do Curso de graduação em Farmácia da UFRN.

2.4 Critérios de exclusão

 Docente com apenas atividades administrativas e/ou de pesquisa;

 Estudante concluinte transferido de outra Instituição de Ensino Superior (IES).

2.5 Aspectos Éticos

Os participantes do grupo focal foram orientados quanto ao conteúdo e aos objetivos da pesquisa. Após os devidos esclarecimentos, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE e Termo de Consentimento para Gravação.

O estudo foi submetido à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes – CEP/HUOL, tendo sido aprovado através do Parecer no 2.440.967. Visando manter a privacidade e o sigilo da identidade dos atores

envolvidos na pesquisa, adotou-se a nomeação ‘DO’ para docentes e ‘DI”, para discentes.

2.6 Coleta de Dados

2.6.1 Grupo Focal

Para realizar a pesquisa e coletar os dados, o trabalho foi dividido em 2 etapas, conforme segue:

- Primeira Etapa: Levantamento documental dos docentes ativos e recém graduados concluintes elegível via coordenação e departamento do curso, no sentido das escolhas dos convidados para a pesquisa estarem aptos a devida participação.

- Segunda Etapa: Técnica de Grupo Focal: Grupo focal é uma forma de entrevistas com grupos, baseada na comunicação e na interação. Seu principal objetivo é reunir informações detalhadas sobre um tópico específico - sugerido por um pesquisador, coordenador ou moderador do grupo - a partir de um grupo de participantes selecionados. Ele busca colher informações que possam proporcionar a compreensão de percepções, crenças, atitudes sobre um tema, produto ou serviços (MINAYO, 2004).

O grupo focal difere da entrevista individual por basear-se na interação entre as pessoas para obter os dados necessários à pesquisa. Sua formação obedece a critérios previamente determinados pelo pesquisador, de acordo com os objetivos da investigação, cabendo a este a criação de um ambiente favorável à discussão, que propicie aos participantes manifestar suas percepções e pontos de vista (ASCHIDAMINI, 2018).

2.6.2 Aspectos técnicos da coleta de dados

a) Os contatos prévios à realização do grupo focal

Os participantes foram previamente convidados e orientados sobre a pesquisa, através de contatos por e-mail e telefones celulares, com quatro semanas de antecedência da data prevista para a realização do grupo focal. Os nomes e telefones dos

participantes convidados foram repassados ao pesquisador pela coordenação e pelo departamento do curso.

b) Ambiente para realização do grupo focal

A sala de aula 7B8 do prédio da Faculdade de Farmácia da UFRN foi escolhida para a realização do grupo focal pela sua boa iluminação, ser arejada e confortável. Possui uma mesa adequada para o objetivo do momento, mesas de apoio, cadeiras confortáveis e ar condicionado. O ambiente escolhido permitiu a interação entre os participantes e ofereceu o conforto necessário.

c) Equipe para a realização do grupo focal

Para a realização do grupo focal participaram o pesquisador e um observador. A função deste último componente da equipe foi fazer anotações verbais e não verbais dos participantes e manuseio do gravador de áudio.

d) Coleta de dados

No dia da realização do grupo focal, o pesquisador e observador chegaram ao local uma hora antes do horário previsto, encarregando-se da organização e da recepção dos participantes. Todos os convidados compareceram no horário previamente acertado, tanto os do grupo dos doentes, quanto os dos discentes.

Ao chegarem, era entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que era lido e assinado por cada um dos participantes, sendo disponibilizado tempo para perguntas e esclarecimentos. Foi recolhida uma via do TCLE que expressava o consentimento dos participantes em fazerem parte da pesquisa, e outra via ficou com o pesquisador.

A gravação do áudio ocorreu após a assinatura do TCLE, quando todos os participantes se encontravam acomodados em torno da mesa. A transferência do registro do áudio para a escrita foi realizada na íntegra pelo pesquisador.

Após a realização do grupo focal, o pesquisador agradeceu aos participantes, ressaltando a importância de cada um deles para a construção da pesquisa.

Para as discussões, foi elaborado um questionário semiestruturado, com seis perguntas para cada grupo, com temas que serviram para nortear a condução do grupo focal, levando em consideração a flexibilidade deste roteiro, uma vez que os participantes podem não se mostrar motivados com alguns tópicos e que outros assuntos podem surgir durante a discussão por serem de interesse dos participantes e ao tema da pesquisa (GATTI, 2005).

2.7 Análise de dados

Os dados obtidos na realização do grupo focal, após transcrição e análise, foram categorizados tendo como base os objetivos estabelecidos neste estudo, sendo selecionadas 05 (cinco) Unidades Temáticas.

A análise dos dados foi realizada por meio da técnica de análise da temática, proposta por Minayo (2004). Neste sentido, o processo analítico compreendeu as seguintes fases:1) Leitura flutuante; 2) Identificação dos núcleos temáticos, 3) Discussões dos núcleos temáticos com referencial teórico e, 4) Considerações com base nos resultados. A categorização é o processo onde o texto é reduzido à palavras e expressões significativas, sendo considerada uma etapa delicada, onde uma abordagem rica e densa pode não ser alcançada logo no início da investigação(MINAYO, 2007).

A análise temática é, por sua vez, uma técnica relevante em análise de dados qualitativos, devendo ser valorizada como meio e não ser a finalidade da pesquisa, considerando a criatividade e a capacidade do pesquisador em lidar com situações que muitas vezes não podem ser atingidas de outra maneira (CAMPOS, 2004).

Desta maneira, a análise de temática não deve ser extremamente vinculada ao texto ou a técnica, num formalismo excessivo, que prejudique a criatividade e a capacidade intuitiva do pesquisador, por conseguinte, nem tão subjetiva, levando-se a impor as suas próprias ideias ou valores, no qual o texto passe a funcionar meramente como confirmador dessas. Outro ponto importante ainda dentro dos conteúdos, e que esses tendem a serem valorizados à medida que são interpretados, levando-se em consideração o contexto social e histórico sob o qual foram produzidos (FRANCO,

1986). Os áudios do Grupo Focal foram transcritos literalmente pelo pesquisador, em arquivo do WORD® (Microsoft XP).